HÉLIO'S BLOG

Início » 2015 » maio

Arquivo mensal: maio 2015

O Retorno de Inanna: 14 – Tara


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

inana-eva-serpente-maça

“Eu, Inanna, retorno para contar como faz cerca de 500 mil anos, a minha família de Nibiru tomou posse da Terra e alterou o genoma humano com o fim de produzir uma raça de trabalhadores criada para extrair ouro destinado à esgotada atmosfera de Nibiru, nosso planeta e lar original.

Como somos tecnologicamente muito superiores, esta raça de trabalhadores — a espécie humana — nos adorava como a deuses. Aproveitamo-nos deles (de voces) para liberar guerras em meio de nossas disputas familiares intermináveis até que, de um modo estúpido, desatamos sobre a Terra a terrível arma Gandiva (artefatos nucleares), que enviou uma onda de radiação destrutiva por toda a galáxia”

Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com

Capítulo XIV do livro “O Retorno de Inanna (Nibiru). Os deuses ancestrais e a evolução do planeta Terra“, de V.S. Ferguson

“Isto chamou a atenção dos membros da Federação Intergaláctica. E então, por causa de nossas próprias ações irresponsáveis em seu planeta, vimo-nos restringidos pela BARREIRA DE FREQUÊNCIA, imposta pela FEDERAÇÃO, uma prisão de freqüência que congelou a nossa evolução.

Retornem comigo à antiga Suméria, a Babilônia, ao vale do rio Indus e ao Egito. Dentro de meus Templos do Amor, dou a conhecer segredos antigos da união sexual cósmica nibiruana e de meus matrimônios sagrados. Através de meus olhos contemplem a Torre de Babel, o Grande Dilúvio, os Túneis das Serpentes e os cristais em espiral na pirâmide de Gizé.

piramide-vortice-luz-02

Viajem comigo pelo tempo até a Atlântida, a Cachemira e o Pacífico Noroeste dos Estados Unidos à medida que encarno em meu Eu multidimensional para pôr a funcionar os códigos genéticos que estão latentes dentro de sua espécie e para libertar a Terra do controle por freqüências que exerce meu primo, o tirano deus Marduk (Baal, LÚCIFER)“.

Partes anteriores:

  1. http://thoth3126.com.br/o-retorno-de-inanna-nibiru-inanna-fala/

  2. http://thoth3126.com.br/o-retorno-de-inanna-nibiru/

  3. http://thoth3126.com.br/o-retorno-de-inanna-ninhursag-03/


XIV – TARA

O que faz uma garota como eu quando perde tudo? Depois de uma época em que chorando dormia nos braços de minha mãe, comecei a me sentir como uma parva. Aqui estava eu, Inanna, a Rainha do Céu, escondida na casa de meus pais. Quando comecei a me recuperar me senti um pouco coibida e envergonhada.

Pela primeira vez comecei a refletir sobre o significado de minha vida e sobre o que tinha feito. No profundo de minha alma sentia uma angústia e me perguntava se outros deuses também a sentiam. Era algo estranho e novo para mim.

Naga-povo-serpente

Diariamente chamava a meu amigo Matali e conversávamos muito tempo. Matali era considerado como o melhor engenheiro de energia de plasma. Era um físico que podia consertar tudo.

De vez em quando apenas voava na espaçonave de Enki por amizade, mas fazia tempo se desiludiu do modo de vida dos deuses. Matali tinha se casado com Tara e foi viver com sua gente para começar uma nova vida.

Tara era da antiga raça do Povo Serpente, os Nagas, uma raça que viveu na Terra muitos eons antes que minha família chegasse a esse planeta. O Povo Serpente (Nagas) veio de um setor diferente da galáxia, vieram do sistema estelar de Altair, para viver no interior da Terra. Matali sugeriu que fosse com eles ao Reino da Serpente. Ele pensava que a mudança me faria bem, assim vieram me pegar na casa de minha mãe.

Aquila constellation map.svg

Tara e eu tínhamos chegado a ser muito amigas no Vale do rio Indo (em Harappa e Mohenjo Daro), onde ela tinha ensinado às minhas sacerdotisas as artes da dança. Ela tinha aprendido a arte da dança celestial dos Apsarás, os seres dançantes do céu. Tara era uma perita em dança. Por meio de uma concentração intensa ela podia levantar seu magro corpo no ar e executar movimentos celestiais de máxima elegância e graça. Das pontas de seus dedos até os sinos de ouro que cantavam brandamente sobre seus tornozelos, a dança da Tara é uma expressão deliciosa de sentimento.

Eu a amo tanto! A serpente tão desolada pôs seus braços a meu redor e começou a chorar. “Oh, minha querida amiga!”, expressou. Por um momento meu orgulho me impediu de chorar, mas muito em breve comecei a fazê-lo. A beleza da Tara não era somente física, procedia de seu interior. Ela possuía um tranqüilo equilíbrio de ser, uma sabedoria carinhosa. Todo isso a fazia atraente. Não é de estranhar que Matali a amasse profundamente. Ele nos olhava fixamente e de um modo amoroso, enquanto chorávamos uma nos braços de outra, e a espaçonave subia pelos céus procurando um portal do tempo.

draconiano1

O Reino do Povo Serpente era na verdade extenso. Dentro da Terra existem muitas cidades que resplandecem cada uma com torres de alabastro branco. O ar é fresco e é regulado por sistemas sofisticados cujas fontes de energia estão nos pólos da Terra. Há pomares e campos de cultivo que produzem mantimentos em abundância para sua gente. O Povo Serpente possui uma grande variedade de corpos: uns são humanos, outros metade serpente ou réptil.

Podem ver na escuridão e, com suas habilidades telepáticas, podem ter acesso às mentes de um grupo, se assim o desejarem. Eles possuem a capacidade do mimetismo, e são capazes de (e assim o fazem) andar em nossas ruas adotando a aparência humana de uma pessoa comum da superfície.

À medida que os dias passavam no Reino da Serpente, eu não deixava de fazer perguntas a Tara; rogava-lhe que me entregasse seus segredos. O que dava a ela essa integridade e essa beleza? Como podia eu obter esse estado mágico? Tara me contou muitas coisas, de como sua gente tinha vindo a este planeta fazia muito tempo para construir suas cidades e túneis subterrâneos. Contou-me que entre eles somente havia uma pessoa que sabia tudo, e que se chamava A Sábia, a Velha e Ancestral Mulher Serpente.

Implorei-lhe que me levasse a ela. Fizeram-se acertos para que Tara, Matali e eu viajássemos juntos à morada da Velha Mulher Serpente. Seu nome é impronunciável em seu idioma atual; é um som que transmite amor. Dos ombros para baixo é mulher, mas dos ombros para acima tem a cabeça de serpente. Emana uma energia que eu nunca havia sentido antes e que não a tornei a sentir após.

Não é nem jovem nem velha e quando você trata de olhá-la fixamente se transforma continuamente ante seus olhos. Em um momento é beleza deliciosa, no seguinte um demônio furioso. Não obstante, a gente nunca sente medo em sua presença. É como se ela encarnasse tudo o que é, e isso está muito bem.

reptiliano-alien-vermelho

Quando me sentei frente a ela, fez um gesto indicando que sabia o que eu queria. Sabia quem eu erae tudo o que tinha feito. Parecia me conhecer inclusive além de minha vida como Inanna. Era como se sempre nos tivéssemos conhecido; como se de algum modo eu sempre tivesse estado em sua mente. Olhava-me com uma curiosidade familiar e compaixão. Não mostrou nenhum desejo de me controlar ou de me manipular. Encontrou prazer em minhas aventuras, em meu deleite e irradiava seu amor incondicional.

Pouco a pouco tudo o que nos rodeava se convertia em uma luz dourada intermitente, o tempo começou a derreter-se e senti que as dimensões convergiam. Em minha mente vi que a Terra tinha existido durante eons. Neste lugar da galáxia tinham existido três esferas e esta Terra atual era a terceira. Ao final de cada ciclo a esfera tinha sido destruída e em seu lugar se criou um novo planeta.

Tive uma visão do que foi a primeira Terra. Esta época mais sutil e mais amável que a da colônia nibiruense. Havia um grande amor no planeta e o seres que existiam estavam dedicados a retornar ao Primeiro Criador.

Nesse tempo vi, um dia, muitas ladeiras com grupos de pessoas, todos vestidos de branco sentados sobre as costas do mar. No topo de uma ladeira havia um pavilhão de mármore com colunas altas e debaixo destas havia doze casais em uma fileira em forma de meia lua. Começaram a cantar: “Illiii… OHhhh… AHhhh…”. Repetidas vezes estes tons fluíam pelas ladeiras até que tudo vibrava em som. Havia uma multidão de entidades com rostos brilhantes que entoavam as mesmas freqüências e, à medida que a energia incrementava, os seres começavam a converter-se em luz.

ereshkigal-inanna-povo-serpente

A princípio a luz somente rodeava seus corpos, mas logo seus corpos eram luz. Cada homem, mulher e menino sobre essas ladeiras se converteu em uma luz. À medida que suas freqüências continuavam pulsando e ascendendo, o som se convertia em uma espiral. Estas energias que se formavam atraíram para a luz em espiral anjos e outros seres elevados. Finalmente o Primeiro Criador aspirou essa espiral enquanto o prazer resplandecia através de todo o universo.

Em nosso estado de êxtase e prazer sublime, tínhamos presenciado uma ascensão em massa. Vida que alegremente retornava a sua fonte: o Primeiro Criador. De algum modo Tara, Matali e eu estávamos nesse pavilhão de mármore e, não obstante, estávamos ainda em presença da Velha Mulher Serpente. Era como se não existisse a separação dos eons, como se estivéssemos simultaneamente em ambos os tempos e lugares. Por nossos rostos corriam lágrimas de felicidade.

Em nossos corações agradecemos à Velha Mulher Serpente e nos despedimos dela. Nossos corpos estavam carregados de força elétrica, e foi suficiente por aquele dia.

De retorno para o reino dos deuses, Marduk estava conspirando e planejando. Nergal não se deu por vencido e estava formando alianças com os enlilitas, os inimigos de seu pai Enki. A animosidade entre os filhos de Enki e Enlil se concentrou na atmosfera da Terra. Das profundidades do Reino Serpente observávamos como os deuses se aproximavam cada vez mais da sua própria destruição.

Continua …

Cosmogênese ou Cosmologia


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

 Caminho Sagrado Feminino: Praticas e Programas da Sabedoria Sagrada Feminina

O Processo de Manifestação e Evolução

 Cosmogênese ou Cosmologia (Parte I)

Toda a base para o Yoga e para a Medicina indiana – Ayurveda está no conceito de evolução do universo. Segundo o sistema Samkhya (deriva de Sat – verdade e krhya – saber), um dos seis sistemas filosóficos; ou melhor, de Sabedoria da Índia existe em princípio, um estreito e harmônico relacionamento entre os seres e o universo. A fonte de toda a existência é a Consciência Cósmica, como unidade que se manifesta como aspectos opostos, complementares em energia masculina e feminina, nomeados de Shiva e Shakti ou Purusha e Prakrit.

Para essa Sabedoria, o universo é um organismo vivo e dinâmico constituído de uma energia cósmica primordial, da qual derivam por condensação e diferenciação, todas as coisas existentes.

Atendimento Terapêutico: Shakti Chikitsa (presencial e online)

A Origem de Tudo é chamado de Parabhraman, o Absoluto, o Não-Ser, a Essência Uma. O fundamento do Ser. A seidade. Pode ser Vazio e Plenitude. Parabrahman significa além ou superior a Bramhmã, o supremo infinito, realidade sem atributos, princípio definitivo, universal, puro, irredutível, inominado, imanifesto, a causa sem causa. Também designado como Parama-Shiva – Realidade Definitiva, Absoluta, ‘Oceano sem praias’, a Ideação  a Substância pré-cósmica. A  ‘Substância’ primordial infinita (Asat)- Metaprincípio – Attatva”, a identidade de tudo o que possa existir, sujeitos e objetos, mas é totalmente impessoal. É eterno, onipresente, onisciente, imutável. É a única realidade absoluta, o não-manifestado Parama-Shiva é o Um que pode torna-se Muitos. É a vibração criativa insondável, vibração onipresente a base para as vibrações distintas que compõe os inúmeros objetos sutis e materiais. Está constituída de prakasha (luminosidade- é a Luz das Luzes, a fonte de tudo) e de vimarsha (exame, tocar – é a luz refletida, a natureza auto-refletida do ser, cria o cosmo multidimensional no qual a luz suprema se manifesta como luzes menores – objetos). É importante observar que Parabrahmã só pode ser entendido como um Princípio, como uma Lei e jamais, portanto, como um Ser.

Encontros do CÍRCULO de CONFRATERNIDADE SAGRADA FEMININA (gratuito)

O Não-Ser (Parabhraman) possui em si Mulaprakrit, a substância não manifestada, indiferenciada, “caótica”, a Raiz Pré-Cósmica – é a Raiz da Natureza ou matéria, é o aspecto do Absoluto que serve como substrato a todos os planos objetivos da Natureza. É a energia latente em Parabhraman. É a matéria cósmica ainda não animada; em potência. A Substância é como uma semente, o potencial de vir a seralguma coisa. Como Substância ela possui atributos:  Espaço Absoluto (abstrato) ou Infinito e  Tempo absoluto, eternidade, duração ou ausência de tempo; Movimento absoluto, que para nós é a imobilidade perfeita; Energia latente ou potencial.

Parabraman é a realidade incondicionada e absoluta e Mulaprakrit uma espécie de véu corrido sobre ela. De Mulaprakrit é que vem Prakrit (Natureza – matéria) é o aspecto primordial feminino do Absoluto. Prakrit é projeção, é fenômeno de Mulaprakrit. É o princípio mais abstrato divino feminino.

A Substância Primordial não é uma substância como uma substância substância sólida, é  uma abstração filosófica, tal denominação deriva da palavra SUBSTARE (SUB + STARE) significando  ‘estar sob’ ou  ‘estar na raiz de’. Substância Primordial é aquilo que está na raiz do Universo: é a CAUSA SEM CAUSA DO UNIVERSO, donde tudo surgiu e para onde tudo se recolherá. O Absoluto “transforma” Aquilo Que Não É em Aquilo Que É – SUBSTÂNCIA PRIMORDIAL; AQUILO; TAT; AIN-SUPH; UNO; TODO; A DIVINA ESSÊNCIA DESCONHECIDA, etc…

O Absoluto é Onisciente, Onipotente, Onipresente porque possui todos os poderes: Consciência auto-reveladora (cit), Bem-aventurança (ananda), Vontade ilimitada (icchã), Conhecimento Total (jnana) e Dinamismo universal (kriya). Essa Realidade Absoluta contém em si mesmo dois aspectos ou princípios complementares: o aspecto masculino ou Consciência dessa Realidade, chamado de Shiva, a Consciência sem objeto, puro sujeito e o outro, o princípio feminino, criatividade ou poder pro-criativo ou Energia – Poder de Realidade ou Realização (da Consciência), chamado de Shakti. Shakti é o princípio de energia, é o poder de Shiva, é a energia vibratória definitiva, a manifestação do poder de Bem-aventurança. Porém pode obscurecer a Consciência por ser a semente que divide sujeito e objeto e desencadeia o processo de manifestação progressiva.

Assim, a Realidade Única tem em si a consciência no ‘Eu’ (aham) e ‘Isso’(idam); sujeito e objeto, aspectos subjetivos e objetivos da existência, porém inseparáveis, indistinguíveis.

PARABRAHMÂ é o SOL OCULTO, é o LOGOS ÚNICO; SURYA. O Sol Oculto não é um Sol como o nosso Sol Visível, ou seja não é uma estrela ou astro que vemos. O SOL VISÍVEL é um conglomerado de energias eletromagnéticas provindas de um ‘SOL’, que é alimentado pelo SOL OCULTO , um “coração cósmico”, cujo pulsar impele Ondas de Vida (energia/matéria) para os sistemas de evolução [sístole cósmica], para depois recolher e precipitar tudo e todos no seio da Substância Primordial [diástole cósmica]. SOL OCULTO é o Eterno transformador da Substância Primordial ou Divina Essência Desconhecida em Substância Manifestada. O Logos único tem TRES Naturezas ou potencialidades (aspectos ou faces): 1º, 2º e 3º Logos ou Tronos.

A manifestação cíclica da Substância Primordial, canalizada pelo Sol Oculto, se dá de maneira tríplice, expressa pelos Três aspectos (naturezas ou potencialidades) diferentes do Logos Único, que são coexistentes e coeternos. São “expressões das gradações” das emanações provenientes do Logos Único ou Sol Oculto. Este Logos, o UNO, a Divindade Única, o Absoluto se faz TRINO, segue se dividindo em SETE, e por projeções setenárias sucessivas se desdobra até chegar à humanidade comum. O UNO se fraciona em miríades de pequenas partículas, pequenas centelhas divinas, denominadas MÔNADAS. Durante o processo in-evolutivo da manifestação, a Mônada (ver) refletida como Tríade Espiritual, o Âtmâ-Buddhi-Manas, o Homem Celeste, a triatômica semente da consciência, começa a despertar em resposta às vibrações Logóicas, apresentando tênues pulsações interiores que a preparam para a posterior atividade ‘externa’.

De Parabraman, Absoluto, o não manifesto, o Logos Único procede a Unidade ou 1º Logos, o impessoal, também não-manifestado, precursor do manifestado. O 1ª TRONO ou LOGOS é o MUNDO DAS CAUSAS. Onde se dá a Ideação (formação de idéia / concepção mental) do Eterno Absoluto (o UNO). É o aspecto PAI, no simbolismo das Trindades, porém não há polaridade ativa, mas apenas a Polaridade Germinal ou Primordial. Este aspecto atua como VONTADE (responsável pela ‘descida’ das Mônadas). É Plano do Espírito, o plano onde as 3 Forças ‘Espirituais’; Fohat, Prana e Kundalini estão em equilíbrio e latência.

É daí que surge o Sadakhya – Aquele que é chamado Ser (Sat) – ou Sada-Shiva (Sempre Benevolente) é Vontade Transcendental (ainda experimentado como Iccha) que reconhece e afirma o ‘Eu’, e o “isto” porém enfatizando o aspecto subjetivo desse ‘Eu’ e não objetivo.

O 1º Logos é o ponto de origem do 2º Logos ou trono, que é o grande plano do ”Espírito” Cósmico surge efetivamente como polaridade, mas, apesar de existir, só será ativa no 3ª Logos/Trono. É o MUNDO DAS LEIS, onde se dá a Plasmação (dar forma / modelar) das idéias geradas na etapa anterior. É chamado de Plano da Mãe Universal ou Divina.

Neste Logos, o ‘Eu’, o “Criador” (Ishvara) ou, melhor como Eshwari, princípio criador feminino, a Mãe ou poder dos ‘Criadores’, inicia sua realização, isto é, enfatiza-se o lado objetivo do ‘Eu’, iniciando então o estágio de ‘evolução’ cósmica (ou melhor; involução – manifestação). Nesta ‘esfera’ Ainda existe um equilíbrio entre subjetivo e objetivo, mas já são distinguíveis, é o estágio Sad-Vidya (Conhecimento do Ser, ou poder de Conhecimento do Ser) ou Shuddha-Vidya (Conhecimento Puro ou Poder de Conhecimento Puro). É ainda um estado de equilíbrio entre subjetivo e objetivo, mas distinguíveis claramente no Ser. Iswara significa “Senhor(a)”, o “Espírito Divino no Homem”. É o Senhor, ou melhor Senhora dos Deuses, é Eshwari, porque é o princípio divino ativo e como manifestação, Iswara é ‘ser’ de ‘atributos’ femininos. É onipotente e está além do tempo. Aqui oculta-se uma grande Sabedoria.

Daí em diante, entramos nos princípios limitantes, pois o Ser inicia a percepção da separação do sujeito e do objeto, e por isso, vê a existência como algo impuro e limitante, ou seja, ele se cobre com os (cinco) véus (coberturas-kancukas) da ignorância, da ilusão ou limitação (Maya), gerando o próprio sofrimento.

Maya é o poder cósmico (envolvido por Iswara ou Ehwari) que possibilita qualquer existência, a potência  que cria e manifesta todas as formas e também a percepção dela. É tudo o que é mutável, que se difere, é o universo objetivo, aquilo que tem princípio e fim e sempre sofre transformações.

Kancukas são as chamadas cinco ‘coberturas de maya (aquele que mensura)’. São como couraças que impedem a percepção da verdadeira realidade:

Kalã (Kalaa) Parte: princípio que faz a criação da consciência limitada e causa impermanência e eficácia limitada, impotência – limitação da onipotência.

Vidya – conhecimento (onisciência reduzida da consciência, causando conhecimento finito), limitação da onisciência

Raga- ligação (inteireza rompida da consciência que causa desejo por experiências parciais), apego, limitação da plenitude

Kãla  (Kaala)-  tempo (eternidade da consciência reduzida a existência temporal – passado, presente e futuro), limitação da realização

Niyati – necessidade (rompimento da independência e impregnação da consciência, causando a limitação da causa, espaço e forma) – causa as carências, destino- limitação da consciência.

Maya dá origem então as polaridades, pois para que haja manifestação precisa haver polarização. A neutralidade absoluta não gera movimento, sem o qual não há evolução. Assim Maya origina o sujeito pré-consciente (Purusha: ‘Espírito – Átomo – Mônada’- Aspecto essencial masculino), ou self coletivo, ‘aquele’ (a pré-consciência) que vivencia (ou possibilita a vivência), percebe a experiência (ou que deve perceber, pois aqui é ainda como um projeto ou melhor, um ‘propósito’ de consciência pois, nesta etapa do processo de manifestação, tudo ainda é energia). A experiência é a realidade objetiva ou a realidade plenamente objetivada: a natureza, a matéria (a energia manifestada – objeto), a Prakrit. Maya também origina, mas é também a sua própria emanação; Prakrit, a Nutriz – a Alma Cósmica – o aspecto essencial feminino; energia, força, poder que anima Purusha. Prakrit é o reflexo de Purusha (a Alma é o reflexo do Espírito. O Espírito que se reflete na Matéria/Energia manifestada). Aqui (nesta etapa do processo que ainda está ‘involuindo’ pois densificando e limitando) a Alma é energia, mas é também pré-consciência, a base, o veículo (não físico ainda) da consciência que se manifesta. Até Purusha (de cima para baixo ou do superior para o inferior – do imanifestado para o manifestado ou vive e versa) desdobra-se tudo o que é do aspecto subjetivo da existência.  Em oposição, até Prakriti (a Matéria, substância primordial), que é o aspecto dinâmico, desdobra-se tudo o que é do aspecto objetivo da existência. Prakrit é a Causa de toda a manifestação e este, o mundo ‘ denso’ é o seu efeito. Purusha é o inconsciente ou consciência pura que chega, através de Prakrit à supraconsciência, tornando o inconsciente consciente. Podemos ver isso também na multiplicidade: Purushas são os estados de consciência cósmica manifestados e Prakriti os substratos de manifestação, as formas de que se revestem essas consciências para poderem conhecer. A ‘evolução’ é o processo que transforma a vida –energia em vida-consciência. Leva o ‘grau’ de consciência dos Arquétipos, Mônadas ou Aspectos do Absoluto (que são inconscientes no plano manifestado).

Na Doutrina Secreta, diz H. P. B: “A Mônada é uma gota d’água tirada do Oceano sem margens que está do plano da diferenciação primordial ou mais correto neste plano. Ela é divina em seu estado superior e humana em seu estado inferior. Do mesmo modo que o Logos reflete o Universo no Mental Divino e que o Universo Manifestado se reflete em cada uma de suas Mônadas, do mesmo modo a Mônada deve durante o ciclo de suas reencarnações, refletir-se em cada forma-mãe de cada reino. Os cabalistas se exprimem corretamente, pois, quando dizem que “o Homem é uma pedra, uma planta, um animal, um homem, um espírito e finalmente um Deus”.

