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Quatro mitos sobre a crítica de Marx ao Capitalismo (ou “o que a crítica marxiana ao capitalismo não é”)


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Em 2011, na esteira de um renovado interesse por Marx e por sua crítica ao capitalismo, Terry Eagleton publicou um livro intitulado “Marx Estava Certo”. Cada um dos dez capítulos do livro apresenta uma crítica usual ao marxismo (na maior parte das vezes oriunda do senso-comum) e a resposta de Eagleton. O livro é uma leitura interessante para qualquer leitor interessado, mas as dez críticas selecionadas respondiam a critérios diversos, como o contexto britânico e a subjetividade do autor.

Marx

O livro de Eagleton pretendia desenvolver subsídios para o evidente retorno da crítica marxiana ao palco do debate político mundial. Desde a crise de 2008 a percepção do público em geral havia se transformado: subitamente, o capitalismo deixou de ser encarado como um sistema natural e as alternativas – ou ao menos a busca por elas – ressurgiram. A obra marxiana (re)apareceu então como um manancial importante onde poderíamos encontrar algumas respostas – ou pelo menos perguntas mais adequadas.

No Brasil, uma efetiva polarização social vem se expressando nos últimos anos através de uma polarização do debate eleitoral. Termos como comunista, socialista, vagabundo eCuba voltaram definitivamente à cena. Se Terry Eagleton passasse uma temporada em terras tupiniquins, talvez sentisse a necessidade de escrever um complemento ao seu livro, adaptado ao contexto nacional. O que se segue abaixo é uma colaboração nesse sentido, tentando responder brevemente a alguns mitos, enganos, ignorâncias e falsificações acerca do sentido da obra marxiana.

1. Não é franciscanismo.

“É comunista, mas tem Iphone!”

A crítica marxiana ao capitalismo não é uma crítica ao modo de distribuição da riqueza, mas ao seu modo de produção. Enquanto a forma de produção das riquezas estiver organizada pela separação entre os proprietários dos meios de produção (os capitalistas) e os proprietários de sua própria força de trabalho (os trabalhadores) é impossível garantir uma redistribuição da riqueza de forma duradoura. A caridade individual pode garantir um lugar no paraíso para o bom cristão, mas não altera em nada uma questão social. Ao contrário, a transformação da forma de produção da riqueza implica transformação da sua forma de distribuiçtão.

Comunista de Iphone

Outra dimensão da crítica marxiana é o reconhecimento dos imensos poderes produtivos criados pelo capitalismo: o marxismo também não é um primitivismo – uma ideia inocente de retorno a um estado natural. Ao contrário, é esse imenso poder produtivo da humanidade que aparece como pré-condição para a superação do capitalismo. Em outras palavras: o Iphone não é o problema, mas sim que ele represente uma tecnologia vedada à maior parte da população mundial. Os comunistas não querem um mundo sem smartphones, mas um em que esse tipo de tecnologia não seja acessível apenas para uma minoria.

2. Não é um passo-a-passo para o comunismo.

“O ser humano é egoísta por natureza!”

Quem lê O Capital em busca de um passo-a-passo para uma sociedade comunista, se decepciona. O subtítulo do livro, muitas vezes ignorado, é “Crítica da Economia Política”. O próprio Marx define o comunismo da seguinte maneira:

“O comunismo não é para nós um estado que deva ser criado, nem um ideal pelo qual a realidade se deve reger. Chamamos de comunismo o movimento efetivo que abole o estado atual. As condições desse movimento resultam das pressuposições atualmente existentes.”

Ou seja, comunismo é meramente a superação do modo de produção capitalista. A própria ideia de que o comunismo pudesse ser estabelecido através um “plano” definido nos mínimos detalhes por uma pessoa é expressão de um idealismo combatido pela própria crítica marxiana. Essa ideia normatizadora (“o comunismo tem que ser desse ou daquele jeito”) estaria diretamente relacionada à outra – uma normatização de como as pessoas deveriam ser para uma sociedade comunista “funcionar” (desinteressados, sem individualidade etc). Essas ideias são traduzidas pela clássica imagem de uma sociedade onde todos comem a mesma comida (ruim!), vestem a mesma roupa (cinza!) e desempenham trabalhos manuais (repetitivos!).

Comunismo?

Comunismo?

Em Marx, ao contrário, o que encontramos é uma radical percepção da dimensão plásticado humano – isto é, que não existe uma natureza humana imutável – e do respeito à individualidade – que não se confunde como individualismo. Essa percepção impossibilita qualquer previsão (ou normatização) sobre como as pessoas seriam em uma sociedade diferente e ainda inexistente. O ponto fundamental é afirmar as possibilidades concretas e imediatas de transformação da sociedade – mesmo naquilo que parece mais natural -, não a determinação a priori do resultado dessa transformação.

3. Não é um totalitarismo.

“O comunismo matou um trilhão de pessoas!”

Uma abordagem comum nos últimos anos vem sendo a posição anti-intelectual que vincula a crítica marxiana com os horrores do stalinismo e/ou do totalitarismo em geral. Essa vinculação seria responsável por uma mácula primordial, onde marxismo redundaria automaticamente em totalitarismo. Os críticos menos ignorantes (mas ainda assim bastante ignorantes) pensam ter encontrado no conceito de “ditadura do proletariado” justamente o termo que expressa essa vinculação necessária.

Ditadura

Mas o conceito de “ditadura do proletariado” não tem nenhuma relação com as ditaduras do século XX – regimes anti-democráticos, reacionários, militarizados e assassinos. No século XIX, conforme demonstrou o historiador Hal Draper, o conceito de ditadura tinha um sentido muito mais próximo de sua origem, na Roma antiga (dictatura): “Essa instituição constituía um exercício de poder emergencial por um cidadão confiável com propósitos e duração limitada, no máximo seis meses. Seu objetivo era preservar o status quo republicano”.

Em Marx a palavra se recobre de um novo sentido – a ditadura de uma classe, não mais para a preservação do status quo, mas para a sua transformação. Quando se fala em “ditadura do proletariado” (e, vale lembrar proletariado quer dizer assalariado) a imagem que devemos conjurar não são campos de concentração para a classe média ou pelotão de fuzilamento para os ricos, mas um período de transição no qual a condução política da sociedade é fruto da deliberação direta dos trabalhadores. Ecoando Marx, F. Engels definiu assim a ditadura do proletariado:

“Então está bem, senhores. Vocês querem saber como essa ditadura é? Olhem para a Comuna de Paris. Isso era a ditadura do proletariado.”

4. Não é datada.

“O capitalismo já não é mais como no tempo do Marx!”

Essa perspectiva supõe um reconhecimento do caráter científico da crítica marxiana, mas apenas para retirar seu caráter político. O argumento estabelece então que a crítica marxiana é correta, mas se aplicaria apenas ao capitalismo do século XIX. O capitalismo do século XX, ao contrário, seria radicalmente diferente – seja pela suposta redução do número de trabalhadores que desempenham tarefas manuais, pela expansão do ramo de serviços ou simplesmente pelo avanço tecnológico.

Capitalismo no século XXI.

Capitalismo no século XXI.

O que essa posição ignora é que a crítica marxiana é uma crítica aos elementos fundamentais do Capitalismo – como trabalho assalariado, a dinâmica do capital e o dinheiro como mediação social. E justamente por ser uma crítica desses elementos, inclui cada uma das “novidades” que são citadas para declarar sua irrelevância. Enquanto a produção social estiver organizada de maneira capitalista, a crítica marxiana terá validade e relevância.

O melhor antídoto contra falsificações e mistificações da crítica marxiana ao capitalismo é a leitura direta da obra do próprio Marx. Felizmente, atualmente dispomos de boas edições e excelentes materiais de acompanhamento para essa tarefa, além de cursos frequentes nas principais universidades.

Marx não tem todas as respostas – ainda que coloque muitas questões. Sua obra não fornece caminhos fechados ou dogmas, mas um método e uma crítica. A obra marxiana é, sobretudo, uma plataforma de pensamento – ombros de um gigante sobre o qual podemos nos apoiar para vermos muito além do nosso horizonte imediato.

11 Lições de Jane Eyre para as mulheres do século 21


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jane eyre sept 2013

São muitos os motivos para eu ser realmente apaixonada por Jane Eyre. Um tempo atrás fiz uma breve síntese da história, relatando também a minha ligação com o livro [leia aqui]. Jane Eyre, de Charlotte Brontë, é uma leitura que recomendo a todos, mas em especial às mulheres.

Pesquisando por aí, encontrei um site chamado The HuffPost Books, onde uma moça muito simpática que se apresenta como Zoë Triska, nos aponta onze razões específicas para ler Jane Eyre. Razões que revelam grandes lições a nós, mulheres do século 21, sobre como viver bem. Confira:

1. Você pode superar o seu passado, não importa o quão ruim ele foi.

Quando criança, Jane Eyre era infeliz e torturada por seus parentes horríveis. Eu realmente chorei durante toda a primeira metade do livro ao ver o quão cruel as pessoas que a criaram foram. Seu primo, John, era o pior. Ele sempre a lembrava que ela era órfã, as crianças a excluíam de suas brincadeiras e ela era punida sendo trancada no quarto em que seu tio morreu. No início, Jane nutriu ressentimentos. Ela confrontou sua tia antes de sair para o colégio interno, e basicamente lançou essa família para fora de sua vida. Quem não faria? Mas ela aprendeu muito sobre “deixar ir” quando foi enviada para o colégio interno e fez amizade com uma menina doente chamada Helen. Como observou Helen, “… a vida é curta demais para ser gasta com animosidades, só pensando nos acontecimentos ruins.”*

2. Seu desejo deve decidir o seu destino.

Você pode fazer o que você quiser fazer. Cabe a você, e o quanto você realmente deseja algo, determinar se irá ou não acontecer. Jane enfrentou muitas adversidades em sua juventude. As pessoas constantemente eram mesquinhas com ela, e ela foi levada a se sentir muito insignificante. Mas ela acreditou em si mesma e em sua capacidade de superação. Apesar de não ter família nem dinheiro, ela encontrou um emprego e conseguiu viver bem. E sabe o que mais? Apesar de que, durante a maior parte do livro, apenas coisas ruins acontecem com ela, ela ainda continuava a viver o “felizes para sempre”.

3. Diga ao cara que você quer sair com ele!

Jane disse: “É loucura para qualquer mulher alimentar dentro de si um amor secreto que, se não correspondido e não revelado, acabará por devorar-lhe a vida. E que, se descoberto e correspondido, acabará por levá-la ao caminho da desgraça, do qual não há volta.”* Nutrir algo em segredo pelo atendente do café ou pela pessoa que você vê no metrô todos os dias não vai levá-la a lugar nenhum. Simplesmente chame-o para sair. Vai ser muito menos doloroso do que ficar suspirando em silêncio.

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4. Amar e respeitar a si mesma é essencial, e é a chave para a independência.

Quando aquela voz interior que todos nós temos em nossas cabeças confrontou Jane e a questionou sobre quem se importaria com ela agora que ela havia deixado Rochester, ela respondeu: “Eu me importo comigo mesma. E quanto mais solitária, sem amigos e sem sustento, mais eu vou me respeitar”.* Jane sabia que se casar com aquele homem, que já era casado com outra, era errado, não importava o quanto ela o amava. Ela tinha muito amor e respeito por si mesma para se casar com alguém que a tinha enganado (embora eu sei, eu sei. Ela se casou com ele mais tarde. Mas, a essa altura, ela já tinha tido tempo suficiente para refletir e pensar sobre a situação ao todo e chegar a suas próprias conclusões, ao invés de deixar Rochester convencê-la de que tudo bem se casar).

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5. Seja positiva.

Quando Jane Eyre era mais jovem, ela tinha a tendência de sentir pena de si mesma. E ela tinha muito sentimento de pena! Sua vida era miserável. Mas, conforme ela ficava mais velha, ela começou a ver que tudo tem uma fresta de esperança. Ela aprendeu a ser feliz, apesar de seu passado. Ela relatou quando ainda criança que, mesmo para ela, “…a vida mostrava alguns raios de sol.”*

6. Nunca deixe alguém lhe dizer que você não pode fazer algo só porque você é mulher.

Dê uma olhada nesse trecho incrível e deixe que ele a inspire. Lembre-se de que isso foi publicado em 1847! “Espera-se das mulheres que sejam calmas. Mas elas são como os homens. Precisam exercitar suas faculdades, necessitam de um campo para expandir seus esforços, assim como seus irmãos. Sofrem com as rígidas restrições, a estagnação absoluta, tanto quanto os homens sofreriam. E é tacanho por parte desses seres mais privilegiados que elas devem se limitar a fazer pudins e a tecer meias, a tocar piano e a bordar bolsas. É insensato condená-las, ou rir delas, quando buscam fazer ou aprender coisas novas, além do que os costumes determinam que é o ideal para o seu sexo.”*

7. Você é mais forte do que você pensa.

Outros fragmentos  de sabedoria de Helen: “Pois você teria a obrigação de aguentar, caso não pudesse evitar. É fraqueza e tolice dizer que não suportaria algo que seu destino dita que é preciso ser suportado.” * Não importa o que aconteça com você, você vai encontrar uma maneira de superar; como seres humanos, somos resistentes.

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8. É a mais pura verdade que “a beleza está nos olhos de quem vê”.

Jane Eyre não era uma mulher bonita  de acordo com os padrões convencionais. Nem Rochester era um homem bonito. Brontë era realista: a vida era mais difícil para Jane porque ela não era atraente. Mas Brontë estava criticando a cultura vitoriana por dar tanto valor à beleza. Jane era uma pessoa incrível, bonita ou não. Este também é um bom argumento para perder sua faixa de julgamento. Você será uma pessoa mais feliz se você parar de se preocupar tanto com as aparências (que eu sei que é mais fácil dizer do que fazer).

9. As possibilidades de vida são infinitas para aqueles que correm riscos.

Jane observou: “… eu me lembrava de que o mundo real era vasto, e que uma quantidade enorme de esperanças e medos, de sensações e emoções, estava à espera daqueles que ousassem sair por ele afora, buscando, em meio a seus perigos, o verdadeiro conhecimento do que é a vida.”* Se Jane não tivesse sido corajosa, ela poderia ter retornado à mulher cruel que a criou e nunca ter procurado algo melhor para si mesma.

10. Não tenha medo de dizer o que pensa.

Jane Eyre não era uma violeta encolhida. Ela confrontou a tia má que a maltratava. Ela confrontou Rochester depois de descobrir que ele era casado com outra. Em outra ocasião, ela recusou uma outra proposta de casamento. Ela não tinha medo de expressar suas opiniões, quando necessário. Às vezes, o confronto é a chave para “deixar ir”. É muito melhor falar sobre as coisas do que abrigar ressentimentos não ditos. Falar também pode, obviamente, curar as relações (como é o caso com Rochester).

