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Povos celebram o nascimento de Jesus Cristo


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No dia 25 de dezembro, católicos, ortodoxos e protestantes comemoram o Natal, data que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Os evangelhos canônicos de Lucas e Mateus contam que isso aconteceu em Belém, na província romana da Judeia, quando José e a Virgem Maria viajaram de Nazaré até lá para comparecer a um censo. De acordo com Lucas, Jesus nasceu durante a viagem, numa simples manjedoura.

No relato de Mateus, sábios (ou reis magos) seguiram uma estrela até Belém para levar presentes a Jesus, nascido o “rei dos judeus”. Anjos o proclamaram salvador de todas as pessoas e pastores vieram adorar o filho de Deus. Temendo ser destronado, o rei Herodes ordenou em seguida o massacre de todos os garotos com menos de dois anos da cidade, mas a família de Jesus conseguiu escapar para o Egito e, depois que o governante morreu, voltou para Nazaré.

Embora a maioria dos cristãos comemore o aniversário de Jesus em 25 de dezembro, poucas pessoas nos primeiros dois séculos após o nascimento de Cristo afirmavam saber o dia ou ano exato em que ele nasceu (pois não há menção a essa data na Bíblia). O mais antigo registro existente de uma celebração de Natal está em um almanaque romano que cita um festival da Natividade de Cristo promovido pela igreja de Roma em 336 d.C.

A razão exata pela qual o Natal passou a ser celebrado em 25 de dezembro permanece obscura, mas a maioria dos pesquisadores acredita que isso aconteceu como um substituto cristão para as celebrações pagãs. Para os primeiros cristãos (e para muitos ainda hoje), o feriado mais importante no calendário religioso era a Páscoa, que comemora a morte e ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, quando o cristianismo começou a se firmar no mundo romano, no início do século IV, os líderes da igreja tiveram que lutar contra o popular feriado que celebrava o “aniversário do sol invicto” (natalis solis invicti) – como o solstício de inverno era chamado em Roma.

Todos os invernos, os romanos celebravam a Saturnália, um festival que homenageava Saturno, o deus pagão da agricultura. A festa começava em 17 de dezembro e geralmente terminava por volta de 25 de dezembro com a celebração do solstício de inverno, o início do novo ciclo solar. Essa era considerada uma época de alegria, quando famílias e amigos trocavam presentes. Ao mesmo tempo, o mitraísmo – adoração do antigo deus persa da luz – era popular no exército romano. Esse culto também executava alguns de seus rituais mais importantes na época do solstício de inverno.

Depois que o imperador Constantino I se converteu ao cristianismo em 312, os líderes da igreja teriam adaptado os feriados do solstício de inverno para facilitar a aceitação da religião entre os romanos. Para instituir a celebração do aniversário de Jesus no final de dezembro, eles argumentaram que, uma vez que o mundo foi supostamente criado no equinócio da primavera (final de março), Jesus também teria sido concebido por Deus naquela data. A Virgem Maria, grávida do filho de Deus, teria, portanto, dado à luz Jesus nove meses depois, no solstício de inverno.

De Roma, a celebração da Natividade de Cristo se espalhou por todo o mundo. Logo, a maioria dos cristãos começou a celebrar o nascimento de Jesus em 25 de dezembro. Atualmente, a data marca também o fim de ano e a temporada de férias, além de representar uma das épocas de maior venda do comércio. No Natal, os costumes populares são a troca de presentes, a árvore, o presépio, cartões, a ceia especial, festas na igreja e decorações nas ruas, além da figura do Papai Noel, personagem mitológico que, no imaginário infantil, traz presentes para as crianças.

Como bancos ingleses lucraram com escravidão no Brasil


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Apesar de a prática ter sido abolida pelo Reino Unido em suas próprias colônias no início do século 19, no Brasil indivíduos e instituições britânicas continuaram por muito tempo envolvidos com a escravidão.

Letícia Mori – Da BBC News Brasil

O tráfico de pessoas da África para as Américas durou mais de três séculos
O tráfico de pessoas da África para as Américas durou mais de três séculosFoto: Getty Images / BBC News Brasil

No auge do tráfico de escravos da África para o Brasil, entre 1800 e 1850, mais de 2 milhões de pessoas foram trazidas à força para o país para serem escravizadas, segundo o Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos (Transatlantic Slave Trade Database). No total, ao longo de quatro séculos, mais de 4,8 milhões de pessoas escravizadas foram obrigadas a desembarcar em solo brasileiro.

SAIBA MAIS

O tráfico era um negócio lucrativo, mas não foram só os traficantes e fazendeiros que se aproveitaram da exploração brutal de seres humanos. Banqueiros ingleses se envolveram com a escravidão no Brasil mesmo depois de ela ter sido abolida nas colônias britânicas, em 1833.

É isso que mostra uma pesquisa do historiador Joe Mulhern, especializado no envolvimento britânico com a escravidão no Brasil, pela Universidade de Durham, na Inglaterra.

“Apesar de o Império Britânico na era vitoriana pensar em si mesmo como um modelo moral quanto à escravidão e fazer pressão para que outros países, inclusive o Brasil, abolissem a prática, os legisladores tiveram dificuldade para cortar os laços econômicos com a escravidão em países estrangeiros”, explica Mulhern em entrevista à BBC News Brasil.

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Havia duas formas principais de envolvimento dos britânicos, explica o historiador. Uma mais ampla, por meio de empréstimos e a compra de títulos do Tesouro, entre outras relações indiretas com a economia escravocrata. E outra mais direta, em que instituições e indivíduos deram apoio financeiro, na forma de empréstimos e garantias, por exemplo, para o tráfico de escravos ou para fazendas que usavam esse tipo de mão de obra.

Alguns britânicos chegaram a ser diretamente proprietários de escravos — segundo o trabalho de Mulhern, um censo de 1848-1849 mostra que havia, naquele ano, cerca de 3.400 pessoas escravizadas por mestres britânicos.

Entre os envolvidos nessa relação mais direta, havia indivíduos ligados a bancos que foram predecessores de grandes instituições financeiras atuais do Reino Unido.

Lobby no parlamento

Em 1833 o Reino Unido havia extinguido a escravidão em suas colônias, dando compensações para os senhores mas não para os escravizados. O império começou também a fazer pressão diplomática para que a escravidão fosse abolida no Brasil. Essa pressão é apontada por historiadores brasileiros como um dos múltiplos fatores que levaram ao fim da prática no país.

A lei que proibiu o tráfico como parte de um acordo com o Reino Unido, inclusive, deu origem à expressão “para inglês ver”, porque durante muito tempo não havia fiscalização e o tráfico continuou.

No entanto, apesar dessa pressão do governo do país europeu, muitos do britânicos envolvidos na prática conseguiam impedir que a legislação britânica fosse mais restritiva em relação às suas atividades no exterior.

“Essa ambivalência no envolvimento do Reino Unido na escravidão (tanto pressionando para o seu fim quanto deixando de cortar laços econômicos existentes) pode ser encontrada na legislação da época”, diz o historiador.

Africanos escravizados tiveram roubadas sua liberdade, identidade e cultura
Africanos escravizados tiveram roubadas sua liberdade, identidade e culturaFoto: Getty Images / BBC News Brasil

Isso porque os envolvidos faziam lobby no Parlamento.

“Eles pressionavam para que seus negócios fossem protegidos, com os mesmos argumentos para defender a escravidão usados no Reino Unido antes de 1833”, explica Mulhern.

Os três principais, aponta, eram a defesa da propriedade (porque as pessoas tinham sido vendidas como propriedades); a necessidade de o Reino Unido prosperar nesses mercados que ainda eram escravocratas; e o mito de que os britânicos que exploravam escravos eram “benevolentes”.

“Já existia o mito de que os senhores de escravos no Brasil eram benevolentes. Os ingleses diziam que eles eram ainda mais”, conta Mulhern. “Mas não há nenhuma evidência de que a escravização, uma prática baseada na violência ou na ameaça dela, era menos cruel quando praticada pelos britânicos”.

Seres humanos como garantia

Muitas vezes os escravizados eram parte das propriedades usadas em garantias de empréstimos de um banco. Na dissertação de Mulhern, ele resgatou casos em que bancos ingleses tinham um devedor insolvente e acabavam leiloando os escravizados para cobrar a dívida.

Um desses bancos, mostra Mulhern em sua pesquisa, era o London and Brazilian Bank, criado em 1862 (e comprado em 1923 pelo Lloyd’s Banking Group, que existe até hoje).

O banco continuou envolvido com a escravidão até a praticamente a abolição da prática no Brasil, em 1888 — ou seja, mais de 50 anos depois da abolição da escravatura nas colônias britânicas, como Jamaica e África do Sul.

Um dos executivos do London and Brazilian Bank, Edward Johnston, chegou a ser dono de escravos no Brasil e a casar com uma família que era dona de uma fazenda de café no Rio de Janeiro. “A riqueza gerada com a escravidão no Brasil ajudou a estabelecer um banco que investiria na exploração de pessoas”, diz Mulhern.