Neste Segundo Logos ou Trono é também onde se dá a divisão em 2 centros cósmicos que se desdobram no pólo positivo Purusha– Pai, Prakriti – Mãe. Purusha pode ser definido como Espírito é uma força impulsiva que impele a busca do não-realizado. Este logos atua como VONTADE ou Propósito Superior. São os estados de consciência cósmica, princípio espiritual ou consciência superior. É a essência, sem forma, existência pura. É a energia, princípio metafísico da existência e da manifestação, o princípio criador ativo e masculino. E consciente, apenas espectador, observador das “operações de Prakrit”, por isso é imutável, inativo, não possui qualidades, porém, todas as “criações” de Prakriti tem como finalidade real de enriquecer o Espírito (Purusha) de experiências para se auto conhecer e assim, se libertar.. É o “Não é nem isso nem aquilo”, mas pode-se dizer que é o Espírito da vida, a Consciência da Vida. É alimentado pelo fogo cósmico, luz, Fohat. Neste sentido Purusha é Mônada (deriv. grego) que significa Unidade, Um, mas também funciona como dois, como Díade Atmã e Budhi, a manifestação “imortal” da consciência ou como Tríade unificada: Atmã, Budhi e Manas ou a. É o Eu que encarna ou se manifesta em todos os planos e reinos. Tem em sua essência todos os atributos e poderes divinos; é a causa primeira da manifestação. A palavra Purusha também pode significar Homem, igual a Iswara, o Homem celeste, o princípio masculino o Espírito individual de cada ser e o Deus supremo do universo, o Criador. Prakrit é a origem da matéria é onde residem as experiências dos Universos já realizados. Espírito é como a ‘Concavidade do Subjetivismo Absoluto e a Matéria como Concavidade do Concretismo Absoluto’. É a Natureza ou Mundo material (mater = mãe), a matéria primordial, elementar. É a causa, a criadora de todas as coisas. São os substratos de manifestação, as formas de que se revestem essas consciências. Está em oposição a Purusha, é feminina, sendo a substância original, o princípio feminino. É a natureza material, o princípio criativo ou força de criação, de ação material. A matéria que constitui os planos cósmicos inferiores. É alimentado por Kundalini, fogo cósmico antagônico a Fohat, latente no fundo da matéria. Os dois pólos são os dois princípios fundamentais da existência, que unidos produzem todas as coisas: Purusha e Prakrit, que são qualidades diferenciadas da matéria primordial Mulaprakrit. De Mulaprakrit é que vem Prakrit. Prakrit é projeção, é fenômeno de Mulaprakrit. Prakrit possui três modos de ser, permitindo a manifestação trina chamada de Guna (qualidades da matéria: Satwa: luminosidade e inteligência, Rajas: energia motriz e atividade mental, Tamas: inércia e obscuridade psíquica). As três gunas aparecem juntas em todos os fenômenos físicos e psíquicos, porém em proporções diferentes. Necessitam uma da outra para evoluir e estão indissoluvelmente ligadas. Espírito (Consciência) e Matéria são aspectos de Parabraman. A única diferença entre a Natureza (Prakrit) e a Realidade Absoluta (Purusha) é que o Absoluto “sabe” que é idêntico à Natureza, enquanto a Natureza crê-se diferente do Absoluto. Analogicamente, Purusha é como a eletricidade e Prakriti, a lâmpada. A luz – a criação – surge quando a energia sutil anima a matéria. Da mesma forma como a luz gerada por uma lâmpada é fruto da interação das três cores básicas – amarelo, azul e vermelho – a Prakriti age na criação manifestando através das três Gunas.

Essa consciência passiva da diferença evolui (involui – pois “densifica”) então até uma Inteligência Indiferenciada (Mahat), faculdade pela qual essa diferença é percebida ativamente. Este logos atua como AMOR-SABEDORIA e elabora os 7 Reinos. É o grande Plano da Alma Cósmica. Aqui os Princípios da manifestação ou Tattvas/modulações estão mais ativos. A guna Rajas também. Aqui Prana (sopro, hálito), o ‘Fluxo Perene de Vida’, também está ativo. Prana designa a vida universal que se manifesta em todos os planos. Nos microcosmos é o terceiro princípio do homem, a força vital específica em determinado plano. “Prana” está em tudo e em todos. “Prana” também é denominado de Jiva.”

No 3ª TRONO / 3º LOGOS acontece a manifestação e a polaridade torna-se ativa. É o MUNDO DOS EFEITOS, onde aquilo que foi imaginado, idealizado, no 1º Trono e plasmado, no 2º Trono, toma forma material. É o grande plano do filho, por isso é chamado de plano ‘neutro’. Este aspecto do Logos atua como ATIVIDADE, construindo os demais Planos Cósmicos, o Plano dos Veículos ou Corpos. KUNDALINI, o Fogo Quente; imprime consciência; está mais ativo, assim como a guna Tamas. Aqui surge a mente universal que trabalha sobre a matéria do espaço Prakrit, agindo sobre as gunas que vão interagir complexa e infinitamente dos níveis mais sutis aos mais densos da criação, do mais espiritual ao mais abissal. A função de Rajas é atuar de forma ativa sobre Tamas para suprimir Sattwa, ou sobre Sattwa para suprimir Tamas. E a função de Sattwa é criar condições para a transcendência e de Tamas é manter o estado de ignorância. Passando do equilíbrio estável para o instável, as gunas são colocadas em contínua movimentação umas em relação aos outras, criando assim os átomos dos cinco (ou sete) planos inferiores da matéria. Na matéria caótica ou não manifestada estão em perfeito equilíbrio e assim, todas as energias e potências estão em repouso na inatividade, porém, quando se rompe este equilíbrio, produz-se a forma, a manifestação, produto de Prakrit. As três gunas estão na manifestação do universo (uni-verso, o um ao inverso), na natureza material, em todas as criaturas, em tudo o que existe na natureza, determinando o caráter ou condição individual através da proporção em que se encontram reunidos em cada um dos seres. As três gunas aparecem juntas em todos os fenômenos físicos e psíquicos, porém em proporções diferentes. Aqui “KUNDALINI (o poder inflamado) esta ativa, no homem como a força magnética ou fohática, latente no fundo da matéria. Por isso é que ela tanto se manifesta no “seio” ou ‘coração’ da Terra, o “Laboratório do Espírito Santo”, como também no ser humano, no chamado centro sutil na região do cócix e períneo, o chacra raiz ou muladhara.

Com a interação Purusha-Prakrit, Prakriti através das Gunas, desdobra-se (manifesta-se) em todos os aspectos objetivos da existência. A primeira manifestação é Mahat (A grande); a Inteligência Cósmica Indiferenciada ou MahaBuddhi, a Mente Universal ou Alma Cósmica,  a autoconsciência ilimitada da Natureza, a primeira representação da energia cósmica indiferenciada; é a mente indiferenciada, universal, a Ideação cósmica. Mahat é o primeiro princípio de consciência universal. É a Primeira “criação” de Mulaprakrit (como Prakrit) e “produtor” de Buddhi, o Manas ou mente superior e Ahankara, o Ego ou manas inferior (projeção de Buddhi) – Aquilo que erroneamente chamamos de eu. Parabramam, como vimos é como um princípio, uma Lei, que desdobra-se num conjunto de Leis que, juntas, formam a Ideação Cósmica, a ação da Mente Divina (Lei da Evolução, Lei do Karma, Lei da Polaridade etc). O Plano Arquetipal, se torna ativo em Mahat, por meio da ação das Hierarquias Construtoras ou Criadoras, emanadas dos sete Arquétipos Primordiais.

A Ideação Cósmica latente se projeta nos 7 Raios de Purusha (7 estados de consciência cósmica manifestada) (Fohat) da qual saem os 7 Centros de Energia no Plano da Matéria ou Átomos Primordiais de Prakrit (formas materiais de que se revestem essas consciências no ato da manifestação).

Os Três Logói, que coexistem e são coeternos, exprimem as Sete Forças Criadoras da Natureza, vivificadoras do Espírito e da Matéria manifestados: os Sete Raios desse Espírito, isto é, os Sete Estados de Consciência Cósmica Manifestada, e os Sete Centros de Prakriti, que são as formas materiais de que se revestem essas Consciências no ato da manifestação. Desta forma, o “Logos Ativo Criador” integra o conjunto dessas sete altíssimas ‘inteligências’, a raiz de todo setenário na natureza. Esses Sete Seres são limitados, pois são manifestações cíclicas do Espírito de Vida, que é incognoscível.

O Logos Impessoal manifesta-se como Logos Criador, constituído este por sete hierarquias, cada uma delas com uma função particular na forma natural e composta, e como multidões de seres e consciências em várias fases de evolução. Os Sete Logói são os Sete Homens Cósmicos e formam, juntos, o Grande Homem Cósmico, o Eterno, que é uma oitava coisa. São o “Logos no seu aspecto Eterno”, ou o “Logos como sustentador de seu universo, no seu aspecto manifestado e periódico”. São essas Hierarquias Criadoras que vão pôr em execução o Plano Arquetipal através da energia consciente de Fohat, plasmadora dos mundos físicos.

As Hierarquias Criadoras, emanadas diretamente da ‘Mente’ do Logos, têm a função de plasmar o que foi concebido anteriormente, o “projeto”, nascido como idéia no “Mundo das Idéias” (Primeiro Logos). O Plano de ‘plamação ‘(ainda não ‘realização’) é o plano separa os planos arrúpicos (sem forma) dos rúpicos (com formas), sendo um misto de ambos ou um plano intermediário. É ele quem separa o Primeiro do Terceiro Trono, possuindo características de ambos. É Chamado de Plano Alaya é o plano da afirmação do princípio evolutivo, imanente em Atmã. Aqui se encontra em forma ideoplástica, ou idéias plásticas, plasmadas para serem realizadas no Terceiro Logos ou Trono.  Abaixo dele entretanto, constituem o ternário cósmico ativo, em que se desdobra toda a trama da evolução.

No Terceiro Logos ou Trono, as potencialidades se tornam experiências, mesmo que num nível mais causal e suprapessoal, iniciando o universo ativo através das 7 Hierarquias Criadoras; os 7 Dhyan Chohans Superiores (7 Arquétipos Primordiais ou Sete Luzeiros,  Logois, Auto-Gerados ou Sete Ishwaras, Grandes ou Superiores Senhores da Evolução / 2o Trono ou Logos) que se expressam no Terceiro Trono como Planetários. Assim, os Planetários são, no Terceiro Trono, o reflexo dos Luzeiros, enquanto estes, no Segundo Trono, são o reflexo do Eterno (no 1o Trono). Os Planetários são o “corpo” ou “sustentáculo físico” desta dos Luzeiros ou seja são a mesma consciência, em “planos” diferentes, são os Luzeiros em ação ou projeções dos luzeiros nos mundos concretos e formais. Como Planetários, os Luzeiros dirigem a evolução das formas e consciências nos planos mais densos, e assim, adquirem a máxima experiência possível, que será devolvida como a essência, o sumo do trabalho ao Logos Criador. Cada Planetário se subdivide tulkuisticamente em sete Kumaras. Cada Kumara corresponde a um estado de consciência. Sete Kumaras equivalem aos sete Globos de cada Cadeia. Todas as experiências são concentradas ou aglutinadas mestes seres (Kumaras), como se fossem repositórios. O termo Kumara significa, literalmente, “criança, adolescente, o que não passa dos 15 ou 16 anos”, equivalendo a “puro, inocente”. Cada Cadeia Planetária (sete cadeias é 1 sistema planetário) tem associada a si um Kumara, que passa a ser um reflexo, um aglutinamento das experiências trabalhadas num Sistema de Evolução. Assim, na quarta Cadeia ( a atual cadeia em finalização) deste quarto Sistema de evolução temos quatro Kumaras objetivos ou formados. Eles tomam os seguintes nomes: Diananda Kumara,  Sanat-Sujat Kumara, Sanat Kumara, Satya Kumara (ex: Kumara, passando depois à Satya Kumara). Temos, ainda, três Kumaras em formação (devido ao adiantamento ou aceleramento do processo evolucional atual), estes são denominados de “Kumara de Projeção”, o quinto recebendo o nome de Arda-Narisha Kumara. Arda-Narisha, em sânscrito, significa literalmente “metade macho e metade fêmea”; este termo indica a natureza andrógina deste kumara e, segundo a mitologia hindu, Arda-Narisha é a forma andrógina de Shiva. Os Kumaras estão relacionados com o mundo material, concreto, objetivo. Expressam a criação do gênero ou sexual. Deram aos pré-humanos (pois esta hierarquia ainda não está formava totalmente) a Mente e o Sexo.

Toda evolução processada no Terceiro Trono está sintetizada no Kumara equivalente. Aqui já estamos falando na etapa evolucional do sistema, onde, também (como ascendência) as experiências “são refletidas” para o Segundo Trono como se fossem uma colheita em um Maharaja, que é a Potestade, a Consciência Cósmica formada pela soma das experiências colhidas num Sistema de Evolução, sintetizadas no Segundo Trono. Por sua vez, todas essas experiências também são refletidas no Primeiro Trono, no Eterno, expressão unificada do Logos. Assim, as experiências de um Sistema de Evolução são sintetizadas nos seguintes seres: Primeiro Trono – Maha-Sattva – Unidade,  Segundo Trono – Maha-Rajas / Sete) e Terceiro Trono – Maha-Tamas (outra denominação para os Kumaras / Sete). Assim, os Maharajas  são a expressão superior dos Kumaras (ou Maha-Tamas) no Segundo Trono, e o Maha-Sattva é a expressão superior dos Maharajas no Primeiro Trono.

A ‘evolução’ se processa através da multiplicidade das formas ou seja, a infinidade de arquétipos e potencialidades existentes no seio infinito do Absoluto vai se realizando, para que ‘este’ cada vez mais ‘conheça a si mesmo’ (autoconsciência),  adquirindo experiências. Assim, de uma ‘unidade’ começam a surgir desdobramentos, em menor escala. O Kumara, como expressão do Planetário, é o ponto chave deste processo, pois é através dele que surge as miríades de formas para realizar a evolução. O Planetário sendo o reflexo do Luzeiro, no Terceiro Trono é o conhecido, mas não compreendido, Adam-Heve, que as escrituras denominam de Adão e Eva, a parelha primordial. Não são literalmente o primeiro homem e a primeira mulher, mas o padrão da humanidade. Assim, o Kumara, através deste padrão, “cria” a sua humanidade para que seja trabalhado um determinado conjunto de atributos e potencialidades. O Kumara realiza isso “criando” a sua humanidade através de uma classe especial de seres, denominados Manasaputras ( “Filhos do Mental”), para serem a matriz primordial da humanidade. Um Kumara estrutura a matriz e as formas desta matriz são os Manasaputras, e os inúmeros seres ‘experienciados’ nesta forma são a humanidade. Esta humanidade forma, coletivamente, uma Hierarquia, que é portanto, um conjunto de Mônadas que estão evoluindo coletivamente numa determinada Ronda, como uma grande era. As Mônadas, em uma ronda, não entram na roda de evolução a qualquer momento nem isso se dá continuamente; há períodos bem estabelecidos para as mônadas iniciarem o processo de evolução. Geralmente esses períodos são marcados por aquilo que conhecemos como “Julgamentos”, onde o grau de consciência adquirido por uma hierarquia é auferido e a “promoção” de suas mônadas (ou reprovação) é realizada para uma próxima etapa evolutiva.

Os Manasaputras, que são a matriz primordial da humanidade, são seres especiais, que ficam numa espécie de sono em no centro do interior (ou do plano mais sutil) da Terra (Shamballah). Ciclicamente eles saem deste estado de repouso e acordam, para receber as experiências trabalhadas pela humanidade. Ao mesmo tempo, seres especiais do Segundo Trono – os Matra-Devas – (chamados de Aves de Arribação), “descem” (ou limitam-se no Tempo-Espaço) para o Terceiro Trono, trazendo o novo potencial, os novos valores que serão trabalhados no Terceiro Trono. Isso que se chama avatarização dos Matra-Devas nos Manasaputras, e uma troca ocorre: os valores trabalhados no Terceiro Trono (dimensão mais densa) são “levados” para o Segundo Trono (dimensão mais sutil ou superior) como experiências (consciências), e os novos arquétipos são trazidos para o Terceiro Trono a fim de serem trabalhados e realizados nos planos materiais mais densos.

Ainda entre Kumaras e os Maharajas (superiores aos Kumaras, ou Kumaras no segundo trono), existe uma hierarquia intermediária, Os chamados Senhores da Evolução, que são Potestades intermediárias. Sua função é de regular e dirigir a evolução na face da Terra ou, seja dirigir os propósitos evolucionais na face da Terra. São seres do Astral (Mundo Médio) e acompanham toda a evolução na Terra. São eles: Manu, Yama, Karuna (ou Karma), Astaroth.

Continuando na etapa de densificação da Substância Absoluta, encontramos Budhi, que significa compreensão superior, é aqui a faculdade ‘mental’ da ‘inteligência universal’, capaz de distinguir, de conhecer além da razão ou seja é a sabedoria, a ‘mente’ iluminada  ou supra mente. A instância mais elaborada do complexo psíquico humano, responsável pelo discernimento espiritual, pelas escolhas, e também pela capacidade de observar sem julgar,  da intuição, a mente ou principio de síntese de abstração, o que esta além dos sentidos (que relaciona-se com ahankara). É a ‘mente’ de percepção, ‘mente da Sabedoria. Também é considerado a Alma Espiritual de uma coletividade, ou uma Alma síntese de uma coletividade específica.

Simultaneamente à evolução ou realização das consciências tem-se a evolução das formas físicas, que constituem o sustentáculo (ou veículo) para estas consciências evoluírem ou se realizarem. A humanidade, por exemplo, é, como ser humano, finito, limitado e com uma forma física definida. Esta forma física, ao longo dos milênios, vem aprimorando suas funções biológicas, através daquilo que os biólogos denominam de lei de seleção natural e mutações. Mas este corpo físico é o sustentáculo ou apenas veículo (e não o humano pleno) para a evolução de hierarquias, entre elas a Hierarquia Jiva. Por isso há uma distinção entre a evolução das formas e a evolução das consciências que “habitam” estas formas. As teorias da evolução postuladas por Darwin, até o momento, foram a melhor elaboração do homem para explicar a evolução das formas físicas na Terra; mesmo com suas limitações, ela tem seus fundamentos válidos, porém não explicam a evolução do ser humano como uma ‘consciência’. As formas também evoluem em direção à uma meta, a um objetivo. Cada reino da natureza tem seu objetivo uma forma que expressa o padrão e o esplendor deste reino. Este objetivo ou propósito é chamado de Buda Síntese. Hoje temos três reinos da natureza trabalhados e um quase totalmente completo. Cada um destes reinos possui o seu Buda síntese, que estão na Agartha (o plano interior da Terra). Eles possuem os seguintes nomes: Ag-Zim-Muni (reino mineral); Mag-Zim-Muni (reino vegetal) ; Tur-Zim-Muni (reino animal). Como a evolução das formas físicas do Reino Hominal ainda não está concluída e não atingiu o seu ápice, temporariamente esta função é desempenhada pelo Excelso Rabi-Muni. No futuro um ser humano será o Buda-Síntese do Reino Hominal.

Existe também uma classe de seres que não são propriamente budas, mas atuam como se assim o fossem: são como supra ‘deuses’ dos Reinos Elementais. São como comandantes superiores dos Reinos Elementais da natureza e tomam os seguintes nomes:   Orbaltara – ‘Divindade’ da Terra; Akbalalim – ‘Divindade’ do Éter; Itabalalai – ‘Divindade’ do Ar; Asbalzamur – ‘Divindade’ do Fogo, Ambalmare – ‘Divindade’ da Água.

Apesar das diversas denominações,  esses termos apenas encobrem manifestações diferentes (e mais limitadas) em planos diversos de uma mesma essência ou Arquétipos Primordiais.

Assim, ainda no processo de limitação e manifestação Buddhi se individualiza em Ahamkara, o Ego, ‘pacotes’ isolados de autoconsciência limitada. O Ego é o senso de ‘eu’, de ser algo. Ahankara é a manifestação de Mahat/Buddhi, que é a potencialidade suprapessoal das experiências. Este Ego tem a função de apropriar-se dos dados da consciência e erroneamente os atribuir a Purusha. Cada um desses é autoconsciente, mas consciente apenas daquela limitada porção de ser com a qual se identifica.

O Ego ou Ahankara é o eu-artífice, o ego individual, o princípio da individualização, aquele que se apropria de experiências, das impressões dos sentidos e, muito equivocadamente, os atribuir ao Purusha, pois não tem o poder do discernimento; da percepção clara como Buddhi. Ahankara é a autoconsciência limitada, a consciência objetiva. Ele dá o conceito e sentimento de Eu (não tem a percepção do Eu real), a auto identidade, a consciência de si mesmo, é o ego, ignorante da verdadeira realidade separando-se do Eu Único

Mahat, Budhi e Ahankara (incluindo Manas) formam o Antakarana. Antakarana constitui o “órgão interno” ou Alma, cuja atividade, diferentemente daquela dos sentidos, estende-se não apenas ao presente, mas também ao passado e ao futuro. São os três lados de um triangulo, cuja soma é o Chitta – mente, inteligência-, com o qual se realiza a idéia da trindade na unidade.). Antakarana também significa uma ponte, um meio de comunicação entre o Manas superior (Buddhi e Ahankara). Assim todas as experiências (do passado, presente e futuro) da humanidade são ‘gravadas’ e imortalizadas na mente superior. Ao exercermos o ‘reconhecimento’ ou despertarmos a consciência desta ponte, podemos ter acesso a toda esta sabedoria.

A Natureza (Prakrit), através de cada guna se manifesta por meio de ‘pacotes’ individuais de Ego (Ahankara) que se manifesta-se, densificando em Manas; a mente inferior, nos cinco sentidos (tanmantras) e nos cinco órgão motores (ajudado por Sattva), criando assim o universo orgânico e manifesta-se nos cinco elementos básicos (bhutas) (com o auxílio de Tamas), para criar o universo inorgânico. Assim, as gunas são as três forças pelas quais Ahankara (Ego) cria a imagem de si mesmo.

Assim, quando a guna Satwa que prevalece no interior de Ahankara deriva em Manas (mente inferior, sintetiza as impressões sensoriais de conceitos e imagens – intelecto pessoal limitado). Manas – mente inferior, sintetiza as impressões sensoriais de conceitos e imagens, a mente que pensa, racional. Manas é receptáculo de Chitta (o conteúdo de manas), a matéria mental, o inconsciente, a memória, de onde advém os Vrittis, os movimentos da mente – os pensamentos ou movimentos da mente. Aí nossos pensamentos, palavras e ações vão criar os samskaras (impressões na mente) que vão determinar os padrões – vasanas (tendências), isto é, nosso caráter. Isso tudo localiza-se no Sukshma sharira (corpo sutil) ou em Mano e Prana maya kosha (os envólucros da mente e do Prana).

Prevalecendo Satwa também deriva os cinco sentidos da cognição ou percepção (Jnana-Indriya): ouvido (audição), pele (tato), olhos (visão), língua (paladar), nariz (olfato). Quando prevalece Rajas deriva as cinco faculdades da conação (karma-Indriya: comunicação, manipulação, locomoção, digestão, procriação/reprodução) e quando Tamas é que domina, surge os chamados cinco elementos sutis (forças sutis) ou potenciais para as percepções sensoriais (Tanmatra) que densificam nos cinco princípios da materialidade (Buta), que estão presentes em tudo o que existe; seres,coisas e fenômenos.

Estes princípios da materialidade são a base da matéria física, que completa o veículo a ser habitado pela centelha da consciência e que poderá ou não ser desperta e ‘evoluir’ ou ‘se realizar’, se transformando de energia em consciência, realizando uma possibilidade, ou seja transformando uma possibilidade em realidade dentro das infinitas possibilidades do Absoluto.

Como podemos perceber, este processo de condensação e diferenciação iniciado, que designamos “Processo de Manifestação”, ou erradamente chamamos de “Processo de Criação” (pois não se cria nada, apenas se manifesta, transforma, energia – energia précósmica – em consciência – consciência cósmica) acontece em 2 etapas opostas. A primeira é esta que explicmos aqui, onde se dá o que chamamos de ‘involução’ devido ser a etapa de diferenciação, limitação, onde o infinito vai se densificando e se tornando finito. Onde o Absoluto se torna relativo, onde o impessoal, se torna pessoal, onde o imutável se torna mutável. E, estranhamente quando se chega no máximo grau de densidade, que é a matéria física, ou seja quando energia caótica se condensa e se organiza de forma específica e única em torno uma ‘centelha de consciência’ é quando o processo real de transformação da possibilidade em realidade se inicia. Aí é onde começa a segunda etapa do processo que agora poderíamos mesmo chamar de ‘processo evolutivo’ pois a consciência (ainda aqui como pré-consciência) pode se realizar verdadeiramente. Esta etapa, como vimos, um pouco, acima, é o processo de ‘colheita’ das experiências conscientizadas. (ver continuação na parte II)

Helena Blavatsky, Einstein Foi Um Pioneiro da Cidadania Planetária


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

 

Influenciado Pela Filosofia de Helena Blavatsky,

Einstein  Foi Um Pioneiro da Cidadania Planetária 

Carlos Cardoso Aveline

Foto de FilosofiaEsoterica.com.

Albert Einstein (1879-1955)

Albert Einstein não foi apenas um gênio da Física moderna, mas também um profeta do futuro. Foi um pioneiro, um precursor. Rompeu rotinas culturais para antecipar com clareza o surgimento de uma civilização global e fraterna.

