HÉLIO'S BLOG

Início » In Memoriam

Arquivo da categoria: In Memoriam

Morre em acidente insider que denunciou encobrimento da NASA de base ET na Lua


HÉLIO’S BLOG
#DivulgaçãoCientífica

Karl Wolfe tornou-se o segundo insider denunciante de UFO e Extraterrestres a morrer em poucos dias – depois que o Comandante do Exército dos EUA, o major-sargento Robert Dean, afirmou que viu evidências de alienígenas mortos, faleceu na semana passada aos 89 anos. Karl Wolfe alcançou a fama em 2001, quando fez afirmações surpreendentes de que 

a NASA estava encobrindo evidências de estruturas artificiais extraterrestres no lado oculto da Lua.

 O sargento Wolfe possuía autorização de alta patente e trabalhava com o comando aéreo tático na base da Força Aérea de Langley, na Virgínia.

Aviador dos EUA, que alegou ter visto fotos secretas da NASA de estruturas (Base Alien) alienígenas no Lado Oculto da Lua, morre em acidente com um trator que o atropelou enquanto pedalava sua bicicleta.

Emma Parry, Correspondente Digital dos EUA

Fonte: https://www.thesun.co.uk/

O ex-sargento da Força Aérea dos Estados Unidos Karl Wolfe, de 74 anos, estava pedalando sua bicicleta em Lansing, Nova York, quando foi atropelado por um trator. Ele foi levado às pressas para o Centro Médico de Cayuga, mas mais tarde morreu devido a seus ferimentos. Policiais lançaram uma investigação sobre sua morte, mas nenhuma acusação foi feita contra o motorista.

Wolfe alcançou a fama em 2001, quando fez afirmações surpreendentes de que a Nasa estava encobrindo evidências de estruturas artificiais extraterrestres no lado oculto da Lua. O sargento Wolfe possuía autorização de alta patente e trabalhava com o comando aéreo tático na base da Força Aérea de Langley, na Virgínia.

Em 1965, ele foi emprestado ao Projeto Orbitador Lunar, administrado pela NASA em Langley Field. Ele trabalhou como reparador de fotografia eletrônica de precisão e foi enviado para consertar uma peça de equipamento que “embalava garrafas” da produção de fotografias.

Wolfe foi levado a um laboratório para trabalhar no equipamento defeituoso e notou que havia cientistas de todo o mundo no projeto. Outro aviador que estava na câmara escura disse a ele que a NASA “encontrou uma base extraterrestre no lado oculto da Lua”.


Ele então começou a mostrar fotos de torres, cúpulas e estruturas em forma de cogumelo na superfície lunar. As fotos foram enviadas do Oribiter Lunar antes do desembarque da Apollo em 1969. Wolfe falou sobre o incidente no evento do Disclosure Project no National Press Club em Washington DC, organizado pelo Dr. Stephen Greer em 2001.

Vídeo de seu testemunho foi visto milhões de vezes na internet. Nele ele diz: “Fui levado ao laboratório onde o equipamento estava com defeito. Eu não consegui consertá-lo no escuro, então pedi para removê-lo. “Um outro aviador estava no quarto escuro naquela época – eu também era um aviador de segunda classe.

“Eu estava interessado em saber como funcionava todo o processo – como os dados iam do orbitador lunar para o laboratório, então pedi ao jovem que explicasse o processo para mim. Ele o fez.

“Cerca de 30 minutos depois, ele me disse de uma forma muito angustiada: ‘Aliás, descobrimos uma base extraterrestre na parte oculta da Lua’.

“E então ele começou a colocar fotografias na minha frente e, claramente, nessas fotografias havia estruturas, edifícios em forma de domo, edifícios esféricos e várias torres.


“Naquele momento eu estava muito preocupado porque estávamos trabalhando em segurança compartimentada, ele havia violado a segurança e eu estava realmente assustado naquele momento.” Ele terminou seu testemunho dizendo: “Eu me lembro de ir para casa e ingenuamente pensar que não posso esperar  ouvir sobre isso no noticiário da noite, e aqui está mais de 30 anos depois e espero ouvir sobre isso hoje à noite.”