A presença de negros no Cone Sul é um fenômeno que pode ser traçado desde os tempos da conquista, no século 16, quando já havia registros da presença de pessoas que escravizados
A presença de negros no Cone Sul é um fenômeno que pode ser traçado desde os tempos da conquista, no século 16, quando já havia registros da presença de pessoas que escravizadosFoto: Getty Images / BBC News Brasil

Esses laços, no entanto, eram escondidos de investidores no Reino Unido, onde a opinião pública já não era favorável à escravidão.

Para evitar afugentar investidores no país de origem, a maior parte dos bancos envolvidos com operações relacionadas à escravidão não o fazia diretamente, mas por meio de comissários intermediários, explica Mulhern à BBC News Brasil.

Um desses intermediários era a casa bancária Gavião Ribeiro Gavião, que financiava a economia agrícola de São Paulo e atuava no comércio interno de escravos.

A casa bancária atuou como intermediária para o London and Brazilian Bank. O banco britânico declarava que seu propósito no Brasil era comercial, mas tinha uma carteira de hipotecas cujas garantias eram fazendas de café em São Paulo e mais de 800 pessoas que trabalhavam nelas como escravos.

Terceirização

O historiador também cita o caso da Fazenda Angélica, em Rio Claro, no interior de São Paulo, que acabou se tornando um dos ativos de um banco e sendo administrada por ele. Depois de uma tentativa fracassada de usar mão de obra de imigrantes, o banco resolveu “terceirizar” o uso de mão de obra escrava.

Isso porque, sendo uma empresa inglesa, o banco não poderia ser dono direto de escravizados. Mas uma brecha na legislação permitia que ele “alugasse” a mão de obra escrava de outros senhores de escravo — e foi o que fez.

Um escravo sendo torturado em uma fazenda brasileira na visão do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que viajou o país retratando cenas da vida no século 19
Um escravo sendo torturado em uma fazenda brasileira na visão do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que viajou o país retratando cenas da vida no século 19Foto: Domínio Público / BBC News Brasil

Quando vendeu a fazenda, o banco afirmou que “não empregava um único escravo” — sem citar que pagou senhores de escravos para usarem as pessoas escravizadas por eles na plantação e que ainda tinha 80 escravos como garantia do financiamento que possibilitou a venda da fazenda.

Empréstimo não pago

“Nem sempre esse envolvimento era bem-sucedido, e agentes britânicos que fizeram as negociações do tipo no Brasil chegaram a ser repreendidos no Reino Unido”, conta Mulhern.

Mas a repreensão, diz ele, não foi por questões morais, mas porque muitos dos empréstimos não foram recuperados e algumas instituições acabaram tendo dificuldades financeiras por causa disso.

“Muitos investidores buscavam investir em infraestrutura, em criação de linhas de trem por exemplo, mas os fazendeiros queriam um investimento direto na produção agrícola, que era um negócio muito arriscado”, diz Mulhern. “Apesar disso, alguns agentes se envolveram, até contraindo orientações da sede, e depois foram repreendidos porque os negócios não deram certo”.

Empréstimos que tinham seres humanos como garantia e não eram pagos tinham impactos diretos na vida dessas pessoas.

Em 1869, o Barão do Turvo, fazendeiro carioca que tinha uma dívida com o London and Brazilian Bank, não pagou um empréstimo que devia.

“O banco então entrou com um processo para recuperar o dinheiro, e como havia pessoas escravizadas como garantia, elas sofreram a consequência”, diz Mulhern. Advogados do banco então realizam um leilão de 103 escravizados, incluindo famílias com crianças e bebês. Documentos da época compilados por Mulhern mostram como o banco vendeu pelo menos 30 dessas pessoas no leilão — entre elas a pequena Ancieta, uma bebê escravizada de apenas um ano de idade; e as pequenas Adelina e Marcellina, vendidas com 2 e 6 anos.

Lidando com o passado

O movimento americano Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português), de protesto contra o racismo e contra o assassinato de negros pela polícia, fez com que muitas instituições viessem a público falar sobre seu histórico racista e mostrar que mudaram de postura, inclusive doando dinheiro para instituições de combate ao racismo.

“Historiadores já sabiam dessas ligações, mas o movimento Black Lives Matter trouxe um novo escrutínio sobre esse passado”, diz Mulhern.

Após a publicação de um artigo de Joe Mulhern sobre sua pesquisa, o banco Lloyds Banking Group atualizou seu site para incluir um reconhecimento de que pelo menos seis dos 200 bancos que foram incorporados pelo grupo se envolveram com a escravidão, incluindo o London and Brazilian Bank.

“Embora tenhamos muito do nosso passado para nos orgulharmos, não podemos nos orgulhar de tudo”, diz o banco.

“Mas se esse debate vai ir além do reconhecimento e levar de fato a algum tipo de reparação ou doação financeira é algo que eu não sei”, afirma o pesquisador.

O LOUCO
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando:
“Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado, um rapaz no cimo do telhado de uma casa gritou:
“É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez a minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, e a minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais as minhas máscaras.
E, como num transe, gritei:
“Benditos, benditos os ladrões que roubaram as minhas máscaras!”
Assim tornei-me louco.
E encontrei tanta liberdade como segurança na minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Kalil Gibran




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Os abolicionistas eram chamados de comunistas


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É comum que as pessoas que lutam por causas justas sejam chamadas de comunistas ou anarquistas. Esta alcunha também acometeu aqueles que lutaram pelo fim da escravidão, isto é, os abolicionistas.

“Desde muito, ser chamado de comunista é um xingamento proferido por conservadores e reacionários, de um modo geral, contra àqueles que clamam por justiça social”Luiz Gama, José do Patrocínio e André Rebouças são exemplos de três grandes abolicionistas negros brasileiros (Reprodução)

Por Raphael Silva Fagundes  

Ouça a matéria clicando aqui!

É comum que as pessoas que lutam por causas justas sejam chamadas de comunistas ou anarquistas. Esta alcunha também acometeu aqueles que lutaram pelo fim da escravidão, isto é, os abolicionistas.

Como mostrou a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Machado, no correr dos anos, “figuras como Dantas, Nabuco e Rebouças e muitos outros notáveis passaram a ser acusadas, pelos escravocratas e conservadores […], de anarquistas, e mesmo de comunistas”. Mas na verdade havia apenas uma simpatia de alguns deles com o socialismo e o anarquismo, como era o caso do próprio Rebouças que a historiadora destacou ter uma “filiação abstrata a um certo socialismo utópico”.[1]

De acordo com Renato Lemos, “embora ainda não existisse no país uma classe operária, o espectro do comunismo – alimentado pela luta de classes nos países de capitalismo avançado – já assombrava as classes dominantes”. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro destaca outra luta por causa justa, a qual o positivista Benjamin Constant foi associado ao comunismo. “Em 1871, por exemplo, um deputado geral baiano conseguiu ver a marca do comunismo no relatório anual do diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, o notório positivista Benjamin Constant Botelho de Magalhães. A defesa do direito dos cegos à educação completa foi entendida como manifestação das doutrinas da Comuna de Paris”.[2]

O célebre abolicionista José do Patrocínio escrevia na coluna “Semana Política” do jornal Gazeta de Notícias com o pseudônimo Proudhomme. O historiador Humberto Fernandes Machado destaca: “A influência de Pierre-Joseph Proudhon em Patrocínio está presente no slogan usado no final de seus textos, semelhante ao popularizado pelo publicista francês: A escravidão é um roubo. Todo dono de escravo é um ladrão”.[3] Todos conhecemos a famosa frase de Proudhon, “A propriedade é um roubo”.

Embora estes abolicionistas defendessem a reforma agrária após a abolição da escravatura, nenhum deles era de fato socialista ou comunista. José do Patrocínio, por exemplo, após a abolição, passou a ser um defensor veemente da monarquia e da Princesa Isabel. Enchia esta de elogios. Chamava-a de “mulher sagrada e meiga, boa e santa”, além de destacar a “heroicidade da princesa”.[4]

Patrocínio era acusado de ser um dos idealizadores da Guarda Negra, uma sociedade formada por negros e mulatos com o objetivo de proteger a Princesa Isabel e a monarquia, já que muitos republicanos se colocaram contra a abolição sem uma indenização.

Enfim, o fato é que todo aquele que defende causas justas são imediatamente chamados de comunistas. Vemos hoje claramente Bolsonaro e seus apoiadores chamarem de comunistas aqueles que lutam por uma maior distribuição de renda, por uma ampliação do acesso aos serviços públicos, pela igualdade racial, contra o sexismo etc..

Portanto, desde muito, ser chamado de comunista é um xingamento proferido por conservadores e reacionários, de um modo geral, contra àqueles que clamam por justiça social… Sendo assim, seria uma difamação ou um elogio ser chamado de comunista?


[1] MACHADO, M. H. P. T. “Teremos grandes desastres, se não houver providências enérgicas e imediatas: a rebeldia dos escravos e a abolição da escravidão”. GRINBERG, K. e SALLES, R. (Orgs.). O Brasil imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 374.

[2] LEMOS, R. A alternativa republicana e o fim da monarquia. GRINBERG, K. e SALLES, R. O Brasil imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 404.