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11. Se você resolver se casar, faça isso apenas por amor.

Jane Eyre foi pedida em casamento depois que ela deixou Rochester, e ela recusou o homem. Não porque ela achava que ele não era uma boa pessoa ou que não era agradável. Era porque ela achava que não deveria se contentar com algo inferior do que o amor verdadeiro. Ela preferia ficar sozinha a se casar com alguém que não era sua alma gêmea. Ela afirmou: “Tampouco quero me unir a um estranho, a alguém diferente de mim, por quem não sentirei a menor empatia. Quero estar entre meus semelhantes, aqueles que pensam como eu.”*

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E então, ladies, preparadas para encarar a vida de uma maneira diferente?

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Texto original no  The HuffPost Books [leia aqui].

* Os trechos de Jane Eyre são de tradução de Heloisa Seixas: BestBolso, 2011

Pesquisa genética revela que DNA de índios botocudos é da Polinésia


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POR ANDRÉ JORGE DE OLIVEIRA

Botocudos (Foto: Wikimedia Commons)BOTOCUDOS (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)

Na época da colonização portuguesa, diversos grupos indígenas que ocupavam as regiões onde hoje se encontram os estados de Minas Gerais e Espírito Santo receberam o nome genérico de “botocudos”, em referência aos botoques que utilizavam para ornamentar o rosto – aqueles grandes discos de madeira que alargavam a boca e as orelhas. Apesar de terem sido muito numerosos naquela época, hoje estão praticamente extintos.

“As versões de apostila dos eventos da colonização humana precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos”

Anna-Sapfo Malaspinas, autora da pesquisa

Um artigo publicado na última quinta-feira (23/10) na revista Current Biology revelou os resultados obtidos a partir de testes genéticos realizados nos crânios de dois índios botocudos, que viveram por volta de 1800. Os pesquisadores não encontraram no DNA nenhum traço de ancestralidade de americanos nativos, mas sim de grupos originários da Polinésia.

“As populações humanas primitivas exploraram extensivamente o planeta”, disse a autora Anna-Sapfo Malaspinas ao site EurekAlert. “As versões de apostila dos eventos da colonização humana – o povoamento das Américas, por exemplo – precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos”, afirmou. A pesquisadora também colaborou com outro artigo publicado na mesma edição do periódico que oferece uma explicação embasada na genética e na arqueologia ao mistério dos genes polinésios dos botocudos do Brasil.

Botocudos descenderiam dos rapanui da Ilha de Páscoa, povo que construiu os moais (Foto: anoldent/flickr/creative commons)BOTOCUDOS DESCENDERIAM DOS RAPANUI DA ILHA DE PÁSCOA, POVO QUE CONSTRUIU OS MOAIS (FOTO: ANOLDENT/FLICKR/CREATIVE COMMONS)

O estudo analisou o DNA de 27 indivíduos do povo nativo da Ilha de Páscoa, os rapanui. As descobertas mostraram que o material genético desta população é 76% polinésio, 8% americano nativo e 16% europeu. Por meio de padrões de mistura de genes, notou-se que entre os anos 1300 e 1500 houve um contato intenso entre os rapanui e os habitantes da América do Sul, há cerca de 19 a 23 gerações. A mistura com os europeus só foi ocorrer séculos mais tarde, por volta de 1850.

Os cientistas acreditam que quem empreendia as viagens de barco eram as pessoas da ilha, pois para eles era garantido que rumando para o leste chegariam ao continente; a missão era muito mais difícil para os americanos, que teriam de encontrar uma porção de terra relativamente pequena no meio do oceano. O trajeto de cerca de 3000 quilômetros poderia levar de duas semanas a dois meses para ser percorrido.

A Ilha de Páscoa está localizada na extremidade leste do triângulo polinésio, formado também pelas ilhas da Nova Zelândia e do Havaí. Evidências arqueológicas indicam que o povoamento do território ocorreu por volta de 1200, quando de 30 a 100 indivíduos da Polinésia chegaram ali em canoas, entre eles homens, mulheres e crianças. Vivendo em uma das localidades mais isoladas do planeta a ser habitada por seres humanos, esta população construiu nos séculos seguintes cerca de 900 moais, as famosas estátuas de pedra, com algumas chegando a pesar 82 toneladas.

Os Reinos Perdidos: Observadores “celestiais” na Selva (4)


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Livro Os Reinos Perdidos, capítulo IV – Observadores “celestiais” na Selva:

Maias. O nome evoca mistério, enigma, aventura. Uma civilização que viveu e desapareceu, embora seu povo tenha permanecido.

Cidades incríveis foram abandonadas intactas, engolidas pela sel­va verde e luxuriante: pirâmides que iam até o céu, tentando tocar os deuses; monumentos elaboradamente esculpidos e de­corados, com sua história estabelecida em hieróglifos artísticos cujo significado, em sua maior parte, perdeu-se com o tempo.

A mística dos maias despertou a imaginação e a curiosidade dos europeus desde o momento em que os espanhóis pisaram pela primeira vez na península de Yucatán e viram os vestígios das cidades perdidas na selva. 

Livro, OS REINOS PERDIDOS (The Lost Realms), da série de livros Crônicas da Terra, número IV, de Zecharia Sitchin

Capítulos anteriores em:

  • Capítulo IV –OBSERVADORES CELESTIAIS“ NA SELVA 

    Era algo inacreditável, mas estava ali: pirâmides com degraus, templos em plataformas, palácios decorados, pilares de pedra esculpida. Enquanto admiravam as intrigantes ruínas, os espanhóis ouviam dos nativos histórias incríveis sobre antigos monarcas, cidades-estado e glórias passadas.

    Um dos mais notórios sacerdotes espanhóis, que escreveu sobre a península do Yucatán e sobre os maias antes e depois da Con­quista, frei Diego de Landa (Relacion de Las Cosas de Yucatán“Relação das Coisas do Yucatán”), narra que “existem em Yucatán muitos edifícios de grande beleza, sendo essa a mais sensacional descoberta nas índias; eles são feitos de pedra e finamente de­corados, embora não tenha sido encontrado um instrumento para tal corte”.

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    Com outros interesses na cabeça, como a procura de riquezas e conversão os nativos ao catolicismo romano, os (ignorantes) espanhóis levaram quase dois séculos para mostrar interesse por aquelas ruínas. Em 1785, uma comissão real inspecionou as recém-descobertas ruínas de Palenque. Felizmente, uma cópia do relatório ilustrado chegou a Londres. Sua publicação acabou por atrair a atenção de um nobre abastado, Lorde Kingsborough, que decidiu decifrar o enigma dos maias. Acreditando fervorosamente que os habi­tantes da América Central descendiam das Dez Tribos Perdidas de Israel, ele passou o resto da vida e gastou toda a sua fortuna na exploração e descrição dos antigos monumentos e inscrições mexicanas. Seu livro, Antiquities of México (“Antiguidades do Mé­xico”, 1830 – 1848), ao lado do Relación de Las Cosas de Yucatánn de frei Landa (mais tarde bispo), constituem valiosas fontes de dados sobre o passado dos maias.

    Porém, quem ficou popularmente conhecido por divulgar a descoberta arqueológica da civilização maia foi o americano de Nova Jersey John L. Stephens. Enviado dos Estados Unidos para a Federação Centro-Americana, ele visitou as terras dos maias com seu amigo Frederick Catherwood, um artista renomado. Os dois livros que Stephens escreveu, e Catherwood ilustrou, Incidents of Travel in Central America, Chiapas e Yucatán (“Incidentes de uma Viagem à América Central, Chiapas e Yucatán”), e Incidents of Travel in Yucatán (“Incidentes de uma Viagem a Yucatán”) despertaram interesse pelo assunto. Causa espanto a precisão do trabalho artístico, quando se comparam os desenhos de Cat­herwood com fotografias dos sítios arqueológicos, porém é triste constatar a extensão da erosão ocorrida desde então.

    Os relatórios são especialmente detalhados em relação aos grandes sítios dePalenque, Uxmal, Chichén Itzá e Copãn (o úl­timo é associado a Stephens, pois para poder investigá-lo sem interferências, ele comprou o local do proprietário por 50 dólares americanos). Ao todo, ele explorou mais de 50 cidades maias. A profusão não apenas estimulava a imaginação, mas também não deixava dúvidas de que a exuberante selva tropical escon­dia não só alguns postos avançados, mas uma civilização in­teira. Grande importância para a compreensão dos fatos foi a data assinalada em alguns monumentos e os hieróglifos es­culpidos, o que possibilitou situar a civilização maia no tempo.

    Maias-área

    Localização das ruínas da civilização Maia na América Central

    Embora a escrita hieroglífica dos maias esteja longe de ser decifrada, os peritos obtiveram sucesso ao comparar as datas inscritas nas pedras com o calendário gregoriano. Com a extensa literatura deixada pelos maias — livros pictóricos feitos com cascas de árvores e laminados com cal, a fim de criar uma base clara para os glifos desenhados com tinta — poderíamos ter reunido maiores informações sobre essa antiga civiliza­ção. Porém, esses livros, às centenas, foram sistematicamente des­truídos pelos sacerdotes católicos, principalmente, pelo bispo Landa, que acabou reunindo tanta informação “pagã” em seus próprios escritos.

    Restaram apenas três (se for autêntico, existe um quarto) có­dices, ou livros pictóricos. As partes mais interessantes, segundo os estudiosos, referem-se à astronomia. Dois outros grandes tra­balhos literários foram preservados, seja porque foram reescritos a partir dos livros pictóricos originais, ou porque foram recons­tituídos, porém, em escrita latina, a partir da tradição oral dos nativos.

    Uma dessas obras é o livro de Chilam Balam, que significa “as profecias” ou “narrações” de Balam, o sacerdote. Muitos nativos em Yucatán possuíam cópias desse livro. Um dos mais bem preservados, depois traduzido, é o Book of Chilam Balam of Chumayel (“O Livro de Chilam Balam de Chumayel”). Balam, ao que parece, era uma espécie de  “Edgar Cayce” * maia. * Um paranormal famoso por suas previsões e mediunidade. O livro contém infor­mações relativas ao passado mítico, a profecias sobre o futuro, ritos e rituais, astrologia e conselhos médicos. A palavra balam significa “jaguar” na língua nativa. Isso causou surpresa entre os estudiosos por não apresentar, aparentemente, relação com profecias.

    reinosperdidos-26abAchamos, no entanto, intrigante o fato de que, no Egito, uma classe de sacerdotes conhecidos como sacerdotes Shem —eles faziam profecias durante certas cerimônias reais, além de recitar fórmulas secretas para “abrir os caminhos”, a fim de que os faraós falecidos pudessem juntar-se aos deuses na Eternidade — usavam peles de leopardo (fig 26a) em suas cerimônias. Foram encontradas representações maias com sacerdotes trajados de forma semelhante (fig. 26b). Como na América não existem leopardos africanos, as peles deviam ser de jaguar, o que poderia explicar o significado “jaguar” de Balam. Mais uma vez, encontramos na América Central a influência ritual egípcia.

    Ficamos mais intrigados, ainda, pela semelhança do nome do profeta maia com o do profeta bíblico Balaam. De acordo com a Bíblia, ele foi preso pelo rei de Moab durante o Êxodo por lançar uma maldição sobre os israelitas, mas que teria acabado por se transformar em previsão favorável. Teria sido coincidência?  O outro livro maia é oPopol Vuh, o “Livro do Conselho”. Ele relata as origens humanas e divinas, além de descrever as ge­nealogias dos reis.

    Sua cosmogonia e tradições da criação são basicamente iguais às dos povos nahuatl, indicando uma fonte comum. Em relação à origem dos maias, o Popol Vuh afirma que seus antepassados vieram “do outro lado do mar”. Landa escre­veu que os nativos “escutaram de seus ancestrais ter sido essa terra ocupada por uma raça de pessoasque veio do Leste, dirigida por deuses, que abriram doze caminhos através do mar”. Tais afirmações estão de acordo com uma lenda maia chamada a Lenda de Votan, relatada por vários cronistas espanhóis, particularmente pelo frei Ramon Ordónez y Aguiar e pelo bispo Nunez de La Vega. Mais tarde, ela foi recolhida de várias fontes pelo abade E. C. Brasseur de Bourbourg (Histoire de nations civilisées du Mexicjue – “História das Nações Civilizadas no México).

    A lenda relata a chegada no Yucatán, por volta de 1000 a.C. segundo os cálculos do cronista, do “primeiro homem a quem Deus mandou para essa região para povoar e dividir a terra que agora é chamada de América”. Seu nome era Votan (significado desconhecido) e seu símbolo, a serpente. “Ele era descendente dos guardiães, da raça de Can. Seu lugar de origem era uma terra chamada Chivim.” Teria feito um total de quatro viagens. A primeira vez que aportou, estabeleceu uma colônia próxima à costa. Depois de algum tempo, avançou para o interior, “construindo no afluente de um grande rio uma cidade que foi o berço dessa civilização”. Chamou a cidade de Nachan,que significa “Lugar das Serpentes”.

    Na segunda visita, fez um reconhecimento da terra recém-encontrada, examinando as zonas subterrâneas e passagens embai­xo da terra. Uma dessas passagens passaria através de uma mon­tanha próxima a Nachan. Quando ele voltou à América pela quarta vez, encontrou discórdia e rivalidade entre seu povo. Dividiu, então, o reino em quatro regiões, estabelecendo uma cidade para ser a capital de cada uma. Palenque é tida como uma dessas cidades; outra parece ter sido próxima à costa do Pacífico, As outras são desconhecidas.

    Nunez de La Vega estava convencido de que o local de onde partira Votan era próximo à Babilônia. Ordónez concluiu que Chivim era a terra dos Hititas, a quem a Bíblia (Gênese 10) chama de filhos de Canaan, primos dos egípcios. Mais recentemente, Zelia Nuttal, escrevendo no Papers of the Peabody Museum, da Universidade de Harvard, ressaltou que a palavra maia para serpente, Can, era similar à Canaan dos hebreus. Se assim for, a lenda maia, contando que Votan era da raça de Can e atribuin­do-lhe como símbolo a serpente, poderia estar usando um jogo de palavras para afirmar que Votan vinha de Canaan. Isso cer­tamente justificaria nossa conjectura sobre Nachan, o “Lugar das Serpentes”, que é virtualmente idêntica à palavra hebraica Na-chash, cujo significado é “serpente”.

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    Tais lendas reforçam a teoria dos estudiosos que consideram a costa do Golfo como o local onde se iniciou a civilização no Yucatán, não apenas dos maias, mas também dos antigos olmecas. Sob esse ponto de vista é preciso levar em consideração um local pouco conhecido dos visitantes, que pertence aos pri­mórdios da cultura maia “entre 2000 e 1000 a.C, se não antes, de acordo com os escavadores da Universidade de Tulane National Geographic Society. Chamada de Dzibilchaltun, está si­tuada próxima à cidade portuária de Progreso, na costa noroeste do Yucatán.