Nascido na Alemanha em 14 de março de 1879, a atividade científica de Einstein é bem conhecida:  todos sabem que, a partir de 1905,  ele começou a formular a teoria da relatividade. Mas, por algum motivo, sua filosofia cósmica da  vida foi sistematicamente ignorada. Foram igualmente jogadas ao esquecimento a sua luta por uma sociedade solidária e as suas propostas de desarmamento global, de dissolução dos exércitos e de eliminação gradual das fronteiras nacionais.

A Encyclopaedia Britannica afirma que Einstein é comparável a Isaac Newton porque cada um deles revolucionou a Física do seu tempo. O que a Britannica não diz é que tanto Einstein como Newton foram pensadores místicos e estudantes de filosofia esotérica. Este aspecto central da vida e da obra dos dois pensadores foi sistematicamente ignorado por seus contemporâneos e mesmo hoje é conhecido por poucos.

“Minha condição humana me fascina”, escreveu Einstein. “Conheço o limite da minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto (…). Cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida – corpo e alma – como integralmente dependente do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo, e não paro de receber.” [1]

Grande alma, pensador maduro, Einstein escrevia para gente de todas as religiões e filosofias. Falava sempre do essencial e evitava  envolver-se desnecessariamente com formas externas. Seu grande tema foi a atitude do homem diante de si mesmo e do cosmo.

“O mistério da vida me causa a mais forte emoção”, escreveu.  “É o mesmo sentimento que desperta a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação, ou se não pode mais experimentar assombro ou surpresa, já é um morto-vivo, e seus olhos se cegaram.  A realidade secreta do mistério que constitui a religião é, também,  aureolada de temor.  Por isso os homens reconhecem algo de impenetrável às suas inteligências, mas eles conhecem as manifestações externas  desta ordem suprema e da Beleza inalterável. Os homens se confessam limitados, e seu espírito não pode apreender esta perfeição. E este conhecimento e esta confissão tomam o nome de religião. Deste modo, mas somente deste modo, sou profundamente religioso. (…) Não me canso de contemplar o mistério da eternidade da vida.” [2]

Einstein sabia apreciar o melhor das filosofias e religiões terrestres, mas estava voltado para o cosmo infinito. Para descrever o que sentia em relação ao mistério do que é ilimitado, ele escreveu:

“Dou a isto o nome de religiosidade cósmica, e não posso falar dela com facilidade, já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde nenhum conceito antropomórfico de Deus. O homem experimenta o nada das aspirações e das vontades humanas, e descobre a ordem e a perfeição onde o mundo da natureza corresponde ao mundo do pensamento. A existência individual é vivida então como uma espécie de prisão, e o ser deseja provar a totalidade da Existência como um todo perfeitamente inteligível.” [3]

Sem dúvida, ele estudou e compreendeu a teosofia ou sabedoria universal que está presente na essência das diferentes culturas e religiões. Mas também percebeu que ela está ausente das Igrejas:

“Notam-se exemplos desta religião cósmica nos seus primeiros momentos de evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmo, que os maravilhosos textos de Schopenhauer nos ensinaram a decifrar. Ora, os gênios-religiosos de todos os tempos distinguiram-se por esta religiosidade diante do cosmo. Ela não tem dogmas nem Deus concebido à imagem do homem, portanto nenhuma igreja ensina a religião cósmica. Temos também a impressão de que os hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus contemporâneos muitas vezes os tinham  por suspeitos de ateísmo, e às vezes também de santidade.  Considerados deste ponto de vista, homens como Demócrito, Francisco de Assis ou Spinoza se assemelham profundamente.” [4]

Para Einstein, o papel mais importante da arte e da  ciência é despertar e manter vivo o sentimento desta religiosidade cósmica nas pessoas sensíveis a ela. Alguns pensadores percebem a realidade transcendente, e passam uma vida inteira ensinando a filosofia esotérica mesmo sem jamais terem lido uma obra nominalmente teosófica; mas este, certamente, não foi o caso de Einstein. Depois da sua morte, a sobrinha que conviveu com ele durante muito tempo relatou que um exemplar de “A Doutrina Secreta”, a obra máxima de Helena Blavatsky, permanecia sempre sobre sua escrivaninha. E há outro testemunho direto neste sentido; um cidadão chamado Jack Brown fez afirmação similar, em um artigo em que narra uma visita a Einstein. [5]

Com cerca de 1.500 páginas na edição original, a obra “A Doutrina Secreta” tem dois grandes temas profundamente interligados.  Um deles é a origem do Cosmo, do sistema solar e do nosso planeta; o outro é  a origem e a evolução da nossa humanidade.

A influência de Blavatsky sobre Einstein foi investigada pela biógrafa Sylvia Cranston:

“Robert Millikan pode ter sido um dos primeiros cientistas a apresentar ‘A Doutrina Secreta’ para Einstein. De 1921 a 1945 ele foi o diretor do Laboratório Norman Bridges no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena; ele era também o presidente do comitê executivo do Cal Tech. Nos anos 30, Millikan ajudou a trazer Einstein para os Estados Unidos. Por três verões, Einstein trabalhou em Cal Tech, antes de aceitar um posto em Princeton. Millikan estava profundamente interessado em ‘A Doutrina Secreta’. Durante seu mandato em Cal Tech,  uma cópia do livro, na biblioteca da escola, era tão solicitada que para alguém conseguir o seu empréstimo tinha que colocar o nome numa longa lista de espera. Parece provável que Millikan tenha sido um dos que despertaram o interesse de Einstein pelaDoutrina Secreta.”

Sylvia Cranston prossegue:

“Outra pessoa pode ter sido Gustav Stromber, um astrofísico do Observatório Mount Wilson, de Los Angeles, que foi um bom amigo de Einstein e trabalhou com ele no observatório. Quando a obra de Stromberg ‘Soul of the Universe’ (Alma do Universo) foi publicada, tinha na orelha uma recomendação de Einstein. É interessante notar que, durante este período, Boris de Zirkoff, compilador de ‘H.P.Blavatsky Collected Writings’, visitava frequentemente o observatório e fez amizade com os astrônomos de lá. Disse ele que todos estavam interessados em teosofia, particularmente o dr. Hubbell. Stromberg visitou a Sociedade Teosófica em Point Loma, e, certa vez, fez uma palestra lá; ele escreveu até mesmo a introdução para um livro de astronomia de dois teosofistas de Point Loma.” [6] Naturalmente, eles preferiam não divulgar de modo público que estudavam uma filosofia aparentemente  tão distante dos dogmas científicos como a da tradição esotérica.

Como Helena Blavatsky, Einstein era irreverente. Quando discutia assuntos humanos, não usava meias palavras. Sua visão das questões sociais era holística. Ele era um cidadão planetário e a Terra era seu país. Judeu, antecipou-se à perseguição dos nazistas e deixou Berlim em 1932, quando a ascensão de Hitler já era inevitável. Foi morar nos Estados Unidos em 1933.  Desde o final da segunda guerra mundial até o final da sua vida em 1955, ele participou ativamente de campanhas pela paz mundial.

Do mesmo modo que Blavatsky em relação ao século 19, Einstein foi um enigma. Ele não se encaixava nas definições estreitas  da sociedade do século 20.  Os comunistas o consideravam um capitalista, porque defendia a liberdade individual e a liberdade de consciência. Já os capitalistas o consideravam um comunista porque buscava a justiça social e tinha idéias socialistas. Do ponto de vista das religiões dogmáticas, ele era visto como um ateu.  E sua consciência fundamentalmente mística do universo era igualmente incômoda para as religiões convencionais e para o materialismo tecnocrático, que já reinava supremo durante os anos da guerra fria.

“A pior das instituições humanas se chama exército”, escreveu Einstein. “Eu o odeio.  Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem…  Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível da civilização este câncer, o exército.  Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo estreito.  A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta indignidade. No entanto, creio profundamente na humanidade. Sei que este câncer de há muito deveria ter sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente corrompido. E os culpados são: escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.” [7]

Embora fosse pacifista, Einstein não hesitou na luta contra o nazismo. Os seguidores de Hitler buscavam o domínio da energia nuclear, quando Einstein alertou o presidente norte-americano Franklin Roosevelt de que era preciso antecipar-se a eles. Ele explicou:

“Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção. Escrevi uma carta ao presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. Eu o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os cientistas alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances para resolvê-lo. Assumi portanto minhas responsabilidades. E, no entanto, sou apaixonadamente pacifista. (…) Hoje a guerra significa o aniquilamento da humanidade.” [8]

Devido em parte ao alerta de Einstein, o Ocidente democrático saiu com vantagem na era nuclear. Do ponto de vista esotérico, a humanidade é guiada por inteligências planetárias benignas,  e a destruição de das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em seis e nove de agosto de 1945, tem servido até hoje como uma espécie de vacina cármica contra a doença mortal da guerra nuclear.

A lembrança de Hiroshima e Nagasaki cumpre papel central para que as ilusões bélicas e nacionalistas não vençam o respeito pela própria vida. Esta lição amarga existe em parte porque Einstein ajudou a colocar em movimento, ainda durante os anos 1940,  a produção das bombas atômicas que iriam destruir duas grandes cidades japonesas, mostrando para todos, e para sempre, que não é mais possível fazer guerras totais neste planeta.

Como todo grande místico e ocultista, Einstein sabia mover-se bem em meio aos paradoxos da vida humana. Não lhe faltava discernimento.  Logo que a Segunda Guerra Mundial terminou, Einstein passou a propor a formação de um governo mundial democrático que tivesse o monopólio da força atômica. Para ele, os estados nacionais funcionavam como os antigos senhores feudais, e  era preciso derrotar o nacional-feudalismo para libertar os povos e inaugurar a era da paz.

“O estado nacional assumiu os direitos de vassalagem dos senhores feudais, escreveu Emery Reves, inspirado nas propostas de Einstein. O senhor feudal europeu no século 12, por exemplo, tinha a soberania judicial, militar e financeira sobre os moradores das  suas terras. Em alguns casos, o senhor feudal cunhava suas próprias moedas.  Ele tinha sua bandeira e outros símbolos, aos quais os habitantes locais deviam jurar fidelidade. [9] Todas estas funções de servidão foram assumidas, mais tarde, pelos governos nacionais monarquistas ou republicanos. Os cidadãos até hoje exercem um poder muito limitado, e os estados nacionais se comportam como senhores feudais capazes de entrar em guerra  com os senhores de outras terras. Daí a necessidades de forças armadas em cada país.  Após Hiroshima e Nagasaki, no entanto, o armamentismo nacionalista tornou-se ainda mais perigoso e destituído de sentido.

A idéia básica formulada por Einstein – uma democracia mundial que promova um processo de desarmamento gradual – é uma solução a longo prazo inevitável. Temos caminhado para ela de um modo extremamente lento. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o  atual clube atômico – formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – tentam evitar a proliferação da bomba nuclear, mas seus esforços somados ainda são uma concretização  pobre e limitada da proposta de Einstein. Não passam de um tímido começo.

Para Einstein, a autoridade da ONU terá força real quando seus líderes forem eleitos diretamente pelos cidadãos do planeta.  Neste contexto, o Conselho de Segurança da ONU deverá estar subordinado à Assembléia Geral, que será o parlamento democrático. [10]  O atual parlamento europeu e a União Européia constituem um passo que nos aproxima do sonho milenar de uma democracia da humanidade, com um conjunto de instituições legítimas, que reúnam fraternalmente todos os povos, respeitando a liberdade de cada indivíduo e cada cidade, e vivendo em harmonia com a natureza e as leis do cosmo.

Em um texto de 1940 sobre a liberdade, Einstein definiu dois pontos centrais para a transição da  sociedade humana em direção à civilização  próspera e luminosa do futuro.

Em primeiro lugar, disse ele, “aqueles bens indispensáveis para manter a vida e a saúde de todos os seres humanos devem ser produzidos com o menor trabalho possível de todos”. Em segundo lugar, “a satisfação das necessidades físicas é de fato uma precondição para uma existência satisfatória, mas não é suficiente”. Para ser feliz, o ser humano necessita sentir que cresce intelectual e espiritualmente. Ele deve ter tempo livre para si mesmo. A jornada de trabalho deve ser gradualmente reduzida, o que é possível graças aos avanços tecnológicos. Mas, além disso tudo, ele precisa ter uma liberdade interior, uma profunda liberdade de pensamento. O ser humano não pode ser forçado a aceitar dogmas religiosos, filosóficos ou políticos. Deve aprender a ver as coisas por si mesmo, sem correr o risco de ser perseguido ou marginalizado por isso. “Esta liberdade de espírito consiste na independência de pensamento em relação às restrições provocadas por preconceitos sociais e autoritários, mas também em relação às rotinas e aos hábitos em geral”, escreveu.

E prosseguiu:

“Esta liberdade interior é uma dádiva pouco frequente da natureza, e um objetivo valioso para o indivíduo.  No entanto, a comunidade também pode fazer muito para estimular esta conquista, e para, pelo menos, não criar obstáculos a ela. Assim, as escolas podem  bloquear o desenvolvimento da liberdade interior através de influências autoritárias e da imposição de compromissos espirituais demasiado grandes para os jovens; de outra parte, as escolas podem favorecer esta liberdade  encorajando o pensamento independente. Só quando a liberdade externa e interna são buscadas consciente e constantemente é que existe a possibilidade de um desenvolvimento e um aperfeiçoamento espirituais, e deste modo de uma melhora da vida interior e externa do homem.” [11]

No plano político e social,  uma expressão desta liberdade interior será a democracia global da nova era. Einstein registra o fato de que a concentração de poder em mãos de uns poucos acompanhou o surgimento de novas tecnologias, como a nuclear, que induzem a um controle cada vez mais centralizado das sociedades.  Atualmente, com o avanço da energia solar e de outras energias alternativas, e com a informatização em rede da sociedade em todo o mundo, vemos o surgimento de uma base infraestrutural e tecnológica que servirá à descentralização política e econômica da sociedade na nova era.  O Estado nacional não foi dissolvido mas já perde força.  Independentemente das barreiras nacionais e culturais, crescem as relações diretas entre as pessoas e grupos de pessoas.

Einstein pensava e atuava como um teosofista em relação aos diferentes aspectos da vida.

Segundo a filosofia esotérica, por exemplo, é a motivação que decide o rumo da vida.  A intenção individual é o leme do barco. Ela determina que tipo de carma ou de  situação será criado. A qualidade e a intensidade dos vários níveis de intenção de um indivíduo permitem avaliar a verdadeira substância da sua vida e, por isso, o aparente  êxito ou derrota no mundo são secundários.

Einstein  afirma o mesmo princípio básico. Ele define como objetivo legítimo da vida de um indivíduo a meta de servir a comunidade de um modo livre, criativo  e independente. “O motivo mais importante para trabalhar na escola e na vida deve ser o prazer do trabalho, o prazer de ver os seus resultados e de saber da utilidade deste trabalho para a comunidade em que se vive”, escreve. [12]  Para ele, a escola – primária, secundária ou de nível superior – deve ser um local de livre busca da verdade, e não de mero condicionamento do aluno.

“Educação é aquilo que fica depois que esquecemos tudo o que nos foi ensinado na escola”, afirmou.[13]  A educação deve ter como meta que o jovem saia da escola com uma personalidade harmoniosa e aberta para a vida,  e  não como proprietário de um conhecimento especializado: “A prioridade deve ser sempre o desenvolvimento de uma habilidade geral de pensar e avaliar com independência, e não a aquisição de algum conhecimento específico”, escreveu. [14]

Na juventude, Einstein foi considerado pouco brilhante nos estudos e sem grande capacidade profissional, até que começou subitamente a  elaborar as grandes questões do Universo de um modo que renovava  não só a Física, mas o mundo científico do seu tempo. Uma inteligência universal pode parecer inteiramente inexpressiva e insignificante, do ponto de vista dos cérebros limitados que preferem ficar presos às coisas pequenas de curto prazo; e isso ocorreu com Einstein. Sua teoria do conhecimento era essencialmente teosófica:

“Todas as religiões, artes e ciências são galhos da mesma árvore”, escreveu ele, fazendo uma referência à árvore da sabedoria universal, uma imagem simbólica das tradições antigas que é amplamente discutida  em  “A Doutrina Secreta”.  E prosseguiu:

“Todas estas aspirações buscam tornar mais nobre a vida do homem, elevando-a da esfera da mera existência física e levando o indivíduo à liberdade. Não é por acaso que nossas universidades mais  antigas surgiram de escolas clericais e religiosas. Tanto as igrejas como as universidades – quando cumprem sua verdadeira função – trabalham para tornar o indivíduo mais nobre…” [15]

Na Grécia antiga, Platão escreveu que “não há nada mais poderoso que o conhecimento” e ensinou que o conhecimento é preferível ao prazer e a todas as outras coisas (“Protagoras”, 357).  O conhecimento é a percepção da verdade;  e o lema do movimento teosófico moderno é “Não há  religião mais elevada que a Verdade”. Einstein concorda com esta idéia fundamental. Mas, como Platão e os  teosofistas,  ele também  sabe que a mente humana só atinge a plenitude quando se deixa iluminar pela luz  da intuição.

“Nossa sociedade tem orgulho do progresso intelectual recente do homem”, escreveu. “A busca e o esforço pela verdade e pelo conhecimento é uma das qualidades mais elevadas do ser humano – embora frequentemente o orgulho seja expressado de modo mais barulhento pelos que menos se esforçam. E certamente devemos ter cuidado para não transformar  o intelecto em nosso deus; ele tem, de fato, mústulos poderosos, mas não tem personalidade. O intelecto não pode conduzir; pode apenas ajudar. (…) O intelecto vê com clareza métodos e instrumentos, mas é cego para metas e valores.” [16]

O primeiro objetivo do movimento teosófico moderno é a criação de um núcleo de fraternidade universal, independentemente de raça, credo, sexo, classe social ou ideologia, e Albert Einstein parece ter tido a mesma meta. Ele escreveu:

“Nossos antepassados judeus, os profetas e os velhos sábios chineses proclamavam que o fator mais importante para a vida humana é o estabelecimento de uma meta: a de construir uma comunidade de seres humanos livres e felizes que, através de um constante esforço interior, lutam para libertar-se da sua herança  de instintos anti-sociais e destrutivos.  Neste esforço,  o intelecto pode ser um auxiliar de grande importância.  Os frutos do esforço intelectual, unidos aos outros aspectos do esforço e à capacidade criativa do indivíduo, dão significado à vida. [17]

De fato, um velho axioma da filosofia oriental e esotérica afirma que o objetivo da vida é a elevação e a expansão da  consciência dos seres humanos, de modo que ela possa compreender cada vez melhor e mais tarde possa até mesmo dissolver-se na consciência divina universal, que é eterna e indivisível. A partir da nova era de Aquário, em que estamos ingressando, a percepção clara e cotidiana deste objetivo passa a ser possível para um número crescente de seres humanos.

É no contexto desta nova consciência cósmica, teosófica ou oceânica,  que podemos compreender o auto-retrato intelectual esboçado por  Einstein em 1936:

“O que sabe um peixe sobre a água em que ele nada toda a sua vida? O amargo e o doce vêm de fora, e o duro vem de dentro, dos seus próprios esforços. Normalmente eu faço as coisas que minha própria natureza me leva a fazer. É constrangedor inspirar tanto respeito e tanto amor por causa disso. Flechas de ódio também foram atiradas sobre mim; mas elas nunca me atingiram, porque de algum modo pertenciam a outro mundo, com o qual não tenho conexão alguma. Vivo naquela solidão que é dolorosa na juventude, mas deliciosa nos anos maduros da  vida.” [18]

 

FilosofiaEsoterica.com

 

NOTAS:

 

[1] “Como Vejo o Mundo”, Albert Einstein, Ed. Nova Fronteira, 12ª edição, RJ, 214 pp., 1981, ver p. 9. A primeira edição da obra saiu em 1953, dois anos antes da morte de Einstein. O livro é uma compilação de escritos, alguns fragmentários.

 

[2] “Como Vejo o Mundo”, Albert Einstein, pp. 12-13.

 

[3] “Como Vejo o Mundo”,  pp. 20-21.

 

[4] “Como Vejo o Mundo”, p. 21.

 

[5] “Helena Blavatsky”, Sylvia Cranston, Ed. Teosófica, Brasília,   1997, 678 pp., ver  p. 20.

 

[6] “Helena Blavatsky”, Sylvia Cranston, pp. 651-652.

 

[7] “Como Vejo o Mundo”, Albert Einstein, p. 12.

 

[8] “Como Vejo o Mundo”,  p. 60.

 

[9] “A Anatomia da Paz”, Emery Reves, Cia. Editora Nacional, SP, 273 pp., 1946. Veja o capítulo dois, especialmente a página 104 e seguintes.

 

[10] “Out of My Later Years”, Albert Einstein, Wings Books, Nova Iorque, EUA, 282 pp., 1996, ver p. 158.

 

[11] “Out of My Later Years”, Albert Einstein, pp. 10-12.

 

[12]  “Out of My Later Years”, Albert Einstein, p. 33.

 

[13]  “Out of My Later Years”, Albert Einstein, p. 34.

 

[14]  “Out of My Later Years”, mesma p. 34.

 

[15]  “Out of My Later Years”, p. 7.

 

[16]  “Out of My Later Years”, p. 260.

 

[17]  “Out of My Later Years”, na mesma p. 260.

 

[18]  “Out of My Later Years”, p. 3

Kuthumi Lal Singh (São Francisco)


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

Kuthumi Lal Singh, Ele que é chamado por Kuthumi é um membro daquele grupo de Seres que supervisiona e orienta o desenvolvimento evolutivo da Humanidade no Planeta Terra.

Eles são, é claro, focos de Consciência, seres não físicos  (Mestres Ascencionados) e são chamados também de os anciãos da Raça, a hierarquia espiritual, e A Grande Fraternidade Branca.

Kuthumi é um dos sete Chohans ou Senhores dos Sete Raios, que são os principais aspectos e atributos da força criativa para este universo. Ele é o Chohan do Segundo Raio, que é o aspecto do Amor / Sabedoria e supervisiona a atividade e projetos globais da Irmandade do Segundo Raio que trabalham com esta energia para promover o avanço espiritual da raça humana. Ele também foi um dos dois mestres mentores do trabalho de Helena P. Blavatsky na criação da Sociedade Teosófica.

Kuthumi Lal Sing (encarnou como São Francisco de Assis)

canalizado por Lynette Leckie Clark

Fontehttp://www.kuthumischool.com

Don dos Estados Unidos faz a pergunta:
“Mestre Kuthumi, poderia sugerir uma maneira em que o ego possa ser dissolvido?Eckhart Tolle disse que seria um lugar muito melhor de se viver aqui neste planeta se todos os líderes políticos se dedicassem aos outros sem envolver o seu ego.”

Eu saúdo cada um de vocês na Luz abrangente e agradeço à Don pela sua pergunta. E, sim, o seu mundo seria realmente muito melhor sem o ego. No entanto, o ego não pode ser dissolvido. Ele é uma grande parte do seu processo de aprendizagem na Terra e do seu livre arbítrio. Seu aprendizado e a evolução de sua alma estão em reconhecer o comportamento do seu ego. Este é um processo, pois vocês devem se lembrar das centenas de vidas onde o ego regeu completamente as decisões diárias de um indivíduo. É esta memória, este ciclo do comportamento, que é necessário agora para ser aproveitado e controlado.

Reconhecimento

Infelizmente, nós vemos um grande número de indivíduos que, quando eleitos para uma posição de qualquer grau de autoridade, volta-se para o ego. O peito incha com a percepção de sua posição e o controle sobre os outros. Eles são tratados pelos outros como uma pessoa especial, mantidos acima dos outros e frequentemente desfrutam da adulação. Assim, o ego procura assumir o controle da pessoa novamente. Nós notamos isto em clubes, em empresas maiores, nos “líderes” dos seus países.

No entanto, é interessante como as pessoas começam a reconhecer o comportamento do ego de um líder, após um curto período de tempo. Algumas vezes somente após um ou dois anos. As pessoas começam a reclamar sobre as decisões e se sentem injustiçadas e inadequadas. Estamos satisfeitos com esta ocorrência. Isto mostra que muitas pessoas estão começando a pensar e a reconhecer o ego em ação. Isto é importante. Quando este comportamento for reconhecido por um grande número de pessoas, a percepção do ego (o eu inferior, que veio do pó e voltará a ser pó) crescerá rapidamente e ele será exposto.

O EGO EM AÇÃO

Este reconhecimento fluirá em muitos estilos de vida individuais. Isto, meus amigos, dará início à verdadeira mudança no desenvolvimento humano. A percepção do ego em ação. Don perguntou por um modo em que o ego possa ser dissolvido. A resposta é que o ego não pode ser dissolvido. Entretanto, ele pode ser controlado através da consciência. De cada consciência individual.