Ele apareceu na conferência de imprensa com mais de 20 membros aposentados da Força Aérea, da Administração Federal de Aviação e de informações que prometeram testemunhar sob juramento perante o Congresso sobre suas experiências com OVNIs.

Algumas pessoas até especularam que Wolfe pode ter sido assassinado por revelar informações secretas. Charlie Collins postou no Facebook: “Como você pode dizer a um UFO que está dizendo a verdade? Eles morrem inesperadamente.”

Jorge Fierro acrescentou: “Muito provavelmente ele foi assassinado. Divulgar informações secretas pode matá-lo.”   Mas a testemunha do Disclosure, Dan Willis, que anunciou a notícia da morte de Wolfe no sábado, não concorda com essa opinião.


Ele postou: “Ele era um homem muito corajoso, sem nada a ganhar, dando seu testemunho além de cumprir seu desejo de vê-lo no noticiário da noite, como ele afirmou. “Eu não acredito que foi um jogo sujo, não havia nada a ganhar eliminando Karl.”

A noticia da morte de Karl Wolfe vem quando os caçadores de OVNIs ainda estão se recuperando da morte de outro lendário insider e denunciante. O sargento-major reformado do Comando do Exército dos EUA, Robert Dean, morreu aos 89 anos em 11 de outubro em Tucson, Arizona.

Ele trabalhou para a OTAN, no SHAPE (Supreme Headquarters Allied Powers Europe) na França durante a década de 1960, onde ele afirma ter lido um documento intitulado “The Assessment”, que continha fotos de alienígenas mortos, UFOs e relatórios de pilotos e cientistas militares.


Ele alegava que possuía uma alta autorização (Clearance) secreta e os documentos sugeriam que a Terra estava sendo visitada por várias raças diferentes de ETs nos últimos milênios. Bob Dean falou em numerosos programas de rádio, documentários de TV e em conferências ao redor do mundo, inspirando inúmeras pessoas com suas experiências. Ele foi premiado com três prêmios ao longo de sua vida por sua contribuição para o campo da ufologia.


“Conhece-te a ti mesmo e conheceras todo o universo e os deuses, porque se o que tu procuras não encontrares primeiro dentro de ti mesmo, tu não encontrarás em lugar nenhum”.  –  Frase escrita no pórtico do Templo do Oráculo de Delphos, na antiga Grécia.

Woodrow Wilson foi principal impulsionador da ONU


HÉLIO’S BLOG

Divulgação Científica

Facebook , Twitter :@Heliosblog,  Linked,  Sonico

Ficheiro:Presidentwoodrowwilson.jpeg

Woodrow Wilson

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 

Thomas Woodrow Wilson (Staunton28 de dezembro de 1856 — Washington, D.C.3 de fevereiro de 1924), foi eleito presidente dos Estados Unidos por duas vezes seguidas, ficando no cargo de1912 a 1921. Era membro do Partido Democrata, tendo também sido reitor da Universidade de Princeton e laureado com o Nobel da Paz em 1919. Foi o presidente americano durante a Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. Interrompeu uma série de mais de 16 anos de presidentes do Partido Republicano.

Foi a figura chave por trás da Liga das Nações –

fundada durante a Primeira Guerra Mundial para manter a paz internacional.

Woodrow Wilson é considerado um pai do idealismo, lutou por uma Alemanha livre e com condições para um desenvolvimento econômico e democrático.

Principal impulsionador da Sociedade das Nações,

projeto que só não falhou por completo porque muitas das estruturas da SDN foram utilizadas futuramente na ONU e pelo fato de ter resolvido alguns pequenos conflitos entre nações na Europa e na América do Sul, tudo fez para que os políticos se tornassem sensíveis às populações que representavam, mostrando que estas são as mais prejudicadas com a guerra, e que as massas deviam ter uma opinião quanto à política externa do seu país (chamava mesmo inconstitucionais muitas das medidas tomadas pelos regimes da época). O fracasso da SDN está intimamente ligado com o facto dos EUA não terem aderido, apenas parcial e sucessivamente, à organização.

Woodrow Wilson também ficou conhecido por suas convicções racistas: reduziu bruscamente a participação de negros na política em muitos estados dos EUA, apesar de em sua campanha apregoar os Direitos Civis. Além disso, foi um grande interventor militar na América Latina, invadindo NicaráguaMéxicoPanamá e Haiti.