    As ruínas, estendendo-se por uma área de 50 qui­lômetros quadrados, revelam que a cidade foi ocupada desde tempos remotos até a época dos espanhóis. Seus edifícios foram construídos, reconstruídos, reformados e suas pedras ornamen­tadas foram arrastadas pêlos espanhóis para serem utilizadas em construções modernas, próximas e distantes. Além de imen­sos templos e pirâmides, sua característica peculiar é a Grande Estrada Branca, uma pista pavimentada com calcário que se es­tende em linha reta por quase dois quilômetros e meio no eixo leste-oeste da cidade.

    Uma corrente de grandes cidades maias é encontrada ao longo da ponta norte da península de Yucatán. Ostentam nomes co­nhecidos não apenas dos arqueólogos, mas também de milhões de visitantes: Uxmal, Izamal, Mayapan, Chichén Itzá, Tulúm, para mencionar apenas as ruínas mais impressionantes. Cada uma delas desempenhou seu papel na história da civilização maia. Mayapan foi o centro de uma aliança de cidades-estado. Chichén Itzá deveu sua grandeza aos imigrantes toltecas. Cada uma delas poderia ter sido a capital da qual um grande chefe maia do Yucatán, segundo o cronista espanhol Diego Garcia de Palácio, se lançou à conquista dos planaltos do sul e construiu Copán, o centro maia meridional. Garcia afirma que tudo estava escrito num livro que os nativos de Copán mostraram a ele, quando visitou o local.

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    Discordando dessas evidências lendárias e arqueológicas, ou­tra escola de arqueologia acredita que a civilização maia surgiu nos planaltos do sul — atualmente a Guatemala — dali espa­lhando-se para o norte. Estudos da linguagem maia rastrearam suas origens até “uma comunidade proto-maia”, que habitou, tal­vez ao redor de 2600 a.C., a região hoje conhecida como Depar­tamento de Huehuetenango, a noroeste da Guatemala (D. S. Morales, The Maya World – “O Mundo Maia”). Porém, onde e como quer que tenha se desenvolvido a civilização maia, os estudiosos concordam em considerar o segundo milênio a.C. como a fase “Pré-clássica” e o ano 200 d.C como o início do período “Clássico” de maior progresso.

    O reino dos maias, em cerca de 900 d.C., estendia-se desde a costa do Pacífico até o Golfo do México e o Caribe. Durante esses séculos, eles construíram várias cidades, cujas pirâmides, templos, palácios, praças, marcos, esculturas, inscrições, decorações provocam admiração em estudiosos e visitantes por sua profusão, variedade e beleza, sem falar nas proporções e criatividade da arquitetura. Com poucas exceções, as cidades maias eram centros destinados ao cerimonial, cercados por uma população de administradores, artesãos, mercadores, apoiados por uma grande população rural. A esses centros, cada governante adicionava novas estruturas, ou aumentava as anti­gas, construindo edifícios maiores sobre os já existentes, como se colocassem mais uma camada sobre uma cebola.

    Então, cinco séculos antes da chegada dos espanhóis, por ra­zões desconhecidas, os maias abandonaram suas cidades sagra­das e deixaram que a selva as engolisse.

    Palenque, uma das cidades mais recentes dos maias, está si­tuada próxima à fronteira do México com a Guatemala. Ela pode ser alcançada pela cidade moderna de Villahermosa. No século 7 a.C. ela foi o marco oeste da expansão maia. Sua existência é conhecida dos europeus desde 1773, quando suas ruínas — templos e palácios — foram descobertas. A partir de 1920, a rica decoração em gesso e as inscrições hieroglíficas começaram á ser estudadas pelos arqueólogos.

    Ainda assim, o interesse por Palenque só foi despertado depois da descoberta, em 1949 (por Alberto Ruiz Lhuillier), de uma escadaria secreta interna, na pirâmide com degraus chamada “O Templo das Inscrições”. Vários anos de escavações e remoção do solo e do entulho, que escondia a estrutura interna, renderam, ao final, uma descoberta excitante: uma câmara mortuária. Ao final da escadaria em curva, um bloco de pedra triangular escondia uma entrada na parede, ainda guardada pelos esqueletos de guerreiros maias. Atrás havia uma cripta em arcada, decorada com pinturas murais.

    No interior, havia um sarcófago coberto por um bloco de pedra, pesando cerca de cinco toneladas e meia e com 3,65 metros de comprimento. Quando essa tampa foi removida, descobriu-se o esqueleto de um homem alto, ainda adornado com pérolas e jóias de jade. Seu rosto estava coberto por uma máscara de jade em mosaico; um pequeno pendente de jade com a imagem de uma divindade ligava-se às contas de um colar.

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    A descoberta foi considerada sensacional. Até então, nenhuma outra pirâmide ou templo do México havia sido utilizada como tumba. O enigma da tumba e seu ocupante aprofundou-se pela representação gravada na tampa: tratava-se da imagem de um maia descalço sentado sobre um trono flamejante ou cheio de plumas, aparentemente operando dispositivos mecânicos no in­terior de uma câmara elaborada. A Sociedade do Astro­nauta Antigo, e seu patrono, Erich von Daniken, enxergaram nessa representação um astronauta no interior de uma espaçonave direcionada por jatos flamejantes. Eles sugerem que um extraterrestre teria sido enterrado ali.

    Os arqueólogos e estudiosos (os “eruditos”) ridicularizam a idéia. As inscri­ções nas paredes desse edifício mortuário e nas estruturas adja­centes os convenceram de que a pessoa enterrada ali é o líder Pacal Votan (“Escudo”)/ que reinou em Palenque de615 a 683 d.C. Al­guns enxergam na cena uma representação do falecido Pacal sen­do conduzido pelo Dragão do Inferno para o reino dos mortos, considerando o fato de que, no solstício de inverno, o sol se põe exatamente atrás do Templo das Inscrições, o que simbolizaria a partida do rei com o Deus Sol no poente.

    Outros, levando em conta o fato de que a representação é emoldurada por um Me­ridiano Celeste, urna corrente de glifos que representam corpos celestes e as constelações do Zodíaco, encaram a cena como o rei sendo carregado pela Serpente Celestial para o reino dos deu­ses. O objeto em forma de cruz que o falecido encara, évisto como uma “árvore da vida” estilizada, sugerindo que o rei está sendo transportado para a eternidade.

    Na verdade, uma tumba semelhante, conhecida como túmulo 116, foi descoberta na Grande Praça de Tikal, ao pé da maior pirâmide. Enterrado a cerca de seis metros abaixo do chão foi encontrado o esqueleto de um homem alto. Seu corpo estava colocado numa plataforma de alvenaria de pedra, ornado com jóias de jade e cercado (como em Palenque) por pérolas, objetos de jade e de cerâmica. Também foram encontradas representações de pessoas carregadas nas presas de ferozes serpentes (que os estudiosos chamam de Deuses Celestes), que aparecem em mui­tos sítios maias, como o de Chichén Itzá.

    Considerando tudo, os arqueólogos admitem que “não é possível deixar de fazer comparações com as criptas dos faraós egípcios”. “As semelhanças entre a tumba de Pacal e daqueles que reinaram às margens do Nilo são impressionantes”(H. La Fay,The Maia, Chidren of Time – “Os Maias, Filhos do Tempo” — na revista NationalGeographic Magazine). De fato, a cena no sarcófago de Pacal repete a mesma imagem do faraó transportado pela Serpente Alada para a vida eterna entre os deuses que vieram do céu. O faraó, que não era astronauta, tornou-se um com sua morte. Esse, sugerimos, seria o significado da cena esculpida para Pacal.

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    A lápide da tumba de Pacal Votan, claramente um homem pilotando uma espécie de foguete.

    Não se descobriram apenas tumbas nas florestas da América Central. Muitas vezes, colinas cobertas de vegetação tropical abrigavam sob a terra uma pirâmide; grupos de pirâmides eram picos de uma cidade perdida. As escavações na localidade de El Mirador, uma área selvagem, próxima à fronteira do México com a Guatemala, começaram em 1978 e revelaram uma grande ci­dade maia. Ela ocupava cerca de 15 quilômetros quadrados e remontava a 400 a.C. Até então, os defensores do sul como ponto de origem dos maias (de acordo com S. G. Morley, The Ancient Maya – “Os Antigos Maias”) acreditavam que Tikal fosse a sua maior e mais antiga cidade.

    Situada na parte noroeste da pro­víncia guatemalteca de Petén, Tikal ainda eleva suas pirâmides além da copa das árvores. É tão grande que suas fronteiras pa­recem constantemente expandir-se, à medida que novas ruínas são encontradas. Só o centro cerimonial principal cobria mais de 1,5 quilômetro quadrado. O espaço para sua construção não só foi roubado à floresta tropical, como foi fisicamente criado, atra­vés do achatamento de uma cordilheira, laboriosamente terra­plenada. Os barrancos circundantes foram convertidos em reser­vatórios, ligados por uma série de estradas elevadas.

    As pirâmides de Tikal, agrupadas em vários conjuntos, pos­suem linhas belíssimas. Altas e estreitas, são verdadeiros arranha-céus, elevando-se a alturas superiores a 60 metros. Erguen­do-se em degraus íngremes, as pirâmides serviam de suporte para os templos erigidos no topo. Os templos retangulares abri­gavam apenas um par de aposentos estreitos. Estes, por sua, vez eram encimados por sólidas superestruturas decorativas, que aumentavam a altura das pirâmides. O resultado visual dessa arquitetura era suspender o santuário entre a Terra e o Céu, acessível pêlos degraus inclinados, verdadeiro simbolismo da Escadaria para o Céu.

    No interior de cada templo uma série de portais conduzia ao interior, cada um mais elevado do que o anterior. Os lintéis eram feitos de madeiras raras, exoticamente esculpidas. Como regra geral, havia cinco portais exteriores e sete interiores, num total de doze — um simbolismo numérico cujo significado até então, não havia atraído atenção em particular.

    A construção de uma pista de pouso próxima às ruínas de Tikal acelerou sua exploração arqueológica depois de 1950, desenvolvendo-se, desde então, um extenso trabalho de pesquisa, especialmente por equipes do Museu da Universidade da Pensilvânia. Os pesquisadores descobriram que as grandes praças de Tikal serviam como necrópoles, onde eram enterrados governantes e nobres; igualmente, muitas das estruturas menores eram templos funerários, construídos não sobre tumbas, mas próximo a elas, servindo como cenotáfios. Também descobriram 150 mar­cos, blocos de pedra esculpidos, erguidos de forma a ficar com a face voltada para o leste ou para o oeste.

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    As pirâmides de Tikal, agrupadas em vários conjuntos, pos­suem linhas belíssimas. Altas e estreitas, são verdadeiros arranha-céus, elevando-se a alturas superiores a 60 metros.

    Representam, segundo os estudiosos, retratos de reis, ou grandes acontecimentos de suas vidas e de seus reinados. As inscrições hieroglíficas gravadas na superfície da pedra mostram datas precisas, associadas a esses eventos. Davam o nome do rei (por exemplo, “Crânio de Pata de Jaguar, ano de 488″) e identificavam o evento. Os estu­diosos agora têm certeza de que os hieróglifos não eram mera­mente pictóricos ou ideográficos, “mas também escritos foneti­camente em sílabas semelhantes às dos sumérios, babilónios e egípcios” (A. G. Miller, Maya Rulers ofTime – “Os Maias, Senhores do Tempo”). Foi com a ajuda de tais registros que os arqueólogos foram capazes de identificar uma seqüência de quatorze reis em Tikal, desde o ano 317 até 869 d.C. Contudo, é certo que Tikal foi um centro real maia muito antes disso: datações feitas pelo método do isótopo de carbono nos restos de algumas tumbas apontaram 600 a.C.

    Localizada a 240 quilômetros a sudeste de Tikal está Copán, a cidade que Stephens comprou. Situava-se na periferia sudoeste do reino maia, hoje território de Honduras. Embora não apre­sentasse os característicos degraus inclinados de Tikal, era talvez a mais típica das cidades maias em sua disposição. O vasto centro cerimonial ocupava 30 hectares e consistia de pirâmides-templos agrupadas ao redor de várias praças amplas. As pirâ­mides, de bases largas e com uma média de 20 metros de altura, eram peculiares pelas escadarias monumentais decoradas com esculturas elaboradas e inscrições hieroglíficas. As praças eram dotadas de santuários, altares e — o mais importante para os historiadores — monólitos de pedra esculpida, que representa­vam reis e forneciam datas. Revelavam que a pirâmide principal fora terminada no ano de 756 e que Copán alcançou sua hege­monia no século 9, logo após o colapso da civilização maia.

    Porém, à medida que as escavações descobriam novos dados, em locais da Guatemala, de Honduras, de Belize, encontravam-se monumentos e monólitos datados desde 600 a.C., revelando um sistema aperfeiçoado de escrita, que deve ter sido precedido de uma fase de maior desenvolvimento, conforme concordam os especialistas. Copán, como logo veremos, desempenhou um papel especial na vida e na cultura maia. Estudiosos dessa civilização ficaram especialmente impressio­nados pela sua precisão, ingenuidade e diversidade na contagem de tempo, atribuindo o fato à avançada astronomia maia.

    Os maias possuíam, na verdade, três calendários. Entretanto, um deles — o mais significativo, em nossa opinião — não se relacionava com a astronomia. E a chamada “contagem longa”. Localiza uma data, contando o número de dias passados a partir de um determinado dia de referência até o dia do evento registrado no monólito ou monumento. Os especialistas concordam em datar o enigmático “primeiro dia” — uma época e um acontecimento que precederam o surgimento da civili­zação maia — como 13 de agosto de 3113 a.C., segundo o atual calendário católico romano

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    A “contagem longa”, como os outros dois sistemas de contagem de tempo, estava baseada num sistema vigesimal matemático (“ve­zes vinte”) dos maias e, como na antiga Suméria, empregava o conceito de “lugar”, pelo qual 1 na primeira coluna seria 20 na coluna seguinte, depois 400, e assim por diante. O sistema da “contagem longa”, utilizando colunas verticais onde os valores menores eram colocados embaixo, dava nome a esses vários múltiplos e os identificava com glifos. Começando com kinpara l, uinal para 20, e assim por diante, os múltiplos alcançam o glifo alau-tun, que corresponde ao fantástico algarismo de 23.040.000.000 dias — um período de 63.080.082 anos! 

    Porém, como os monumentos deixados nos mostram, os maias retornaram não para a idade dos dinossauros em busca de um determinado dia, e sim para uma data específica, um evento tão importante para eles como ocorreu com a data do nascimento de Cristo para o calendário cristão. Dessa forma, o monólito 29, em Tikal, que ostenta a data mais antiga já encontrada num monumento ali (292 d.C.), teria, pela “contagem longa”, a data de 8.12.14.8.15, usando bolinhas para o numeral 1 e barras para o 5.