[3] MACHADO, H. F. Encontro e desencontros em José do Patrocínio: a luta contra a indenização aos “Republicanos de 14 de maio”. RIBEIRO, G e FERREIRA, T. (Orgs.) Linguagens e práticas da cidadania no século XIX. São Paulo: Alameda, 2010, p. 298

[4] Id., p. 307.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da FórumPlayvolume00:00/00:40revistaforumTruvidfullScreen

O papiro com os segredos de Jesus


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Pesquisadores descobrem fragmento de texto apócrifo em que Cristo se refere ao apóstolo Tiago como seu “irmão” e no qual afirma que o mundo material é uma prisão criada por um ser maligno.

O papiro com os segredos de Jesus. 

 Um texto que complementa o relato bíblico da vida e do ministério de Jesus, permitindo o acesso a conversas que ele teria mantido com o apóstolo Tiago, supostamente seu irmão, pode ser a maior descoberta arqueológico de caráter religioso dos últimos tempos.

Por Celso Masson – Fonte: https://istoe.com.br/

“Não suspeitávamos que os fragmentos gregos do ‘Primeiro Apocalipse de Tiago’ tivessem sobrevivido”, afirmou Geoffrey Smith, um dos pesquisadores responsáveis pelo achado. “Mas lá estavam eles, bem na nossa frente”, disse Smith, que é professor assistente de estudos religiosos na Universidade do Texas, em Austin (EUA).

Ele fez a descoberta no início do ano, junto com o colega Brent Landau, e ambos mantiveram sigilo até a Reunião Anual da Sociedade de Literatura Bíblica, em Boston, também nos Estados Unidos, em novembro. “Esta nova descoberta é significativa por demonstrar que os cristãos ainda estavam lendo e estudando escritos “extra-canônicos” muito tempo depois de os “líderes católicos” os considerarem heréticos”, disse Smith ao anunciar a descoberta.

O termo extra-canônico se refere aos textos gnósticos que ficaram de fora do cânone estabelecido pelo bispo Atanásio de Alexandria no ano 367 a.C., após o Concílo de Niceia, quando foram definidos os 27 livros aceitos [impostos] como pertencentes ao Novo Testamento. O banimentos dos textos gnósticos apócrifos, cuja autoria é atribuída aos católicos primitivos, se deveu ao modo como eles retratam Jesus: muito mais um mestre espiritual com a missão de espalhar conhecimento sobre o homem e o universo do que como Messias, o único filho de Deus. 

O material foi encontrado depois de dois anos de pesquisas junto aos mais de 200 mil documentos acumulados na Universidade de Oxford, na Inglaterra, desde as pioneiras escavações dos papirólogos Bernard Pyne Grenfell e Arthur Surridge Hunt feitas em um antigo depósito de lixo en z, no Egito, a partir de 1896. Boa parte do que foi encontrado ali é formada por recibos de impostos, contratos de compra e venda e outros registros da vida cotidiana, mas há também textos literários e religiosos.

ACHADO Geoffrey Smith (esq.) e Bret Landau: texto grego do “Primeiro Apocalipse de Tiago” estava em meio a 200 mil papiros de Oxirrico

Até então, os poucos escritos gnósticos que haviam sido preservados eram os da Biblioteca de Nag Hammadi, nome dado à coleção descoberta em 1945 na cidade egípcia de mesmo nome pelo camponês Mohammed Ali Samman. Eles estavam guardados dentro de potes de barro que foram selados e enterrados, possivelmente por monges dedicados a preservar os livros [que contém verdades] proibidos pela Igreja Católica. A técnica de preservação deu certo e os papiros ficaram protegidos por mais de 1.600 anos.

“Ensinamentos secretos”

O mais interessante do documento encontrado entre os papiros de Oxford, claro, é seu conteúdo, com “ensinamentos secretos” que Jesus teria transmitido diretamente para o apóstolo Tiago, possivelmente seu irmão. Eles incluem revelações sobre o reino espiritual, afirmam que o mundo material é uma prisão criada por um ser maligno e que o caminho dos humanos a vida após a morte era bloqueado por “archons”(Arcontes), entidades semelhantes aos anjos e demônios do Antigo Testamento. Referindo-se a Tiago como “irmão” (embora “não materialmente”), Cristo teria preparado o apóstolo para difundir seu conhecimento.

A maior parte dos textos gnósticos foram escritos em copta, a língua usada no Egito principalmente entre os séculos 3 e 6, mas os fragmentos encontrados por Smith e Landau estão em grego. Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é que se trate de uma espécie de material didático, utilizado para auxiliar jovens egípcios no aprendizado do idioma.

Duas características reforçam a crença: a caligrafia, bastante uniforme; e a separação das palavras em sílabas com uso de traços, um recurso que aparece “frequentemente em manuscritos usados em contextos educacionais”, segundo o pesquisador Brent Landau. Seja qual for a explicação para o texto ter sido escrito em grego, trata-se da primeira cópia conhecida do “Primeiro Apocalipse de Tiago” na língua de Homero.

Assim que o engenheiro Oded Golan, um judeu aficionado por relíquias, revelou a existência de uma arca com os restos mortais do apóstolo Tiago — e uma evidência de que ele seria irmão de Jesus — a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) tentou desqualificar o objeto. Primeiro, os peritos alegaram que a inscrição em aramaico “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” seria forjada.

Oded Golan e a inscrição em aramaico “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”

Depois, tentaram provar que apenas o trecho “irmão de Jesus” era falso. Passaram-se mais de cinco anos até que Golan fosse absolvido da acusação de falsificar o ossário de Tiago. No processo de 12 mil páginas foram ouvidas 133 testemunhas, entre elas, peritos em datação com carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia, geologia, biologia e microscopia.

Até que Yuval Gorea, um especialista em análise de materiais da IAA, admitiu que os testes microscópicos confirmaram que tanto a primeira quanto a segunda parte da inscrição têm a mesma idade do caixão: 2 mil anos. Com a absolvição de Golan, o ossário foi também reabilitado. Ele é considerado a maior evidência do parentesco entre Tiago e Jesus Cristo, o que a Igreja ainda hoje não admite [porque vai contra o dogma da “virgem” mães de Cristo…].

A Crônica de Akakor


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O REINO DOS DEUSES – 600.000 a. C. – 10.481 a. C.

O mistério de uma antiga civilização subterrânea perdida da Amazônia que não existe “oficialmente” … que muitos exploradores MORRERAM tentando encontrar. Se a história da busca pela cidade perdida de Akakor e sua tribo Ugha Mongulala soa como o roteiro de ficção de um filme de Indiana Jones, é justamente porque ela foi usada como base para o quarto e último filme da série, “Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull” (O Reino da Caveira de Cristal). É uma história  envolta em muitos mistérios. Ela é contada em um polêmico livro, “A Crônica de Akakor”, que passamos a publicar em capítulos …

A CRÔNICA DE AKAKOR

Livro: A CRÔNICA de AKAKOR (Die Chronik von Akakor – 1978), por Karl Brugger, prefácio de Erich Von Daniken, tradução de Bertha Mendes.

O LIVRO DO JAGUAR

Este é o jaguar;
Poderoso é seu salto;
E forte as suas patas.
É o senhor das florestas.
Todos os animais são seus súditos.
Não tolera resistência.
Destrói o desobediente
E devora-lhe a carne!


I- O REINO DOS DEUSES – 600.000 a. C. – 10.481 a. C.

O início da história da humanidade é uma questão de há muito contestada. De acordo com a Bíblia, Deus “criou o mundo em seis dias” para o seu próprio deleite e para o bem da humanidade. Então ele moldou o homem do pó {corpo} e deu-lhe o sopro {a Alma} da vida. Mas de acordo com o Popol Vuh, o Livro dos Maias, o homem {físico} só surgiu na quarta criação divina, depois de três mundos anteriores {corresponde com os três primeiros Yugas – eras – da cronologia indu} terem sido destruídos por medonhas catástrofes.

A historiografia tradicional coloca o início da história da humanidade em cerca de 600.000 a. C., e os primeiros seres humanos não conheciam ferramentas nem o uso do fogo. Segue-se, cerca de 80.000 a. C., o homem de Neandertal, que avançara extraordinariamente e conhecia o uso do fogo, tendo desenvolvido ritos funerários. A Pré-História, a primitiva história do homem, começa em cerca de 50.000 a. C.; de acordo com achados arqueológicos, tem sido dividida em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. Durante a Idade da Pedra, o homem era caçador e pastor; caçava o mamute, cavalos selvagens e rangíferos {família dos Cervídeos}.

Com a lenta regressão da camada de gelo, o ancestral do homem gradualmente foi seguindo os animais que se dirigiam para o sul: o assentamento às margens dos grandes rios, a agricultura e os animais domésticos eram-lhe ainda desconhecidos. No entanto, as suas pinturas rupestres nas paredes dos abrigos em cavernas são evidência de uma arte surpreendentemente sofisticada, baseada nos ritos de caça mágico-religiosa. Está assente que em torno de 25.000 a. C. as primeiras tribos da Ásia Central atravessaram o estreito de Bering em direção às Américas.

OS MESTRES ESTRANGEIROS DE SCHWERTA

A Crônica de Akakor, a história escrita do meu povo, começa na hora zero, quando os deuses nos deixaram. Nessa época, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, resolveu que tudo quanto acontecesse fosse narrado com boas palavras e numa escrita clara. E assim, A Crônica de Akakor é testemunha perante a história de um dos povos mais antigos do mundo, desde o seu início, a hora zero, quando os Primeiros Mestres nos deixaram, até ao momento atual, quando os Bárbaros {europeus} Brancos {esde 1500 d.C.} estão destruindo o nosso povo.