Os 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson.

O presidente americano Woodrow Wilson (1913-1921) foi um dos personagens centrais no processo de paz que sucedeu a Primeira Guerra (1914-1918). Foi Wilson quem redigiu o tratado dos 14 pontos que determinou as diretrizes para a paz e foi o embrião da Liga das Nações, o primeiro esforço diplomático global. Por seu trabalho com o tratado, o americano ganhou o Nobel da Paz de 1919.

Os 14 pontos foram apresentados em 8 de janeiro de 1918 ao Congresso dos EUA, que o rejeitou, sob a forte influência do isolacionismo na política externa americana. A rejeição deixou os EUA de fora da Liga—que anos mais tarde falhou em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Depois das complexas negociações entre as nações vencedoras e aliadas, que envolveram discussões sobre a retomada de terras dominadas e conflitos anteriores à Primeira Guerra, uma versão reformulada do tratado de 14 pontos foi aprovada.

Um mês depois, em 28 de junho de 1919, em Paris,

o estatuto da Liga das Nações foi assinado como parte do Tratado de Versalhes, que definiu as cláusulas do fim da guerra. A primeira assembléia geral da Liga foi realizada em 15 de novembro de 1920, na neutra Genebra.

Conheça os 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson:

1)Inaugurar pactos de paz,

depois dos quais não deverá haver acordos diplomáticos secretos, mas sim diplomacia franca e sob os olhos públicos;

2)Liberdade absoluta de navegação nos mares e águas fora do território nacional,

tanto na paz quanto na guerra, com exceção dos mares fechados completamente ou em parte por ação internacional em cumprimento de pactos internacionais;

3)Abolição, na medida do possível, de todas as barreiras econômicas entre os países e o estabelecimento de uma igualdade das condições de comércio entre todas as nações que consentem com a paz e com a associação multilateral;

4)Garantias adequadas da redução dos armamentos nacionais até o menor nível necessário para garantir a segurança nacional;

5)Um reajuste livre, aberto e absolutamente imparcial da política colonialista, baseado na observação estrita do princípio de que a soberania dos interesses das populações colonizadas deve ter o mesmo peso dos pedidos equiparáveis das nações colonizadoras;

6)Retirada dos Exércitos do território russo e solução de todas as questões envolvendo a Rússia, visando assegurar melhor cooperação com outras nações do mundo. O tratamento dispensado à Rússia por suas nações irmãs será o teste de sua boa vontade, da compreensão de suas necessidades como distintas de seus próprios interesses e de sua simpatia inteligente e altruísta;

7)Bélgica, o mundo inteiro concordará, precisa ser restaurada, sem qualquer tentativa de limitar sua soberania a qual ela tem direito assim como as outras nações livres;

8)Todo território francês deve ser libertado e as partes invadidas restauradas.

O mal feito à França pela Prússia, em 1871, na questão da Alsácia e Lorena, deve ser desfeito para que a paz possa ser garantida mais uma vez, no interesse de todos;

9)Reajuste das fronteiras italianas, respeitando linhas reconhecidas de nacionalidade;

10)Reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria, cujo lugar entre as nações queremos ver assegurado e salvaguardado;

11)Retirada das tropas estrangeiras da Romênia, da Sérvia e de Montenegro, restauração dos territórios invadidos e o direito de acesso ao mar para a Sérvia;

12)Reconhecimento da autonomia da parte da Turquia dentro do Império Otomano e a abertura permanente do estreito de Dardanelos como passagem livre aos navios e ao comércio de todas as nações, sob garantias internacionais;

13)Independência da Polônia,

incluindo os territórios habitados por população polonesa, que devem ter acesso seguro e livre ao mar;

14)Criação de uma associação geral sob pactos específicos para o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial dos grandes e pequenos Estados.