    Dividindo-se os 1.243.615 dias pelo número de dias do ano solar (365,25), a data apontada indica que o evento representado ocorreu 3404 anos e 304 dias depois do misterioso “primeiro dia” — 13 de agosto, 3113 a.C. Portanto, segundo a correlação aceita, a data no monólito 29 corresponde ao ano 292 d. C.(3405 – 3113). Alguns estudiosos opinam que os maias começaram a usar a “contagem longa” na era de Baktun 7, o que equivale ao século 4 a.C. Outros, não descartam a possibilidade de um início mais remoto.

    Juntamente com esse calendário contínuo existiam dois calen­dários cíclicos. Um era oHaab, ou ano solar de 365 dias, dividido em 18 meses de 20 dias, mais 5 dias adicionais ao final do ano. O outro era o Tzolkin, ou calendário do Ano Sagrado, no qual os 20 dias básicos eram utilizados 13 vezes, resultando num Ano Sagrado de 260 dias. Os dois calendários cíclicos eram mistu­rados, como se fossem engrenagens, urna impulsionada pela outra, para criar o grande Ciclo Sagrado de 52 anos solares, pois a combinação de 13, 20 e 365 só se repete uma vez em 18.980 dias, o que totaliza 52 anos. Esse ciclo do calendário de 52 anos era considerado sagrado por todos os povos da antiga América Central, que o relacionavam com eventos pas­sados e também futuros — como a expectativa messiânica do retorno de Quetzalcoatl.

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    O complexo de COPAN

    O mais antiga data do Ciclo Sagrado foi encontrada no vale mexicano de Oaxaca e remonta a 500 a.C. Ambos os sistemas de contagem, o contínuo e o Ciclo Sagrado, são muito antigos. Um é histórico, contando a passagem do tempo (dias) de um acontecimento há muito ocorrido, cujo significado e natureza ain­da são um enigma. O outro é cíclico, atrelado a um período de 260 dias. Os especialistas ainda tentam descobrir o que aconteceu no período de 260 dias, para o ciclo ter sido assim estabelecido, se é que algo aconteceu. Alguns acreditam que esse ciclo é puramente matemático: corno cinco ciclos de 52 anos totalizam 260 anos, de alguma forma resolveram ficar com o ciclo mais curto de 260 dias. Porém, essa justificativa apenas transfere a necessidade de explicação para o número 52: por que motivo adotaram o uso de 52?

    Outros sugerem que o período de 260 dias estava relacionado à agricultura, mais precisamente à duração da estação chuvosa, ou dos intervalos de seca. Tendo em vista o interesse dos maias pela astronomia, alguns tentaram relacionar esse ciclo com os movimentos de Marte e Vênus. A explicação, a nosso ver correta, de Zelia Nuttal, apresentada no 22° Congresso de Americanistas (Roma/ 1926), não teve o reconhecimento devido. Ela destacou que a forma mais fácil para os povos do Novo Mundo relacionarem os movimentos do Sol à sua própria localidade seria de­terminar os dias do zênite, quando o Sol passa exatamente sobre uma vertical superior do lugar ao meio-dia. Isso acontece duas vezes por ano, pois o Sol anda para o norte, depois para o sul, passando acima por duas vezes. Os nativos, sugeriu ela, mediam o intervalo entre os dois dias do zênite, e o número resultante, servia de base para o ciclo do calendário.

    Esse intervalo corresponde a meio ano solar no Equador e aumenta à medida que nos afastamos para o norte ou para o sul. Aos 15 graus para o norte, por exemplo, corresponde a 263 dias (de 12 de agosto a 1° de maio seguinte). Esta é a estação chuvosa na região até hoje. Os descendentes dos maias, atualmente, começam seus plantios a 3 de maio (convenientemente festejado, no México, como o dia da Cruz Sagrada). O intervalo delimitado por 260 dias corresponde à latitude de 14° 42′ norte — a latitude de Copán.

    A exatidão da explicação de Nuttal para a forma como foi fixado o ciclo de 260 dias deriva do fato de que Copán era con­siderada a capital maia da astronomia. Além da orientação celeste dos edifícios, alguns monólitos foram encontrados alinhados, de forma a indicar datas-chaves para os calendários. Um monólito (“A”) que apresenta uma data pela “contagem longa” equivalente a um dia no ano de 733 d.C. traz, também, duas outras datas pela “contagem longa”, uma maior em 200 dias, e outra menor em 60 dias (dividindo o ciclo de 260).

    O pesquisador A. Aveni (Skywatchers of Ancient México – “Observadores Celestes do Antigo México”) pre­sume que se tratava de uma tentativa de realinhar a “contagem longa” (que considerava 365,25 dias em um ano) com o calendário cíclico Haab de 365 dias. A necessidade de reajustar ou reformar os calendários pode ter sido o motivo para um conclave de astrônomos ocorrido em Copán em 763 d.C. O evento ficou registrado num monumento sagrado conhecido como Altar Q, no qual aparecem dezesseis astrônomos, alinhados quatro de cada lado. Pode-se notar que um glifo “em forma de gota” à frente dos narizes — como nas representações de Pacal — os identifica como Observadores do Céu. A data esculpida nesse monumento aparece em outras cidades maias, sugerindo que a decisão tomada em Copán foi estendida a todo o reino.

    A reputação dos maias como astrônomos capazes cresceu com a divulgação de vários códices, que contêm secções sobre astro­nomia, tratando de eclipses solares, lunares e do planeta Vênus. Um estudo mais acurado revelou, entretanto, que não se tratava do resultado de observações diretas dos astros, mas de almana­ques com cópias de fontes anteriores, fornecendo dados já re­gistrados com os quais os maias poderiam procurar fenômenos aplicáveis ao ciclo de 260 dias. E. Hadingham (Earty Man and the Cosmos – “O Homem Primitivo e o Cosmos”), afirma que tais almanaques apresentavam “uma curiosa mistura de precisão a longo prazo e imprecisão a curto prazo”.

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    A principal tarefa dos astrônomos locais parece ter sido a de verificar, ou ajustar, o ano sagrado de 260 dias aos dados mais antigos, que lidavam com os movimentos dos corpos celestes. Na verdade, o mais renomado e ainda ativo observatório no Yucatán, o Caracol, em Chichén Itzá, tem frustrado vários pesquisadores que tentaram, em vão, encontrar em sua orientação e abertura pistas para determinar solstícios ou equinócios. Al­gumas dessas pistas, no entanto, parecem estar relacionadas ao ciclo de Tzolkin (260 dias). Voltamos à questão do número 260. Por que essa escollha? Apenas porque parece igualar o número de dias entre os zênites em Copán? Por que não, digamos, o número 300, se um local próximo aos 20 graus norte foi escolhido, como Teotihuacán?

    O número 260 parece ter sido uma escolha arbitrária e deli­berada. A explicação de que resultaria na multiplicação de um número natural, 20 (o número de dedos das mãos e dos pés), por 13 só transfere a pergunta. Por que o 13? A “contagem longa” também contém um número arbitrário, 360: inexplicavelmente ele abandona a progressão vigesimal pura, e depois de kin (1) e uinal (20), introduz o tun (360) ao sistema. O calendário Haab também usa o 360, dividindo esse número em 18 “meses” de 20 dias; depois, arredonda o ano, adicionando 5 “dias ruins” para completar o ciclo solar de 365 dias. Dessa forma, os três calendários usam números não naturais, deliberadamente escolhidos. Demonstraremos que tanto o nú­mero 260 como o 360 chegaram à América Central via Mesopotâmia, passando pelo Egito.

    Estamos todos familiarizados com o número 360: é o número de graus num círculo. Mas poucos sabem que esse número foi encontrado pelos sumérios e deriva da base sexagesimal (base 60) do sistema matemático utilizado por eles, O primeiro calen­dário conhecido foi o Nippur, dos sumérios. Ele foi estabelecido dividindo-se o círculo de 360 em 12 partes. Esse número era considerado sagrado, celestial, determinando os 12 meses do ano, as 12 casas do Zodíaco, os 12 deuses do Olimpo, e assim por diante. O problema da sobra de 5,25 dias por ano foi resolvido por intercalação — a adição de um décimo-terceiro, depois da passagem de um certo número de anos.

    Embora o sistema aritmético egípcio não fosse sexagesimal, eles adotaram o sistema sumérío de 12 x 30 = 360. Porém, inca­pazes de realizar os cálculos complexos envolvidos na interca­lação, simplificaram o assunto arredondando o ano ao adicionar um mês “curto” de cinco dias no final. Esse mesmo sistema foi adotado na América Central. O calendário Haab não era apenas semelhante ao do Egito. Era idêntico. Além do rnais, os povos da América Central possuíam um ritual anual relativo à estrela Sírius e à elevação das águas do Nilo,

    A influência suméria nos calendários dos egípcios e dos povos centro-americanos não se limitava ao número sexagesimal de 360. Vários estudos, notadamente os de B. P. Reko, nas primeiras edições de El México Antiguo (“O Antigo México”) chamam a atenção para um fato: os treze meses do calendário Tzolkin eram, na verdade, um reflexo do sistema de doze meses do calendário sumério, mais o décimo-terceiro mês intercalado, com a diferença de que no Egito (e portanto na América Central) o décimo-terceiro mês encolheu para 5 dias anuais. O termo tun para 360 significa na linguagem maia “celestial”, uma estrela ou planeta na faixa zodiacal. E interessante observar que um “aglomerado de estre­las” — constelação — era chamado de Moolpelos maias, virtual­mente o mesmo termo MUL que os sumérios usavam para “corpo celeste”.

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    O observatório astronômico no Yucatán, o Caracol, em Chichén Itzá.

    A ligação entre o calendário da América Central com o usado no Velho Mundo fica mais clara quando consideramos o número sagrado, 52, ao qual todos os grandes eventos ocorridos no ter­ritório centro-americano foram associados. As muitas tentativas de explicá-lo (como a afirmação de que se trata de 13 x 4) ignoram sua origem mais óbvia: as 52 semanas do calendário do Oriente Médio (mais tarde do calendário europeu). Esse número de se­manas, entretanto, só pode ser obtido se for adotada uma semana de sete dias. Nem sempre foi assim. A origem da semana de 7 dias foi objeto de estudo por quase dois séculos e a melhor teoria é a que deriva das quatro fases da Lua. O certo é que emergiu como decreto divino nos tempos bíblicos, quando Deus mandou que os israelitas durante o Êxodo do Egito observassem o sétimo dia do Sabbath.

    Teria o número 52 sido considerado ciclo sagrado porque era o denominador comum dos calendários centro-americanos, ou teria sido 260 adotado (ao invés de 300, por exemplo) por ser um múltiplo de 52 (52 x 5 = 260)? Embora uma divindade cujo epíteto significava “Sete”, fosse o principal deus sumério, ele era honrado como um local teofânico (por exemplo, Beer-Sheba – “O Poço do Sete”) ou de nomes pessoais(Elisheva – “Meu Deus é Sete”), principalmente na terra de Canaan. O número 7 permeia as histórias da Bíblia, de José a sonhos do faraó e acontecimentos subsequentes no Egito. Como o número 52 deriva do número 7 como base do calendário, demonstraremos que este ciclo, visto como sagrado na América Central, originou-se no Egito.

    Mais especificamente: 52 era um número mágico, associado ao deus egípcio Thoth, o deus da ciência, da escrita, da mate­mática e do calendário. Uma antiga lenda egípcia conhecida como “As Aventuras de Satni-Khamois Comas Múmias”, uma história de magia, mistério e aventura que poderia ser comparada a um moderno filme de açao, emprega a associação do número mágico 52 com Thoth e com os segredos do calendário. Esta lenda aparece num papiro (Cairo 30646), descoberto numa tumba em Tebas, datado do sé­culo 3 a.C. Fragmentos de outros papiros com a mesma lenda também foram encontrados, indicando que era um livro conhe­cido na literatura egípcia, pertencendo ao ciclo de histórias sobre deuses e homens.

    O herói da história, filho de um faraó, “bem instruído em todas as coisas”, estava habituado a vagar pela necrópole de Mênfis, na época a capital, estudando os escritos sagrados nas paredes dos templos e monólitos e pesquisando antigos livros de magia. Com o tempo ele tornou-se “um mágico sem rival na terra do Egito”. Um dia, um homem misterioso lhe falou sobre uma tumba “onde havia um livro escrito pelo deus Thoth com as próprias mãos”, no qual revelava os mistérios da Terra e do Céu, incluindo a divina sabedoria em relação aos “nasceres do Sol e às aparências da Lua e ao movimento dos deuses (planetas) que estão no ciclo do Sol” — os segredos da astronomia e do calendário.

    A tumba era a de Nenoferkheptah, filho de um antigo faraó (segundo os estudiosos, reinou por volta de 1250 a.C.). Quando Satni, conforme o esperado, ficou muito interessado e perguntou a localização da tumba, o velho o avisou de que, apesar de mumificado, Nenoferkheptah não estava morto e poderia atacar qualquer uni que ousasse tirar o livro alojado a seus pés. Sem demonstrar temor, Satni foi procurar a tumba, que não podia ser encontrada pois estava embaixo da terra. Porém, chegando ao local, Satni “recitou uma fórmula sobre ele e uma fresta abriu-se no solo; Satni desceu até o local onde estava o livro”.

    No interior da tumba, Satni viu as múmias de Nenoferkheptah, de sua esposa-irmã e do seu filho. O livro estava realmente junto ao faraó e “emitia uma luz como se o sol brilhasse ali”. Quando Satni deu um passo na direção do livro desejado, a múmia da esposa falou, advertindo-o para não avançar mais. Ela contou, então, a Satni as aventuras de Nenoferkheptah quando ele tentou obter o livro: Thoth o escondera num lugar secreto, no interior de uma caixa de ouro, que estava no interior de uma caixa de prata, que estava no interior de uma série de outras caixas, sendo a última feita de ferro e bronze. Ignorando todos os avisos e superando todos os obstáculos, Nenoferkheptah encontrou o li­vro e apossou-se dele; por isso foi condenado por Thoth a um estado de letargia permanente; embora vivos, tinham sido en­terrados e apesar de mumificados podiam ver, ouvir e falar. Ela avisou a Satni que a maldição de Thoth recairia sobre ele, se tocasse o livro.

    Porém, tendo ido tão longe, Satni estava determinado a apa­nhar o livro. Quando deu outro passo, a múmia de Nenoferkheptah falou. Havia uma maneira de possuir o livro sem incorrer na ira de Thoth, disse ele. Bastava jogar e ganhar o Jogo do Cinquenta e Dois, o número sagrado de Thoth. Satni prontamente concordou. Perdeu o primeiro jogo e de repente estava meio enterrado no chão. Perdeu o jogo seguinte, e o seguinte, afundando cada vez mais. A forma como Satni conseguiu escapar com o livro, as cala­midades que recaíram sobre ele por sua ação e como, finalmente, ele o devolveu ao esconderijo, transformam essa história numa versão antiga do filmeCavaleiros da Arca Perdida.