Isto irá criar um grande crescimento para a humanidade. Quanto aos seus líderes eles respondem a muitos indivíduos, concordando com eles e também se ligando aos seus ideais. Os líderes frequentemente participam de campanhas para este fim. Eu digo a cada um de vocês:

  • Ouçam cuidadosamente, muito cuidadosamente, as palavras de um líder.

  • O que eles estão realmente dizendo a vocês?

  • Como eles estão lhes dando a sua mensagem?

  • Que palavras eles estão usando?

  • Qual é a sua história pessoal?

Suas ações muitas vezes irão lhes dar informações valiosas. Assim, não os sigam cegamente, não. Analisem profundamente, questionem e acima de tudo, ouçam atentamente à mensagem que lhes é dada.

O PODER DO UM

Vocês vêem que cada indivíduo tem o verdadeiro poder. Este poder é o livre arbítrio. Vocês escolhem como ouvir, como votar, a quem vocês se unirão e apoiarão. Muitos se esqueceram do poder interior que cada um de vocês mantém. Vocês se esqueceram do seu livre arbítrio e de sua voz interior. A voz de seu Eu Superior, de sua Alma.

É o momento de lembrar. Eu e muitos outros na Luz lhes dissemos repetidamente isto.Lembrem-se de sua alma, de sua sabedoria interior. A Luz é onipotente para o seu bem mais elevado. A Luz se envolve no comportamento do ego ou nos pensamentos.

Lembrem-se do seu poder mais elevado. Quando cada um de vocês se lembrar, as energias da Terra também mudarão. Isto está começando a acelerar agora. Além disto, enquanto a Luz aumenta, novos líderes são escolhidos. Novos Líderes que mantêm a energia da Luz, a consciência e a compaixão (e não estão a serviço do próprio EGO).

A CHAVE

Eu lhes digo mais uma vez, a chave para todo o seu futuro está na consciência da energia da Luz. Esta é uma consciência mais elevada. Uma consciência de entender plenamente a consciência Crística, Deus/ o Ser REAL.

Seus líderes sempre refletiram a sua escolha como indivíduos. Seus líderes lhes mostram os efeitos das decisões do ego, e o poder do ego em movimento. Sim, é possível mudar este comportamento que muitos líderes apresentam. Será necessário tempo para que as massas despertem completamente.

Saibam que com uma compreensão mais elevada, muitos mudarão o foco em suas vidas diárias. Este é um grande passo à frente, pois velhos hábitos que vocês já superaram, serão finalmente abandonados. Assim, os programas financeiros mundiais e o controle irão mudar como devem para criar um novo paradigma, para que um novo TIPO  de crescimento se manifeste.

LIBERAÇÃO

Há uma evolução real em verdadeiramente deixar ir (de liberar-se, de desapegar-se). Não falo apenas de pessoas e eventos em suas vidas pessoais. Falo em uma escala muito maior. Uma escala de vida. Quando vocês estão conscientes, as suas experiências são mantidas na Memória da Alma. Assim, velhas maneiras são familiares, tanto as baseadas no ego, quanto as experiências positivas. A Humanidade está agora no processo de liberação. De deixar ir, partir.

 A Chama Trina

Vocês estão em um grande momento de conscientização. Um momento de ouvir verdadeiramente as suas emoções. É vital compreender, mesmo em um nível menor,as suas emoções. Naturalmente, muitas serão simples, as emoções diárias, criadas por pequenas experiências instantâneas.

No entanto, haverá outras reações emocionais que exigem um nível mais profundo de observação. Elas são geralmente emoções comportamentais repetidas. Observem estas. Perguntem: Onde está a questão central? Podem ser memórias antigas da vida que criam esta reação emocional. Isto não irá acontecer em todos os casos, mas, certamente, será a essência de algumas delas.

Vocês são requeridos a apenas reconhecer, porque uma vez que reconheçam a razão principal, têm uma compreensão e uma razão do por que. Podem então simplesmente, colocar o foco na liberação, até que deixem ir e partir completamente. Então, vocês se tornam a mudança.

Esta mudança se difunde para a sua família, seus amigos, enquanto eles começam a perceber a mudança em vocês. Vocês são capazes de atrair mais a energia da Luz para vocês. E então adquirem o controle sobre o seu ego. É um processo. Afinal, vocês estão adquirindo grande sabedoria, uma consciência mais elevada e o conhecimento de que fazem parte da evolução de seus companheiros. Este não é o verdadeiro poder?

Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br

Nikola Tesla, o gênio mais injustiçado da história


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

Você conhece Nikola Tesla?

Muito provavelmente não, pois ele é um dos maiores injustiçados do mundo da ciência. Pai de diversas invenções não creditadas ao seu nome, Tesla permitiu que o mundo em que vivemos se tornasse real. Por que tudo isso? Vejamos:

Maximiliano Meyer (@evilmaax)

Responda rápido: Quem fez a revolução elétrica no mundo? Aposto que você disse Thomas Edison, certo? Mas não, não foi ele. Quem realmente inventou esta e muitas outras coisas que se atribuem a diversas pessoas foi Nikola Tesla, o mesmo homem que possui desde uma unidade de medida para medir a densidade do fluxo magnético, uma cratera na lua, um asteroide, o maior prêmio de engenharia elétrica do mundo até um aeroporto, uma banda de heavy metal com o seu nome, um dia só seu (10 de julho, em diversos países), além de ser personagem do filme O Grande Truque e nomear a marca que promete um futuro verde ao mundo.Mais de 300 patentes em quase 30 países (inclusive 2 aqui no Brasil), mas então porque ele não é reverenciado como um gênio? Tretas como as de Thomas Edison que você confere a partir de agora.Quem foi Nikola Tesla?

Nascido no finado Império Austro-Húngaro, onde hoje seria a Croácia, em 1856 durante uma tempestade de raios, segundo a lenda, teve seu primeiro contato com a eletricidade na Universidade de Praga onde estudou engenharia elétrica até o terceiro ano, desistindo depois de assistir às aulas. Solteiro pela vida toda, pois dizia que isso era proveitoso às suas ambições e capacidades científicas, acredita-se que ele tinha uma memória fotográfica e podia decorar livros inteiros ao lê-los apenas uma vez; além disso tinha uma condição que fazia com que enxergasse clarões de luz que o cegavam, alucinações, e que lhe traziam inspiração e ideias. Além disso ele era capaz de enxergar uma invenção completamente pronta em sua mente antes de começar a esboça-la em um papel.O próprio motor elétrico de corrente alternada, invento que fez a revolução elétrica no mundo, foi visto por ele em uma dessas visões. O projeto foi feito todo mentalmente, sem um protótipo sequer. E quando foi perguntado sobre como ele sabia que aquilo ia dar certo, ele respondeu: “Simples, eu estou vendo-o funcionar”. Na época, pensar em um motor de corrente elétrica alternada seria tão surreal quanto pensar, hoje, em teletransporte.Acredita-se também que ele tivesse transtorno obsessivo compulsivo, insônia (dizia dormir apenas 2 horas por noite, embora fossem apenas cochilos), além de outras manias e fobias, por exemplo: Não tocava em cabelos; não gosta de pérolas – despedindo uma secretária por ir trabalhar com um colar, uma vez –, fazia as coisas de acordo com o numeral 3 e nunca ficava em um quarto de hotel divisível pelo número. Atualmente, através dos relatos, seus biógrafos acreditam eu ele era misofóbico, ou seja, tinha completo pavor em entrar em contato com sujeira ou qualquer coisa que não julgasse estar higienicamente seguro. Antes de cada refeição ele polia cada utensílio até chegar à perfeição, utilizando 18 guardanapos (múltiplo de 3). Chama a atenção, também, sua obsessão por pombos, alimentando-os regularmente no Central Park, em Nova Iorque, com sementes especiais que encomendava. Ele costumava, inclusive, leva-los ao seu quarto e os cuidar.Além da memória eidética e talento para a física, Tesla também era poliglota. Falava 9 idiomas com fluência: sérvio, checo, latim, italiano, alemão, húngaro, francês e inglês.Um de seus primeiros trabalhos foi na Companhia Nacional de Telefones, sendo o eletricista-chefe da empresa e engenheiro do primeiro sistema telefônico do país. Nesta época desenvolveu um aparelho que pode ser taxado como um repetidor ou amplificador de telefone, ou ainda, pode ser considerado o primeiro alto-falante do mundo. No entanto ele não divulgou ou publicou esse invento.Seu laboratório durante um experimento
Seu laboratório durante um experimento
Nos anos 80 trabalhou na França e depois nos Estados Unidos, onde foi assistente do famoso Thomas Edison, aquele que você respondeu que inventou a lâmpada, lembra? Aqui começa o drama de Tesla com seu maior sabotador.A Guerra das CorrentesThomas Edison contratou Tesla para resolver problemas que ele estava tendo com corrente contínua em geradores e motores. Se Tesla resolvesse o problema ganharia cerca de 50 mil dólares – o que corresponderia a 1 milhão de dólares em valores atuais –, essa era a promessa. Quando Tesla consertou ou problemas de Edison e perguntou sobre seu dinheiro, recebeu a seguinte resposta: “Tesla, você não entende o humor americano”. Sim, para ele a promessa era uma piada e nunca foi paga.Tesla não se abateu, continuou suas pesquisas, e, hoje, podemos ter luz elétrica em nossa casa graça à invenção e aplicação da corrente alternada desenvolvida por ele quando fora contratado pela Westinghouse para criar a linha de transmissão e viabilizar o primeiro sistema hidrelétrico do mundo. Na ocasião recebeu 1 milhão de dólares pela venda de suas patentes a George Westinghouse e mais US$ 2,50 dólares de royalties por HP gerado por suas invenções. Tesla começava a ficar rico e famoso, certo? Mais ou menos. Devido a jogadas mal planejadas, a Westinghouse ficou à beira de uma falência, e Tesla, não querendo que centenas de pessoas perdessem seus empregos, teve a grandiosidade de rasgar o contrato dos royalties, o que hoje valeria TRILHÕES de dólares.Mas nem assim tudo foram flores para ele. O seu sistema de corrente alternada recebeu críticas duríssimas de Edison que dizia que ele era ineficiente e não devia ser levado a sério. O motivo? O sistema de corrente contínua – que vimos acima – tinha sido criado por ele e era o padrão adotado nos Estados Unidos, com a mudança do padrão ele perderia uma montanha de dinheiro a cada ano em royalties. Assim começava a famosa Guerra das Correntes.Seu motor elétrico em funcionamento na hidroelétrica das Cataratas do Niágara
Seu motor elétrico em funcionamento na hidroelétrica das Cataratas do Niágara
Para termos luz na sala de casa hoje, segundo o sistema de Thomas Edison, precisaríamos de uma usina de energia elétrica a cada quilômetro quadrado. Inviável, certo? Já o sistema de Tesla usava cabos menores, alcançava maiores voltagens e podia transmitir energia elétrica a distâncias muito maiores.

Frente a essa perda de dinheiro, nome e prestígio, Thomas Edison resolveu se mexer e tomou uma atitude muito adulta: Começou a pagar 25 centavos por cada cachorro ou gato que garotos trouxessem vivo para ele. Depois, em uma exibição pública, eletrocutou todos usando a corrente alternada de Tesla, além de cavalos e até elefantes. Ele queria mostrar como era perigoso sistema de corrente alternada e convencer a opinião pública de que não era segura para se ter em uma casa. A propaganda negativa foi tão forte que, na época, o estado de Nova Iorque passou a utilizar a eletrocussão por corrente alternada como método de execução de condenados.Para a nossa sorte, o sistema de Tesla era mais barato e funcional e foi adotado não só nos EUA, como em diversos países, caminhando para ser o padrão global. Por isso, Tesla é o verdadeiro pai da era da eletricidade. Para conferir mais sobre a Guerra das correntes e a Guerra Elétrica, clique aqui e confira este documentário sobre o tema.Outras invenções de Tesla

Ainda na época da Guerra das Correntes, época de muita criatividade para ele, Tesla desenvolveria diversas aplicações para seu uso de corrente alternada, como: motor elétrico, o princípio da criação de energia elétrica através de um campo magnético rotativo, ignição elétrica de motores à gasolina; o motor assíncrono giratório, comutadores elétricos, bobina de Tesla, que permitiu a comunicação sem fio, rádios e tv’s (SIM, AGRADEÇA A ELE CADA VEZ QUE LIGAR SUA WI-FI), lâmpada fluorescente, etc. (muitos etc.), controle remoto por rádio, etc. Pesquisou desde energia solar até o poder do mar, além de prever comunicações interplanetárias e satélites. Há também relatos de ideias geniais e invenções ou teses feitas que ele preferiu não registrar.Para ajudar, após a briga contra Edison, em 1895, seu laboratório pegou fogo misteriosamente, junto de todas as suas pesquisas. Suspeitasse até hoje que fora causado por alguma grande companhia do ramo da eletricidade, já que após o incêndio, o que sobrou foi “sem querer” atropelado por tratores. A motivação seria a pesquisa dele em energia gratuita a todos, mas como veremos no parágrafo seguinte, Tesla não desistiria, e, mostraria que era uma das pessoas mais legais que já viveram.Em seus estudos Nikola Tesla descobriu, em um de seus momentos de genialidade, uma forma de conceder energia elétrica wireless grátis para todo o planeta através de uma torre que seria contruída perto de Nova Iorque . O projeto saiu do papel e chegou a ter a torre e o prédio prontos, porém empacou em um detalhe: o empresário que estava financiando a construção da torre – um dos mais famosos financistas dos EUA, J. P. Morgan – decidiu encerrar o projeto quando se deu por conta de que não teria como regular essa energia, e, portanto, como cobrar por ela e lucrar com isso.Na foto acima o prédio e a torre prontas, abaixo, a triste demolição dela, anos depois.
Na foto acima o prédio e a torre prontas, abaixo, a triste demolição dela, anos depois.
Hoje, cientistas, físicos e engenheiros elétricos dizem que aquilo seria impossível, que por não fazer cálculos no papel, ele não conseguiu ver um detalhe banal: ao passar para o ar, a energia rapidamente se esvaneceria. Bom, funcionando ou não, é interessante notar a benevolência de Tesla que não queria 1 centavo por sua nova criação.E se você ainda não entendeu ainda a importância de Tesla para nossas vidas e da sua genialidade, saiba que:

  • Foi o responsável pela construção da primeira hidroelétrica do mundo, nas cataratas do Niágara, provando a todos que a água era um meio prático de obter energia;

  • Conduziu experimentos com engenharia criogênica, quase meio século antes de sua invenção;

  • Patenteou mais de 100 inovações que foram usados na criação do transistor, aquela pecinha primordial que faz com que seja possível o

    RELACIONADO

    computador moderno existir e você ler isso neste momento;

  • Foi a primeira pessoa a captar ondas de rádio do espaço, o que o torna, indiretamente, o pai da radioastronomia;

  • Descobriu a frequência de ressonância da terra, que só pode ser confirmada 50 anos depois, já que era muito avançado à época;

  • Desenvolveu uma máquina de terremotos que quase destruiu um bairro inteiro em Nova Iorque;

  • Inventou a poderosa Bobina de Tesla, que você pode não conhecer de nome, mas com certeza já a viu em algum lugar. Confira ela, abaixo:

  • Conseguiu, na década de 90, reproduzir em seu laboratório o fenômeno conhecido como “Ball Lighting”, que consiste em uma luz que aparece na forma de uma esfera e viaja devagar enquanto plana a alguns pés do chão. É um fenômeno muito raro e até hoje os cientistas ainda não conseguiram replicar o feito em moderníssimos laboratórios;

  • Inventou o controle remoto, a luz de neon, motor elétrico moderno, comunicações wireless, e outras coisas que tornam nosso dia a dia mais prático e legal;

  • Inventou um raio da morte que poderia destruir o mundo caso caísse em mãos erradas. Parece ficção, mas não é, ao menos é o que diversas fontes juram. No entanto, destruiu o projeto antes dele vazar (alguns acreditam que o projeto está em posse do governo dos EUA, confira mais sobre isso, alguns parágrafos abaixo). O raio chegou perto de ser vendido para a Inglaterra por 30 milhões de dólares, durante a 2ª Guerra Mundial, mas foi desfeito nos últimos momentos. O próximo comprador seriam os Estados Unidos, porém, a reunião que daria desfecho à compra nunca ocorreu. Tesla morreria antes.

O mundo contra TeslaMas se você acha que o atrito com Thomas Edison foi a única injustiça com Tesla está muito enganado. Diga-me: Você sabe quem inventou o rádio? Se você souber, com certeza respondeu que foi o italiano Guilherme Marconi, mas, como você já deve ter imaginado, foi Tesla. Tudo que Marconi fez foi pegar o trabalho desenvolvido por Tesla e patenteado em 1896, que continha todos os diagramas esquemáticos descrevendo todos os elementos básicos do transmissor de rádio, mudar um pouquinho aqui, umas coisinhas ali e ficar mundialmente famoso ao mandar a primeira mensagem transatlântica da história. Ao ser perguntado sobre o que sentia, Tesla disse: “Marconi é um bom amigo. Deixem-no continuar. Ele está usando 17 das minhas patentes”. Sim, ele é um baita parceiro.

Porém, quando Marconi recebeu um prêmio Nobel por isso. Prêmio que deveria ser de Nikola (e essa não foi a primeira vez que ele perdeu um Nobel, já que a discussão e os avanços decorrentes da questão corrente alternada/contínua gerou o prêmio para ele e Edison. Prêmio que não foi entregue, pois a Academia de Ciências concedente não concordou em dividir o prêmio e ele foi repassado a um terceiro pesquisador – Willian Bragg). Ao perder o prêmio para Marconi ele terida dito: “Marconi é um asno”. Nesse momento Tesla já estava sem dinheiro – note que foi quando J. P. Morgan havia removido o incentivo financeiro à Torre – e suas patentes começavam a expirar. Desesperado, tentou processar o italiano, desistindo ao ver que, sem recursos, não conseguiria disputar com uma grande companhia.Outra: O radar, este invento que permite desviar de mísseis, submarinos navegarem por aí, sua comida sair quentinha do micro-ondas, etc. Hoje, credita-se a descoberta a Robert Watson-Watt, que o teria descoberto em 1935, porém, 18 anos antes (18 anos!!!), em 1917, ele havia apresentado à marinha americana (estávamos no início da 1ª Guerra Mundial) um sistema que poderia ter previsto milhares de baixas ocasionados pelos mísseis aquáticos alemães.Daí você pergunta: E por que a marinha rejeitou o invento? Bem, é que Thomas Edison (lembra dele?) era chefe do centro de pesquisa e desenvolvimento da marinha e disse que o radar não teria aplicação prática na guerra.

Quer mais uma prova de que a vida é injusta? Lá vai: o Raio-X. Creditado a Wilhelm Rontgen, já havia sido descoberto e pesquisado por Tesla anos antes. Na euforia de sua “descoberta”, acreditava-se que os raios-x poderiam curar problemas como a cegueira, porém, Tesla, que já havia investigado o assunto, e sabia do que ele podia causar, recusou-se a conduzir experimentos médicos com ele, tentando alertar o mundo sobre seu perigo.Mas claro que alguém não ouviria as advertências. Quem seria? Se você citou Thomas Edison, ponto para você. Não perdendo a oportunidade de ser inconveniente, Edison começou a experimentar os raios-x em seus empregados. Um deles, Clarence Dally recebeu uma carga de raios-x tão grande que precisou ter seus 2 braços amputados para que não morresse. Pois é, não deu certo e ele morreu por causa de um câncer no mediastino =/ Parabéns, Thomas Edison. Aliás, o próprio Edison quase ficou cego por disparar raios-x contra seus olhos.Um ser místico?Por causa de sua incrível genialidade, invenções além do pensamento racional humano, criações sem nem mesmo protótipos, hábitos estranhos, transtornos de personalidade, etc. Tesla é visto por seitas e cultos como um ser místico.

Uma delas, os Newubianos o consideram um ser venusiano, enviado para passar ensinamentos ao planeta Terra. Louco, né? Mas nem é só isso, os seguidores dessa religião tem alguns preceitos nada convencionais, como enterrar a placenta após o nascimento para que Satanás não a use para fazer um clone do recém-nascido, ou então algumas coisas um tanto quanto preconceituosas, como pregar que as pessoas brancas foram destinadas a serem uma raça escravizada para servir os negros. Muito preconceituosa e impensável nos dias de hoje (opa, o cristianismo pregou o contrário por centenas de anos…melhor mudar de assunto).LegadoEmbora hoje ele não tenha o reconhecimento que lhe é devido, na sua época, foi uma celebridade, morando por diversos anos no Waldorf Astoria, onde organizava jantares com pessoas famosas que seriam as testemunhas de suas descobertas. Certa feita, perguntaram a Albert Einstein como era se sentir o homem vivo mais inteligente, a resposta foi: ” Eu não sei, você vai ter que perguntar a Nikola Tesla”. E mais, Tesla era muito popular com as mulheres, existindo relatos incríveis de brigas homéricas por sua causa, no entanto, como dissemos antes, ele preferiu a castidade em nome de seu legado, morrendo sem nunca provar do pecado da carne.

E mesmo com toda essa história de vida surpreendente, Tesla não tem o reconhecimento que merece. Vivendo em uma época que somente invenções rentáveis e vendáveis eram “legais”, ninguém dava bola para a radioastronomia. Suas invenções não eram aquelas que poderiam aperfeiçoar um produto e vender mais e mais, elas eram revolucionárias. Por toda sua vida ele foi leal e compreensivo com aqueles que o tentaram passar para trás, e mais, não via o lucro como principal motivação das suas pesquisas.Em seus últimos anos de vida ele passava dias e noites sozinho em seu laboratório, que era o único modo de ele estar realmente feliz. Tesla morreu alucinado, pobre, considerado louco por muitos, sozinho em um quarto de hotel em Nova Iorque. Pagando o preço por ser um humanitário durante toda a sua vida, por tentar levar tudo de graça às pessoas, chegou ao fim de seus dias vivendo apenas de leite e bolachas e mesmo em sua pior situação não esquecia daqueles que amou durante toda sua vida: os pombos.Em uma de suas últimas entrevistas disse:Venho alimentando os pombos, milhares deles, há anos, mas havia um pombo, um pássaro bonito, branco puro com detalhes cinza claro em suas asas. Aquele era diferente… Não importa onde eu ia, aquele pombo iria me encontrar; quando eu queria ver ela só tinha que desejar e chamá-la para que ela viesse voando até mim… Eu amei aquele pombo… Eu a amava como um homem ama uma mulher, e ela me amava.

Então, uma noite eu estava deitado na minha cama, no escuro, resolvendo problemas, como de costume, ela voou pela janela aberta e ficou na minha mesa. Eu sabia que ela me queria; ela queria me dizer algo importante, então eu me levantei e fui até ela. Quando eu a olhei eu sabia o que ela queria me dizer – ela estava morrendo. E então, eu saquei sua mensagem, vinha uma luz de seus olhos – poderosos feixes de luz… uma luz mais intensa do que eu já tinha produzido pelas lâmpadas mais potentes em meu laboratório.

Quando aquele pombo morreu, algo saiu da minha vida. Até aquele momento, eu sabia com certeza que iria completar meu trabalho, não importa o quão ambicioso fosse, mas quando algo como aquilo saiu da minha convivência eu sabia que o trabalho da minha vida tinha acabado”.

E assim, em 7 de janeiro de 1943, acabou a vida de um dos maiores gênios da humanidade: Vivendo na pobreza e conversando com pombos imaginários.Ainda hoje existem diversas invenções que são classificadas como sigilosas pelo governo americano e que não foram entregues à família quando de sua morte, gerando muitas especulações sobre invenções fantásticas. Invenções essas que seriam mantidas no escuro devido à pressão das grandes petroleiras ou por outros assuntos tão sensíveis quanto. Outro episódio que suscitou borburinho durante a Guerra Fria foi o sumiço de algumas de suas pesquisas. Os EUA temiam que a União Soviética tivesse ficado com suas ideias e estivesse as desenvolvendo. No final do post tem um belo documentário que trata com detalhes essa questão.Hoje ele tem um museu fundado em seu nome, com suas invenções e memória. No museu são realizadas diversas experiências e demonstrações, como a do vídeo abaixo. Os experimentos recriam as apresentações de Tesla que era um verdadeiro showman, conhecido por suas exibições performáticas, que muito lembravam os espetáculos de mágica.E o mais legal: Em 2006 aquele terreno em que foi levantada a torre de eletricidade gratuita de Tesla que vimos acima, foi posto à venda. E aí vem a maravilha da internet, novidade que só foi possível pelas criações de Nikola Tesla. O site de quadrinhos OatMela criou uma campanha crowdfunding que conseguiu arrecadar mais de 1 milhão e 700 mil dólares em apenas 6 dias!!Atualmente, eles estão em busca de 10 milhões de dólares para criar “um centro de ensino de ciência e um museu digno de Tesla e seu legado.” E parece que a ideia vai sair do papel, afinal, Elon Musk, fundador da Tesla Motors – maior e mais promissora montadora de carro elétricos do mundo – doou 1 milhão de dólares em troca de uma estação de abastecimento de carros no local.Parece que a internet está conseguindo corrigir uma das maiores injustiças do mundo das ciências. Então ajude a desmistificar e desfazer esse mal-entendido, compartilhe esse post nas redes sociais e ajude a memória de Tesla. Comentário também são bem vindos abaixo.Para saber mais sobre Tesla visite este site que diz reunir tudo que sai sobre ele. Quem sabe até nosso post aparece por lá. Abaixo, a primeira parte do documentário supracitado:Fontes: 

Brasil: A polêmica ferrovia que a China quer construir através da América do Sul


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

china-dragão

Uma ferrovia que começa no Rio de Janeiro banhada pelo Oceano Atlântico, atravessa a Mata Atlântica, o Cerrado no Centro Oeste, a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes e termina na costa peruana em pleno Oceano Pacífico: este é o ambicioso plano que a China quer consolidar no Brasil e na América do Sul.