Explica o testamento dos Antigos Pais – o seu saber e a sua prudência. E descreve a origem do tempo, quando o meu povo era o único do continente e o Grande Rio ainda corria de um e de outro lado, quando o país era ainda plano e suave como o lombo de um cordeiro. Tudo isto está escrito na crônica, a história do meu povo, desde a partida dos deuses, a hora zero, que corresponde ao ano de 10.481 a. C. de acordo com o calendário dos Bárbaros (europeus) Brancos.

Esta é a história de meu povo. Esta é a história dos Servidores Escolhidos. No início era o caos. Os homens viviam como animais, sem razão, sem conhecimento, sem leis, e sem trabalhar o solo, sem se vestirem, nem sequer cobrindo a sua nudez. Não conheciam nada dos segredos da natureza. Viviam em grupos de dois a três, como o acaso os ajuntava em cavernas ou nas fendas das rochas. Caminhavam semi curvados apoiados com os pés e as mãos até a chegada dos deuses. Eles trouxeram a Luz.

Não sabemos quando tudo isto aconteceu. Donde vieram esses seres estranhos é um tênue conhecimento. Um denso mistério envolve a origem dos Primitivos Mestres, que nem sequer o conhecimento dos antigos sacerdotes consegue esclarecer. De acordo com a tradição, a época de sua chegada deve ter sido cerca de 3.000 anos antes da hora zero {13.481 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros (europeus) Brancos}. De repente, navios brilhantes, dourados, apareceram no céu. Enormes línguas de fogo iluminaram a planície. A terra tremeu e o trovão ecoou sobre as colinas. O homem baixou a cabeça em sinal de veneração, perante as poderosas e estranhas criaturas que vinham tomar posse da Terra.

Estes estranhos indivíduos disseram que a sua pátria se chamava Schwerta, um mundo muito distante, situado nas profundezas do universo, onde viviam os seus antepassados e donde eles tinham vindo com a intenção de espalhar conhecimento pelos outros mundos. Os nossos sacerdotes dizem que era um poderoso império constituído por muitos planetas como inúmeros grãos de pó numa estrada. Também dizem que ambos os mundos, o dos Primitivos Mestres e a própria Terra, se encontravam de seis mil em seis mil anos. Quando então os deuses voltam à Terra.

Com a chegada dos estranhos visitantes ao nosso mundo começou a Idade do Ouro. Cento e Trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra para libertar o homem da escuridão da ignorância e da barbárie. E os deuses vindos das estrelas reconheceram-nos como seus irmãos. Instalaram as tribos errantes; deram-lhes bons quinhões de todos os comestíveis. Trabalharam diligentemente para ensinar ao incivilizado homem as suas leis, mesmo quando o seu ensino encontrava oposição. Por todo este labor, e por causa de tudo quanto sofreram pela humanidade e por quanto nos trouxeram e nos esclareceram, nós os veneramos como os iniciadores da nossa Luz. E os nossos artistas mais hábeis reproduziram imagens dos deuses que testemunham através de toda a eternidade a sua verdadeira grandeza e maravilhoso poder. E assim a imagem dos Primitivos Mestres ficou descrita e gravada até aos nossos dias.

Aparentemente, esses deuses oriundos de Schwerta não eram diferentes do homem. Tinham uns corpos graciosos e pele branca. O seu rosto nobre era emoldurado por uma cabeleira de um preto azulado. Uma barba espessa cobria-lhes o lábio superior e o queixo. Tal como os homens, os Antigos Pais eram seres vulneráveis, com carne e sangue. Mas o sinal que os distinguia decisivamente dos homens da Terra era terem seis dedos nas mãos e nos pés, uma característica da sua origem divina.

Corpo de extraterrestre resgatado do acidente em ROSWELL POSSUÍA SEIS DEDOS NOS PÉS E NAS MÃOS…FONTE

Quem pode aprender a penetrar os pensamentos e os atos dos deuses? Quem pode aprender a compreender os seus feitos e desígnios? Seguramente, eles eram poderosos e incompreensíveis para os então vulgares e rústicos mortais humanos. Os deuses conheciam o curso das estrelas e as leis universais da natureza. Na realidade, eram-lhes familiares as mais altas leis do universo. Cento e trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra e trouxeram a Luz da civilização consigo para a região das Américas que viria a ser conhecida como a amazônia do Brasil.

AS TRIBOS ESCOLHIDAS

A memória dos nossos mais antigos antepassados torna-me assombrado e triste. O meu coração pesa-me porque agora estamos sós, abandonados que fomos pelos nossos Primitivos Mestres. Devemos-lhe a nossa força e tudo quanto sabemos e criamos. Antes de estes estranhos virem das estrelas, desde Schwerta, os homens vagueavam como crianças que perderam o lar, cujos corações não albergavam amor. Eram quase como animais, juntavam raízes, bulbos e frutos selvagens; viviam em cavernas e buracos cavados no solo; e tinham disputas com os vizinhos por causa das peças caçadas. Depois vieram os deuses e estabeleceram uma nova ordem no mundo. Ensinaram aos homens a cultivar a terra e a criar animais. Ensinaram-lhes a tecer e fixaram lares permanentes às famílias e aos clãs. E foi assim que as tribos se desenvolveram. Este foi o início da era da Luz, da vida e das tribos. Os deuses juntaram os homens. Deliberaram, consideraram e fizeram reuniões. Depois tomaram decisões. E entre o povo escolheram os criados que deviam viver com eles, servos para servi-los e a quem legaram parte do seu saber.

Com as famílias escolhidas pelos deuses, eles  fundaram uma nova tribo, a que deram o nome de Ugha Mongulala, que na língua dos Bárbaros {europeus} Brancos significa “Tribos Escolhidas Aliadas”. Como penhor dos seus eternos acordos, ligaram-se aos seus servos. Portanto, os Ugha Mongulala parecem-se com os seus divinos antepassados mesmo ainda hoje. São altos; o rosto é caracterizado por maçãs salientes, um nariz bem delineado e olhos em forma de amêndoa. Tanto os homens como as mulheres têm um espesso cabelo preto azulado. A única diferença eram os cinco dedos dos mortais, tanto nas mãos como nos pés, diferentemente de seus mestres que possuem seis dedos. Os Ugha Mongulala são o único povo de pele branca do continente das três Américas.

Se bem que os Primitivos Mestres guardassem muitos segredos, a história do meu povo também explica a história dos próprios deuses. Os estranhos seres vindos de Schwerta fundaram um poderoso império. Com o seu vasto conhecimento, a sua superior sabedoria e os seus misteriosos utensílios, foi-lhes fácil modificar a Terra de acordo com as suas próprias idéias e necessidades. Dividiram o país e construíram estradas e canais. Semearam plantas até então  desconhecidas pelo homem. Ensinaram aos nossos antepassados que um animal não é só presa de caça, mas que também pode constituir uma posse valiosa e indispensável contra a fome e fornecer alimento e força de tração. Pacientemente, partilharam o conhecimento necessário, de modo que o homem pudesse entrar na posse dos segredos da natureza.

Baseados nesta sabedoria, os Ugha Mongulala sobreviveram durante milênios, apesar das horríveis catástrofes que se sucederam ao longo dos milênios e das terríveis guerras. Como os Servos Escolhidos dos Primitivos Mestres, determinaram a história da humanidade durante 12.453 anos, tal como foi escrito na Crônica de Akakor:

“A linhagem dos Servos Escolhidos pelos deuses não desapareceu. Os chamados povos Ugha Mongulala  sobreviveram. Muitos dos seus filhos podem ter morrido em medonhas catástrofes e guerras devastadoras; que se sucederam nos seus domínios. Mas a força dos Servos Escolhidos permaneceu intacta. Eram os senhores. Eram os descendentes dos deuses”.

O IMPÉRIO DE PEDRA

A Crônica de Akakor, a história escrita do povo dos Ugha Mongulala, só começa depois da partida dos Primitivos Mestres, no ano zero. Nesta altura, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, ordenou que todos os acontecimentos fossem registrados com boas palavras e numa escrita clara, e com a devida veneração pelos Primitivos Mestres. Mas a história dos Servos Escolhidos remonta a mais tarde, à Idade de Ouro, quando os Antigos Pais ainda governavam o Império. Desta época muito poucos testemunhos se têm conservado. Os deuses devem ter estabelecido um poderoso império, quando então foram distribuídas tarefas para todas as tribos. Os Ugha Mongulala atingiram o seu mais elevado grau de desenvolvimento. Era povo de grande sabedoria, o que o tornava superior a todos os outros. No ano zero, os deuses legaram as suas cidades e templos às Tribos Escolhidas. Duraram doze mil anos.