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    A Serpente Emplumada, Quetzalcoatl.

    A moral da história: nenhum homem, por mais sábio que fosse, poderia aprender os mistérios da Terra, do Sol, da Lua e dos planetas sem permissão divina; sem a autorização de Thoth, o homem não conseguiria ganhar o Jogo do Cinquenta e Dois. E o perderia mesmo se tentasse descobrir os segredos, abrindo as camadas protetoras da Terra de minerais e metais. E nossa convicção de que foi o mesmo Thoth, aliásQuetzalcoatl, quem ofereceu o Calendário do Cinquenta e Dois e toda a sabedoria para os povos da América Central. No Yucatán os maias o chamavam de Kukulcan; na costa do Pacífico, na Guatemala e em El Salvador, ele se chamava Xiuhtecuhtli. Todos os nomes têm o mesmo significado; Serpente Emplu­mada ou Alada.

    A arquitetura, as inscrições, a iconografia e os monumentos das cidades perdidas dos maias permitiram aos estudiosos re­constituir não só a história dos governantes, mas também as alterações dos conceitos religiosos. No início, os templos eram elevados — colocados no alto das pirâmides com degraus para adorar o Deus Serpente — e os céus eram observados para en­contrar a chave dos ciclos celestiais. Mas chegou uma época em que o deus — ou todos os deuses — partiram. Não sendo mais vistos, os fiéis acreditaram que tivessem sido engolidos pelo se­nhor da noite, o jaguar. A imagem do grande deus foi coberta, então, com uma máscara de jaguar, através da qual as serpentes, símbolos terrestres, ainda emergiam.

    Mas Quetzalcoatl não prometera retornar?

    Cheios de fervor, os observadores do céu na selva consultavam almanaques antigos. Os sacerdotes chegaram a elaborar a hipó­tese de que as divindades desaparecidas retornariam se lhes oferecessem corações pulsantes de vítimas humanas. Porém, em alguma data crucial, por volta do século 9 d.C, um acontecimento profetizado deixou de ocorrer. Todos os ciclos se juntaram e nada resultou. Assim, os centros cerimoniais e as cidades dedicadas aos deuses foram abandonados e a selva estendeu seu manto verde por sobre o domínio dos Deuses Serpente.

    Continua…

    O genocídio de índios no sul do Chile, que a história oficial tentou esconder


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    De acordo com o livro, o extermínio da selk’nam foi ordenada pelo maior proprietário de terras Magellan

    Depois de vários anos de pesquisa no Chile e Argentina Patagonia, o historiador espanhol José Luis Alonso Marching publicou “Menendez. Rei da Patagônia”, o texto definitivo sobre o assunto, de acordo com especialistas sobre a verdade da extinção do selk’nam em Tierra del Fuego, que na verdade era uma ordem de José Menéndez, o grande proprietário de terras no sul do Chile, matando cerca de cuja família há dois museus separados em Punta Arenas, que é creditado como o desenvolvimento econômico do região.

    por HECTOR COSSIO ENVIARRECTIFICARIMPRIMIR

    No ano passado, o historiador espanhol José Luis Alonso Marching encontrado na Biblioteca Nacional de texto originais Trinta anos da Espanha na Tierra del Fuego, a expedição missionária salesiana grande naturalista e Alberto de Agostini. Com este livro em suas mãos, o historiador constatou que nas edições atuais do texto, incluindo em 2013, parágrafos e não perder nenhum. Nos textos censurados, o missionário foi implacável: a extinção de Selk’nam pessoas na Patagônia chilena e Argentina não foi obra de sua “gula ignorante”, “guerra tribal” ou um produto de seu “physique miserável” como ditado por muitos anos a história oficial, mas o produto de extermínio e expulsão de um homem, Jose Menendez, o grande proprietário de terras do extremo sul do Chile.

    “Exploradores, fazendeiros e soldados não tinham escrúpulos contra mauser baixar seus índios miseráveis​​, como se fosse bestas ou jogo”, diz um dos parágrafos censurados (De Agostini, 1929: 244).

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    Alberto de Agostini

    Alberto de Agostini com um Selk’nam. Foto: Cortesia Catalunha Editorial

    Esta descoberta, juntamente com outros testemunhos importantes estão contidos no livro Menendez. Rei da Patagônia (Editorial Catalunha), lançado recentemente no Chile e, de acordo com historiadores especializados em Patagonia, como Osvaldo Bayer, seria “o livro definitivo sobre a verdade que ocorreu no sul do Chile e Argentina.”

    livro “Havia duas coisas que me impressionou na pesquisa: o genocídio de um povo inteiro (Selk’nam) no século XX e o destino trágico dos trabalhadores (também massacrado) que trabalham nessas salas”, diz Alonso Marchar, perto do início da conversa com Cultura + City, em que nenhum eufemismos explica a natureza da responsabilidade criminal que também era o avô de Enrique Campos Menéndez, escritor e editor das ordens militares do golpe favorito de Pinochet.


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    CENSURA

    Censura no texto de De Agostini diz Alonso Marchar, foi mais de uma auto-censura que religiosa aplicada aos seus livros depois de a congregação foi pressionado pelo poder de Menendez para mudar a história e encobrir o massacre de mais latifundiário Big sul do Chile, que acumulam uma das maiores fortunas da América Latina, com o comércio de lã.

    “Os primeiros salesianos não negou os assassinatos, o primeiro, como Faganno e De Agostini, eram pessoas que estavam no campo, que construíram missões a partir do zero, e publicados em suas revistas como eles estavam exterminando os índios. Acontece que depois houve uma mudança na historiografia dos Salesianos. Aqueles que vierem depois já estão sujeitos ao poder econômico de Menéndez, em seguida, que a colonização história é reescrita, e afirmam que os índios simplesmente desaparecer sem pecuaristas de intervenção “, diz Alonso.selkman

    A motivação para investigar o papel da Menendez e seus descendentes no Chile nasceu quase por acaso. Um dia, ele conta a passear pelo Museu das Astúrias em Buenos Aires, encontrou um busto de Jose Menendez. Eu nunca ouvi uma palavra dele, embora seja historiador espanhol. Em sua cidade natal, Alonso não encontrou nenhuma rua com seu nome, mas uma escola, fundada no início do século passado, foi a maneira que eles eram os “índios” (como os colonos europeus que vieram para a América conhecida) para dar a volta à sua terra natal fortuna alcançado em suas aventuras.

    “Mais de 350 escolas foram construídas nas Astúrias, nas primeiras décadas do século XX, e entre eles está o de José Menéndez e Miranda que leva seu nome”, disse Alonso, ressaltando, assim, o ponto de uma história marcada por partida Felizmente, crueldade e mentiras.

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    EMPIRE MENÉNDEZ

    Na região de Magallanes, Punta Arenas, especificamente, as mansões da família Menendez são preservadas como museus, percebendo, através de sua fastuosidad- da era de ouro da região de Magalhães.

    O livro explica que Menendez, depois de uma curta estadia em Cuba, chegou ao nosso país em 1868 Pouco recebe milhares de hectares como um benefício do governo chileno para a colonização no sul. A idéia era trazer desenvolvimento econômico para a área e estabelecer reservas indígenas. Naqueles anos, Mauricio Braun, outro imigrante, também recebeu milhares de acres, como Julius Popper na Argentina.

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    Alonso Marching note que, como parte de um grande investimento, as famílias Menendez e Braun são unidas através do casamento de seus filhos, e as terras Popper depois de uma morte bizarra por suposto envenenamento, são atribuídos a Menendez, transformando esta última em o mestre de todos Patagônia Chilena e Argentina através de Tierra del Fuego Explotadora Society.

    Esquiladores ficar em “San Gregorio”. Foto: Cortesia Catalunha Editorial

    O império econômico que veio para acrescentar bancos e transporte, o comércio teve origem a partir de lã de ovelha, que eles venderam para a Inglaterra em troca de libras esterlinas. A inserção das ovelhas na área e conseqüente deslocamento de guanaco, animal que habitou essas áreas, de acordo com o livro é a fonte de um dos maiores massacres de indígenas e tinha poder editorial cheio desses anos para cobrir o genocídio.

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    Assassinato do Selk’nam

    “À medida que começou a se mover fronteira ovelhas porque toda a riqueza das dinastias econômicas foi baseada na pecuária de lã”, diz o historiador, “começou mais terra necessária para terminar de se estabelecer em território selk’nam” .

    Quando instalado na área, a terra é dividida por arame farpado, e guanaco -principal sustento e abrigo do Encurralado onas- olha para lugares mais altos.

    “Uma vez que o guanaco desaparece Selk’nam começam a passar fome. Quando eles percebem a aparência das ovelhas começam a alimentar este animal e entendê-la como algo muito natural, realmente não sei como essas ovelhas apareceram lá, nem sabia que o conceito de propriedade “, explica o historiador.

    Grupo “caçadores de índios” de uma das salas de Tierra del Fuego (Instituto Patagônia)

    Grupo “caçadores de índios” de uma das salas de Tierra del Fuego (Instituto Patagônia). Foto: Cortesia Catalunha Editorial

    “Quando Selk’nam começar a atacar ovelhas, Jose Menendez dá a ordem para matá-los. Eles fazem isso em primeiro lugar, atirando diretamente para exterminá-los, e mulheres e crianças de caça ocorre. A caçada então oferecê-los em lugares públicos “, diz Alonso, que afirma que este é longo, após a exibição do indígena e peças de circo, em que é chamado de” jardins zoológicos humanos “.

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    Alexander Mc Lennan

    A família Menendez, especialmente José Menéndez -remarca o historiador, foram os instigadores do massacre. “José Menéndez começou como um capataz e administrador da sua estadia um escocês chamado Alexander Mc Lennan (O porco vermelho), que foi o maior assassino de indígenas e reconhecido por ele. Ele recebeu ordens diretas de José Menéndez, era seu empregado “.

    O livro argumenta que, para cada índio morto, Menendez paga £ 1, de modo que em fortuna que chegou a ter o escocês pode até calcular o número de índios mortos e, de acordo com as versões de outros historiadores, poderia estimada em várias centenas, se não milhares.

    “Quando se aposentou Mc Lennan, Jose Menendez deu-lhe um relógio caro em gratidão por todos estes serviços”, diz ele.

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    A história oficial

    “Eu consegui contactar-me com um bisneto de Alexander Mc Lennan, que me disse que você não pode fazer o certo para matar índios, mas graças ao que seu avô e Jose Menendez, hoje não índios em Tierra del Fuego e sem problemas. E eles me dizem que em 2014 “, lembra o historiador espanto.

    Por muitos anos a história oficial que foi dito foi destinado para esconder os crimes, que foram ainda celebrados como esporte.

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    Selk’man na missão San Rafael. Foto: Cortesia Catalunha Editorial

    Em 1971, o historiador e descendente do clã, Armando Braun Menéndez, porta-voz fazendeiros, disse que a causa da morte dos índios eram os seus hábitos alimentares. “Foi freqüentemente observado ao lado dos restos de uma baleia, os corpos dos índios, chegou tarde à festa, foram vítimas de sua gula ignorante” (Braun, 1971: 135). Insiste muito sobre o assunto, ele escreve que “era tão miserável que seu corpo físico não poderia suportar o seu próprio tempo.”

    Esta conjectura absurda Alonso explica em seu livro atingiu o etnólogo resposta contundente Jean-Christian Spahni, que disse: “A minha pesquisa em torno dos habitantes têm me mostrado que o genocídio tivesse realmente existido e foram causadas justamente pelos proprietários Estadias em Armando Braun tenta defender “.

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    Enrique Campos Menéndez

    Outro dos herdeiros dos proprietários imobiliários, o escritor favorito de Pinochet, Enrique Campos Menendez, ele mesmo expressar suas dúvidas sobre um possível canibalismo de Selk’nam, emissão, mediante suas palavras, e ninguém sequer ousou mencionar .

    A história oficial de negação do genocídio tenta resolver a questão, outro dos herdeiros, Eduardo Braun Menéndez, Ele vem para vincular contada no livro “, o cientista Alexander Lipschutz (Prêmio Nacional de Ciência 1969) a remoção de qualquer referência à caça indígena, como um prelúdio para publicar seus ensaios na revista Ciência e Investigação, que levou o neto de José Menéndez. “

    A PATAGÔNIA TRÁGICO

    Além do extermínio dos queridos, livro Alonso desempenha outras questões sensíveis na Patagônia, e que tem a ver com a morte de mais de 1.400 trabalhadores chilenos em 1921.

    Estes crimes foram coletados em um livro chamado The Tragic Patagônia, publicado na Argentina em 1928 por José María Borrero. Neste livro, escrito sem rigor científico, houve um relatório em cada página e logo se tornou um mito a desaparecer das livrarias. Um segundo texto, supostamente chamado sangue Orgias e, de acordo com o mito, relatou os assassinatos de 1921, se tornou uma lenda depois de garantir que o manuscrito havia sido roubado e queimado.

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    Operários presos chilenos tomada pelo exército argentino em 1921 greves

    Operários presos chilenos tomada pelo exército argentino em 1921 greves Foto: Cortesia Catalunha Editorial

    Parte desta história foi pego com seriedade científica por Osvaldo Bayer, que publicou Rebelião na Patagônia, em 1972, um livro de não-ficção depoimento que lidou com a luta por sindicalistas trabalhadores revolta na província de Santa Cruz, na Patagônia Argentina, entre 1920 e 1921 Esta história começou como uma greve contra a exploração dos trabalhadores por seus empregadores, então reprimidos pelo exército sob tenente Héctor Benigno Varela, enviada pelo presidente Hipólito Yrigoyen.

    “Eles atiraram centenas de trabalhadores das salas, a maioria dos chilenos, mas também asturianos, argentinos, alemães, italianos. Essas são duas grandes tragédias nesta história, eu acho que essa história não pode vê-lo com um sorriso, porque é uma história trágica, porque desaparecem povos tão brutais que habitaram há milênios esta terra e não há uma repressão selvagem sobre os peões trabalhou em fazendas “, diz Alonso Marchar, cujo livro Bayer reconhece que” após esta recolha de provas, ninguém pode apontar que as críticas que surgiram como os eventos ocorreram ou foram versões exageradas de pura imaginação. “

    “Como pensar historiador é responsabilidade do Estado chileno nestes massacres?