O projeto ganhou novo impulso com a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, à região, que começou na noite da última segunda-feira no Brasil e ainda inclui escalas na Colômbia, no Peru e no Chile.

A polêmica ferrovia que a China quer construir na América do Sul

http://www.bbc.co.uk

Nesta terça-feira, Li Keqiang se encontrou com a presidente Dilma Rousseff em Brasília. Na ocasião, foram assinados 35 acordos de cooperação entre os dois países, englobando áreas como planejamento estratégico, transportes, infraestrutura, energia e agricultura.

Durante o encontro, a presidente Dilma declarou que Brasil, China e Peru iniciaram os estudos de viabilidade da conexão ferroviária entre o Atlântico e o Pacífico. “Trata-se da ferrovia transcontinental que vai cruzar o nosso país no sentido leste oeste cortando o continente sul-americano”, disse a presidente que, logo depois, em conversa com repórteres, classificou a ferrovia como “estratégica para o Brasil”.

De Brasília, Li Keqiang segue para o Rio de Janeiro, onde deve participar da inauguração de uma exposição de marcas chinesas e de um passeio de barco pela baía de Guanabara. A agenda do premiê chinês no Brasil termina na próxima quinta-feira.

china-ferrovia-america-sul

Ferrovia liga litoral do Rio de Janeiro ao do Peru

Ferrovia

Com o projeto da ferrovia, Pequim pretende aumentar sua presença econômica no continente e facilitar o acesso a matérias-primas, o que também gera interesse do Brasil e do Peru.

Em declaração no início da tarde desta terça-feira durante o encontro com Li Keqiang, a presidente Dilma Rousseff afirmou que, com a ferrovia, “um novo caminho para a Ásia se abrirá para o Brasil, reduzindo distâncias e custos”.

Especialistas acreditam que a construção da estrada de ferro marcaria uma nova fase na relação da China com a região. No entanto, para que o projeto saia do papel, será necessário superar grandes desafios de engenharia, ambientais e políticos, dizem analistas ouvidos pela BBC.

“Seria uma grande conquista e uma peça-chave da relação da China com a América do Sul, se esse projeto realmente sair do papel”, diz Kevin Gallagher, professor da Universidade de Boston e autor de estudos sobre a relação China-América Latina. “Todo o projeto é uma grande promessa, mas deve ser bem feito ou pode se tornar um pesadelo”, ressalva.

Intercâmbio

Keqiang começa sua visita ao Brasil em meio a um momento de desaceleração da economia chinesa e das sul-americanas.

A região deve crescer menos de 1% neste ano, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), em parte por causa de uma atividade econômica mais fraca no Brasil. E a falta de infraestrutura continua a ser um dos principais problemas do país.

china-brasil

A presidente Dilma declarou que Brasil, China e Peru iniciaram os estudos de viabilidade da conexão ferroviária entre o Atlântico e o Pacífico.

A China, por sua vez, necessita de recursos naturais para sustentar sua expansão econômica e tem interesse primordial na construção de projetos ferroviários em outras regiões do globo..

Neste contexto, a Ferrovia Transoceânica, cujo custo é estimado em até US$ 10 bilhões (atualmente cerca de R$ 30 bilhões), poderia cobrir as necessidades dos vários países envolvidos.

“Próximo passo”

Com a popularidade em baixa e abalada por escândalos de corrupção, Dilma prepara um programa de concessões de infraestrutura previsto para ser lançado em junho.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, trechos da ferrovia até a fronteira com o Peru estariam contemplados na segunda etapa das licitações.

Estudos técnicos já foram iniciados em solo brasileiro para ligar o porto de Açu, no Rio de Janeiro, a Porto Velho, na bacia amazônica.

A ligação da capital de Rondônia ao Pacífico daria a produtores brasileiros uma alternativa sobre o Atlântico e o Canal do Panamá para enviar matérias-primas para a China.

“Há uma lógica econômica por trás do projeto”, disse João Augusto Castro Neves, analista para América Latina da consultoria Eurasia Group.

Nos últimos anos, a relação entre a China e o Brasil é muito focada no aspecto comercial, com o aumento das exportações de produtos como soja e ferro para o gigante asiático.

Mas, segundo Castro Neves, obras como a da Ferrovia Transoceânica poderiam agregar valor a esse vínculo. “É o próximo passo no relacionamento”, diz ele à BBC.

china-ferrovia

Ferrovia Transoceânica deve ganhar novo impulso com visita de premiê chinês, Li Keqiang, à América do Sul

Protestos

O projeto exacerbou as já tensas relações entre o Peru e a Bolívia, cujo presidente, Evo Morales, protestou ao saber que a estrada de ferro passaria por fora do território boliviano. “Não sei se o Peru está jogando sujo”, disse Morales em outubro. Segundo ele, a ferrovia seria “mais curta, mais barata” se passasse pela Bolívia.

No entanto, o presidente peruano Ollanta Humala descartou essa possibilidade em novembro, comentando sobre um acordo com a China para iniciar os estudos do projeto. O trem vai passar “pelo norte do Peru, por razões de interesse nacional”, disse Humala.

Juan Carlos Zevallos, economista que presidiu a agência reguladora de transportes peruana OSITRAN argumenta que a região apresenta “desenvolvimento consolidado” de infraestrutura para explorar a estrada de ferro, incluindo o porto de Paita, ponto de chegada da ferrovia.

Na opinião de Zevallos, o projeto facilitaria a entrada de produtos peruanos no Brasil, o maior mercado regional. “Esse é o interesse”, disse ele à BBC. Especialistas antecipam possíveis problemas com grupos indígenas e defensores do meio ambiente, dada a possibilidade de que o trem passe por áreas consideradas sensíveis.

“Uma estrada no meio da Amazônia para atender ao mercado chinês (…) seria uma ilusão acreditar que não vai haver impacto”, critica Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.

china-ferrovia-01

Construção de ferrovia pode gerar problemas com grupos indígenas, apontam especialistas

Adario observou, contudo, que “a ferrovia tem menor impacto do que a rodovia para o escoamento da produção” e defendeu que sejam feitos estudos para medir o impacto socioambiental da obra. Também há desafios de engenharia e custos para a construção de um trem que cruze a Cordilheira dos Andes e desemboque no Pacífico.

Castro Neves alertou que, se não houver planejamento adequado, o projeto pode terminar paralisado, como outras grandes promessas de investimentos na infraestrutura da região. “A questão não é apenas injetar dinheiro”, diz ele. Gallagher disse que o projeto vai representar “um verdadeiro teste para a relação” entre Pequim e da região.

“Se conseguir construir um trem de alta velocidade que funcione e facilite o comércio com a América Latina, de modo inclusivo e sem prejudicar o meio ambiente, a China tem tudo para se tornar a nova ‘queridinha’ da América Latina”, conclui.

O que aconteceu com a educação no Brasil?


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

Por Laura Monte Serrat Barbosa

pedagoga, psicopedagoga

Quando me propuseram o tema para este trabalho, vieram-me à mente outras perguntas e, entre elas, a seguinte: “Cadê o índio que estava aqui?”
Esta pergunta me fez lembrar de uma brincadeira infantil que, apesar de um pouco linear, pode nos ajudar a compreender o que aconteceu com a Educação no Brasil.

A brincadeira a que me refiro começava com um toucinho e um gato e acabava da seguinte forma: “Cadê o padre?”, “Tá rezando missa”, “Cadê a missa?”, “Tá no altar”.
Nesta história real, o “padre” aparece um pouco antes.
Se iniciarmos nossa cantilena perguntando “Cadê o índio que estava aqui?”, a sequência pode ser:

– O padre o transformou.
– Cadê o padre?
– Ficou mais de duzentos anos rezandb missa; catequizando índios e pagãos através da alfabetização; fazendo outros padres divulgando uma Educação acadêmica e abstrata.
– E depois dos duzentos anos, onde está o padre?
– Através da figura de um Marquês foi desbancado pelas ideias do iluminismo que assolavam o mundo, seus bens foram confiscados e suas escolas, fechadas.

capa índio

As ideias iluministas objetivavam tranferir o poder, passando da Igreja para o Estado. Porém, o Marquês não visou uma reforma  brasileira, e sim uma reforma educacional para a Metrópole (Portugal). Como  não houvesse interesse em equipar a colônia com um sistema educacional eficiente, a suposta reforma foi um fracasso.

Desastre total: sem padres e sem escolas.
Mais cem anos. Com a chegada da chegada da corte Portuguesa ao nosso país, a escola e o sistema educacional entram em voga novamente, só que agora com a intenção de atender às necessidades da nobreza.

Reconstruiu-se a academização; fundaram-se escolas técnicas superiores (principalmente a academia militar); apareceu a primeira escola vocacional; surgiu a primeira imprensa; organizou-se a primeira biblioteca. Tudo isto com objetivo certo: a elitização do ensino. Todos os esforços para a reconstrução da escola gratuita foram em vão; não existiam verbas para isto, pois tudo o que se destinava à educação estava sendo aplicado à educação elitista e acadêmica dos nobres.

Em que época? Pasmem, na época da chamada “Independência do Brasil”, mas que, na realidade, caracterizou-se por ser a independência só de alguns.

A função da escola não era mais a de engrossar as fileiras de fiéis que seguiam os ensinamentos do “padre”, mas sim a de atencer os interesses de uma elite que ficava cada vez mais poderosa.

Proclamada a “Independência”, e sem condições de uma estrutura independente, o império descentralizou a direção e a organização das escolas. Isto resultou em várias aberturas e inúmeros fechamentos de escolas. O abandono, novamente, foi geral.

– Cadê as escolas que estavam aqui – Só sobrou a de D. Pedro II: escola de ensino médio, modelar e elitária.
– Cadê as instalações que estavam aqui?
– Cadê as verbas? E os alunos? Cadê os professores?

O Estado não deu conta; nem tentando dividir as responsabilidades entre a federação e as províncias.
Somente 360 anos depois do descobrimento de nossa cultura indígena, precedido da invasão portuguesa, é que o sistema educacional brasileiro foi aquecido novamente.
– Sabem quem apareceu?
– O padre que, junto com várias ordens religiosas, criou muitas escolas
secundárias para rapazes, e protestantes que criaram escolas mistas.
O Estado não conseguiu se sobrepor à igreja, e o ensino acadêmico, elitizado e abstrato, voltou a reinar como instrumento de ação.
Com a República, veio junto uma enxurrada de reformas e, dentre elas, aquela desejada pelos positivistas da época: a introdição do estudo de ciências na escola primária e secundária, para contrapor-se ao ensino escolástico das escolas religiosas.

É nas décadas de 30 e 40 do século passado que surgiram as primeiras preocupações e chances educacionais reais para as camadas populacionais mais amplas; porém, o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, que mobilizou a Educação nacional na época, não contava com a participação direta desta camada da população na conquista dessas chances.

Este foi um período profícuo no sentido administrativo. Foi criado o Ministério da Educação; fundada a primeira universidade brasileira; a Constituição de 1937 previa a responsabilidade do Estado na Educação de crianças e adolescentes e a participação de indústrias e sindicatos na educação e formação profissional dos empregados.

Este início de discussão educacional continuou sendo ampliada nos 20 anos seguintes, quando a população passou a desenvolver consciência, participava das reivindicações, lutava pelos seus direitos. A alfabetização agora não tinha mais a intenção de doutrinação religiosa e passava a ser vista e realizada como instrumento de emancipação da maioria da população brasileira

É A MAIS PURA VERDADE_n

A discussão educacional era intensa e finalmente, em 1961 culminou com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que, embora incompleta, representava o resultado de muita discussão e possibilitava ao povo opor-se e manifestar sua oposição. A preocupação da lei, entretanto, não era científica, e sim política; continuava desvinculada da realidade e do mundo do trabalho.

Nos discursos políticos, a Educação passava a ter importância; aparecia o incentivo à pesquisa mas, mesmo assim, o distanciamento da realidade ainda existia. Que marca intensa a história deixa! Como é difícil livrar-se do academicismo, do idealizado, do abstrato e descontextualizado!

Os estudantes se mobilizavam; os artistas produziam belas obras que retratavam a presença da oposição, da democratização.
Mas a alegria durou pouco. Embora Paulo Freire estivesse conseguindo um trabalho emancipador, a Revolução de 64 calou os artistas, os educadores, os jovens; o militarismo passou a reinar e mudou o rumo da Educação no pais.

Nesse momento não se tratava de portugueses invadindo a terra indígena, nem de uma metrópole controlando uma colônia. Era uma importação americana de modelos educacionais que objetivavam não mais formarem brasileiros, e sim Americanos do Norte. Os ginásios polivalentes, a estrutura universitária norte-americana sendo implantada aqui, a Lei 5.692 que visava modificações no ensino médio e primário, metodologias e tecnologias “tecnicistas”. Tudo isto resultou numa pergunta:

– Cadê o Brasil que estava aqui?
– Está se transformando em território do norte, embora encontre-se no sul.

– Cadê os brasileiros que estavam aqui?
– Todos em terras distantes, porque aqui não mais podiam falar, escrever, ensinar, compor, pintar etc.

O militarismo interrompeu o processo social que se encorpava e, durante 20 anos, permanecemos no silêncio obrigatório, e no não crescimento educacional. Passamos 20 anos copiando, reproduzindo a nova metrópole, transformando-nos no mais empobrecido “império” que era possível.
Aprendemos a ser robôs, a plastificar tudo que encontrávamos, a promover um ensino em série, a fazer um controle de qualidade de alunos, a excluírmos aqueles que não se transformavam segundo o esperado pelo modelo etc.

Para contrapôr este “engessamento”, surgiam estudos progressistas, que foram retomados após esse período. Continuamos do ponto em que havíamos parado. Administramos os prejuízos e começamos a luta- por uma escola brasileira: mais justa, gratuita, destinada à população como um todo e que tivesse como objetivo principal ensinar o conteúdo historicamente construído. Uma escola que fizesse oposição aos currículos propostos na época da república e àqueles propostos pelas escolas religiosas. Uma escola que acreditasse na construção colmava do conhecimento, na pesquisa, num conhecimento dinâmico que se atualizasse e se transformasse o tempo todo e, sobretudo, uma escola que formasse seres críticos e não reprodutores.

Chegamos aos anos 90 com uma multiplicidade de sistemas educacionais. Tínhamos presentes em nosso cotidiano a escola doutrinária, a escola nova, a tecnicista e a progressista.

Novamente um grande movimento educacional passava a ser realizado. Modificava-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; criavam-se parâmetros curriculares nacionais, a partir de uma discussão mais ampla e de contribuições de outros países; criava-se um modelo de avaliação das escolas; ousava-se mexer no sistema de avaliação, no modelo do vestibular.

Hoje, exagera-se por uma educação cidadã, desgastando um termo que permite à escola conceber uma nova forma de ação que não é só acadêmica, mas também vivencial.
Nesta forma de ensino, é permitido ver que índio que estava aqui foi arrancado daqui e está mais ali, desadaptado e, em muitos casos, infeliz.

Então, o que aconteceu com a Educação no Brasil?
Na realidade, a Educação no Brasil teve muitos donos e intenções muito
diferentes.
No início, o desejo de doutrinação religiosa, o conhecimento posto a favor da Igreja; a seguir, o Estado pretendendo fazer educação sem conseguir, e o conhecimento valorizando um só aspecto: a necessidade da nobreza. Mais tarde, o Estado fez uma primeira tentativa de democratização do ensino: um movimento para colocar o conhecimento ao alcance de todos; entretanto, isto se fez de forma autoritária; depois seguiu com a presença da ciência nos currículos com a intenção de desbancar o conhecimento escolástico e de introduzir uma visão materialista de mundo; impôs a presença da reprodução e do tecnicismo nos sistemas educacionais e o distanciamento da possibilidade de crítica; propôs, nesse momento, o retorno do materialismo, mas de forma diferente: em bases que propagavam um conhecimento historicamente construído.

Permanece o desejo de fazer interdisciplinaridade, de ver o homem como um todo, como ser humano e como parte do universo, cuidando para não perder as especificidades culturais e respeitando o direito de todos à Educação.

Muitas faces, muitos chavões desenvolvidos em cada época; entretanto, com muita dificuldade em termos uma Educação que atenda a todos e que trate o conhecimento como um instrumento de viver, ligado à realidade e relacionado ao trabalho dos homens e das mulheres deste planeta.

Esse texto faz parte da coletânea de reflexões “Psicopedagogia e Aprendizagem”, de Laura Monte Serrat Barbosa.

Contato lauramonteserrat@bol.com.br

CIENTISTAS COMPROVAM A REENCARNAÇÃO HUMANA…



HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

 O laço essencial que nos une é que todos habitamos _n
4220.3K49

Desde que o mundo é mundo discutimos e tentamos descobrir o que existe além da morte.
Desta vez a ciência quântica explica e comprova que existe sim vida (não física) após a morte de qualquer ser humano.

Um livro intitulado “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo” “causou” na Internet, porque continha uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre e que pode durar para sempre.

O autor desta publicação o cientista Dr. Robert Lanza, eleito o terceiro mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível.

Além do tempo e do espaço Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company. No passado ficou conhecido por sua extensa pesquisa com células-tronco e também por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção.

Mas não há muito tempo, o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva deu à luz a nova teoria do biocentrismo que vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida e a consciência são fundamentais para o universo.

397179_262092760526773_145396598863057_634687_786140913_n

É a consciência que cria o universo material e não o contrário.

Lanza aponta para a estrutura do próprio universo e diz que as leis, forças e constantes variações do universo parecem ser afinadas para a vida, ou seja, a inteligência que existia antes importa muito. Ele também afirma que o espaço e o tempo não são objetos ou coisas mas sim ferramentas de nosso entendimento animal.

Lanza diz que carregamos o espaço e o tempo em torno de nós “como tartarugas”, o que significa que quando a casca sai, espaço e tempo ainda existem.

A teoria sugere que a morte da consciência simplesmente não existe. Ele só existe como um pensamento porque as pessoas se identificam com o seu corpo. Eles acreditam que o corpo vai morrer mais cedo ou mais tarde, pensando que a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência então a consciência morre quando o corpo morre. Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de tv a cabo recebe sinais de satélite então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço. Ela é capaz de estar em qualquer lugar: no corpo humano e no exterior de si mesma. Em outras palavras é não-local, no mesmo sentido que os objetos quânticos são não-local.

Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente.

Em um universo o corpo pode estar morto e em outro continua a existir, absorvendo consciência que migraram para este universo. Isto significa que uma pessoa morta enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante a ele ou ela que foi habitado, mas desta vez vivo. E assim por diante, infinitamente, quase como um efeito cósmico vida após a morte.

Vários mundos

Não são apenas meros mortais que querem viver para sempre mas também alguns cientistas de renome têm a mesma opinião de Lanza.

São os físicos e astrofísicos que tendem a concordar com a existência de mundos paralelos e que sugerem a possibilidade de múltiplos universos.

Multiverso (multi-universo) é o conceito científico da teoria que eles defendem. Eles acreditam que não existem leis físicas que proibiriam a existência de mundos paralelos.

O primeiro a falar sobre isto foi o escritor de ficção científica HG Wells em 1895 com o livro “The Door in the Wall“. Após 62 anos essa ideia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett em sua tese de pós-graduação na Universidade de Princeton. Basicamente postula que, em determinado momento o universo se divide em inúmeros casos semelhantes e no momento seguinte, esses universos “recém-nascidos” dividem-se de forma semelhante. Então em alguns desses mundos que podemos estar presentes, lendo este artigo em um universo e assistir TV em outro.

Na década de 1980 Andrei Linde cientista do Instituto de Física da Lebedev, desenvolveu a teoria de múltiplos universos. Agora como professor da Universidade de Stanford, Linde explicou: o espaço consiste em muitas esferas de insuflar que dão origem a esferas semelhantes, e aqueles, por sua vez, produzem esferas em números ainda maiores e assim por diante até o infinito. No universo eles são separados. Eles não estão cientes da existência do outro mas eles representam partes de um mesmo universo físico.

A física Laura Mersini Houghton da Universidade da Carolina do Norte com seus colegas argumentam: as anomalias do fundo do cosmos existem devido ao fato de que o nosso universo é influenciado por outros universos existentes nas proximidades e que buracos e falhas são um resultado direto de ataques contra nós por universos vizinhos.

Alma

Assim, há abundância de lugares ou outros universos onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo biocentrismo.

Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação?

Segundo o Dr. Stuart Hameroff uma experiência de quase morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo.

Ao contrário do que defendem os materialistas, Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa da consciência que pode, talvez, apelar para a mente científica racional e intuições pessoais.

A consciência reside, de acordo com Stuart e o físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte esta informação é liberada de seu corpo, o que significa que a sua consciência vai com ele.
Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos, uma teoria que eles batizaram Redução Objetiva Orquestrada.

Consciência ou pelo menos proto consciência é teorizada por eles para ser uma propriedade fundamental do universo, presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. “Em uma dessas experiências conscientes comprova-se que o proto esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral.”

Nossas almas estão de fato construídas a partir da própria estrutura do universo e pode ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para a proto-consciência que é intrínseca ao tecido do espaço-tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência que é não material e vai viver após a morte de seu corpo físico.

Dr. Hameroff disse ao Canal Science através do documentário Wormhole: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir e os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída, não pode ser destruída, ele só distribui e se dissipa com o universo como um todo.”

Robert Lanza acrescenta aqui que não só existem em um único universo, ela existe talvez, em outro universo.

Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente diz: “Eu tive uma experiência de quase morte”.

“É O CRIME QUE LESA HUMANIDADE DA EVOLUÇÃO”

O Estado oprime a I....

Ele acrescenta: “Se ele não reviveu e o paciente morre é possível que esta informação quântica possa existir fora do corpo talvez indefinidamente, como uma alma.”

Esta conta de consciência quântica explica coisas como experiências de quase morte, projeção astral, experiências fora do corpo e até mesmo a reencarnação sem a necessidade de recorrer a ideologia religiosa. A energia de sua consciência potencialmente é reciclada de volta em um corpo diferente em algum momento e nesse meio tempo ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade e possivelmente, em outro universo.

E você o que acha? Concorda com Lanza?

Grande abraço!

Indicação: Pedro Lopes Martins

Artigo publicado originalmente em inglês no site SPIRIT SCIENCE AND METAPHYSICS.

http://www.duniverso.com.br/cientistas-comprovam-reencarnacao-humana/ 

O Paradoxo de Fermi


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

Elenin-Earth-Sun-2011

O Porque nunca encontramos vida no universo?

Segundo um recente estudo há mais estrelas no universo do que grãos de areia no planeta Terra. Há 70 septiliões de estrelas, 17 bilhões de planetas similares à Terra apenas na Via Láctea, uma dos tantos bilhões de galáxias por aí e você realmente acha que estamos sozinhos no universo? Bitch, please.

Mas por que então nunca recebemos contato extraterreno? Bom, talvez você nunca tenha ouvido falar, mas o físico Enrico Fermi – ganhador de diversos prêmios e inventor prolixo, entre eles o Nobel e o reator nuclear, respectivamente – tentou nos explicar com seu paradoxo. E é isso que vamos abordar neste artigo.

Você ainda lembra o que é paradoxo, certo? Uma afirmação tão óbvia e com tudo para ser verdade, mas que por algum motivo desconhecido, não se concretiza.