Poucos Bárbaros {europeus} Brancos têm visto estes monumentos ou a cidade de Akakor, capital do meu povo. Alguns conquistadores espanhóis capturados pelos Ugha Mongulala conseguiram fugir servindo-se de passagens subterrâneas. Os poucos aventureiros e colonos dos povos Bárbaros {europeus} Brancos que descobriram a nossa capital têm sido presos pelo meu povo. Akakor, capital do domínio, foi construída há cerca de catorze mil anos pelos nossos antepassados, guiados pelos Primitivos Mestres. O nome também foi dado por eles: Aka significa “fortaleza” e Kor significa “dois”. Akakor é a segunda fortaleza. Os nossos sacerdotes também falam na primeira fortaleza, Akanis. Erguia-se num estreito istmo na região que é hoje o México, no local em que os dois oceanos se encontram. Akahim, a terceira fortaleza, só é mencionada na crônica anterior ao ano 7.315. A sua historia está intimamente ligada à de Akakor.

A nossa capital erguia-se num vale, em meio as montanhas, entre dois países: os atuais Peru e Brasil. Está protegida em três lados por rochas escarpadas. Para leste, uma planície que desce gradualmente alcança a selva de cipós da grande região da floresta amazônica. Toda a cidade é rodeada por uma alta muralha de pedra com treze entradas. Estas são tão estreitas que só dão entrada a uma pessoa de cada vez. A planície a leste é guardada por vigias de pedra onde guerreiros escolhidos estavam sempre vigilantes, por causa dos inimigos. Akakor é traçada em retângulos. Duas ruas principais cruzadas dividem a cidade em quatro partes, correspondendo aos quatro pontos universais {cardeais?} dos nossos deuses. O Grande Templo do Sol e um portal de pedra cortado de um só bloco erguem-se numa vasta praça, ao centro. O templo está voltado a leste, para o sol-nascente, e é decorado com imagens dos nossos Primitivos Mestres. As criaturas divinas usam um bastão encimado pela cabeça de um jaguar. A figura está coroada por um toucado de ornamentos animais.

Os trajes são enfeitados com desenhos semelhantes. Uma escrita estranha, que só pode ser interpretada pelos nossos sacerdotes, fala da fundação da cidade. Todas as cidades de pedra que foram construídas pelos nossos Primitivos Mestres têm um portal semelhante. O mais impressionante edifício de Akakor é o Grande Templo do Sol. As suas paredes exteriores não têm enfeites e são feitas com pedras engenhosamente cortadas. O telhado do Templo é aberto de modo que os raios do sol-nascente podem alcançar um espelho dourado que data da época dos Primitivos Mestres e está montado na frente. Figuras de pedra de tamanho natural erguem-se de ambos os lados da entrada do templo. As paredes interiores estão cobertas de relevos. Numa grande arca de pedra embutida na parede fronteira do templo estão escritas as leis dos nossos Primitivos Mestres.

Contíguas ao Grande Templo do Sol, erguem-se às instalações para os sacerdotes e para os seus criados, o palácio do príncipe e os aposentos dos guerreiros. Estes antigos edifícios de pedra têm forma retangular e são feitos de blocos de pedra esculpidos. Os telhados são de uma espessa camada de relva assente em estacas de bambu. Na época do reino dos nossos Primitivos Mestres, outras vinte e seis cidades de pedra rodeavam Akakor, e são todas mencionadas na crônica de meu povo. As maiores eram Humbaya e Patite, na região onde hoje se estende a Bolívia, Emim, na parte baixa do Grande Rio, e Cadira, nas montanhas da atual Venezuela. Mas todas elas foram completamente destruídas na primeira Grande Catástrofe, treze anos após a partidas dos deuses.

Além destas poderosas cidades, os Antigos Pais também ergueram três complexos sagrados: Salazere, na parte superior do Grande Rio, Tiahuanaco, no Grande Lago Titicaca e Manoa, no elevado planalto do norte. Estas eram as residências terrenas dos Primitivos Mestres e terreno proibido para os Ugha Mongulala. No centro, elevava-se uma gigantesca pirâmide, e uma vasta escadaria erguia-se até a plataforma, onde os deuses celebravam cerimônias que hoje nos são desconhecidas. O edifício principal era rodeado por pirâmides menores interligadas por colunas, e mais adiante, em colinas criadas artificialmente, erguiam-se outros edifícios, decorados com placas brilhantes. À luz do sol nascente, contam os sacerdotes, as cidades dos deuses pareciam estar em chamas. Irradiavam uma luz misteriosa que brilhava nos picos das montanhas cobertas de neve.

Vídeo com imagens de um UFO sobrevoando o Monte Roraima e liberando uma sonda (esfera) luminosa:

Dos recintos do templo sagrado, só vi Salazere com os meus próprios olhos. Fica a uma distância de oito dias de viagem da cidade que os Bárbaros Brancos chamam Manaus, num afluente do Grande Rio. Os seus palácios e templos ficaram completamente cobertos pela selva de cipós. Só o topo da grande pirâmide ainda se ergue acima da floresta, coberto por uma densa mata de arbustos e árvores. Mesmo os iniciados têm dificuldade em chegar ao local onde moravam os deuses. O território da Tribo que Vive nas Árvores está rodeado por profundos pântanos. Depois do primeiro contato desta tribo com os Bárbaros Brancos, ela retirou-se para as florestas inacessíveis que rodeiam Salazere.

Ali, as pessoas vivem nas árvores como macacos, matando quem ouse invadir a sua comunidade. Só consegui alcançar os arredores do templo por esta tribo ser, há milhares de anos, aliada dos Ugha Mongulala, e ainda hoje respeitarem os sinais secretos de reconhecimento. Estes sinais estão gravados numa pedra na parte superior da plataforma da pirâmide. Embora possamos copiá-los, perdemos toda a compreensão do seu significado. O cercado do templo também se mantém um mistério para o meu povo. Os edifícios são testemunho do grau de um elevado
conhecimento, incompreensível para os humanos Para os deuses, as pirâmides eram não só moradias, mas também símbolos de vida e de morte. Eram sinais do Sol, da luz e da Vida. Os Primitivos Mestres ensinaram-nos que há um lugar entre a vida e a morte, entre a vida e o nada, que está sujeito a um tempo diferente. Para eles, a pirâmide era o elo com a outra vida.

AS MORADIAS SUBTERRÂNEAS

Grande era o conhecimento dos Primitivos Mestres e grande era a sua sabedoria. A sua visão alcançou as montanhas, planícies, florestas, mares, os rios e vales. Eram seres milagrosos. Conheciam o futuro. A verdade fora-lhes revelada. Perspicazes, eram capazes de grandes decisões. Ergueram cidades como Akanis, Akakor e Akahim. Na verdade, os seus trabalhos eram poderosos, como o eram os métodos que usavam para os criar: a modo como determinaram os quatro cantos do universo e os seus quatro lados. Eram os senhores do cosmos, seres do céu e da terra, criaram quatro cantos e quatro lados do universo.

Akakor agora está em ruínas. A grande entrada de pedra está destruída. Cipós crescem no Grande Templo do Sol. Por minha ordem, e de acordo com o Supremo Conselho e os sacerdotes, os guerreiros Ugha Mongulala destruíram a nossa capital há três anos. A cidade teria traído a nossa presença perante os Bárbaros {europeus} Brancos e, assim, nós  abandonamos Akakor. O meu povo fugiu para os abrigos subterrâneos. A última dádiva dos deuses. Temos treze cidades, profundamente ocultas nas montanhas que se chamam Andes. O seu plano corresponde à constelação de Schwerta, a pátria dos Antigos Pais. A Baixa Akakor fica no centro. A cidade fica assentada numa caverna gigantesca feita pelo homem.

O complexo de cavernas Cueva de los Tayos está localizada na floresta tropical alta, a 2 km ao sul do rio Santiago e a 800 m a oeste do rio Coangos, no Equador. Localizado a uma altitude de cerca de 800 m dentro de calcário e xisto de cama fina, a principal entrada está dentro de uma floresta tropical no fundo de um vale seco. A maior das três entradas é um poço de 65 metros de profundidade que leva a 4,6 quilômetros de passagens espaçosas e uma câmara descomunal de 90 por 240 metros. A caverna tem um alcance vertical de incríveis 201 metros de altura (equivalente a um prédio de 65 andares) com seu ponto mais baixo terminando em um poço .FONTE

As casas, ordenadas em círculo e contornadas por uma muralha decorativa, têm no centro o Grande Templo do Sol. Tal como na parte superior de Akakor, a cidade está dividida por duas ruas em cruz, que correspondem aos quatro cantos e aos quatro lados do universo. Todas as estradas lhes são paralelas. O maior edifício é o Grande Templo do Sol, com torres que sobem além dos edifícios onde estão instalados os sacerdotes e os seus criados, do palácio do príncipe, das instalações dos guerreiros e das mais modestas casas do povo. No interior do templo há doze entradas para os túneis que ligam a Baixa Akakor com outras cidades subterrâneas. Têm paredes inclinadas e um teto liso. Os túneis são suficientemente largos para comportar cinco homens lado a lado. Qualquer uma das outras cidades fica a grande distância de Akakor.

Doze das cidades – Akakor, Budo, Kish, Boda, Gudi, Tanum, Sanga, Rino, Kos, Amam, Tata e Sikon – são iluminadas artificialmente. A luz altera-se de acordo com o brilho do Sol. Só Mu, a décima terceira e a menor das cidades, tem altas colunas, que atingem a superfície. Um enorme espelho de prata espalha a luz do Sol sobre toda a cidade. Todas as cidades subterrâneas são cruzadas por canais que trazem água das montanhas. Pequenos afluentes subterrâneos fornecem água aos edifícios individuais e casas. As entradas na superfície estão cuidadosamente disfarçadas. Em caso de emergência, os subterrâneos podem ser desligados do mundo exterior por grandes rochas móveis que servem de portões e para fechar o acesso aos interior dos túneis.