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    “Os operários foram fuzilados pelo Exército argentino, mas a maioria eram chilenos e autoridades chilenas não só não levantou a voz, mas as autoridades argentinas colaborou com o silêncio. Esta Osvaldo Bayer demonstrou muito tempo atrás, quando ele descobriu como se a polícia chilena levando os trabalhadores a Argentina, onde o exército daquele país atiraram neles. É verdade que estes eventos ocorreram há quase um século, mas os Estados devem fazer o reconhecimento. Na Argentina, na área onde ocorreu o tiroteio, cada sede onde havia um centro de detenção existem placas identificadas naquele lugar e naquele quartel matou pessoas. Eu não sei o que tributos autoridades chilenas fizeram estes peões

    Governo Dilma perde com saída de subchefe da Casa Civil


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    Luiz Alberto

    Luiz Alberto dos Santos

    Governo Dilma perde com saída de subchefe da Casa Civil

    “Era uma das poucas pessoas do governo que ousava discordar de propostas que reduzissem direitos dos trabalhadores do setor privado ou fragilizassem a máquina pública”

    Antônio Augusto de Queiroz

    Informado da saída de Luiz Alberto dos Santos do governo, gostaria de deixar o meu testemunho sobre a seriedade, a competência e o espírito público desse servidor exemplar, que conheço desde quando foi assessor da Liderança do PT na Câmara dos Deputados:

    A Presidência da República, com a exoneração do subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil, Luiz Alberto dos Santos, perde um dos principais, senão o principal, quadro técnico das gestões do Partido dos Trabalhadores no governo federal, que, com muita dignidade, serviu ao País no Palácio do Planalto por quase doze anos.

    A presença de Luiz Alberto no Governo, particularmente no estratégico cargo que ocupava, era a garantia de segurança jurídica e técnica e da adoção de princípios republicanos na tomada de decisão, dada sua intransigência com a quebra de quaisquer dos princípios que regem a Administração Pública, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

    Conhecedor da Administração Pública, seus ritos, instituições, processos e normas, Luiz Alberto era uma das poucas pessoas do governo Dilma que ousava discordar de propostas que reduzissem direitos dos trabalhadores do setor privado, ou tendessem à fragilização da máquina pública, como a criação de organizações sociais e fundações de direito privado ou burlassem garantias dos servidores, como o direito à paridade entre ativos e aposentados.

    Talvez por isso tenha tido, desde a saída de José Dirceu do governo, participação menor do que deveria no núcleo estratégico de decisões da Casa Civil e, em consequência, da Presidência da República, já que o cargo que ocupava tem como missão promover a análise das políticas públicas submetidas à decisão do Chefe do Poder Executivo, manifestando-se sobre o mérito, a oportunidade e a compatibilidade das propostas e projetos com as diretrizes governamentais.

    Nesse período, coincidentemente, ganharam espaços importantes no Palácio do Planalto jovens sem vínculo nem experiência anterior na Administração Pública, porém ambiciosos e dispostos a ocupar espaços a qualquer custo, naturalmente de olho em oportunidades como a que teve, por mérito, o ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e ex-ministro da Advocacia-Geral da União, o atual ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antônio Dias Toffoli.

    O ministro Aloizio Mercadante sabe que o titular do cargo de natureza especial de Subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais sempre será um auxiliar fundamental para a promoção da coordenação e interação das ações de governo, tendo como competências proceder a análise e estudos sobre projetos, propostas legislativas ou normativas e temas relativos à políticas públicas em todas as áreas do Governo, além de participar  do acompanhamento e da avaliação de planos e programas governamentais e preparar as Mensagens da Presidente da República encaminhadas anualmente ao Legislativo.

    Luiz Alberto deixa o Executivo como resultado de um processo de desgaste que vinha se acumulando, na medida em que não recebia, desde há algum tempo, um tratamento a altura de suas qualidades pessoais e responsabilidades governamentais, como merecia, e que o papel da Casa Civil na apreciação do mérito e juridicidade das medidas se via reduzido. O governo, e isso não é culpa do ministro Mercadante, tem reduzido a sua capacidade de avaliar criticamente as proposições oriundas dos ministérios e coordenar a ação governamental. A sua saída, portanto, deixará uma lacuna no Governo Dilma quando mais precisa fortalecer a Casa Civil.

    Quem conhece Luiz Alberto sabe de suas qualidades e habilidades profissionais. Seus conhecimentos e reputação ilibada o credencia a ocupar qualquer cargo nos três Poderes da República. Possui excelente formação – é especialista em regulação, políticas públicas e administração pública, advogado, professor,  bacharel em comunicação social e mestre e doutor – tem perfil e poderia exercer, entre outros, os cargos de presidente de Agência Reguladora ou de ministro da Controladoria-Geral da União ou de Advogado-Geral da União, no Poder Executivo; o de ministro do Tribunal de Contas da União, no órgão auxiliar do Poder Legislativo; e, no Poder Judiciário, reúne todas as condições para assumir uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.

    Com a saída do Luiz Alberto dos Santos do Palácio do Planalto ganha o Senado, que poderá receber de volta o consultor legislativo concursado, grande conhecedor da Administração Pública, e perdem: o governo, porque deixará de contar com os serviços de um servidor público no sentido literal do termo, tanto do ponto de vista ético quanto profissional; a sociedade, que não contará mais no Palácio do Planalto com esse servidor exemplar, que sempre foi um defensor de políticas públicas universais, com foco nos menos favorecidos; e o próprio Poder Executivo, porque não disporá mais, na assessoria direta do braço operacional do governo, com esse profissional e formulador de políticas públicas que defende a reconstrução do Aparelho de Estado e, acima de tudo, pratica a meritocracia como condição para o adequado funcionamento da máquina pública. Sobre o substituto ou sucessor, cuja escolha o ministro Mercadante saberá fazer entre os melhores quadros da Administração Pública, opinarei tão logo seja nomeado.

    Profecias dos Indigenas HOPI


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    Este antigo povo da raça vermelha (descendente dos atlantes) continua a praticar a sua cultura tradicional, num graumais elevado que a maioria dos outros nativos americanos.

    A religião dos HOPI é essencialmente pacífica e envolve o respeito por todas as coisas e seres da Natureza, deacordo com os mandamentos de Maasaw, Criador e Protetor do Mundo.

    http://www.welcomehome.org/rainbow/prophecy/hopi1.html

    http://www.hopiland.net/index.php?page=prophecy

    Nos seus ritos religiosos, os Hopi pedem benefícios para todos os povos da Terra.

    Os HOPI são uma nação nativa norte americana dos Estados Unidos da América que vive principalmente na Reserva Hopi no noroeste do Arizona, com 1,5 milhões de acres (6 000 km²), que está rodeada pela reserva Navajo. Alguns Hopi vivem na reserva indígena do Rio Colorado, no oeste do Arizona.

    A aldeia Oraibi , também referida como Old Oraibi, é uma aldeia indígena HOPI na área do município de Navajo County, no estado do Arizona, nos Estados Unidos, na parte nordeste do Estado.

    Conhecido também como Orayvi pelos seus habitantes nativos, e que está localizado na Third Mesa local da Reserva indígena HOPI perto de Kykotsmovi Village. Não há um censo ou estimativas precisas para o total da população atual da aldeia.

    Oraibi foi fundada pouco antes do ano 1100, se tornandouma das mais antigas povoações habitadas continuamente dentro dos Estados Unidos. Os arqueólogos especulam que uma série de secas severas no final do século 13 forçou os peles vermelhas HOPI a abandonarem várias aldeias menores na região e se consolidarem dentro de alguns centros populacionais maiores.

    Como Oraibi foi um desses assentamentos sobreviventes, a sua população cresceu consideravelmente, e se tornou populoso e o mais influente dos assentamentos HOPI.

    (Foto: Old Oraibi)

    Estima-se que em 1890 a aldeia tinha uma população estimada em 905 habitantes, quase a metade dos que havia em 1824, que se estimava viverem em todos os assentamentos dos Hopi na época.

    Oraibi permaneceu desconhecido para exploradores europeus até cerca de 1.540, quando o explorador espanhol Don Pedro de Tovar (que fazia parte da expedição de Coronado ) encontrou a civilização dos HOPI enquanto procurava as lendárias Sete Cidades de Ouro. O contato com os europeus permaneceram (e foram evitados enquanto possível) escassos até 1.629 quando a missão San Francisco estabelecida na aldeia.

    Em 1680, a Revolta Pueblo resultou em diminuição da influência espanhola na área e a cessação da missão dos jesuítas. As tentativas posteriores para restabelecer as missões em aldeias HOPI foram recebidas com repetidas falhas. A primeira (Old Oraibi) missão criada pelos jesuítas ainda hoje é visível como uma ruína.

    Este antigo povo da raça vermelha (descendente dos atlantes) continua a praticar a sua cultura tradicional, num grau mais elevado que a maioria dos outros nativos americanos. A religião dos HOPI é essencialmente pacífica e envolve o respeito por todas as coisas e seres da Natureza, de acordo com os mandamentos de Maasaw, Criador e Protetor do Mundo. Nos seus ritos religiosos, os Hopi pedem benefícios para todos os povos da Terra.

    Possuem uma cosmogonia que em tudo se assemelha a concepções que parecem repetir-se por todo o planeta, fato indicativo de que, de algum modo, toda a Humanidade recebeu as suas tradições de uma mesma fonte, embora as lendas e profecias tenham adquirido ao longo do tempo pequenas diferenças, insignificantes em relação ao todo e que são resultado de peculiaridades locais.

    Os HOPI também acreditam na emergência e extinção cíclica dos Homens, que se renovam em raças cada vez mais evoluídas rumo a uma purificação espiritual que chegará ao termo ideal na Sétima Raça ou Sétimo Mundo (Em tudo muito semelhante à cultura hindu dos Vedas) .

    O fim do mundo segundo a tradição Hopi inclui todo aquele elenco de catástrofes descritas em outras profecias, desastres naturais inevitáveis, considerando esta tradição que o cruzamento entre as órbitas da Terra e de um astro de grandes proporções – seja planeta, asteroide ou cometa (ou uma estrela Anã Marrom, companheira de nosso Sol)  – produzirá evidentemente, grandes alterações noecossistema terrestre.

    Este fim do mundo segundo os Hopi também inclui a ideia de uma punição, de um karma negativo a ser resgatado, prevendo que a chegada de uma estrela azul em nosso sistema solar virá coroar uma seqüência de nefastas ações perpetradas pelos homens: irá acontecer uma guerra e esta será também um confronto entre valores materiais e valores espirituais. Somente os HOPI, ou os Pacíficos (de todos os povos), serão poupados, restarão uns poucos sobreviventes, sementes do Quinto Mundo, o próximo.

    Existe uma rocha saibrosa num penhasco perto de Second Mesa, que pertence à reserva Hopi no Arizona. Neste penhasco está gravada uma imagem do nosso passado, presente e futuro. Este local é mais comumente conhecido como a rocha da profecia Hopi.

    Os sinais gravados na rocha, que falam da profecia dos peles vermelhas da nação Hopi.

    Os sinais que anunciam o grande final já estão a acontecer há algum tempo e são igualmente parecidos com todos aqueles citados em outras profecias, das mais variadas culturas pelo mundo, a grande maioria decorrentes dos aspectos negativos do notável avanço tecnológico alcançado pela Humanidade e conseqüente falta de espiritualidade.

    Os HOPI, assim como outros povos, foram “salvos de um grande dilúvio no passado e estabeleceram um acordo com o Grande Espírito (O Criador) em que nunca mais se separariam dele. Então ele fez um conjunto de sinais deixados em tábuas de pedra sagradas chamadas Tiponi, gravadas na rocha na velha aldeia em Oraibi nas quais inseriu os seus ensinamentos, profecias e avisos.

    A profecia desta rocha descreve dois tipos de caminhos: o caminho daqueles que pensam preferencialmente com a cabeça (intelecto) e o daqueles que pensam mais com o coração (que compreendem a beleza e a sacralidade de toda a vidauniversal).

    A profecia mais persistente e confirmável é uma que foi dada nos tempos antigospelos Anciões Hopi. Esta profecia foi passada através da tradição oral e pela referência às tábuas antigas, escritas na rocha. Os anciões revelaram que haveria nove Sinais antes que surgisse o 5º Mundo.

    Este quinto novo (também coincide com a idéia hindu encontrada nos Vedas) mundo seria um mundo de paz e de abundância – uma Nova Terra. De acordo com Pena Branca, um sábio ancião HOPI do antigo Clã dos Ursos, a profecia se realizaria assim:

    “O Quarto Mundo terminará em breve e o Quinto Mundo então começará. Os anciões sabem disto. Os Sinais no decorrer dos anos foram se realizando e assim são poucos os que restam:”

    “Este é o Primeiro Sinal: Foi-nos dito da vinda dos homens de pele branca, como Pahana, nosso perdido Irmão Branco das Estrelas. Mas estes homens não viverão como Pahana, eles serão homens que tomarão a terra que não é deles e os homens que atacarão os seus inimigos com o trovão (armas de fogo).”

    “Este é o Segundo Sinal: As nossas terras verão a vinda das rodas cheias de vozes. Na sua juventude, o meu pai viu esta profecia realizar-se com os seus olhos – os homens brancos que trouxeram as suas famílias em vagões (os carroções dos colonos) pelas pradarias.”

    “Este é o Terceiro Sinal: Uma estranha besta como um búfalo com grandes e longos chifres assolará a Terra em grande número. Estes Penas Brancas viram com os seus próprios olhos – a vinda do gado de longos (raça Long Horn) chifres dos homens brancos.”

    “Este é o Quarto Sinal: A Terra será atravessada por cobras de aço – os caminhos-de-ferro” (as estradas de ferro e os trens).

    “Este é o Quinto Sinal: A Terra será atravessada por uma rede gigante de fios de aranhas – a energia elétrica e as linhas primeiro dos telégrafos e agora pelas linhas telefônicas”.

    “Este é o Sexto Sinal: A Terra será atravessada por rios de pedra que fazem imagens – auto-estradas com miragens causadas pelo Sol”.

    “Este é o Sétimo Sinal: Vocês ouvirão o mar se transformar em negro e muitas coisas vivas morrerão por causa disto – derramamento de petróleo nos oceanos”.

    “Este é o Oitavo Sinal: Vocês verão muitos jovens da raça branca que usam cabelos longos como a nossa gente. Eles virão e se juntarão às nações tribais, para aprenderem novos modos e sabedoria – os hippies nos anos 60 e 70.”

    “E este é o Nono e Último Sinal: Vocês ouvirão uma residência nos Céusacima da Terra, que cairá com um grande estrondo. Aparecerá como uma Estrela Azul. Logo depois disto, as cerimônias do meu povo cessarão”.

    Saiba mais em: http://thoth3126.com.br/eventos-incriveis-acontecendo-na-antartica/

    O Ancião Pena Branca continua:Estes são os sinais que mostram que a grande destruição está a se aproximar. O mundo balançará para lá e para cá. O homem branco lutará contra outras pessoas em outras terras, com aqueles que possuem a primeira luz da sabedoria. Haverão muitas colunas de fumo e fogo, como Pena Branca viu o homem branco fazer nos desertos, não muito longe daqui. Só os que virão causarão doença e um grande número morrerá. Muitos do meu povo entendem as profecias e estarão seguros. Esses que ficarão e que vão morar nos lugares onde mora o meu povo estarão seguros.