Tudo partiu de uma pergunta que ao menos 1 vez na vida você já deve ter feito a si próprio: Onde está todo mundo, ou, onde estão todos os mundos (ba dum tss)? Deve ter sido essa a pergunta que passou também pela cabeça de Fermi e que caracteriza a relação paradoxal: Se as chances são praticamente infinitas, por que nem ao menos 1 mísero ET tenha aparecido por aqui?

Destrinchando veremos que a pergunta faz muito sentido, afinal, caso você olhe para o céu, por mais estrelado que esteja, na noite mais clara, tudo o que estará vendo será apenas nossos vizinhos mais próximos. Sim, na melhor das hipóteses estaremos de olho, literalmente, em no máximo 2.500 estrelas (aproximadamente 1 centésimo de milionésimo do total de estrelas da nossa galáxia). Note que nossa galáxia é apenas 1 das mais de 100 BILHÕES delas…

Voltando às ínfimas 2.500 estrelas que vimos, quase todas estão a menos de mil anos-luz de nós (o que corresponde a cerca de 1% do diâmetro da Via Láctea). Assustado com os números? Calma que tem mais: Observe que nossa galáxia, a Via Láctea, famosa Milk Way do Mario Kart, tem algo entre 100 bilhões a 400 bilhões de estrelas; no entanto, este é quase o mesmo número de galáxias no universo observável (e eu nem vou dizer que a maioria do que está lá fora NÃO é observável). Continuando: Para cada estrela aqui dentro da nossa galáxia, há uma outra galáxia inteirinha lá fora, com seus bilhões de estrelas. No total, existem entre 10^22 e 10^24 estrelas no universo (se você não entendeu o código, eu explico: Isso é notação científica, ou seja, é o numeral 10 seguido de 24 vezes o número 0, isso: 10 000 000 000 000 000 000 000 000). Isso significa que para cada grão de areia na Terra, há 10.000 estrelas no universo.

Agora que já sabemos quantas estralas podem existir no universo observável, podemos nos ater a quantas são similares a um sol, afinal, não há planeta sem uma fonte de energia (pelo menos, acho eu que não). Este dado é controverso, porém, fala-se que em algo entre 5% a 20% das estrelas seriam parecidas com nosso astro maior em quesitos como energia, luminosidade, temperatura, combustível, tamanho, etc. Indo pela teoria mais modesta, míseros 5% daquele número enorme de estrelas, teremos um total 500 quintilhões de possíveis sóis, 500 000 000 000 000 000 000, o mesmo que 50^19, ou 500 bilhões de bilhões. Escolha o nome que mais lhe agradar.

Agora temos que tentar definir qual a porcentagem de planetas que podem ser similares à Terra e oferecer condições propícias a abrigar vida, seja ela inteligente ou uma simples bactéria unicelular. Aqui, como é se de esperar, afinal esse assunto flerta com um campo da ciência muito incerto, também há opiniões desencontradas sobre qual porcentagem dessas estrelas similares ao Sol poderiam ser orbitadas por planetas similares a Terra e com condições parecidas em termos de temperatura, que permitisse água líquida, por exemplo. Segundo alguns astrônomos, esse número pode ser até 50%, enquanto que para outros fica em 22%. Pegando este número menor, novamente, chegamos à estatística de que há um planeta similar à Terra, que poderia abrigar vida, orbitando pelo menos 1% dos possíveis sóis, algo como 100 bilhões de bilhões de planetas similares à Terra, ou 100 000 000 000 000 000 000. Trocando em miúdos, pode existir, na menor das possibilidades, 100 planetas parecidos com a Terra para cada grão de areia existente no mundo, seja ele na praia, deserto, no parquinho da praça, no artesanato de areia colorida, misturado no cimento da parede da sua casa, etc. Ainda não acha provável termos vida em algum lugar do cosmos? Então continuemos:

Aqui terminam os dados “científicos e certeiros” e começa a especulação, e já já você vai entender o porquê. Ok, façamos um exercício de imaginação: Vamos pensar que, depois de bilhões de anos de existência, apenas 1% daqueles bilhões de bilhões de planetas parecidos com a Terra tenham conseguido desenvolver material genético e criado vida, isto corresponderia a 1 planeta com vida para cada grão de areia no nosso planetinha. Agora imagine que em 1% desses planetas a vida conseguiu evoluir até o nível de vida inteligente, patamar que nós ostentamos hoje em dia. Isso representa que podemos ter 10 milhões de bilhões de civilizações inteligentes pelo universo observável aí afora, ou simplesmente 10 quatrilhões de planetas com possíveis seres inteligentes que também estariam se fazendo a mesma pergunta do porquê estarem sozinhos.

Agora vamos tentar situar os possíveis planetas com vida inteligente em nossa galáxia. Usando novamente a estimativa mais baixa e fazendo as mesmas contas anteriormente feitas para o universo como um todo, chegamos ao resultado de possíveis 1 bilhão de planetas similares à Terra, e então 100 mil civilizações inteligentes e parecidas com a nossa, somente na Via Láctea. Este cálculo pode ser resumido “facilmente” em N= R*Fp ·Ne.·Fl · Fi ·Fc · L, a – nem tão famosa, assim – Equação de Drake. Não entendeu? Dê um play abaixo e entenda:

Veja que o astrônomo mais famoso do mundo, e uma das mentes mais brilhantes do século XX chegou a uma cifra um tanto quanto mais ambiciosa que a nossa, veja que estamos sendo humildes, bem, continuando, vamos ao primeiro problema da nossa teoria, veja: A SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre, na sigla em inglês), uma organização – desde 1995 – sem recursos governamentais que se dedica a ouvir sinais cósmicos e tentar encontrar vida inteligente em algum zumbido captado pelo universo e que tem antenas apontadas para todos os cantos, deveria, ao menos em tese, captar algo, afinal, temos tantas possíveis civilizações vivendo por aí, certo? Bem, não é assim que está acontecendo. Por quêêê?

Brinquedinhos da SETI

Para tornar tudo mais estranho, considere que nossa civilização é uma civilização nova, MUITO nova. Dessa forma, as demais civilizações já poderiam estar viajando na velocidade da luz, alcançado a imortalidade ou o que mais o futuro nos reserva, e mesmo assim, nenhuma delas deu as caras por aqui. Explicando o porquê de sermos tão novos: Nosso Sol é relativamente garoto, supõe-se ter 4,57 bilhões de anos, já a Terra, tem 4,54 bilhões, uma diferencinha de 300 milhões de anos (pouco mais de 4 vezes de distância entre a extinção dos dinossauros e hoje).

Bem, suponhamos então um tal planeta A. Digamos que ele tenha tido uma evolução similar à nossa, vamos olhar para onde sua civilização estaria hoje (As imagens que você verá daqui para a frente foram roubadas inescrupulosamente do site Wait But Why, referências no final da página):

Big Bang; nascimento do planeta A; Nascimento da Terra; Hoje.

Agora veja onde ele estaria hoje. Note no pequeno espaço que eles teriam de vantagem tecnológica em relação a nós, simples 3.46 bilhões de pesquisas e inovações. O suficiente para uma viagem no tempo, concorda?

Entendeu a loucura? O iPhone 7 teria chegado para eles há mais de 3.46 bilhões de anos atrás =0

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Se o conhecimento de uma civilização com apenas mil anos de diferença já é algo monstruoso (lembre de onde estávamos em 1015: queimando pessoas por serem bruxas, insegurança total, guerras por todos os lados, inexistência do racionalismo, guerras religiosas, etc… Ué, tem que ver isso daí), aumente centenas de milhares de vezes e você terá noção do que os mais de 3.4 bilhões de anos a mais os levariam. As coisas lá seriam tão diferentes do que é hoje, do que seria um habitante do Antigo Egito e um habitante de 2015. Talvez uma comparação de um humano moderno a um chimpanzé seja mais adequada, ou então a um trilobita…

Enfim, é realmente difícil a comparação e a explicação, mas vamos tentar nos próximos parágrafos utilizando a Escala de Kardashev, um método que agrupa civilizações inteligentes em três grandes grupos, de acordo com a quantidade de energia que cada um usa. São eles:

Civilização Tipo I: Possuem a habilidade de usar toda a energia de seu planeta. Este não é nosso caso, no entanto, segundo Carl Sagan, aquele do vídeo acima, que criou uma fórmula para essa escala, nos classificou como uma Civilização 0.7;

Civilização Tipo II: Mais avançados, podem colher toda a energia de seu sistema solar. Imaginem isso, nós não chegamos nem perto, vide a energia solar, que não aproveitamos nem 1%, e se fizéssemos isso, poderíamos manter boa parte dos Estados Unidos por 1 ano, isso com o captado em apenas 1 dia (sim, 1% da energia solar que o mundo recebe diariamente poderia fazer isso).

Civilização Tipo III: Faz com facilidade tudo aquilo que as anteriores faziam com dificuldade – ou simplesmente não faziam – chegando a um nível de captação de energia correspondente à Via Láctea inteirinha.

Se não conseguimos nem chegar no nível I, como imaginar o nível de avanço necessário para alcançar o nível III? Parece difícil de acreditar que isso possa existir, certo?  Mas voltemos a citar o planeta A e seus 3,4 bilhões de anos de desenvolvimento além do nosso (o que corresponde aproximadamente a cerca de meio milhão de vezes mais do que o tempo que a raça humana existe). Bom, agora veja que se uma civilização neste planeta A existir há tanto tempo assim, e ser capaz de sobreviver até chegar no Tipo III, é natural pensar que a essa altura eles provavelmente já dominaram a viagem interestelar, viagem à velocidade da luz, já devem ter exaurido seu planeta e colonizado vários outros tantos, quem sabe até colonizado uma galáxia inteira. Mas e como essa colonização galáctica teria acontecido?

Segundo alguns cosmologistas, o processo dá-se da seguinte forma: A tal civilização do planeta A cria um dispositivo que pode alcançar outros planetas, passam mais ou menos uns 500 anos se autorreplicando ao usar os materiais que encontrarem no novo planeta, e então dariam mais um passo, criando outras duas réplicas da nave, e continuam o processo em mais 2 planetas.

Note que aqui temos uma PG, a tal progressão geométrica, onde o número anterior é sempre multiplicado por uma razão específica, nesse caso, o dobro do inicial. Continuando: Neste ritmo, de 1 planeta vai para 2, destes 2, vamos para 4, destes 4 temos materiais suficientes para ir para 8 outros após o ciclo de 500 anos, etc. mesmo que essa civilização não tenha alcançado nada perto da velocidade da luz (a previsão menos otimista) esse processo colonizaria a galáxia inteira em 3,75 milhões de anos, relativamente um segundo na história do universo, ainda mais quando falamos na escala de bilhões de anos. Veja o esquema sendo representado abaixo:

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Bem, então se apenas 1% da vida inteligente sobrevivesse tempo suficiente e tornasse uma colonizadora de galáxias Civilização Tipo III, segundo nossos cálculos, haveriam mil Civilizações Tipo III só em nossa galáxia, repito, SÓ NA VIA LÁCTEA. Mas, ao que tudo indica, nenhuma delas ainda apareceu para nós, por quê? Aqui acaba a introdução e vem, finalmente, o Paradoxo de Fermi.

As explicações do Paradoxo de Fermi

Centenas de bilhões de possíveis civilizações lá fora, planetas habitados, uns mais evoluídos, outros recém saindo da água, bactérias se multiplicando, uns colonizando galáxias. Mas então, como que até hoje NENHUM registro de vida foi capturado no universo? Entendeu o paradoxo?

Há dezenas, talvez centenas, quem sabe até mais de possíveis explicações do porquê ninguém tenha se comunicado conosco ainda. E o próprio Paradoxo de Fermi ainda não tem sua resposta única e correta. O que temos são “explicações possíveis”, umas melhores, outras piores. Imagine aquele cenário quando humanos discutiam se a Terra era redonda, se o Sol girava em torno da Terra, etc. Ninguém sabia nada com certeza, especulações, etc. Imagine que estamos neste ponto.

Já as hipóteses mais compartilhadas sobre o Paradoxo de Fermi podem ser divididas em duas grandes categorias:

1 – As explicações que supõem que não há nenhuma civilização evoluída de nível II e III;

2 – Elas existem, porém só não as captamos, e isso, por variados motivos.

Vamos agora tentar entender as explicações por dentro de cada grande grupo.

Teoria 1: Não existem civilizações Tipos II e III

Sim, adeptos dessa linha de pensamento concebem que há milhares de civilizações mais avançadas do que a nossa, porém, que nenhuma delas tenha conseguido chegar a um estágio nível II ou nível III. Mas por quê? Será que nenhuma delas teria condições para tal avanço? Nem mesmo as mais antigas? Segundo esse pessoal, não. E isso se deve a um ponto decisivo na teoria deles: O grande filtro.

No entanto, antes de explicarmos o Grande Filtro, lembre-se da máxima filosófica que diz: Para toda regra há uma exceção, e por isso, mesmo que 99,99% das civilizações não consigam atravessar a tal barreira, 0,01% consegue, e será nele que vamos nos deter nos próximos parágrafo. Mas voltando ao Grande Filtro:

Esta teoria prega que, em algum ponto entre o início da vida e a inteligência de Tipo III, há uma barreira natural. Há um estágio no longo processo evolucionário que é impossível ou muito improvável de ser atravessado pela vida.

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Explicando a imagem acima: As linhas amarelas representam os saltos evolucionários que são comuns de serem alcançados pelas civilizações, como o aprendizado da escrita, a agricultura, morar em cidades, viagem espacial, etc. A linha vermelha é o tal do Grande Filtro, e as linhas verdes representam as diferentes civilizações. Veja que uma delas, passando por eventos extraordinários, consegue ultrapassar o Grande Filtro e ruma ao nível III, ainda não alcançado.

Se essa teoria estiver certa, a pergunta que fica é: quando acontece, acontecerá ou aconteceu o Grande Filtro na linha do tempo?

Essa questão, um tanto quanto irrelevante, é, na verdade, de suma importância para o destino da humanidade, pois dependendo de quando o Grande Filtro ocorre, ocorreu, ou ocorrerá, sobram para nós três possíveis cenários: O primeiro diz que nós somos raros; o segundo diz que somos os primeiros; e o último diz que, infelizmente, estamos perdidos.

Cenário 1: Nós somos raros (já passamos do Grande Filtro)

Nesta linha de raciocínio já passamos do Grande Filtro. Conseguimos atravessar a barreira e, somos uma das únicas civilizações que conseguiram tal feito. Por causa disso, portanto é extremamente raro que vejamos alguma outra forma de vida no nosso nível de inteligência, e que, por conseguinte, possa nos contatar. O diagrama abaixo representa isso:

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Veja que o Grande Filtro, traço vermelho, está atrás de nós, linha laranja, e de uma civilização menos avançada, linha verde que já passou pelo Grande Filtro, mas não nos alcançou. Os traços laranjas são os marcos evolucionários necessários para se chegar ao Tipo III de civilização, barreira Azul (veja o quanto estamos longe).

Esse cenário explica por que não existem Civilizações Tipo III e mostra que podemos ser uma das únicas exceções, que passaram pela barreira delimitadora. Olhando por cima, isso nos dá esperança, e nos remete àquela ideia feliz de que somos o centro do universo e tudo gira em torno do nosso minúsculo planeta, perdido no imenso universo.

E se somos assim tão especiais, quando exatamente isso ocorreu? Qual foi o passo superado, tão difícil ao ponto de segurar 99,99% do universo, e que, mesmo assim, nós, especiais de alguma forma, conseguimos passar?

Mais um leque de possibilidades se abre: Em uma delas o Grande Filtro pode estar no comecinho de tudo; no comecinho da vida, ou seja, pode ser incrivelmente raro que a vida comece a partir “do nada”. Essa subteoria toma forças se levarmos em consideração que a vida demorou um bilhão de anos para aparecer em nosso planeta, e também, porque tentamos exaustivamente, há anos, replicar esse evento em laboratório e jamais conseguimos. Então se esse for mesmo o Grande Filtro, significa que não deve existir vida inteligente lá fora, exceto nós e mais alguém, ou então pode simplesmente não haver nada por aí.

Outra possibilidade: o Grande Filtro pode ser o salto de células procariontes simples para células eucariontes complexas. Lembra disso? As procariontes são as mais rudimentares de todas, não possuem mitocôndrias, plastídeos, etc. e englobam, principalmente o seres unicelulares. Já as evoluídas eucariontes possuem membrana nuclear individualizada e estão presentes em praticamente todos os animais e plantas que conhecemos hoje. Esta passagem de um estágio para outro das células, feito em cerca de dois milhões de anos, onde elas se tornarem complexas e ganharam um núcleo pode ser o salto evolucionário do Grande Filtro. Bem, se isso for verdade significa que o universo está repleto de células procariontes simples e quase nada além disso.

Há ainda uma grande gama de outras possibilidades. Alguns acham, por exemplo, que nosso salto evolucionário mais recente, onde alcançamos nosso atual nível de inteligência possa ser um Grande Filtro. E mesmo que o salto de vida semi-inteligente (chimpanzés) até a vida totalmente desenvolvida e inteligente (humanos), a princípio, não pareça um passo tão grande, nomes de peso, como o de Steven Pinker, rejeitam a ideia de que a “escalada ascendente” da evolução seja inevitável:

Uma vez que a evolução apenas aconteça, sem ter um objetivo, ela usa a adaptação mais útil para um certo nicho ecológico. O fato de que, na Terra, até hoje isso levou à inteligência tecnológica apenas uma vez, pode sugerir que essa consequência da seleção natural é rara e, consequentemente, não seja um desenvolvimento infalível da evolução de uma árvore da vida.

Veja que evoluções “banais” como as que citamos antes, a evolução da agricultura e sedentarização, por exemplo, não caracteriza um Grande Filtro. Qualquer Grande Filtro que se preze deve ser algo que só aconteça uma vez a cada bilhão de anos, algo onde uma ou mais anomalias improváveis devem se alinhar para proporcionar uma cenário até então impensável.

Por esse motivo, cientistas discordam da última hipótese que falamos, a das células. Eles classificam algo como pular de uma vida unicelular para uma multicelular, nada demais. E mesmo que pareça tão incrível a nós, caso paremos para pensar, Grosberg e Strathmann afirmam neste artigo que isso aconteceu pelo menos 46 vezes em incidentes isolados, só aqui no nosso planeta!! Por isso, se a Curiosity encontrar uma célula eucarionte fossilizada em Marte, podemos tirar esse acontecimento de salto “de-célula-simples-para-complexa” da lista de possíveis Grandes Filtros (bem como qualquer outra coisa que esteja antes desse ponto na cadeia evolucionária), afinal, se isso aconteceu tanto na Terra quanto em Marte, claramente não é uma anomalia, e mais, por que Marte não continuou sua linha evolucionária?

Por último, uma ressalva: Caso nós sejamos tão raros mesmo, isso pode ser por causa de um acidente biológico que tenha ocorrido, ou então, pode ser devido a uma linha de raciocínio chamada de Hipótese da Terra Rara. Segundo ela, ainda que existam muitos planetas similares a Terra, são as condições particulares do nosso, que o torna tão conveniente à vida — sejam elas relacionadas ao sistema solar, ao relacionamento com a Lua (uma lua tão grande é rara de ser encontrada orbitando um planeta tão pequeno, contribuindo e interagindo severamente com as condições peculiares do nosso clima e nosso oceano), ou ainda, algo sobre o planeta em si que nem mesmo desconfiemos por ora.

Cenário 2: Nós somos os primeiros

Se para pensadores do Grupo 1, caso não tenhamos passado pelo Grande Filtro, nossa única esperança é que, do Big Bang até hoje, as condições no universo estão ainda engatinhando, preparando o terreno para alcançarmos um nível que nos permita desenvolver vida inteligente (inteligente de verdade). Nesse caso, nós – e até outras civilizações – podemos estar a caminho da super inteligência – o que simplesmente ainda não ocorreu. Mas veja isso com bons olhos: Poderíamos estar no caminho certo para nos tornarmos uma das primeiras civilizações super inteligentes do universo o/

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Algo que poderia ilustrar isso e tornar mais palpável essa história é um fenômeno observado pelos astrônomos: O predomínio de explosões de raios gama que são captadas. Estas detonações absurdamente imensas que observamos em galáxias distantes são características de planetas no início do ciclo da vida. São as mesmas explosões que ocorreram aqui há bilhões de anos, antes dos asteroides pararem de cair, e dos vulcões cessarem a lava, e que podem estar acontecendo agora, ou podem já ter acontecido em algum outro planetinha perdido pelo espaço sideral.

Por outro escopo, estes mesmos raios podem ser a prova de que eventos cataclísmicos estejam ocorrendo por aí a todo instante, criando novas possibilidades de civilizações e as extinguindo da mesma forma. Isso porque os raios gama incineram tudo à sua volta de tempos em tempos, evitando que qualquer vida se desenvolva a partir de um certo estágio, pelo menos até agora. Talvez estejamos vivendo no meio de uma fase de transição astrobiológica, e essa seja a primeira vez que qualquer vida tenha sido capaz de se desenvolver ininterruptamente por tanto tempo. Se isso for verdade, tomara que dure por muito tempo ainda.

3 – Estamos perdidos

Se somos especiais na primeira teoria, se somos uns dos pioneiros na segunda, sobra o pior cenário para a terceira parte: Estamos ferrados.

Apoiadores desta teoria dizem que o Grande Filtro deve estar no nosso futuro, o que implica pensarmos que a vida frequentemente evolui até onde estamos, mas alguma coisa impede, a nós e a todas as outras civilizações estagnadas, que a vida e a inteligência vá, comumente, muito adiante e alcance o patamar de Tipo II ou III. E o pior: nessa hipótese, dificilmente seriamos uma das exceções da regra.

Um possível Grande Filtro seria algum evento cataclísmico, qualquer um que você possa imaginar, mas que ainda não teria ocorrido e, infelizmente, é uma questão de tempo até que ela acabe com toda a vida na Terra (exemplo dos raios Gama mortais, citado acima). Outra candidata é a destruição possivelmente inevitável que quase todas as civilizações inteligentes acabam trazendo para si próprias, uma vez atingido certo nível de tecnologia, seja por guerra, exaurimento dos recursos naturais, etc.

É por isso que o filósofo Nock Bostrom, da Universidade de Oxford, diz, neste brilhante artigo, que “boa novidade é não haver novidade“. Se descobrirem a mais simples forma de vida em Marte, seria terrível, pois eliminaria diversos potenciais Grandes Filtros no passado. E se encontrarmos indícios de vida complexos em Marte, mesmo que já fossilizados, Bostrom diz que “seria a pior notícia já impressa em uma primeira página de jornal”, porque significaria que o Grande Filtro está quase que definitivamente à nossa frente, condenando toda nossa espécie”, já que, “alguém” muito evoluído estaria aí afora nos espreitando silenciosamente. É… Para Bostrom se tratando do Paradoxo de Fermi, “o silêncio do céu noturno é ouro”

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Teoria 2: civilizações Tipos II e III existem, mas há razões lógicas para que não tenhamos ouvido falar delas.

As ideias defendidas pelos adeptos desta teoria abandonam toda e qualquer ideia de que somos raros, especiais ou qualquer coisa parecida. Pelo contrário, elas acreditam no Princípio da Mediocridade: ideia que prega que, não há nada de especial ou incomum em nosso sistema solar, planeta, galáxia ou nível de inteligência, bem, pelo menos até que se prove o contrário. Além disso, explicações dessa leva são mais cautelosas antes de assumir e afirmar com certeza que, se não há evidências de uma inteligência superior, ela não exista. Elas enfatizam o fato de que nossas buscas por sinais extraterrestres vasculharam, no máximo, 100 anos-luz da Via Láctea (0,1% da galáxia), e que, começaram há menos de uma década, o que é pouquíssimo tempo.

Pensadores que compactuam com esta teoria têm uma série de possíveis explicações para o Paradoxo de Fermi. A seguir, as dez mais discutidas:

Explicação 1: a vida superinteligente pode ter visitado a Terra antes de estarmos aqui.

A bem da verdade, humanos capazes de perceber um contato alienígena só estão por aí há uns 50 mil anos, um milissegundo na história do universo. Se o contato ocorreu antes disso, deve ter assustado alguns lagartos, quem sabe alguns dinossauros, passados despercebidos por algumas bactérias, e só. Além disso, desses 50 mil anos de “humanos inteligentes”, a história documentada só retorna até uns 5.500 anos atrás. Por isso, se alguma tribo de caçadores-coletores tenha passado por algumas experiências com seres estranhos, eles não tiveram como deixá-las registradas.

Explicação 2: a galáxia foi colonizada, mas nós moramos em uma área despovoada.