Nada sabemos da construção da Baixa Akakor. A sua história perdeu-se na escuridão do mais remoto e longínquo passado. Mesmo os soldados alemães que muito mais tarde viveram com o meu povo não conseguiram esclarecer este mistério. Durante anos mediram os subterrâneos dos deuses, exploraram o sistema de túneis e procuraram o sistema de respiro, mas sem terem o mínimo êxito. Os nossos Primitivos Mestres construíram as habitações subterrâneas de acordo com os seus próprios planos e leis, que nos são desconhecidos. Daqui governavam o seu vasto império, um império com cerca de 362 milhões de indivíduos, tal como se afirma na Crônica de Akakor: 

“E os deuses governaram Akakor. Governaram sobre os homens e sobre a Terra. Tinham navios mais rápidos que o vôo das aves, navios que atingiam os pontos a que se destinavam sem velas nem remos, tanto de dia como de noite. Tinham pedras mágicas por onde viam a distância, de modo que podiam ver cidades, rios, montanhas e lagos. Tudo quanto acontecia na Terra e no Céu se refletiam nessas pedras. Mas as habitações subterrâneas eram as mais maravilhosas. E os deuses deram-nas aos seus Servos Escolhidos como última dádiva. Pois os Primitivos Mestres são do mesmo sangue e têm o mesmo pai”.

Durante milhares de anos, as habitações subterrâneas protegeram os Ugha Mongulala dos seus inimigos e nos ajudaram a suportar duas grandes catástrofes. Os ataques das tribos selvagens não tinham êxito contra os seus maciços portões. No interior, os últimos homens da minha raça esperam a vinda dos Bárbaros {europeus} Brancos, que avançam pelo Grande Rio, chegando num número infinito, tal como formigas. Os nossos sacerdotes há muito profetizaram que em última análise eles finalmente descobrirão Akakor e que nela encontrarão a sua própria imagem. Então o círculo fechar-se-á.

II – A HORA ZERO – 10.481 A. C. – 10.468 A. C.

O velho épico hindu Mahabharata conta a disputa entre primos que lutaram para ter o domínio da Terra. De acordo com Platão, o lendário império da Atlântida atingiu o seu ponto mais elevado neste período. O cientista germano-boliviano Posnansky acreditava na existência de um enorme império na região da cidade boliviana, agora em ruínas, de Tiahuanaco, situada na Cordilheira dos Andes. Segundo a opinião de alguns historiadores e etnólogos, as principais divisões raciais do Homo sapiens da última época glacial desenvolveram-se em cerca de 13.000 a. C.: Mongóis na Ásia, Negros na África e Caucasianos {raça ariana branca} na Europa. As principais fixações no continente europeu encontram-se nas regiões costeiras. As descobertas arqueológicas de Altamira e da Amazônia confirmam pela primeira vez a existência de antigos assentamentos humanos no continente sul-americano.

Tiahuanaco, Puma Punku e suas pedras espalhadas

A PARTIDA DOS PRIMITIVOS MESTRES

A história do meu povo, registrada na Crônica de Akakor, aproxima-se do seu fim. Os sacerdotes afirmam que dentro em pouco se passará o tempo de provação; pouco mais temos que alguns anos. Então o destino dos Ugha Mongulala será cumprido. E quando vejo o desespero e a miséria do meu povo não posso deixar de acreditar nestas profecias. Os Bárbaros {europeus} Brancos estão penetrando cada vez mais no nosso território. Vieram do leste e do oeste como um fogo assoprado por um forte vento e espalharam um manto de escuridão sobre a região, para o poderem sugar e dominar. Mas se os Bárbaros Brancos pensassem, chegariam à conclusão de que não podemos apoderar-nos do que não nos pertence.

Então compreenderiam que os deuses nos deram uma grande mansão para a partilharmos e a gozarmos. Mas os Bárbaros {europeus} Brancos querem ter tudo só para si. Os seus corações são duros, não se comovem, mesmo quando realizam as mais terríveis ações. Assim, nós, os nativos, temos de nos afastar, e ter esperança de que os nossos Primitivos Mestres possam um dia voltar, tal como está escrito , com boas palavras e numa escrita clara:

No dia em que os Deuses abandonaram a Terra chamaram Ina. Deixaram a sua herança ao servo de maior confiança: “Ina, vamo-nos embora para os nossos lares. Ensinamos-te sabedoria e demos-te bons conselhos. Voltamos para junto dos que são iguais a nós. Vamos para casa. O nosso trabalho está feito. Os nossos dias de viver aqui, acabados. Conserva-nos na tua memória e não nos esqueças. Porque somos irmãos do mesmo sangue e temos o mesmo pai. Voltaremos quando estiverdes ameaçados. Mas agora fique com as Tribos Escolhidas. Levem-nas para as moradias subterrâneas, para as proteger da catástrofe que se aproxima”.

Estas foram as suas palavras. Isso foi o que eles disseram quando se despediram. E Ina viu como os barcos voadores  dos deuses partiram quando os levavam para o céu, com fogo e trovões. Desapareceram por cima das montanhas de Akakor, e só Ina os viu partir. Mas os deuses deixaram atrás de si um rastro de sabedoria e bom senso. Eram considerados e venerados como se fossem sagrados. Eram um sinal dos Antigos Pais. E Ina reuniu os mais velhos do seu povo num Conselho e disse-lhes quais tinham sido as últimas instruções dos deuses. E ordenou uma nova contagem do tempo para comemorar a partida dos Primitivos Mestres. Esta é a história escrita, A Crônica de Akakor, a memória dos Servos Escolhidos,.

Na hora zero (10.481 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos) os deuses deixaram a Terra. Deram o sinal do início de um novo capítulo na história do meu povo. Mas nessa época nem sequer Ina, seu mais leal servo e primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, previa os terríveis acontecimentos que se sucederiam. O Povo Escolhido estava angustiado com a partida dos Primitivos Mestres e atormentado pelo desalento e pela angústia. Só a imagem dos deuses ficou nos corações dos Servos Escolhidos. Com olhos ardentes, perscrutavam o céu, mas os navios dourados não voltavam. Os céus mantinham-se vazios – nem a mínima brisa, nem qualquer som. O céu conservava-se desabitado.

A LINGUAGEM DOS DEUSES

Na língua dos Bárbaros Brancos, Ugha significa “aliado”, “partidário”; Mongu significa “escolhido”, “exaltado”, e Lala significa “tribos”. Os Ugha Mongulala são as Tribos Escolhidas Aliadas. Uma nova era iniciou-se para eles depois da partida dos Primitivos Mestres. Os deuses superiores já não governavam o seu império, cujos limites ficavam a muitas luas de distância. Os Ugha Mongulala governavam entre dois oceanos, ao longo do Grande Rio, até as baixas colinas do norte, e mais além, na extensão das planícies do sul. Os 2 milhões que compreendem as Tribos Escolhidas governaram um império de 362 milhões de pessoas, desde que os Primitivos Mestres dominaram as outras tribos no decorrer dos séculos. Os Ugha Mongulala governaram vinte e seis cidades, muitas fortificações poderosas e as habitações subterrâneas dos deuses. Só três complexos de templos – Salazere, Manoa e Tiahuanaco – ficavam de fora da sua jurisdição, por explícitas instruções dos Antigos Pais. Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, tinha a seu cargo enormes tarefas.

Conheço poucos pormenores acerca do período que se seguiu à partida dos Primitivos Mestres. A primeira Grande Catástrofe estende-se como um véu sobre os acontecimentos dos primeiros treze anos da história do meu povo. De acordo com os sacerdotes, Ina governou o maior império que jamais existiu. Este era chefiado pelos Ugha  Mongulala, que faziam com que as suas leis fossem obedecidas. Os seus guerreiros protegiam as fronteiras dos ataques das tribos selvagens. Milhões de aliados prestavam lhes vassalagem, mas depois da primeira Grande Catástrofe revoltaram-se contra as leis dos Ugha Mongulala. Rejeitaram os legados dos deuses e dentro em pouco esqueciam a sua língua e a sua escrita. E assim degeneraram.

O quíchua, como os Bárbaros Brancos chamam à nossa língua, consta de simples e boas palavras, que são suficientes para descrever todos os mistérios da natureza. Nem sequer os Incas conhecem a escrita dos deuses. Há mil e quatrocentos símbolos, que têm diferentes significados, segundo a sua seqüência. Os sinais mais importantes traduzem a vida e a morte, representadas pelo pão e pela água. Todos os inícios da crônica começam e acabam com estes símbolos. Depois da chegada dos soldados alemães, em 1942, de acordo com o calendário dos Bárbaros Brancos, os sacerdotes começaram a registrar os acontecimentos também na escrita das Tribos Aliadas. A língua, o serviço da comunidade, a veneração pelas pessoas idosas e o respeito pelo príncipe são as coisas mais importantes
documentadas anteriormente ao acontecimento da primeira Grande Catástrofe. São evidência de fato, nos dez mil anos da sua história, do meu povo ter só uma finalidade: preservar o legado dos Primitivos Mestres.