     Uma das profecias HOPI parece estar relacionada as estrelas da Constelação das Plêiades e  profetisa: Quando a Estrela Azul Katchina  fizer sua aparição nos céus, o Quinto Mundo então começara. Este será um dia de purificação”. 

    Então haverá muito para reconstruir. E logo após Pahana ter (significa irmão branco dos céus) desaparecido, retornara e trará com ele o amanhecer do Quinto Mundo. 

    Esta lenda da volta do Pahana parece estar intimamente relacionada com os Aztecas e a história de Quetzalcoatl, (assim como outras lendas da América Central). Ele plantará as sementes da sabedoria nos corações das pessoas. Até mesmo agora as sementes estão a ser plantadas. Isto abrirá o caminho para o aparecimento do Quinto Mundo”.

    A profecia HOPI refere que o aparecimento da Estrela Azul Kachina nos céus iniciará um período de grande purificação, um período em que a Terra será purificada e limpa da negatividade, em preparação para o surgimento do 5º Mundo (“virá quandoSaquasohuh – a estrela azul – Kachina dançar na praça e remover a sua máscara”).

    Podemos dizer que o primeiro caminho é o daqueles que usam mais o hemisfério esquerdo do cérebro, privilegiando o pensamento analítico, enquanto que o segundo caminho é o daqueles que usam mais o hemisfério direito, servindo-se mais do pensamento intuitivo.

    O homem moderno tem pouco (ou nenhum) equilíbrio porque vive numa sociedade em que o hemisfério esquerdo do seu cérebro é o dominante. Atualmente damos mais ênfase ao raciocínio analítico  e menos importância à intuição e aos sentimentos.

    A profecia da rocha mostra um entroncamento no qual todas as pessoas vão ter de fazer uma escolha, ou continuam a pensar apenas com a cabeça ou decidem começara pensar mais com o coração (o quarto Chakra, o Anahata, um centro sentiMENTAL, do amor incondicional pela vida).

    Se escolherem o primeiro caminho, isso irá guiá-las à autodestruição, mas se escolherem pensar com o coração, então gradualmente regressarão ao estilo de vida natural (e pelo respeito à Mãe Terra e a sua natureza) e sobreviverão.

    Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

    Balzac e os rolezinhos


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    Balzac e os rolezinhos

     

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    Lucien de Rubempré, personagem pequeno-burguês de Balzac: um mano do século XIX?

    Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping, desenrolam-se os capítulos contemporâneos da “Comédia Humana”

    Por Fábio Salem Daie

    Há cerca de duzentos anos, mais precisamente entre 1842 e 1848, Honoré de Balzac reunia o conjunto de sua obra para a publicação do ciclo romanesco que ficou conhecido como La Comédie Humaine (A Comédia Humana). Resultado de vinte anos de labuta literária, o empreendimento colossal (com mais de oitenta narrativas, muitas interligadas) registrava um dos grandes traços sociais de seu tempo: o esforço da classe burguesa ascendente em firmar-se como classe dominante, não apenas economicamente, senão culturalmente. Isto porque, se a revolução de 1789 havia soado a badalada final à imemorial supremacia política da aristocracia francesa, o período napoleônico e a Restauração mostrariam que havia ainda “feijão a comer” até a substituição de hábitos e valores há muito consagrados.

    É nesse contexto que se move Lucien Chardon de Rubempré, famosa personagem deIlusões Perdidas. Fruto da união entre um farmacêutico e a filha de uma família nobre decaída, o pobre e provinciano Lucien planeja vencer na vida por meio de seus talentos literários. Sua beleza, juventude e brilho conquistam o coração da Sra. de Bargeton, rica nobre da cidade de Angoulême, responsável por sua ruidosa acolhida no salão da aristocracia provinciana e que carregará consigo o poeta à capital parisiense.

    O rolezinho de Lucien Chardon na Ópera

    Censura

    Uma das passagens mais importantes do romance tem lugar durante a apresentação de Les Danaïdes, ópera de Antonio Salieri (sim, aquele “arquirrival” de Mozart, emAmadeus). É por meio da Sra. de Bargeton que Lucien tem acesso ao camarote da Sra. D’Espard, prima daquela e marquesa influente da alta sociedade de Paris. É ali também, no entanto, em meio aos grandes brasões da França, que o herói vê tolhidos, pela primeira vez, todos os seus esforços para subir na vida. Jogado entre aqueles de uma classe superior à sua, Lucien fornecerá, sem perceber, as pistas de sua origem humilde e de seu nome vulgar (Chardon).

    – Eis o senhor du Châtelet – disse nesse momento Lucien, levantando o dedo para mostrar o camarote da senhora de Sérizy (…). A esse sinal, a senhora de Bargeton mordeu os lábios em sinal de desprezo, pois a marquesa não pôde deixar de escapar um olhar e um sorriso de surpresa, que dizia tão desdenhosamente: ‘De onde saiu esse jovem?’ (…).

    – Como fazem o senhor e a senhora de Rastignac, que todos sabem não dispor de mil escudos de renda, para manter seu filho em Paris? – disse Lucien à senhora de Bargeton (…).

    – É evidente que o senhor veio de Angoulême – respondeu a marquesa bastante ironicamente, sem deixar o seu lornhão.

    Após a ópera, questionada pela prima marquesa se tivera a ousadia de levar o filho de um boticário ao seu camarote, a Sra. de Bargeton se vê obrigada a expiar seus erros, desculpar-se pelo atrevimento e negar três ou dez vezes aquele Cristo vaidoso e belo. Abandonado à própria sorte, Lucien Chardon parte então para o verdadeiro conhecimento de Paris, suas ruas escuras, pensões sujas, figuras miseráveis; bem como seus salões, teatros e galerias vedados à gentalha: tais espaços, somente os burgueses muito ricos ou os artistas muito célebres possuíam a vênia (às vezes não dada) para adentrar.

    O desprezo que a nobreza européia dispensava ao burguês era, também, o desprezo por aquele que desconhecia a etiqueta e as boas maneiras da alta sociedade. A detalhes tão eloqüentes (a ponto de denunciarem Lucien) unia-se um universo que poderia girar entre Vivaldi, Bach e Beethoven; Dante, Racine e Milton; os pensadores políticos ingleses, Hobbes, Locke, Bacon; os filósofos da tradição clássica (Platão e Aristóteles) e os filósofos cristãos (Santo Agostinho, Thomás Aquino); francês e latim; noções de arte, história e geo-política; a destreza no manejo de armas; o sentido de dever com o rei e com os servos da terra.

    Sangue Bom, Vai no Rolezinho do Bem

    Pese a opressão do período feudal e, posteriormente, das monarquias absolutistas europeias, o burguês era encarado como filisteu e ordinário não somente porque escancarava o privilégio como advindo da exploração das camadas mais baixas (fossem camponeses ou operários). Importava o fato de que não dominava o código: a tradição cultural erguida, sepultada e mil vezes refeita através dos séculos, ao longo da ascensão e queda dos impérios. Isto era, em sentido forte, distintivo.

    Zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras”

    Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping center de São Paulo, desenrolam-se aí os capítulos contemporâneos da Comédia Humanabalzaquiana. Os Luciens Chardon de nosso tempo são meninos e meninas que almejam igualmente melhorar de vida, buscando para isso os símbolos de status e os objetos de desejo pelos quais se sentem menos excluídos de um universo (mesquinho) de valores. Se esses objetos são valor em si, também são os espaços de socialização em que o indivíduo se afirma como integrado.

    Todos aqueles elegantes fidalgos usavam luvas magníficas, e ele tinha luvas de policial! Aquele brincava com uma bengala deliciosamente cravejada. Aquele outro usava uma camisa com punhos presos por delicados botões de ouro. Falando a uma senhora, outro torcia uma charmosa gravata (…). Um quarto retirava do bolso de seu colete um relógio liso como uma peça de cem sous (…). Observando essas pequenas bagatelas de que nem suspeitava, o mundo das superficialidades apareceu a Lucien e ele estremeceu pensando que era necessário um enorme capital para chegar ao estado de belo rapaz!

    Última atualização da segregação econômica (e racial) que vigora em São Paulo, a repressão ao rolezinho vem escancarar que, em passeata ou arrastão, pesa mais a condição da pobreza do que a de manifestante ou fora-da-lei. Qualquer reunião é suspeita. Ao morro só se concede descer em grupos no carnaval. Fora de época, o morro não desce: ou corre ou marcha. Por essas a elite, quando decide desembolsar cem reais “apenas para entrar” numa casa noturna, sabe, no fundo, que não se trata “apenas” disto. Trata-se, de fato, de comprar a exclusividade do espaço junto àqueles que partilham do mesmo berço (por menos ornado de outras qualidades que não o puro e bom dinheiro). Em São Paulo e no Rio, pagar para entrar é, também, medida social.

    Lucien via-se separado deste mundo por um abismo, perguntava-se por que meios poderia transpô-lo, pois desejava se assemelhar àquela esbelta e delicada juventude parisiense. Todos esses rapazes saudavam mulheres divinamente vestidas e belas, mulheres pelas quais Lucien se deixaria cortar em pedaços em troca de um único beijo (…).

    La Comédie Humaine completa o ciclo com requintes de histeria. A elite e a classe média escarceam acusações que vão da “falta de modos” a tumulto e vandalismo. Na realidade, a quebra do decoro dos atuais Luciens difere daquela do jovem Chardon. Lucien, à ópera, deixava revelar à aristocracia seu aspecto de impostor, que em vão deseja parecer fidalgo. Lucien adivinhou que tinha ares de quem se vestira pela primeira vez na vida. Os Luciens contemporâneos não pagam esse tributo. Não só derrubam a exclusividade de consumo e de espaços de socialização, mas o fazem sem pedir, criando eles mesmos sua forma de socialização: o (inédito) rolezinho. A classe considerada subalterna inventa para si modalidades de inserção, com capacidade de aglomeração que a classe média apenas conhece em dias de festa.

    Gravrara

    Quem tem motor faz amor / Quem não tem passa mal (MC Daleste)

    Em algum lugar, Jorge Luis Borges explica que a poesia gauchesca – que tanto cantou os feitos do homem do campo na Argentina – é, e só poderia ser, criação de literatos da classe média de Buenos Aires. Isto porque aquilo que os gaúchos reais de fato cantavam ao pé do fogo não era o pampa, o cavalo, o laço: coisas pertencentes ao cotidiano. O gaúchos falavam de coisas a que aspiravam e suas letras, explica Borges, traziam elementos incríveis (causos, personagens…) e algo de tendência reflexiva: um pouco à moda dos repentes e da literatura de cordel nordestinos.

    O funk ostentação canta os desejos do jovem da periferia, e que só à primeira vista se resumem à necessidade de consumo. Embora relacionado sem dúvida ao progressivo acesso ao mercado consumidor, facultado pelo aumento da renda e do crédito nos últimos anos, caberia perguntar: assim como as reflexões gauchescas não aspiravam a ser verdadeira filosofia, seria o consumo do funk ostentação tão pretensiosamente sério?

    Carros de luxo, helicópteros, aviões e até submarinos surgem nas letras, numa sucessão delirante de marcas e objetos caros, cobertos de ouro. Não algum ouro: mas quilos de ouro. Este toque de (talvez não seja equivocado dizer) “exagero” parece indicar algo óbvio, mas pouco notado nas canções: ostentar e possuir são coisas diferentes.

    Se na matriz norte-americana as excentricidades de consumo estão, de fato, à mão derappers milionários, no Brasil tudo parece tomar novas dimensões, próprias à realidade local. Basta ver que boa parte das letras gringas que falam sobre dinheiro vem acompanhada de, por assim dizer, questões práticas: fundos de investimento, transações vantajosas, negócios imobiliários, especulações arriscadas etc. O motivo é simples: os cantores de rap e hip-hop mais bem sucedidos nos Estados Unidos são também empresários, a ponto de, em 2013, a revista Forbes ter organizado as dez melhores dicas de finanças retiradas das letras de hip-hop1. Assim, a posse efetiva de carros luxuosos e iates se expressa, nas letras, pelos problemas que naturalmente assediam este mundo; diríamos, os ossos do ofício.

    Esta constatação, comparativamente, deixa ver o peso que a palavra “ostentação” carrega no contexto brasileiro. O “exagero” presente nas letras aponta, sem querer, para o que há de limite na própria ascensão econômica. Pese o dinheiro conquistado por alguns funkeiros da ostentação, é como se dissesse: “vamos passear de helicóptero, porque trabalhar é de ônibus, mesmo”. Não há contradição. A parte do helicóptero é o sonho, o que resiste de lúdico num contexto em que, se há uísque, faltam ainda educação, saúde e moradia de qualidade.

    Rebeldes

    Talvez isto seja a conexão mais profunda entre os rolezinhos e o funk ostentação. Paquera-se não só pessoas, mas as coisas, sem que isso implique tê-las. É passear antes de possuir, ainda que a posse se mantenha no horizonte. Estar próximo ao universo desejado, dentro dele (nos shoppings), entre um cabedal de objetos que vale mais pelo que tem de possibilidades do que de custo-benefício ou prazo de garantia. Daí a sucessão sem fim de marcas e formas, que atravessam umas as outras, sem fixar-se.

    Contudo, o funk ostentação e os rolezinhos também podem ser, ironicamente, o primeiro tempo da questão social no Brasil em 2014, recuperando, quem sabe, ecos de junho do ano passado. Ainda há o que ver nesse rolê.

     

    Um abraço

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    Os cientistas afirmam que a teoria quântica prova Moves consciência para outro universo em morte


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    Por Steven Bancarz

    Um livro intitulado ” O biocentrismo : Como a vida ea consciência são as chaves para entender a natureza do Universo ” despertou a Internet, porque continha uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre , e ele pode durar para sempre. O autor desta publicação , o cientista Dr. Robert Lanza , que foi eleita a terceira mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível.

    Além do tempo e do espaço

    Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company . Antes que ele foi conhecido por sua extensa pesquisa que tratava com células -tronco , ele também era famoso por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção.

    Mas não há muito tempo , o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva , deu à luz a nova teoria do biocentrismo , que o professor vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida ea consciência são fundamentais para o universo. É a consciência que cria o universo material, e não o contrário.