Fácil de entender esse pensamento, pense assim: As Américas foram “descobertas” e colonizadas pelos europeus centenas de anos antes de qualquer uma daquelas pequenas tribos Inuit ao norte do Canadá tenha percebido o ocorrido. Podemos ser os inuits do espaço sideral. A Via Láctea pode ser a América e já ter sido povoada, porém pode haver um elemento de “urbanização” interestelar das espécies mais avançadas que torna nosso cantinho do espaço insignificante para eles. Talvez seja pouco prático e até inútil pra qualquer um dos povoadores do universo vir até o canto distante e aleatório em que nos achamos.

Explicação 3: todo o conceito de colonização física é comicamente atrasado para uma espécie mais avançada.

Uma Civilização Tipo II consegue usar toda a energia de sua estrela. Com toda essa energia, eles podem ter criado um ambiente perfeito para eles, imagine então o que pensam as civilizações de Tipo III. Com todas as suas necessidades devidamente atendidas, e com um senso de evolução – em todos os sentidos: espiritual, de inteligência, tecnológico, etc. – eles não precisam ou não querem a aproximação. E mais, sendo autossuficientes em matéria de recursos, por que precisariam eles deixar seu perfeito estado de evolução e civilizatório para explorar um universo frio, vazio e atrasado?

Cientistas mais ousados dizem ainda que uma civilização com sapiência inimaginável poderia ter dominado sua própria biologia e critérios físicos, evoluído a um ponto onde o mundo palpável pareça um lugar primitivo, já que, há muito vivem em uma realidade virtual, após terem feito upload de seus cérebros na “nuvem”. A vida eterna no lugar perfeito. Voltar para um mundo físico, onde há morte, desejos e necessidades carnais e fisiológicas pode soar como nos soam as espécies primitivas vivendo no fundo do oceano escuro e gelado.

Explicação 4: há civilizações predatórias, e como formas de vida mais inteligente, sabem que não devem transmitir sinais e divulgar sua localização.

Talvez o cenário mais desagradável de todos, mas que pode explicar a falta de sinais recebidos pelos satélites SETI, aqueles que vimos lá no início. Stephen Hawking adverte: “se aliens nos visitarem, o resultado pode ser parecido com a chegada de Colombo nas Américas, que não terminou bem para os nativos”. Como discordar da cadeira de rodas falante?

Ainda segundo essa teoria, ao transmitir nossos sinais lá pra fora, estamos sendo novatos inocentes e descuidados. Há um debate sério envolvendo as METI (Mensagem às Inteligências Extraterrestes na sigla em inglês; o inverso de SETI, que só escuta). Basicamente, o questionamento é o seguinte? Deveríamos mesmo enviar mensagens para o universo? A maioria das pessoas do ramo diz que não, entre eles, nomes de peso. Veja o próximo parágrafo.

Até mesmo Carl Sagan, que acreditava serem as civilizações avançadas, altruístas o bastante para não nos machucarem, diz que a prática do METI é “profundamente imprudente e imatura“, e recomendou que “as crianças mais novas de um cosmo estranho e incerto deveriam ouvir em silêncio por um longo tempo, aprendendo pacientemente e tomando notas sobre o universo, antes de gritar para uma selva desconhecida que não conseguimos compreender”. Assustador. Se você leu até aqui, muito obrigado, tem meu carinho. Sério, foi difícil e demorado traduzir este artigo. Se você leu isso escreva “marmota” nos comentários, flw, vlw.

Explicação 5: existe apenas uma única inteligência superior, uma civilização “superpredadora”

Segundo essa teoria, haveria uma espécie que dominaria e controlaria o universo. Esta civilização, que é muito mais avançada que todas as outras e mantém as coisas assim, sob controle rígido, exterminaria qualquer cultura que ultrapassasse um certo nível de inteligência, que para eles fosse considerado de “alerta”. Preocupe-se, pois se não somos os exterminadores do universo, então podemos ser as próximas vítimas destes.

Uma das razões seria para poupar os recursos para si, afinal, assim evitariam o desperdício por civilizações inferiores, e que se matariam por conta própria, de um jeito ou de outro. Por outro lado, esse super povo poderia fazer isso por medo de que uma nova espécie inteligente emergente se tornasse uma ameaça, e que, conforme começasse a crescer e a se expandir, ameaçasse sua hegemonia. Para essa explicação, a vitória pertenceria a quem fosse o primeiro a alcançar a inteligência superior. Depois deles ninguém mais teria chance. Bingo, isso explicaria a falta de atividade lá fora que captamos até hoje, pois o número de civilizações superinteligentes seria 1.

Ahh, e nesse último caso, tomara que eles também não estejam nos ouvindo.

Explicação 6: Há sim barulho e atividade lá fora, mas nossas tecnologias são muito primitivas e nós estamos procurando pelas coisas erradas.

Imagine a cena, você chega em frente a um prédio, liga seu walkie-talkie (aposentado e que ninguém usa mais a anos) e, ao não ouvir nada, concluir que o prédio está vazio. Esse pode ser o cenário de nós, débeis humanos procurando vida extraterrestre com nossos antiquados equipamentos.

Carl Sagan, aponta outra possibilidade: pode ser que nossas mentes trabalhem exponencialmente mais rápido ou até mais lentamente do que a de qualquer outra forma de vida universo afora. Ou seja, eles levam 12 anos pra dizer “oi” e, quando nós ouvimos essa comunicação, isso parece apenas ruído. O mesmo motivo pelo qual seu gato ou cachorro não entende o que você fala: Frequências distintas.

Explicação 7: civilizações mais avançadas sabem sobre nós e estão nos observando, mas não se deixam ser vistas (a “Hipótese do Zoológico”).

Esta é bizarra: Nosso planeta seria tratado como parte de um safári amplo e protegido, e planetas como o nosso estariam sob uma estrita regra de “olhe, mas não toque”, daí o nome de Hipótese do Zoológico. Civilizações super inteligentes estariam em uma outra galáxia controlando rigidamente, e nós, não estaríamos cientes deles porque elas não querem. Simples =)

Afinal, se uma espécie muito mais inteligente quisesse nos observar, ela saberia como fazer isso sem nos deixar saber, concorda? Se você assistiu Jornada nas Estrelas talvez tenha feito ligação com a “Primeira Diretriz”, que proibia os seres super inteligentes de fazerem qualquer contato aberto com espécies inferiores, ou de se revelarem, até que a espécie inferior alcance um certo nível de inteligência. Dica: Ainda não alcançamos esse nível.

Explicação 8: Civilizações superiores existem à nossa volta, mas somos primitivos demais para percebê-las.

Michio Kaku (o mesmo que explicou em vídeo os 3 tipos de civilizações) resumiu isso assim:

Digamos que há um formigueiro no meio da floresta. Ao lado do formigueiro, estão construindo uma super autoestrada de dez faixas. E a questão é, “as formigas seriam capazes de entender o que é uma super autoestrada de dez faixas? Elas seriam capazes de entender a tecnologia e as intenções dos seres construindo a autoestrada ao seu lado?

Então não é que, usando nossa tecnologia, não sejamos capazes de receber os sinais do planeta A. Talvez não esteja nas ferramentas usadas o problema, e sim em como percebemos os resultados captados. Quem sabe eles estão em Marte, estão na lua, mas não consigamos perceber. E é um pouco mais complexo do que parece. Esses seres podem estar tão além de nós que mesmo que eles quisessem nos esclarecer as coisas do universo, seria como tentar ensinar às formigas do lado da autoestrada sobre internet.

Seguindo essa linha, essa pode ser uma resposta para a pergunta: “se existem tantas Civilizações Tipo III ou Tipo II com tecnologia de emitir sinais ou até de nos visitar, por que ainda não os vimos?”

Uma última analogia, imagine: Quando Cortez chegou ao México, ele parou um tempo em um formigueiro e tentou se comunicar com ele? Ele foi magnânimo e tentou ajudar as formigas, ensinar algo a elas? Ele foi hostil e atrasou sua missão original só para esmagar e destruir o formigueiro? Ou, para ele, o formigueiro era completa, absoluta e eternamente irrelevante? Como vocês devem estar imaginando, somos o formigueiro.

Explicação 9: Nós estamos completamente enganados sobre nossa realidade.

Há muitas maneiras pelas quais nós podemos estar totalmente errados em tudo que pensamos sobre a vastidão do universo. Aqui é onde as teorias enlouquecem: Ele pode parecer ser de um jeito e ser de outro completamente diferente, como um holograma. Pode haver inúmeros universos paralelos, e em cada um realidades diferentes e inimagináveis. Ou então, talvez nós sejamos os alienígenas e tenhamos sido plantados aqui como um experimento, vai saber.

Há até mesmo a chance de que sejamos parte de uma simulação de computador de algum pesquisador de outro mundo (ou universo), e outras formas de vida simplesmente não foram programadas na simulação. Sim, eu disse que aqui as coisas ficariam loucas.

Explicação 10: Nós estamos recebendo contato de seres inteligentes, mas o governo nos esconde.

Para muitos uma teoria idiota, para outros uma certeza indicutível. Não queremos nos alongar mais ainda neste post, mas dê uma rápida busca no Google e centenas de milhares de resultados envolvendo militares e sinais de vida serão exibidos.

Extra:

Para fechar com chave de ouro, veja as palavras sábias do maior cientista vivo do mundo.

Conclusão

E enfim chegamos à conclusão, com apenas 1 certeza: Não sabemos de muita coisa ou do que está por vir, mas qualquer que seja a verdade, ela é de enlouquecer. E mais: O Paradoxo de Fermi traz à tona uma humildade que deveria nos acompanhar em nossos atos, dentro e fora do planeta.

E para finalizar, mais um golpe à autoestima com todo esse assunto de Civilizações Tipos II e III. Nós, aqui na Terra, reinando soberanos em nosso pequeno castelo, comandando os rumos do planeta mais do que qualquer outra espécie, podemos pensar ser poderosos ou impressionantes, mas o que aconteceria em um embate com algo que está lá fora? Aqui dentro de nossa bolha, “sem competição” e sem ninguém para nos julgar, é raro que sejamos confrontados com a ideia de sermos uma espécie inferior a qualquer outra, mas não esqueça para o restante do universo e das possíveis outras civilizações, não somos nem mesmo uma mera Civilização Tipo I!

E você, conseguiu ler tudo (marmota) ? Escreva nos comentários o que achou, o que você pensa, no que você acredita e tudo mais.

Esta entrada foi publicada em Astrobiologia, Astrofísica, Relatividade, Tecnologia. ligação permanente.

4 Respostas a O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Segundo um recente estudo há mais estrelas no universo do que grãos de areia no planeta Terra. Há 70 septiliões de estrelas, 17 bilhões de planetas similares à Terra apenas na Via Láctea, uma dos tantos bilhões de galáxias por aí e você realmente acha que estamos sozinhos no universo? Bitch, please.

Mas por que então nunca recebemos contato extraterreno? Bom, talvez você nunca tenha ouvido falar, mas o físico Enrico Fermi – ganhador de diversos prêmios e inventor prolixo, entre eles o Nobel e o reator nuclear, respectivamente – tentou nos explicar com seu paradoxo. E é isso que vamos abordar neste artigo.

Você ainda lembra o que é paradoxo, certo? Uma afirmação tão óbvia e com tudo para ser verdade, mas que por algum motivo desconhecido, não se concretiza.

Tudo partiu de uma pergunta que ao menos 1 vez na vida você já deve ter feito a si próprio: Onde está todo mundo, ou, onde estão todos os mundos (ba dum tss)? Deve ter sido essa a pergunta que passou também pela cabeça de Fermi e que caracteriza a relação paradoxal: Se as chances são praticamente infinitas, por que nem ao menos 1 mísero ET tenha aparecido por aqui?

Destrinchando veremos que a pergunta faz muito sentido, afinal, caso você olhe para o céu, por mais estrelado que esteja, na noite mais clara, tudo o que estará vendo será apenas nossos vizinhos mais próximos. Sim, na melhor das hipóteses estaremos de olho, literalmente, em no máximo 2.500 estrelas (aproximadamente 1 centésimo de milionésimo do total de estrelas da nossa galáxia). Note que nossa galáxia é apenas 1 das mais de 100 BILHÕES delas…

Voltando às ínfimas 2.500 estrelas que vimos, quase todas estão a menos de mil anos-luz de nós (o que corresponde a cerca de 1% do diâmetro da Via Láctea). Assustado com os números? Calma que tem mais: Observe que nossa galáxia, a Via Láctea, famosa Milk Way do Mario Kart, tem algo entre 100 bilhões a 400 bilhões de estrelas; no entanto, este é quase o mesmo número de galáxias no universo observável (e eu nem vou dizer que a maioria do que está lá fora NÃO é observável). Continuando: Para cada estrela aqui dentro da nossa galáxia, há uma outra galáxia inteirinha lá fora, com seus bilhões de estrelas. No total, existem entre 10^22 e 10^24 estrelas no universo (se você não entendeu o código, eu explico: Isso é notação científica, ou seja, é o numeral 10 seguido de 24 vezes o número 0, isso: 10 000 000 000 000 000 000 000 000). Isso significa que para cada grão de areia na Terra, há 10.000 estrelas no universo.

Agora que já sabemos quantas estralas podem existir no universo observável, podemos nos ater a quantas são similares a um sol, afinal, não há planeta sem uma fonte de energia (pelo menos, acho eu que não). Este dado é controverso, porém, fala-se que em algo entre 5% a 20% das estrelas seriam parecidas com nosso astro maior em quesitos como energia, luminosidade, temperatura, combustível, tamanho, etc. Indo pela teoria mais modesta, míseros 5% daquele número enorme de estrelas, teremos um total 500 quintilhões de possíveis sóis, 500 000 000 000 000 000 000, o mesmo que 50^19, ou 500 bilhões de bilhões. Escolha o nome que mais lhe agradar.

Agora temos que tentar definir qual a porcentagem de planetas que podem ser similares à Terra e oferecer condições propícias a abrigar vida, seja ela inteligente ou uma simples bactéria unicelular. Aqui, como é se de esperar, afinal esse assunto flerta com um campo da ciência muito incerto, também há opiniões desencontradas sobre qual porcentagem dessas estrelas similares ao Sol poderiam ser orbitadas por planetas similares a Terra e com condições parecidas em termos de temperatura, que permitisse água líquida, por exemplo. Segundo alguns astrônomos, esse número pode ser até 50%, enquanto que para outros fica em 22%. Pegando este número menor, novamente, chegamos à estatística de que há um planeta similar à Terra, que poderia abrigar vida, orbitando pelo menos 1% dos possíveis sóis, algo como 100 bilhões de bilhões de planetas similares à Terra, ou 100 000 000 000 000 000 000. Trocando em miúdos, pode existir, na menor das possibilidades, 100 planetas parecidos com a Terra para cada grão de areia existente no mundo, seja ele na praia, deserto, no parquinho da praça, no artesanato de areia colorida, misturado no cimento da parede da sua casa, etc. Ainda não acha provável termos vida em algum lugar do cosmos? Então continuemos:

Aqui terminam os dados “científicos e certeiros” e começa a especulação, e já já você vai entender o porquê. Ok, façamos um exercício de imaginação: Vamos pensar que, depois de bilhões de anos de existência, apenas 1% daqueles bilhões de bilhões de planetas parecidos com a Terra tenham conseguido desenvolver material genético e criado vida, isto corresponderia a 1 planeta com vida para cada grão de areia no nosso planetinha. Agora imagine que em 1% desses planetas a vida conseguiu evoluir até o nível de vida inteligente, patamar que nós ostentamos hoje em dia. Isso representa que podemos ter 10 milhões de bilhões de civilizações inteligentes pelo universo observável aí afora, ou simplesmente 10 quatrilhões de planetas com possíveis seres inteligentes que também estariam se fazendo a mesma pergunta do porquê estarem sozinhos.

Agora vamos tentar situar os possíveis planetas com vida inteligente em nossa galáxia. Usando novamente a estimativa mais baixa e fazendo as mesmas contas anteriormente feitas para o universo como um todo, chegamos ao resultado de possíveis 1 bilhão de planetas similares à Terra, e então 100 mil civilizações inteligentes e parecidas com a nossa, somente na Via Láctea. Este cálculo pode ser resumido “facilmente” em N= R*Fp ·Ne.·Fl · Fi ·Fc · L, a – nem tão famosa, assim – Equação de Drake. Não entendeu? Dê um play abaixo e entenda:

 

 

 

Veja que o astrônomo mais famoso do mundo, e uma das mentes mais brilhantes do século XX chegou a uma cifra um tanto quanto mais ambiciosa que a nossa, veja que estamos sendo humildes, bem, continuando, vamos ao primeiro problema da nossa teoria, veja: A SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre, na sigla em inglês), uma organização – desde 1995 – sem recursos governamentais que se dedica a ouvir sinais cósmicos e tentar encontrar vida inteligente em algum zumbido captado pelo universo e que tem antenas apontadas para todos os cantos, deveria, ao menos em tese, captar algo, afinal, temos tantas possíveis civilizações vivendo por aí, certo? Bem, não é assim que está acontecendo. Por quêêê?

 

Brinquedinhos da SETI

Para tornar tudo mais estranho, considere que nossa civilização é uma civilização nova, MUITO nova. Dessa forma, as demais civilizações já poderiam estar viajando na velocidade da luz, alcançado a imortalidade ou o que mais o futuro nos reserva, e mesmo assim, nenhuma delas deu as caras por aqui. Explicando o porquê de sermos tão novos: Nosso Sol é relativamente garoto, supõe-se ter 4,57 bilhões de anos, já a Terra, tem 4,54 bilhões, uma diferencinha de 300 milhões de anos (pouco mais de 4 vezes de distância entre a extinção dos dinossauros e hoje).

Bem, suponhamos então um tal planeta A. Digamos que ele tenha tido uma evolução similar à nossa, vamos olhar para onde sua civilização estaria hoje (As imagens que você verá daqui para a frente foram roubadas inescrupulosamente do site Wait But Why, referências no final da página):

Big Bang; nascimento do planeta A; Nascimento da Terra; Hoje.

Agora veja onde ele estaria hoje. Note no pequeno espaço que eles teriam de vantagem tecnológica em relação a nós, simples 3.46 bilhões de pesquisas e inovações. O suficiente para uma viagem no tempo, concorda?

 

Entendeu a loucura? O iPhone 7 teria chegado para eles há mais de 3.46 bilhões de anos atrás =0

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Se o conhecimento de uma civilização com apenas mil anos de diferença já é algo monstruoso (lembre de onde estávamos em 1015: queimando pessoas por serem bruxas, insegurança total, guerras por todos os lados, inexistência do racionalismo, guerras religiosas, etc… Ué, tem que ver isso daí), aumente centenas de milhares de vezes e você terá noção do que os mais de 3.4 bilhões de anos a mais os levariam. As coisas lá seriam tão diferentes do que é hoje, do que seria um habitante do Antigo Egito e um habitante de 2015. Talvez uma comparação de um humano moderno a um chimpanzé seja mais adequada, ou então a um trilobita…

Enfim, é realmente difícil a comparação e a explicação, mas vamos tentar nos próximos parágrafos utilizando a Escala de Kardashev, um método que agrupa civilizações inteligentes em três grandes grupos, de acordo com a quantidade de energia que cada um usa. São eles:

Civilização Tipo I: Possuem a habilidade de usar toda a energia de seu planeta. Este não é nosso caso, no entanto, segundo Carl Sagan, aquele do vídeo acima, que criou uma fórmula para essa escala, nos classificou como uma Civilização 0.7;

Civilização Tipo II: Mais avançados, podem colher toda a energia de seu sistema solar. Imaginem isso, nós não chegamos nem perto, vide a energia solar, que não aproveitamos nem 1%, e se fizéssemos isso, poderíamos manter boa parte dos Estados Unidos por 1 ano, isso com o captado em apenas 1 dia (sim, 1% da energia solar que o mundo recebe diariamente poderia fazer isso).

Civilização Tipo III: Faz com facilidade tudo aquilo que as anteriores faziam com dificuldade – ou simplesmente não faziam – chegando a um nível de captação de energia correspondente à Via Láctea inteirinha.

Se não conseguimos nem chegar no nível I, como imaginar o nível de avanço necessário para alcançar o nível III? Parece difícil de acreditar que isso possa existir, certo?  Mas voltemos a citar o planeta A e seus 3,4 bilhões de anos de desenvolvimento além do nosso (o que corresponde aproximadamente a cerca de meio milhão de vezes mais do que o tempo que a raça humana existe). Bom, agora veja que se uma civilização neste planeta A existir há tanto tempo assim, e ser capaz de sobreviver até chegar no Tipo III, é natural pensar que a essa altura eles provavelmente já dominaram a viagem interestelar, viagem à velocidade da luz, já devem ter exaurido seu planeta e colonizado vários outros tantos, quem sabe até colonizado uma galáxia inteira. Mas e como essa colonização galáctica teria acontecido?

 

Segundo alguns cosmologistas, o processo dá-se da seguinte forma: A tal civilização do planeta A cria um dispositivo que pode alcançar outros planetas, passam mais ou menos uns 500 anos se autorreplicando ao usar os materiais que encontrarem no novo planeta, e então dariam mais um passo, criando outras duas réplicas da nave, e continuam o processo em mais 2 planetas.

Note que aqui temos uma PG, a tal progressão geométrica, onde o número anterior é sempre multiplicado por uma razão específica, nesse caso, o dobro do inicial. Continuando: Neste ritmo, de 1 planeta vai para 2, destes 2, vamos para 4, destes 4 temos materiais suficientes para ir para 8 outros após o ciclo de 500 anos, etc. mesmo que essa civilização não tenha alcançado nada perto da velocidade da luz (a previsão menos otimista) esse processo colonizaria a galáxia inteira em 3,75 milhões de anos, relativamente um segundo na história do universo, ainda mais quando falamos na escala de bilhões de anos. Veja o esquema sendo representado abaixo:

 

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Bem, então se apenas 1% da vida inteligente sobrevivesse tempo suficiente e tornasse uma colonizadora de galáxias Civilização Tipo III, segundo nossos cálculos, haveriam mil Civilizações Tipo III só em nossa galáxia, repito, SÓ NA VIA LÁCTEA. Mas, ao que tudo indica, nenhuma delas ainda apareceu para nós, por quê? Aqui acaba a introdução e vem, finalmente, o Paradoxo de Fermi.

As explicações do Paradoxo de Fermi

Centenas de bilhões de possíveis civilizações lá fora, planetas habitados, uns mais evoluídos, outros recém saindo da água, bactérias se multiplicando, uns colonizando galáxias. Mas então, como que até hoje NENHUM registro de vida foi capturado no universo? Entendeu o paradoxo?

 

Há dezenas, talvez centenas, quem sabe até mais de possíveis explicações do porquê ninguém tenha se comunicado conosco ainda. E o próprio Paradoxo de Fermi ainda não tem sua resposta única e correta. O que temos são “explicações possíveis”, umas melhores, outras piores. Imagine aquele cenário quando humanos discutiam se a Terra era redonda, se o Sol girava em torno da Terra, etc. Ninguém sabia nada com certeza, especulações, etc. Imagine que estamos neste ponto.

Já as hipóteses mais compartilhadas sobre o Paradoxo de Fermi podem ser divididas em duas grandes categorias:

1 – As explicações que supõem que não há nenhuma civilização evoluída de nível II e III;

2 – Elas existem, porém só não as captamos, e isso, por variados motivos.

Vamos agora tentar entender as explicações por dentro de cada grande grupo.

Teoria 1: Não existem civilizações Tipos II e III

Sim, adeptos dessa linha de pensamento concebem que há milhares de civilizações mais avançadas do que a nossa, porém, que nenhuma delas tenha conseguido chegar a um estágio nível II ou nível III. Mas por quê? Será que nenhuma delas teria condições para tal avanço? Nem mesmo as mais antigas? Segundo esse pessoal, não. E isso se deve a um ponto decisivo na teoria deles: O grande filtro.

No entanto, antes de explicarmos o Grande Filtro, lembre-se da máxima filosófica que diz: Para toda regra há uma exceção, e por isso, mesmo que 99,99% das civilizações não consigam atravessar a tal barreira, 0,01% consegue, e será nele que vamos nos deter nos próximos parágrafo. Mas voltando ao Grande Filtro:

Esta teoria prega que, em algum ponto entre o início da vida e a inteligência de Tipo III, há uma barreira natural. Há um estágio no longo processo evolucionário que é impossível ou muito improvável de ser atravessado pela vida.

 

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

 

Explicando a imagem acima: As linhas amarelas representam os saltos evolucionários que são comuns de serem alcançados pelas civilizações, como o aprendizado da escrita, a agricultura, morar em cidades, viagem espacial, etc. A linha vermelha é o tal do Grande Filtro, e as linhas verdes representam as diferentes civilizações. Veja que uma delas, passando por eventos extraordinários, consegue ultrapassar o Grande Filtro e ruma ao nível III, ainda não alcançado.

Se essa teoria estiver certa, a pergunta que fica é: quando acontece, acontecerá ou aconteceu o Grande Filtro na linha do tempo?