Woodrow Wilson Medalha Nobel

28º presidente dos Estados Unidos Estados UnidosMandato4 de março de 1913
4 de março de 1921Vice-presidenteThomas R. MarshallAntecessor(a)William Howard TaftSucessor(a)Warren G. Harding34º Governador de Nova Jérsei Nova JérseiMandato17 de janeiro de 1911
1 de março de 1913Antecessor(a)John Franklin FortSucessor(a)James Fairman FielderVidaNome completoThomas Woodrow WilsonNascimento28 de dezembro de 1856
StauntonVirgínia,
 Estados UnidosFalecimento3 de fevereiro de1924 (67 anos)
Washington, D.C.,
 Estados UnidosAlma materDavidson College
Universidade de Princeton
Universidade da Virgínia
Universidade Johns HopkinsCônjugeEllen Axson (1885–1914)
Edith Bolling (1915–1924)PartidoDemocrataReligiãoPresbiterianismoProfissãoAcadêmico
Historiador
Cientista políticoAssinaturaAssinatura de Woodrow WilsonFilhosMargaret Woodrow Wilson
Jessie Woodrow Wilson
Eleanor Randolph Wilson

Um abraço

Nós Temos FUTURO

HÉLIO’S BLOG 

 Petições: 

Indígenas, não somos Intocáveis?

http://wp.me/p1ecQj-1Eb

dbd43-comentario Envie para seus amigos!

 Secretaria Nacional dos Povos Indígenas juntos podemos fazer algo a respeito! 

Clique :

Morre, aos 95 anos, o historiador Eric Hobsbawm


HÉLIO’S BLOG

Divulgação Científica

Facebook , Twitter      :@Heliosblog  , Linked

Morre, aos 95 anos, o historiador Eric Hobsbawm

Eric Hobsbawm, o maior historiador de esquerda do século XX, morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos, após um longo período doente, segundo confirmou a família ao jornal ‘The Guardian’

O historiador Eric Hobsbawm
O historiador Eric Hobsbawm                                      (Hulton Archive/Getty Images)

Eric Hobsbawm, o maior historiador de esquerda do século XX, morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos, após um longo período doente, segundo confirmou a família ao jornal The Guardian. Hobsbawm morreu no começo da manhã no hospital Royal Free de Londres, onde estava internado. O intelectual nasceu numa família judia na Alexandria e se mudou para a Inglaterra aos 16 anos. Ele deixa a mulher, três filhos, sete netos e uma bisneta. A filha de Hobsbawm, Julia, usou sua página no Twitter para agradecer o carinho de amigos e estranhos dedicado à memória de seu pai. “Estou muito comovida com as condolências dedicadas ao meu adorável e incomparável pai. Muito obrigada.”

Entre suas obras de destaque, que influenciaram gerações de historiadores, está Era dos Extremos: o Breve Século XX: 1914 – 1991. No livro, ele afirma que o século XX começou em 1914 , com a I Guerra Mundial, e terminou em 1991, com o desfazimento da União Soviética. A publicação faz parte da quadrilogia que aborda a história europeia entre 1789 e 1991 e da qual faz parte os livros A Era das Revoluções (1962), A Era do Capital (1975), A Era dos Impérios (1987) e A Era dos Extremos (1994). Outra obra importante é Globalização, Democracia e Terrorismo. Em 2002, Hobsbawm lançou a biografia Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX.

O historiador entendeu a importância de analisar os fatos políticos ainda muito jovem, aos 13 anos, quando se mudou para Berlim com a irmã para morar com os tios, após a morte dos pais, em Viena. O ano era 1933 e Adolph Hitler havia sido nomeado primeiro-ministro da Alemanha, sinal interpretado pelo tio de Hobsbawm como o primeiro indício da perseguição aos judeus que tomaria forma anos depois, a partir da deflagração da II Guerra Mundial, em 1939. Por isso, a família tratou logo de mudar-se para Londres, atitude que foi avaliada pelo historiador posteriormente como a salvação da sua família.

Em Londres, Hobsbawm passou a integrar o Partido Comunista da Grã-Bretanha ao mesmo tempo em que cursava História na Universidade de Cambridge.

Lições – Em uma conferência realizada em agosto de 1995 no Masp, o historiador apresentou as suas três lições aos jovens historiadores que investigam e pesquisam fatos do passado: devem procurar saber algo do acontecido antes de fazer a pesquisa; devem saber que a memória dos protagonistas falhará sobre os pontos isolados da História; e devem reconhecer a inutilidade de tentar mudar as ideias e os ideais dos participantes dos acontecimentos.