    Lanza aponta para a estrutura do próprio universo, e que as leis , forças, e as constantes do universo parecem ser afinado para a vida , o que implica inteligência existia antes importa. Ele também afirma que o espaço eo tempo não são objetos ou coisas , mas sim ferramentas de nosso entendimento animal. Lanza diz que carregamos espaço e do tempo em torno de nós “, como tartarugas com conchas. ” O que significa que quando a casca sai (espaço e tempo ) , ainda existe.

    c2bf1-7mindblowingfactsaboutyourbody

    http://youtu.be/zI_F4nOKDSM

    A teoria sugere que a morte de consciência simplesmente não existe. Ele só existe como um pensamento , porque as pessoas se identificam com o seu corpo . Eles acreditam que o corpo vai morrer , mais cedo ou mais tarde , pensando a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência, então a consciência morre quando o corpo morre . Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de cabo recebe sinais de satélite, então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade , a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço . Ele é capaz de estar em qualquer lugar : no corpo humano e no exterior da mesma. Em outras palavras, é não-local , no mesmo sentido que os objetos quânticos são não- local.

    Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente . Em um universo , o corpo pode estar morto. E em outro ela continua a existir , absorvendo consciência que migraram para este universo. Isto significa que uma pessoa morta , enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante ele ou ela que foi habitado , mas desta vez vivo. E assim por diante , infinitamente . É quase como um efeito cósmico vida após a morte boneca russa .o Espírito desprende-se

    Vários mundos

    Este – instilação esperança, mas a teoria extremamente controverso por Lanza tem muitos adeptos inconscientes , e não apenas meros mortais que querem viver para sempre , mas também alguns cientistas de renome. Estes são os físicos e astrofísicos que tendem a concordar com a existência de mundos paralelos e que sugerem a possibilidade de múltiplos universos. Multiverse ( multi- universo ) é um conceito científico chamado , o que eles defendem . Eles acreditam que não existem leis físicas que proibiria a existência de mundos paralelos .

    O primeiro foi um escritor de ficção científica HG Wells que proclamou em 1895 em sua história ” The Door in the Wall” . E depois de 62 anos , essa idéia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett em sua tese de pós-graduação na Universidade de Princeton. Basicamente, postula que , em determinado momento, o universo se divide em inúmeros casos semelhantes . E no momento seguinte , esses universos ” recém-nascidos ” dividir de forma semelhante . Em alguns desses mundos que podem estar presentes: lendo este artigo em um universo, ou assistir TV em outro.

    O fator desencadeante para estes multiplyingworlds é nossas ações, explicou Everett. Se fizermos algumas escolhas , de imediato, um universo se divide em dois , com diferentes versões de resultados.

    Na década de 1980 , Andrei Linde, cientista do Instituto de Física da Lebedev , desenvolveu a teoria de múltiplos universos . Ele agora é um professor da Universidade de Stanford. Linde explicou : Space consiste em muitas esferas de insuflar, que dão origem a esferas semelhantes, e aqueles que , por sua vez , produzem esferas em números ainda maiores , e assim por diante até o infinito. No universo , eles são separados . Eles não estão cientes da existência do outro. Mas eles representam partes de um mesmo universo físico.

    O fato de que o nosso universo não é só é suportado por dados recebidos do telescópio espacial Planck . Usando os dados , os cientistas criaram o mapa mais preciso do fundo de microondas , a chamada radiação cósmica de fundo relíquia , que se manteve desde o início do nosso universo. Eles também descobriram que o universo tem um monte de trevas representado por alguns buracos e lacunas extensas.

    O físico teórico Laura Mersini – Houghton , da Universidade da Carolina do Norte com seus colegas argumentam : as anomalias do fundo de microondas existe devido ao fato de que o nosso universo é influenciado por outros universos existentes nas proximidades. E buracos e falhas são um resultado direto de ataques contra nós por universos vizinhos.

    alma

    Assim, não há abundância de lugares ou outros universos , onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo- biocentrismo . Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação? Segundo o Dr. Stuart Hameroff , uma experiência de quase-morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo. Ao contrário do que contas materialistas da consciência, Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa de consciência que pode, talvez, apelar para a mente científica racional e intuições pessoais.

    Consciência reside , de acordo com Stuart e físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais , que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte, esta informação é liberado de seu corpo, o que significa que a sua consciência vai com ele. Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos , uma teoria que eles batizaram redução objetiva orquestrada ( Orch- OR) .

    Consciência, ou pelo menos proto- consciência é teorizado por eles para ser uma propriedade fundamental do universo , presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. ” Em um desses experiência consciente proto- esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral. “

    Nossas almas estão , de facto, construído a partir da própria estrutura do universo – e pode ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para o proto- consciência que é intrínseca ao tecido do espaço – tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência, que é não- materiais e vai viver após a morte de seu corpo físico ?

    Dr. Hameroff disse à Science Channel de Através do documentário Wormhole : ” Vamos dizer que o coração pára de bater , as paradas de sangue que flui , os microtúbulos perdem seu estado quântico . A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída , não pode ser destruída , ele só distribui e se dissipa com o universo como um todo . ” Robert Lanza gostaria de acrescentar aqui que não só existem no universo , ela existe , talvez, em outro universo.

    JUMPING

    Se o paciente é ressuscitado , ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos eo paciente diz: ” Eu tive uma experiência de quase morte ” ‘

    Ele acrescenta : ” Se eles não reviveu , eo paciente morre, é possível que esta informação quântica pode existir fora do corpo, talvez indefinidamente , como uma alma . “

    Esta conta de consciência quântica explica coisas como experiências de quase-morte , projeção astral , experiências fora do corpo , e até mesmo a reencarnação , sem a necessidade de recorrer a ideologia religiosa . A energia de sua consciência potencialmente é reciclado de volta em um corpo diferente em algum momento, e nesse meio tempo ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade , e, possivelmente, em outro universo .

    Robert Lanza no biocentrismo :

    fontes:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Biocentric_universe

    http://www.news.com.au/news/quantum-scientists-offer-proof-soul-exists/story-fnenjnc3-1226507686757

    http://www.psychologytoday.com/blog/biocentrism/201112/does-the-soul-exist-evidence-says-yes

    Um abraço

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    Humanidade em transe induzido pela midia controlada


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    A HUMANIDADE esta em TRANSE Induzido pela MÍDIA controlada.

    Nunca houve uma pessoa que tenha sofrido lavagem cerebral que acreditasse ou soubesse que ela própria havia sofrido uma lavagem cerebral. O Fato encontra-se na definição da própria palavra. Este é o ponto crucial do problema que o cerne da questão revela. A maioria das pessoas da massa do povo são autômatos respondendo a mídia e aos padrões de sinais sociais e que não tem nenhum controle sobre seu próprio destino (mas imaginam que “são livres” e de que tem LIBERDADE). É o horror imaginado e mostrado pelo filme,  “Invasores de Corpos”.

    “Então não é que os loucos tomaram conta do hospício (a civilização), o fato é que o lugar maldito foi projetado e construído por eles“

    [Nota do Editor: Isto parece ser um pouco incoerente, mas ainda é evocativo da nossa “realidade atual”.]

    http://www.henrymakow.com/psyop_theatre.html  

    Por William Whitten –  

    “Psicologicamente condicionado, o público vai aceitar as etapas de implantação da Nova Ordem Mundial (NWO), como se elas fossem auto evidentes.  H.G. Wells

    “A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática. Aqueles que manipulam este mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder do nosso país.(de fato em todos os países) … Estamos sendo governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos formados, nossas idéias são sugestionadas, em grande parte por homens de que nunca sequer ouviremos falar.

    Este é um resultado lógico do modo em que a nossa sociedade “democrática e livre” é organizada. Um vasto número de seres humanos devem colaborar desta forma se quiserem viver juntos com um bom funcionamento da sociedade. Em quase todos os atos do nosso quotidiano, quer na esfera da política ou dos negócios, em nossa conduta social ou ao nosso pensamento ético, nós somos dominados pelo número relativamente pequeno de pessoas …que criaram e controlam o sistema,  que compreendem (e induzem a seu bel prazer) os processos mentais e padrões sociais das massas. São eles que puxam os fios que controlam a mente pública”.  Trecho Extraído de “Propaganda” de Edward Bernays.

    Nunca houve uma pessoa que tenha sofrido lavagem cerebral que acreditasse ou soubesse que ela própria havia sofrido uma lavagem cerebral. O Fato encontra-se na definição da própria palavra. Este é o ponto crucial do problema que o cerne da questão revela. A maioria das pessoas da massa do povo são autômatos respondendo a mídia e aos padrões de sinais sociais e que não tem nenhum controle sobre seu próprio destino (mas imaginam que “são livres” e de que tem LIBERDADE).

    É o horror imaginado e mostrado pelo filme,  “Invasores de Corpos”.

    Qualquer número de histórias ‘futuristas’ passou pelo terror psicológico principal do filme. A maioria destas histórias foram analogias não de um “futuro”, no entanto, mas uma visão mais profunda do presente de que eles tomaram conhecimento em sua época.  A maior parte da história da humanidade em geral, esteve e esta sob a influência de poderosos sistemas de dominação e controle com base psíquica, assim como a traumatismos físicos (guerras e revoluções).

    Então não é que os loucos tomaram conta do hospício, o fato nesse lugar maldito é que ele foi projetado e construído por eles, pelos loucos. Isso é verdade como uma alegoria à sociedade mais ampla e também literalmente verdadeira quanto a história da psicoterapia e instituições para doentes mentais – um conto de terror em si mesmo. “Médicos loucos” são tão reais como lobotomia e bombas atômicas.  Isso nos leva a uma questão importante:

    O que significa SER bem ajustado em uma sociedade psicótica?

    “Nós estamos agora (como sociedade) afundado tanto em que a reafirmação do óbvio é o primeiro dever dos homens inteligentes” George Orwell

    Em 2008 houve a crise financeira (fabricada e induzida) do colapso do crédito, que foi apresentada e criada com má-fé intencional (e buscando um resultado específico). No ano passado, o desastre do vazamento de petróleo do Golfo do México da British Petroleum-BP. Este ano, o evento na Usina Nuclear de Fukushima, não só parece provável que os dois primeiros eventos foram orquestradas, mas que estão sendo agravados pelos meios e medidas tomadas para controlá-los … como o agravamento das condições no Golfo pelo uso massivo do dispersante COREXIT, e à idiotice aparente e atrapalhada acontecendo no desastre nuclear da Usina de Fukushima Daichii no Japão. Essa é a mesma desculpa também usada para o “atentado” do WTC, as torres gêmeas em New York, de 11/09.

    Tudo isto é o trabalho feito por maníacos (os loucos que projetaram o “hospício”, a nossa civilização atual). E que esses maníacos têm a capacidade de acalmar, conversar e docemente convencer os povos do planeta inteiro para pensarem que é tudo uma questão e obra do acaso, esse fato é uma das grandes maravilhas do mundo. Existe alguma surpresa? Não, há menos que você esteja em coma profundo.

    “O dia da conformidade está aqui para ficar. O Individualismo se foi para nunca mais voltar“. – John D. Rockefeller

    Eu estive lendo e estudando sem parar durante os últimos 48 anos. Estou falando sério sobre a obtenção de uma compreensão sobre estes fatos. Meu padrasto usava uma expressão para me pressionar: ”cresça e encare a “realidade”. Embora eu descobrisse que ele próprio realmente nunca seguisse esse conselho, tomei as suas palavras e guardei-as em meu coração. Desde então eu tenho olhado para essa chamada “realidade”. Ela vem em diferentes aspectos e em vários contextos, e aqueles que veem tudo em termos simplistas, em preto-e-branco são os mesmos que vão junto com a maioria para se darem bem … (e o que realmente significa se dar bem, vocês já pensaram ???)

    Como todos nós que levamos a história a sério, eu acabei rejeitando a “historia pop’’ – que eu vim a cunhar com a expressão “história lollipop”. Este “falso” paradigma que é considerado “real” não esta infundido culturalmente apenas em filmes e na literatura, mas em trabalhos acadêmicos também (e na Ciência, política, relações internacionais, nas religiões, etc).

    Então, eu também cunhei um outro termo chamado de “Academiacs” (acadêmicos maníacos, loucos e que se consideram muito seriamente a si mesmos como inteligentes eruditos) para descrever a mentalidade daqueles que nunca questionam a base sobre a qual eles andam, demorando muito para perceber “algo” e que nunca escavam abaixo da superfície destas questões que dividem os homens em campos dos verdadeiros crentes.

    O Dogma é a raiz de todo mal.

    “Insignificantes segredos só precisam de proteção. Grandes descobertas são protegidas pela incredulidade (e ignorância) pública“. – Marshall McLuhan

    {n.t. “Nós criaremos uma ilusão que será tão grande, tão vasta que vai escapar de sua percepção. Aqueles que perceberem isso, e falarem a respeito, serão tidos como insanos. Estaremos sempre acima do campo relativo da experiência deles, pois nós sabemos os segredos do Absoluto. Vamos centrar a sua atenção para o dinheiro e bens materiais, de modo que muitos nunca se conectem com seu eu interior. Iremos distraí-los com fornicação sexual, prazeres externos e jogos para que eles nunca possam ser unos com a unicidade de tudo. Suas mentes nos pertencerão e eles farão o que dissermos e mandarmos. Usaremos a nossa mídia para controlar o fluxo de informações e o sentimento deles em nosso favor. Quando eles se insurgirem contra nós vamos esmagá-los como insetos, pois eles são menos do que isso”Um excerto do postAnjos Caídos, The Watchers (os Vigilantes)}

    Todos nós, que escolhemos o caminho das coisas através do pensamento racional, invariavelmente, somos acusados de sermos “teóricos da conspiração”. Os insultos são bem conhecidos e bem afiados, “loucos da teoria da conspiração”“paranoicos sonhadores”, e outras variações sobre este tema. Há dezenas de “academiacs eruditos” que são professores de “psicologia” ou da “lei” que tomaram para si a tarefa de explicar por que “nós” (os teóricos da conspiração) somos indivíduos perturbados, enquanto eles próprios ignoram e enterram o fato de que o paradigma do seu próprio sistema de sociedade e/ou “civilização” é psicótico .

    Quem pode negar que um sistema e uma sociedade baseados na existência de intermináveis guerras é ABSOLUTAMENTE insano? Só os conformistas contadores de feijão e os apologistas da área de Inteligência do Complexo Industrial Militar (os que lucram com as guerras). ”Há apenas uma certeza disponível para o homem: Realizar o potencial em si mesmo do “Eu sou”“… Todo o resto é conjectura. É a razoabilidade e a racionalidade das conjecturas que dá peso ao que é a rentabilidade do sistema.

    A Amerika é uma terra “encantada” (assim como o planeta inteiro), praticamente toda a população está em um transe induzido pela magia do controle da comunicação de massa. Eles estão presos na engrenagem da necromancia com tão alta tecnologia, e tão poderosa que transcende tudo que a humanidade tem enfrentado em toda a sua história. É uma massa mental – uma entidade social super psicótica no caminho para o suicídio coletivo em massa. Não parece como se o mundo enlouqueceu, o mundo esta, efetivamente, completamente enlouquecido (n.t. e os mais loucos e paranoicos estão em posição de poder !!).

    “Em tempos de mentiras universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário”. George Orwell

    Tradução e imagens: Thoth3126@gmail.com

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