 

Essa questão, um tanto quanto irrelevante, é, na verdade, de suma importância para o destino da humanidade, pois dependendo de quando o Grande Filtro ocorre, ocorreu, ou ocorrerá, sobram para nós três possíveis cenários: O primeiro diz que nós somos raros; o segundo diz que somos os primeiros; e o último diz que, infelizmente, estamos perdidos.

Cenário 1: Nós somos raros (já passamos do Grande Filtro)

Nesta linha de raciocínio já passamos do Grande Filtro. Conseguimos atravessar a barreira e, somos uma das únicas civilizações que conseguiram tal feito. Por causa disso, portanto é extremamente raro que vejamos alguma outra forma de vida no nosso nível de inteligência, e que, por conseguinte, possa nos contatar. O diagrama abaixo representa isso:

 

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

 

Veja que o Grande Filtro, traço vermelho, está atrás de nós, linha laranja, e de uma civilização menos avançada, linha verde que já passou pelo Grande Filtro, mas não nos alcançou. Os traços laranjas são os marcos evolucionários necessários para se chegar ao Tipo III de civilização, barreira Azul (veja o quanto estamos longe).

Esse cenário explica por que não existem Civilizações Tipo III e mostra que podemos ser uma das únicas exceções, que passaram pela barreira delimitadora. Olhando por cima, isso nos dá esperança, e nos remete àquela ideia feliz de que somos o centro do universo e tudo gira em torno do nosso minúsculo planeta, perdido no imenso universo.

 

 

E se somos assim tão especiais, quando exatamente isso ocorreu? Qual foi o passo superado, tão difícil ao ponto de segurar 99,99% do universo, e que, mesmo assim, nós, especiais de alguma forma, conseguimos passar?

Mais um leque de possibilidades se abre: Em uma delas o Grande Filtro pode estar no comecinho de tudo; no comecinho da vida, ou seja, pode ser incrivelmente raro que a vida comece a partir “do nada”. Essa subteoria toma forças se levarmos em consideração que a vida demorou um bilhão de anos para aparecer em nosso planeta, e também, porque tentamos exaustivamente, há anos, replicar esse evento em laboratório e jamais conseguimos. Então se esse for mesmo o Grande Filtro, significa que não deve existir vida inteligente lá fora, exceto nós e mais alguém, ou então pode simplesmente não haver nada por aí.

Outra possibilidade: o Grande Filtro pode ser o salto de células procariontes simples para células eucariontes complexas. Lembra disso? As procariontes são as mais rudimentares de todas, não possuem mitocôndrias, plastídeos, etc. e englobam, principalmente o seres unicelulares. Já as evoluídas eucariontes possuem membrana nuclear individualizada e estão presentes em praticamente todos os animais e plantas que conhecemos hoje. Esta passagem de um estágio para outro das células, feito em cerca de dois milhões de anos, onde elas se tornarem complexas e ganharam um núcleo pode ser o salto evolucionário do Grande Filtro. Bem, se isso for verdade significa que o universo está repleto de células procariontes simples e quase nada além disso.

Há ainda uma grande gama de outras possibilidades. Alguns acham, por exemplo, que nosso salto evolucionário mais recente, onde alcançamos nosso atual nível de inteligência possa ser um Grande Filtro. E mesmo que o salto de vida semi-inteligente (chimpanzés) até a vida totalmente desenvolvida e inteligente (humanos), a princípio, não pareça um passo tão grande, nomes de peso, como o de Steven Pinker, rejeitam a ideia de que a “escalada ascendente” da evolução seja inevitável:

Uma vez que a evolução apenas aconteça, sem ter um objetivo, ela usa a adaptação mais útil para um certo nicho ecológico. O fato de que, na Terra, até hoje isso levou à inteligência tecnológica apenas uma vez, pode sugerir que essa consequência da seleção natural é rara e, consequentemente, não seja um desenvolvimento infalível da evolução de uma árvore da vida.

 

Veja que evoluções “banais” como as que citamos antes, a evolução da agricultura e sedentarização, por exemplo, não caracteriza um Grande Filtro. Qualquer Grande Filtro que se preze deve ser algo que só aconteça uma vez a cada bilhão de anos, algo onde uma ou mais anomalias improváveis devem se alinhar para proporcionar uma cenário até então impensável.

 

Por esse motivo, cientistas discordam da última hipótese que falamos, a das células. Eles classificam algo como pular de uma vida unicelular para uma multicelular, nada demais. E mesmo que pareça tão incrível a nós, caso paremos para pensar, Grosberg e Strathmann afirmam neste artigo que isso aconteceu pelo menos 46 vezes em incidentes isolados, só aqui no nosso planeta!! Por isso, se a Curiosity encontrar uma célula eucarionte fossilizada em Marte, podemos tirar esse acontecimento de salto “de-célula-simples-para-complexa” da lista de possíveis Grandes Filtros (bem como qualquer outra coisa que esteja antes desse ponto na cadeia evolucionária), afinal, se isso aconteceu tanto na Terra quanto em Marte, claramente não é uma anomalia, e mais, por que Marte não continuou sua linha evolucionária?

Por último, uma ressalva: Caso nós sejamos tão raros mesmo, isso pode ser por causa de um acidente biológico que tenha ocorrido, ou então, pode ser devido a uma linha de raciocínio chamada de Hipótese da Terra Rara. Segundo ela, ainda que existam muitos planetas similares a Terra, são as condições particulares do nosso, que o torna tão conveniente à vida — sejam elas relacionadas ao sistema solar, ao relacionamento com a Lua (uma lua tão grande é rara de ser encontrada orbitando um planeta tão pequeno, contribuindo e interagindo severamente com as condições peculiares do nosso clima e nosso oceano), ou ainda, algo sobre o planeta em si que nem mesmo desconfiemos por ora.

Cenário 2: Nós somos os primeiros

Se para pensadores do Grupo 1, caso não tenhamos passado pelo Grande Filtro, nossa única esperança é que, do Big Bang até hoje, as condições no universo estão ainda engatinhando, preparando o terreno para alcançarmos um nível que nos permita desenvolver vida inteligente (inteligente de verdade). Nesse caso, nós – e até outras civilizações – podemos estar a caminho da super inteligência – o que simplesmente ainda não ocorreu. Mas veja isso com bons olhos: Poderíamos estar no caminho certo para nos tornarmos uma das primeiras civilizações super inteligentes do universo o/

 

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

 

Algo que poderia ilustrar isso e tornar mais palpável essa história é um fenômeno observado pelos astrônomos: O predomínio de explosões de raios gama que são captadas. Estas detonações absurdamente imensas que observamos em galáxias distantes são características de planetas no início do ciclo da vida. São as mesmas explosões que ocorreram aqui há bilhões de anos, antes dos asteroides pararem de cair, e dos vulcões cessarem a lava, e que podem estar acontecendo agora, ou podem já ter acontecido em algum outro planetinha perdido pelo espaço sideral.

Por outro escopo, estes mesmos raios podem ser a prova de que eventos cataclísmicos estejam ocorrendo por aí a todo instante, criando novas possibilidades de civilizações e as extinguindo da mesma forma. Isso porque os raios gama incineram tudo à sua volta de tempos em tempos, evitando que qualquer vida se desenvolva a partir de um certo estágio, pelo menos até agora. Talvez estejamos vivendo no meio de uma fase de transição astrobiológica, e essa seja a primeira vez que qualquer vida tenha sido capaz de se desenvolver ininterruptamente por tanto tempo. Se isso for verdade, tomara que dure por muito tempo ainda.

3 – Estamos perdidos

Se somos especiais na primeira teoria, se somos uns dos pioneiros na segunda, sobra o pior cenário para a terceira parte: Estamos ferrados.

Apoiadores desta teoria dizem que o Grande Filtro deve estar no nosso futuro, o que implica pensarmos que a vida frequentemente evolui até onde estamos, mas alguma coisa impede, a nós e a todas as outras civilizações estagnadas, que a vida e a inteligência vá, comumente, muito adiante e alcance o patamar de Tipo II ou III. E o pior: nessa hipótese, dificilmente seriamos uma das exceções da regra.

Um possível Grande Filtro seria algum evento cataclísmico, qualquer um que você possa imaginar, mas que ainda não teria ocorrido e, infelizmente, é uma questão de tempo até que ela acabe com toda a vida na Terra (exemplo dos raios Gama mortais, citado acima). Outra candidata é a destruição possivelmente inevitável que quase todas as civilizações inteligentes acabam trazendo para si próprias, uma vez atingido certo nível de tecnologia, seja por guerra, exaurimento dos recursos naturais, etc.

É por isso que o filósofo Nock Bostrom, da Universidade de Oxford, diz, neste brilhante artigo, que “boa novidade é não haver novidade“. Se descobrirem a mais simples forma de vida em Marte, seria terrível, pois eliminaria diversos potenciais Grandes Filtros no passado. E se encontrarmos indícios de vida complexos em Marte, mesmo que já fossilizados, Bostrom diz que “seria a pior notícia já impressa em uma primeira página de jornal”, porque significaria que o Grande Filtro está quase que definitivamente à nossa frente, condenando toda nossa espécie”, já que, “alguém” muito evoluído estaria aí afora nos espreitando silenciosamente. É… Para Bostrom se tratando do Paradoxo de Fermi, “o silêncio do céu noturno é ouro”

O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

Teoria 2: civilizações Tipos II e III existem, mas há razões lógicas para que não tenhamos ouvido falar delas.

 

As ideias defendidas pelos adeptos desta teoria abandonam toda e qualquer ideia de que somos raros, especiais ou qualquer coisa parecida. Pelo contrário, elas acreditam no Princípio da Mediocridade: ideia que prega que, não há nada de especial ou incomum em nosso sistema solar, planeta, galáxia ou nível de inteligência, bem, pelo menos até que se prove o contrário. Além disso, explicações dessa leva são mais cautelosas antes de assumir e afirmar com certeza que, se não há evidências de uma inteligência superior, ela não exista. Elas enfatizam o fato de que nossas buscas por sinais extraterrestres vasculharam, no máximo, 100 anos-luz da Via Láctea (0,1% da galáxia), e que, começaram há menos de uma década, o que é pouquíssimo tempo.

Pensadores que compactuam com esta teoria têm uma série de possíveis explicações para o Paradoxo de Fermi. A seguir, as dez mais discutidas:

Explicação 1: a vida superinteligente pode ter visitado a Terra antes de estarmos aqui.

A bem da verdade, humanos capazes de perceber um contato alienígena só estão por aí há uns 50 mil anos, um milissegundo na história do universo. Se o contato ocorreu antes disso, deve ter assustado alguns lagartos, quem sabe alguns dinossauros, passados despercebidos por algumas bactérias, e só. Além disso, desses 50 mil anos de “humanos inteligentes”, a história documentada só retorna até uns 5.500 anos atrás. Por isso, se alguma tribo de caçadores-coletores tenha passado por algumas experiências com seres estranhos, eles não tiveram como deixá-las registradas.

Explicação 2: a galáxia foi colonizada, mas nós moramos em uma área despovoada.

Fácil de entender esse pensamento, pense assim: As Américas foram “descobertas” e colonizadas pelos europeus centenas de anos antes de qualquer uma daquelas pequenas tribos Inuit ao norte do Canadá tenha percebido o ocorrido. Podemos ser os inuits do espaço sideral. A Via Láctea pode ser a América e já ter sido povoada, porém pode haver um elemento de “urbanização” interestelar das espécies mais avançadas que torna nosso cantinho do espaço insignificante para eles. Talvez seja pouco prático e até inútil pra qualquer um dos povoadores do universo vir até o canto distante e aleatório em que nos achamos.

Explicação 3: todo o conceito de colonização física é comicamente atrasado para uma espécie mais avançada.

Uma Civilização Tipo II consegue usar toda a energia de sua estrela. Com toda essa energia, eles podem ter criado um ambiente perfeito para eles, imagine então o que pensam as civilizações de Tipo III. Com todas as suas necessidades devidamente atendidas, e com um senso de evolução – em todos os sentidos: espiritual, de inteligência, tecnológico, etc. – eles não precisam ou não querem a aproximação. E mais, sendo autossuficientes em matéria de recursos, por que precisariam eles deixar seu perfeito estado de evolução e civilizatório para explorar um universo frio, vazio e atrasado?

Cientistas mais ousados dizem ainda que uma civilização com sapiência inimaginável poderia ter dominado sua própria biologia e critérios físicos, evoluído a um ponto onde o mundo palpável pareça um lugar primitivo, já que, há muito vivem em uma realidade virtual, após terem feito upload de seus cérebros na “nuvem”. A vida eterna no lugar perfeito. Voltar para um mundo físico, onde há morte, desejos e necessidades carnais e fisiológicas pode soar como nos soam as espécies primitivas vivendo no fundo do oceano escuro e gelado.

Explicação 4: há civilizações predatórias, e como formas de vida mais inteligente, sabem que não devem transmitir sinais e divulgar sua localização.

Talvez o cenário mais desagradável de todos, mas que pode explicar a falta de sinais recebidos pelos satélites SETI, aqueles que vimos lá no início. Stephen Hawking adverte: “se aliens nos visitarem, o resultado pode ser parecido com a chegada de Colombo nas Américas, que não terminou bem para os nativos”. Como discordar da cadeira de rodas falante?

 

Ainda segundo essa teoria, ao transmitir nossos sinais lá pra fora, estamos sendo novatos inocentes e descuidados. Há um debate sério envolvendo as METI (Mensagem às Inteligências Extraterrestes na sigla em inglês; o inverso de SETI, que só escuta). Basicamente, o questionamento é o seguinte? Deveríamos mesmo enviar mensagens para o universo? A maioria das pessoas do ramo diz que não, entre eles, nomes de peso. Veja o próximo parágrafo.

Até mesmo Carl Sagan, que acreditava serem as civilizações avançadas, altruístas o bastante para não nos machucarem, diz que a prática do METI é “profundamente imprudente e imatura“, e recomendou que “as crianças mais novas de um cosmo estranho e incerto deveriam ouvir em silêncio por um longo tempo, aprendendo pacientemente e tomando notas sobre o universo, antes de gritar para uma selva desconhecida que não conseguimos compreender”. Assustador. Se você leu até aqui, muito obrigado, tem meu carinho. Sério, foi difícil e demorado traduzir este artigo. Se você leu isso escreva “marmota” nos comentários, flw, vlw.

Explicação 5: existe apenas uma única inteligência superior, uma civilização “superpredadora”

Segundo essa teoria, haveria uma espécie que dominaria e controlaria o universo. Esta civilização, que é muito mais avançada que todas as outras e mantém as coisas assim, sob controle rígido, exterminaria qualquer cultura que ultrapassasse um certo nível de inteligência, que para eles fosse considerado de “alerta”. Preocupe-se, pois se não somos os exterminadores do universo, então podemos ser as próximas vítimas destes.

Uma das razões seria para poupar os recursos para si, afinal, assim evitariam o desperdício por civilizações inferiores, e que se matariam por conta própria, de um jeito ou de outro. Por outro lado, esse super povo poderia fazer isso por medo de que uma nova espécie inteligente emergente se tornasse uma ameaça, e que, conforme começasse a crescer e a se expandir, ameaçasse sua hegemonia. Para essa explicação, a vitória pertenceria a quem fosse o primeiro a alcançar a inteligência superior. Depois deles ninguém mais teria chance. Bingo, isso explicaria a falta de atividade lá fora que captamos até hoje, pois o número de civilizações superinteligentes seria 1.

Ahh, e nesse último caso, tomara que eles também não estejam nos ouvindo.

Explicação 6: Há sim barulho e atividade lá fora, mas nossas tecnologias são muito primitivas e nós estamos procurando pelas coisas erradas.

Imagine a cena, você chega em frente a um prédio, liga seu walkie-talkie (aposentado e que ninguém usa mais a anos) e, ao não ouvir nada, concluir que o prédio está vazio. Esse pode ser o cenário de nós, débeis humanos procurando vida extraterrestre com nossos antiquados equipamentos.

Carl Sagan, aponta outra possibilidade: pode ser que nossas mentes trabalhem exponencialmente mais rápido ou até mais lentamente do que a de qualquer outra forma de vida universo afora. Ou seja, eles levam 12 anos pra dizer “oi” e, quando nós ouvimos essa comunicação, isso parece apenas ruído. O mesmo motivo pelo qual seu gato ou cachorro não entende o que você fala: Frequências distintas.

Explicação 7: civilizações mais avançadas sabem sobre nós e estão nos observando, mas não se deixam ser vistas (a “Hipótese do Zoológico”).

Esta é bizarra: Nosso planeta seria tratado como parte de um safári amplo e protegido, e planetas como o nosso estariam sob uma estrita regra de “olhe, mas não toque”, daí o nome de Hipótese do Zoológico. Civilizações super inteligentes estariam em uma outra galáxia controlando rigidamente, e nós, não estaríamos cientes deles porque elas não querem. Simples =)

Afinal, se uma espécie muito mais inteligente quisesse nos observar, ela saberia como fazer isso sem nos deixar saber, concorda? Se você assistiu Jornada nas Estrelas talvez tenha feito ligação com a “Primeira Diretriz”, que proibia os seres super inteligentes de fazerem qualquer contato aberto com espécies inferiores, ou de se revelarem, até que a espécie inferior alcance um certo nível de inteligência. Dica: Ainda não alcançamos esse nível.

Explicação 8: Civilizações superiores existem à nossa volta, mas somos primitivos demais para percebê-las.

Michio Kaku (o mesmo que explicou em vídeo os 3 tipos de civilizações) resumiu isso assim:

Digamos que há um formigueiro no meio da floresta. Ao lado do formigueiro, estão construindo uma super autoestrada de dez faixas. E a questão é, “as formigas seriam capazes de entender o que é uma super autoestrada de dez faixas? Elas seriam capazes de entender a tecnologia e as intenções dos seres construindo a autoestrada ao seu lado?

Então não é que, usando nossa tecnologia, não sejamos capazes de receber os sinais do planeta A. Talvez não esteja nas ferramentas usadas o problema, e sim em como percebemos os resultados captados. Quem sabe eles estão em Marte, estão na lua, mas não consigamos perceber. E é um pouco mais complexo do que parece. Esses seres podem estar tão além de nós que mesmo que eles quisessem nos esclarecer as coisas do universo, seria como tentar ensinar às formigas do lado da autoestrada sobre internet.

Seguindo essa linha, essa pode ser uma resposta para a pergunta: “se existem tantas Civilizações Tipo III ou Tipo II com tecnologia de emitir sinais ou até de nos visitar, por que ainda não os vimos?”

Uma última analogia, imagine: Quando Cortez chegou ao México, ele parou um tempo em um formigueiro e tentou se comunicar com ele? Ele foi magnânimo e tentou ajudar as formigas, ensinar algo a elas? Ele foi hostil e atrasou sua missão original só para esmagar e destruir o formigueiro? Ou, para ele, o formigueiro era completa, absoluta e eternamente irrelevante? Como vocês devem estar imaginando, somos o formigueiro.

Explicação 9: Nós estamos completamente enganados sobre nossa realidade.

Há muitas maneiras pelas quais nós podemos estar totalmente errados em tudo que pensamos sobre a vastidão do universo. Aqui é onde as teorias enlouquecem: Ele pode parecer ser de um jeito e ser de outro completamente diferente, como um holograma. Pode haver inúmeros universos paralelos, e em cada um realidades diferentes e inimagináveis. Ou então, talvez nós sejamos os alienígenas e tenhamos sido plantados aqui como um experimento, vai saber.

Há até mesmo a chance de que sejamos parte de uma simulação de computador de algum pesquisador de outro mundo (ou universo), e outras formas de vida simplesmente não foram programadas na simulação. Sim, eu disse que aqui as coisas ficariam loucas.

Explicação 10: Nós estamos recebendo contato de seres inteligentes, mas o governo nos esconde.

Para muitos uma teoria idiota, para outros uma certeza indicutível. Não queremos nos alongar mais ainda neste post, mas dê uma rápida busca no Google e centenas de milhares de resultados envolvendo militares e sinais de vida serão exibidos.

Extra:

Para fechar com chave de ouro, veja as palavras sábias do maior cientista vivo do mundo.

 

Conclusão

E enfim chegamos à conclusão, com apenas 1 certeza: Não sabemos de muita coisa ou do que está por vir, mas qualquer que seja a verdade, ela é de enlouquecer. E mais: O Paradoxo de Fermi traz à tona uma humildade que deveria nos acompanhar em nossos atos, dentro e fora do planeta.

E para finalizar, mais um golpe à autoestima com todo esse assunto de Civilizações Tipos II e III. Nós, aqui na Terra, reinando soberanos em nosso pequeno castelo, comandando os rumos do planeta mais do que qualquer outra espécie, podemos pensar ser poderosos ou impressionantes, mas o que aconteceria em um embate com algo que está lá fora? Aqui dentro de nossa bolha, “sem competição” e sem ninguém para nos julgar, é raro que sejamos confrontados com a ideia de sermos uma espécie inferior a qualquer outra, mas não esqueça para o restante do universo e das possíveis outras civilizações, não somos nem mesmo uma mera Civilização Tipo I!

E você, conseguiu ler tudo (marmota) ? Escreva nos comentários o que achou, o que você pensa, no que você acredita e tudo mais.

 

Esta entrada foi publicada em Astrobiologia, Astrofísica, Relatividade, Tecnologia. ligação permanente.

4 Respostas a O Paradoxo de Fermi e porque nunca encontramos vida no universo

TAO – A Sabedoria do Silêncio Interno


HÉLIO’S BLOG

#Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked

4e19c5ddb90d5a7f48587aed5a8b08c8

Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte do seu Chi (energia). Assim, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe, nem utilize palavras que projectem imagens negativas, porque se reproduzirá ao seu redor tudo o que tenha fabricado com as suas palavras carregadas de Chi.

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada. Aprenda a ser como um espelho: observe e reflicta a energia. O Universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu, porque aceita, sem condições, os nossos pensamentos, emoções, palavras e acções, e envia-nos o reflexo da nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam nas nossas vidas.

Se se identifica com o êxito, terá êxito. Se se identifica com o fracasso, terá fracasso. Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteúdo da nossa conversa interna. Aprenda a ser como o universo, escutando e reflectindo a energia sem emoções densas e sem preconceitos.

Porque, sendo como um espelho, com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor com as suas opiniões pessoais, e evitando reacções emocionais excessivas, tem oportunidade de uma comunicação sincera e fluída.

Não se dê demasiada importância, e seja humilde, pois quanto mais se mostra superior, inteligente e prepotente, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem e vive num mundo de tensão e ilusões. Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma libertar-se-á da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente invisível, misteriosa, indefinível, insondável como o TAO.

Não entre em competição com os demais, a terra que nos nutre dá-nos o necessário. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos. Tenha confiança em si mesmo. Preserve a sua paz interior, evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros. Não se comprometa facilmente, agindo de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação.

Tenha um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a Sabedoria. Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato. Não saber é muito incómodo para o ego, porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão e dar a sua opinião muito pessoal. Mas, na realidade, o ego nada sabe, simplesmente faz acreditar que sabe.

Evite julgar ou criticar. O TAO é imparcial nos seus juízos: não critica ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade. Cada vez que julga alguém, a única coisa que faz é expressar a sua opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruído. Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas.

O Sábio tolera tudo sem dizer uma palavra. Tudo o que o incomoda nos outros é uma projecção do que não venceu em si mesmo. Deixe que cada um resolva os seus problemas e concentre a sua energia na sua própria vida. Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando tenta defender-se, está a dar demasiada importância às palavras dos outros, a dar mais força à agressão deles.

Se aceita não se defender, mostra que as opiniões dos demais não o afectam, que são simplesmente opiniões, e que não necessita de os convencer para ser feliz. O seu silêncio interno torna-o impassível. Faça uso regular do silêncio para educar o seu ego, que tem o mau costume de falar o tempo todo.

Pratique a arte de não falar. Tome algumas horas para se abster de falar. Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do TAO ilimitado, em vez de tentar explicar o que é o TAO. Progressivamente desenvolverá a arte de falar sem falar, e a sua verdadeira natureza interna substituirá a sua personalidade artificial, deixando aparecer a luz do seu coração e o poder da sabedoria do silêncio.

Graças a essa força, atrairá para si tudo o que necessita para a sua própria realização e completa libertação. Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre… O Poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio. Se o ego se impõe e abusa desse Poder, este converter-se-á num veneno, que o envenenará rapidamente.

Fique em silêncio, cultive o seu próprio poder interno. Respeite a vida de tudo o que existe no mundo. Não force, manipule ou controle o próximo. Converta-se no seu próprio Mestre e deixe os demais serem o que têm a capacidade de ser. Por outras palavras, viva seguindo a via sagrada do TAO.

(Texto Taoísta)