SINAIS LUMINOSOS NO CÉU

Houve estranhos sinais no céu. A penumbra cobriu a face da Terra. O Sol ainda brilhava, mas havia uma névoa cinzenta, grande e intensa, que começava a esconder a luz do dia. Estranhos sinais viam-se no céu. As estrelas eram como tristes pedras quase sem brilho. Uma neblina venenosa cobria as colinas. Um fogo malcheiroso pendurava-se nas árvores. Um Sol vermelho. Um caminho cruzado sobrepunha-se. Negro, vermelho, todos os quatro cantos do mundo estavam vermelhos. A primeira Grande Catástrofe alterou a vida do meu povo e a face do mundo. Ninguém pode imaginar o que aconteceu naquela época, treze anos depois da partida dos Primitivos Mestres. A catástrofe foi enorme, e a nossa crônica relata-a com terror: 

Os Servos Escolhidos ficaram temerosos e aterrorizados. Já não viam o Sol, a Lua ou as estrelas. A confusão e a escuridão reinavam por toda à parte. Estranhas imagens passavam sobre as suas cabeças. Do céu caia resina, e ao entardecer os homens desesperavam em busca de comida. Matavam os seus próprios irmãos. Esqueceram o testamento dos Deuses. Começara a era do sangue.

O que aconteceu nesta época, quando os deuses nos deixaram? Quem foi o responsável que fez regredir o meu povo ao abatimento e à barbárie durante seis mil anos? Uma vez mais, os nossos sacerdotes podem interpretar os acontecimentos devastadores. Dizem que no período antes da hora zero existiu também outra nação de deuses que eram hostis aos nossos Primitivos Mestres. De acordo com as imagens do Grande Templo do Sol de  Akakor, as estranhas criaturas pareciam-se com seres humanos. Tinham muito cabelo e uma pele avermelhada. Tal como os homens, tinham cinco dedos nas mãos e nos pés. Mas dos ombros saiam-lhes cabeças de serpentes, tigres, falcões e outros animais. Os nossos sacerdotes dizem que estes deuses também governaram um enorme império. Eles também possuíam o conhecimento que os tornava superiores aos homens e iguais aos Primitivos Mestres.

As duas raças de deuses que estão representadas nas imagens do Grande Templo do Sol de Akakor começaram a guerrear-se. Queimaram o mundo com calor solar, e cada um tentou tirar ao outro o seu poderio. Iniciou-se uma tremenda guerra entre os deuses estrangeiros e esta guerra levou o meu povo à perdição. No entanto, pela primeira vez, a providência dos deuses salvou os Ugha Mongulala. Recordando as últimas palavras dos nossos Primeiros Mestres, que anunciavam a catástrofe, Ina comandou a retirada para as moradias subterrâneas.

Reuniram-se os mais velhos do povo. Obedeceram às ordens de Ina. “Como poderemos nos proteger? Os sinais estão cheios de ameaças”, diziam eles. “Vamos seguir as ordens dos deuses e albergar-nos nos abrigos subterrâneos. As nossas idéias não serão suficientes para toda uma nação? Nenhum de nós deve faltar”. Foi assim que eles falaram. Foi assim que eles decidiram. E a multidão reuniu-se. Atravessaram as águas. Desceram as ravinas e cruzaram-nas. Chegaram ao fim, onde as quatro estradas se cruzam, na moradia dos Primitivos Mestres, protegidos no interior das montanhas.

Isto é uma história contada pela Crônica de Akakor. E assim se cumpriu a ordem de Ina. Com confiança na promessa dos Primitivos Mestres, o povo de Ugha Mongulala mudou-se para a Baixa Akakor, para se proteger da iminente catástrofe. Aqui ficaram eles até a Terra acima se aquietar, tal como uma ave se esconde atrás de uma rocha quando a tempestade se aproxima. Os Ugha Mongulala estavam salvos da catástrofe porque haviam confiado na orientação dos Antigos Pais.

A PRIMEIRA GRANDE CATÁSTROFE

O ano 13 (10.468 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos) é um ano fatídico na história do meu povo. Depois de se terem refugiado nos subterrâneos, a Terra foi atingida pela maior catástrofe de que há memória. Excedeu mesmo a segunda Grande Catástrofe, seis mil anos mais tarde, quando as águas do Grande Rio inundaram a região. A primeira Grande Catástrofe destruiu o império dos nossos Primitivos Mestres e matou milhares de pessoas.

Este é o relato de como os homens morreram. O que aconteceu à Terra? Quem a fez tremer? Quem fez dançar as estrelas no céu? Quem fez as águas brotarem das rochas? Numerosos eram os flagelos que atingiram os homem. Todos estavam sujeitos as várias calamidades. Estava terrivelmente frio e um vento gelado soprava sobre a Terra.  Estava excessivamente quente e a própria respiração das pessoas queimava-as. Homens e animais fugiam em pânico. Desesperados, corriam de um lado para o outro. Tentavam trepar nas árvores, mas as árvores repeliam-nos. Tentavam alcançar as cavernas para se esconderem. Contudo, estas abatiam-nos e sepultavam-nos. O chão tornava-se teto, e o teto desaparecia nas profundidades. O som e a fúria dos deuses não se acalmavam. Até os abrigos subterrâneos começaram a tremer. 

A primeira referência da forma do continente antes da primeira Grande Catástrofe reporta-se à partida dos nossos Primitivos Mestres. Depois desse momento, tudo diferia consideravelmente da sua forma atual. O clima era muito mais frio e a chuva caía regularmente. Os períodos de seca e de chuva eram mais distintos uns dos outros. Ainda não havia grandes florestas. O Grande Rio era menor e desaguava em ambos os oceanos. Os afluentes ligavam-no ao lago gigante, onde os Deuses erigiram o templo de Tiahuanaco, na costa sul. A primeira Grande Catástrofe remodelou a face da Terra. O curso dos rios foi alterado e a altura das montanhas aumentou e a força do Sol se modificou. Os continentes ficaram inundados. As águas do grande Lago voltaram ao oceano. O Grande Rio foi cortado por uma nova montanha e agora corre apressadamente para leste. Enormes florestas surgiram nas suas margens e planícies. Um calor úmido espalhou-se pelas regiões orientais do império. A oeste, onde se ergueram montanhas gigantescas, as pessoas gelavam no tremendo frio das altitudes. A Grande Catástrofe causara tremendas devastações, tal como fora predito pelos Primitivos Mestres.

E a mesma coisa acontecerá novamente na futura catástrofe, que os nossos sacerdotes calcularam de acordo com a rota das estrelas. Porque a história da humanidade cumpre-se segundo rotas preestabelecidas: tudo se repete, tudo volta num ciclo que dura seis mil anos. Os nossos Primitivos Mestres ensinaram-nos esta lei. Passaram-se seis mil anos desde a última Grande Catástrofe e seis mil anos se passaram desde que os nossos Primitivos Mestres nos deixaram pela segunda vez. Mais uma vez apareceram nos céus sinais luminosos. Os animais fogem em pânico. Surgem guerras. As leis são desrespeitadas. Enquanto os Bárbaros Brancos, por pura arrogância, destroem o elo entre a natureza e o homem, aproxima-se o cumprimento do destino. Eles sabem-no e esperam com resignação. Porque acreditam no legado dos seus Primitivos Mestres. Com a imagem dos deuses no coração, seguem-lhes as suas pegadas. Seguem os que são do mesmo sangue e tem o mesmo pai.

III- A ERA DA ESCURIDÃO – 10.468 A. C. – 3.166 A. C.

O cientista germano-boliviano Posnansky calcula que Tiahuanaco foi destruída em torno de 10.000 a. C. Os geólogos referem-se às extraordinárias modificações de clima que podem ter sido causadas pela deslocação do eixo da Terra {provocado pela alteração no campo magnético e inversão dos polos}. A Época Neolítica, que começou por volta de 5.000 a. C., viu importantes inovações culturais, acrescentadas por transformações econômicas de longo alcance: a transição para a agricultura e para os sistemas econômicos produtivos. O homem neolítico cultivava cereais selvagens e criava carneiros, cabras e porcos. Instalaram-se grandes famílias em aldeias às margens de grandes rios e mais tarde em cidades fortificadas.

Entre 8.000 e 6.000 a. C., Jericó {Palestina} foi considerada como estágio preliminar das altas civilizações urbanas, embora os egiptólogos suspeitem de uma cultura mais antiga no vale do Nilo. Descobertas arqueológicas em Eridu e Uruk {Mesopotâmia} referem-se aos primeiros edifícios sagrados. Encontraram-se as primitivas placas de argila com registros da língua cuneiforme. Palavras e sinais fonéticos substituíram a primitiva escrita pictórica. Em todas as civilizações se observa um considerável cuidado com os mortos. Vários dilúvios e catastróficas erupções vulcânicas, provavelmente cerca de 3.000 a. C., são descritos na Bíblia como o Grande Dilúvio. A América do Sul continua a ser colonizada por vagas de imigrantes vindos da Ásia.