A última vez que Hobsbawm esteve no Brasil foi em 2003, para participar da Flip.

Existe uma origem da crise de identidade do professor?


HÉLIO’S BLOG

Divulgação Científica

http://translate.google.com.au/

Facebook , Twitter  :@Heliosblog, Linked

Existe uma origem da crise de identidade do professor?

In Memoriam

professor Paulo Meksenas

professor Paulo Meksenas

As palavras professor e profissão são próximas em seus significados. A primeira designa o sujeito que professa, isto é, aquele que diz a verdade publicamente. E a verdade é qualquer fato; fenômeno ou interação em conformidade com o real; significa expor corretamente; representar fielmente por princípios lógicos. Assim, o professor é aquele que torna público – socializa – algum conhecimento. A segunda palavra designa uma ocupação ou atividade especializada e voltada ao ato de professar.

Toda profissão afirma uma identidade e esta, por sua vez, “não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e de conflitos, é um espaço em construção de maneiras de ser e de estar na profissão. Por isso, é mais adequado falar em processo identitário, realçando a mesma dinâmica que caracteriza a maneira como cada um se sente e se diz professor” (Nóvoa, 1996).

Crise de identidade do professor significa, portanto, uma crise da maneira de ser na profissão, isto é, uma crise no ato de professar e que implica em dificuldades na interação social; descontentamento na realização das suas atividades; descrença no seu papel social; etc. As causas da crise de identidade são diversas: conflitos na instituição de trabalho; baixos salários; pouco reconhecimento social; sentimentos de incerteza ou insegurança. Por outro lado, deve-se considerar que tal crise não é alheia à distinção entre o eu pessoal e o eu profissional. Em outros termos, é difícil desmembrar um modo de ser pessoal – crenças, valores morais, posturas ou aspectos do caráter – de tudo aquilo que compõem o modo de ser professor – crenças a respeito da educação, valores pedagógicos e posturas didáticas. Por maior que seja a semelhança das trajetórias profissionais de professores e as suas origens de classe, cada um desenvolve uma forma própria (pessoal) de organizar as aulas, de movimentar-se em sala, de dirigir-se aos alunos, de abordar didaticamente um certo tema ou conteúdo e de reagir diante de conflitos.

Ao tentar identificar o processo que origina a identidade do professor deve-se perceber, portanto, a indissolúvel união existente entre o professor como pessoa e o professor como profissional. As implicações dessa identificação são óbvias: não se pode exigir que um professor ofereça além das possibilidades e limites pelos quais foi educado. Não é possível que “jogue fora as suas crenças” e que “liberte-se da especificidade do seu caráter” quando realiza as suas atividades docentes. Trata-se de pensar sobre como determinados modos de ser pessoa relacionam-se ao exercício da profissão.

A partir de pesquisa a respeito de como os professores pensam a sua profissão, Fullan e Hargreaves (2000) identificaram algumas questões que acentuam a crise de suas identidades. Dentre as questões mais comuns os autores destacam: 1) a sobrecarga; 2) o isolamento; 3) o pensamento de grupo.

1) A sobrecarga. Professores estão conscientes que a profissão mudou nas últimas décadas. Ensinar não é mais visto como em ‘tempos atrás’, pois as obrigações ficaram diversificadas. Esses profissionais atuam em contextos com expectativas crescentes acerca do seu trabalho e a respeito da educação escolar. Assim, ficam mais inseguros.

A sobrecarga de atividades, em muitos casos, decorre da falta de diálogo dos professores com a população por eles atendida, ou com a equipe administrativa da escola em que lecionam. Quando não fica muito claro o que o professor pretende fazer junto com os seus alunos e os modos com que exerce a docência, pode ocorrer “cobranças”. Em vez de “quebrar” o excesso de expectativas sobre o seu modo de trabalhar e fazê-lo por meio do diálogo, o professor reage elaborando novos projetos; assumindo atividades extracurriculares (passeios com seus alunos, gincanas, competições, etc.). Organiza uma série de atividades que o leva para fora da sala de aula, com a intenção de chamar atenção à qualidade do seu trabalho: a sobrecarga, então, afirma-se.

2) O isolamento. Ensinar, há muito tempo, é conhecido como “uma profissão solitária”. Considere-se que o individualismo é mais uma questão cultural e menos uma peculiaridade da profissão. Entretanto, parece mais fácil e rápido preparar aulas sozinho. Nesse aspecto, muitos dos professores nem sequer imaginam a organização do seu trabalho com a participação de outras pessoas.

O problema do isolamento tem suas raízes: a) Uma arquitetura escolar que isola espaços, segrega pessoas. b) Horários rígidos e uma organização inflexível da rotina escolar impede interações sociais. c) Além disso, a sobrecarga de trabalho dá sustentação ao individualismo. Combater os contextos que levam o professor a isolar-se dos seus pares constitui umas das questões fundamentais, pela qual vale a pena lutar.

3) O pensamento de grupo. Quando destaca-se que o trabalho cooperativo pode ser um fator importante contra o isolamento a que os professores estão submetidos, é comum ouvir as expressões: “Mas os professores desta escola sempre formaram pequenos grupos de colaboração!” ou, “estamos sempre conversando, quando podemos”, ainda, “há tanta colaboração que formam-se ‘panelinhas’ de professores para disputar o poder de comando na escola”. Tais expressões são o retrato de que as propostas de trabalho coletivo possuem os seus problemas, muitos dos quais não podem ser ignorados. A princípio não existe nada instantaneamente bom no trabalho de parceria. As pessoas podem cooperar para realizarem coisas boas ou coisas más, ou, até para não fazerem nada. Um coletivo pode afastar os professores de atividades valiosas com os estudantes.

Para Fullan e Hargreaves (2000) o trabalho na escola apresenta um conjunto de idéias cristalizadas no tempo que, por responder à questões do passado são inadequadas e originam o chamado pensamento de grupo. Tal conjunto de idéias costuma limitar as ações daqueles que buscam inovar na instituição escolar. Seriam idéias como: “não faça isso que não vai dar certo!”; “já tentamos uma vez e não funcionou”; “essa pretensão é passageira, logo ver-se-á que o melhor é como sempre foi”. Outras idéias vêm reforçar a perpetuação de práticas e poderiam ser questionadas: “faça isso e você se dará bem nessa escola”; “aqui a melhor atitude é dizer sim e depois fazer como quiser”. Isto é, o pensamento de grupo – com origem no trabalho realizado em comum e na partilha das concepções daqueles que integram um determinado coletivo – torna-se em consensos da instituição e molda a ação de todos.

Os consensos são formados pelo justificar as práticas de um grupo. Independente do caráter desses consensos serem ou não oportunos; favorecerem ou não as práticas ditas progressistas ou, possuírem uma dimensão denominada competente, o significativo é notar que os consensos buscam uma uniformidade nas práticas docentes e na organização escolar. Tal uniformização costuma ignorar as propostas que não coadunam com as opiniões instituídas. O resultado é que muitos professores não se sentem representados em seus anseios, opiniões e projetos junto ao coletivo de professores, pois emitir uma proposição contrária ao pensamento de grupo traz sanções àquele que a profere.

Em síntese, a sobrecarga; o isolamento e o pensamento de grupo são questões capazes de ampliar a crise de identidade do professor. Mesmo admitindo que tal crise tem a sua origem em diversos fatores políticos, culturais e econômicos (locais e nacionais) vale observar, que as vivências cotidianas podem organizar-se de modo a intensificar ou minimizar o problema. A compreensão que percebe a pessoa e o profissional como faces indissociáveis da identidade do professor produz novas práticas, capazes de introduzir o respeito às diferenças de cada um. Escolas em que os profissionais não toleram ações e modos de pensar que não sejam idênticos aos do grupo, tornam-se instituições com probabilidade de gerar a sobrecarga, o isolamento e o pensamento de grupo.


* PAULO MEKSENAS foi professor adjunto do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, lecionando na Graduação em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado; Sociólogo e Doutor em Educação (USP), pesquisou as temáticas que envolvem a Cidadania de Classe; a Relação Estado e Sociedade Civil e temas correlatos à Sociologia da Educação. Publicado na REA, nº 31, dezembro de 2003, disponível em

http://www.espacoacademico.com.br/031/31cmeksenas.htm