O COLAPSO DO IMPÉRIO

Verdadeiramente, os Bárbaros Brancos são um povo poderoso. Governam o céu e a terra e são ao mesmo tempo ave, verme e cavalo. Pensam que estão vendo a Luz, mas, no entanto, vivem na escuridão da ignorância e no mal. E o pior é que negam o seu próprio deus e lutam eles próprios serem deuses e para nos fazer acreditar que governam o mundo. Mas os  deuses são ainda maiores e mais poderosos que todos os Bárbaros Brancos juntos. Ainda são eles que decidem quem, entre nós, deve morrer e quando. Tranqüilidade, sol, água e fogo servem-nos primeiro. Porque os deuses não permitem que descubram os seus segredos. Os nossos sacerdotes dizem que farão um julgamento que libertará os Bárbaros Brancos do fardo dos seus erros. Cairá uma chuva contínua que, lavando, tirará toda a dor e escuridão dos seus corações. As águas subirão cada vez mais e lavarão a maldade e a ambição do poder e da riqueza. Tal como acontecera já há mil anos, tudo isto foi registrado na crônica com boas palavras e numa escrita clara:

Três luas passaram e três vezes três luas. Então as águas dividiram-se. A Terra acalmou de novo. As correntes seguiram diferentes cursos. Perderam-se por entre as colinas. Altas montanhas se ergueram em direção ao Sol. A Terra modificou-se quando os Servos Escolhidos deixaram as moradias subterrâneas, e grande foi a sua mágoa. Ergueram o rosto para o céu. Os seus olhos procuraram as planícies, os rios e os lagos. A verdade era terrível; a destruição medonha. E Ina reuniu o Conselho dos Velhos. As Tribos Escolhidas juntaram dádivas: jóias, mel das abelhas e incenso. E ofertaram-nos para fazer com que os deuses voltassem à Terra. Mas o céu manteve-se vazio. A era do jaguar começara: época de sangue quando tudo foi destruído. Assim foi separado o elo entre os Primitivos Mestres e os seus servos. E principiou uma nova vida.

Os anos de sangue, o período entre o ano 13 e o ano 7315, é a mais escura época na história do meu povo. A Crônica de Akakor não se refere a estes acontecimentos. Durante milhares de anos não há registros de qualquer espécie. A transmissão oral também é pobre e entremeada com escuras profecias. Foi uma época medonha. O selvagem jaguar veio e devorou carne humana. Esmigalhou os ossos dos Servos Escolhidos. Arrancou as cabeças dos seus servos. A
escuridão envolveu a Terra. Depois da primeira Grande Catástrofe, o império ficou numa situação desesperadora. As moradias subterrâneas agüentaram os terríveis desmoronamentos e nenhuma das treze cidades foi destruída, mas muitas das vias que ligavam os limites do império ficaram bloqueadas.

A sua misteriosa Luz extinguira-se como uma vela assoprada pelo vento. As vinte e seis cidades foram destruídas por uma tremenda inundação. Os recintos dos templos sagrados de Salazere, Tiahuanaco e Manoa ficaram em ruínas,  destruídos pela terrível fúria dos deuses. As patrulhas enviadas trouxeram a notícia de que muito pouco das Tribos Aliadas haviam sobrevivido à catástrofe. Obrigados pela fome, abandonaram as suas velhas instalações e penetraram no território dos Ugha Mongulala, trazendo atrás de si a morte e a perdição. O desespero, o desânimo e a miséria espalharam-se por todo o império. Travaram-se renhidos combates nas últimas regiões férteis. O domínio das Tribos Escolhidas chegara ao fim.

Este foi o início do inglório fim do império. Os homens haviam perdido a razão. Andavam nos campos com as mãos pelo chão. Tremiam de medo e terror. Estavam abatidos. Tinham o espírito confuso. Atacavam-se uns aos outros como animais. Matavam o seu vizinho e comiam-lhe a carne. Na verdade, foram épocas horríveis. O terrível período entre a primeira e a segunda Grande Catástrofe, de 10.468 a.C. a 3.166 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos, trouxe o meu povo até a beira da extinção. Tribos degeneradas que haviam sido aliadas dos Ugha Mongulala antes da primeira Grande Catástrofe fundaram os seus próprios impérios.

Derrotaram os exércitos dos Ugha Mongulala e fizeram-nos recuar até as portas de Akakor no nosso ano de 4.130. As tribos dos Degenerados formaram uma aliança. Disseram: “Como podemos nós tratar com os nossos primitivos chefes? Na verdade, eles ainda são poderosos”. De modo que se reuniram em conselho. “Façamos uma emboscada e matemo-los. Não somos mais numerosos? Não somos mais que suficientes para os vencer?” E todas a tribos se armaram. Juntaram-se em grande número. A massa dos seus guerreiros estendeu-se mais longe do que os olhos podiam alcançar. Queriam tomar Akakor de assalto. Marcharam em formação para matar o príncipe Uma. Mas os Servos Escolhidos tinham-se preparado, mantiveram-se no cume da montanha. O nome da montanha era Akai. Todas as Tribos Escolhidas se haviam reunido junto de Uma quando os Degenerados se aproximaram. Vinham gritando, com arcos e setas. Cantavam canções de guerra. Berravam e assobiavam metendo os dedos na boca. E assim precipitavam-se contra Akakor.

Neste ponto A Crônica de Akakor é imprecisa. Os nossos sacerdotes contam que os Ugha Mongulala perderam a batalha e Uma morreu. Os sobreviventes retiraram para as suas habitações subterrâneas. A derrota na montanha de Akai representa o ponto mais baixo da infelicidade do meu povo. Tal como os Bárbaros Brancos, que negam os deuses e se consideram acima das leis, os Ugha Mongulala arrastaram-se cada vez mais na humilhação. Confundidos com este incompreensível acontecimento, começaram a adorar árvores e rochas, até mesmo a sacrificar animais e seres humanos. Cometeram então o mais vergonhoso crime dos dez mil anos da história do meu povo. E eis como  isso aconteceu. Quando Uma foi morto na batalha contra as Tribos Degeneradas, o grande-sacerdote recusou que o seu filho Hanan entrasse nos secretos recintos dos deuses e sem o respeito devido aos Antigos Pais, começou a governar o povo como considerou melhor. Estávamos no ponto máximo da era do sangue, época em que era
chefe o selvagem jaguar.

Porque sofreu o meu povo estes crimes? Porque é que os mais velhos toleraram a má conduta do grande-sacerdote? Só há uma explicação. Depois da partida dos deuses, só certas pessoas tinham consciência da antiga sabedoria dos Primitivos Mestres. Os sacerdotes já não mais transmitiam os seus conhecimentos. Ensinavam a história dos Antigos Pais só aos de grande confiança. O seu poder tornava-se maior à medida que desaparecia o seu sagrado legado. Dentro em pouco só eles se sentiam responsáveis pelos acontecimentos da terra e do céu. Durante milhares de anos, os sacerdotes governaram onipotentes os Ugha Mongulala. Isto é o que contam os nossos antepassados. E deve ser verdade, porque só a verdade se mantém através do tempo na memória do homem.

A SEGUNDA GRANDE CATÁSTROFE

Terrível é a história. Terrível é a verdade. Os Servos Escolhidos ainda viviam nas habitações dos deuses – seis mil anos. O sagrado legado havia sido esquecido. A sua escrita tornara-se ilegível. Os seus servos tinham traído o combinado com os deuses. Viviam para além de todas as fronteiras como animais da floresta. Andavam com as mãos e os pés no chão. Cometiam-se crimes à luz do dia. E os deuses ressentiam-se com estas atitudes. Os seus corações enchiam-se de tristeza devido à maldade do homem. E disseram: “Castigaremos o povo. Arrancá-los-emos da terra – homens e gado, vermes e pássaros do céu – porque desprezaram o nosso legado”. E os Deuses começaram a destruir o povo.

Enviaram uma poderosa estrela, cuja cauda vermelha cobria todo o céu. E enviaram fogo mais vivo que um milhar de sóis. O grande julgamento começou. Durante treze luas caiu chuva. As águas do oceano subiram. Os rios corriam às avessas. O Grande Rio transformou-se num imenso lago. E o povo foi destruído. Todos morreram afogados no terrível dilúvio. Os Ugha Mongulala sobreviveram à segunda Grande Catástrofe da história da  humanidade. Protegidos nas habitações subterrâneas dos seus Primitivos Mestres, observando a destruição da Terra com temor.

Enquanto os Servos Escolhidos sabiam que estavam inocentes da primeira Grande Catástrofe, agora se acusavam como responsáveis pelo segundo terrível acontecimento. Surgiram lutas e querelas. Rompeu uma guerra civil na Baixa Akakor, que levaria o meu povo à extinção se não tivesse acontecido o que desde há muito era previsto pelos sacerdotes. Quando a necessidade era premente, os Primitivos Mestres voltaram. E o seu regresso abre um novo capítulo na história dos Ugha Mongulala, o segundo livro da Crônica de Akakor.

O primeiro livro acaba com os feitos de Madus, um corajoso guerreiro dos Ugha Mongulala, que, mesmo nos momentos mais difíceis, não perdera a fé no legado dos deuses, tal como se escreve na crônica. Madus atreveu-se a seguir a estrada que leva à superfície da Terra. Sem recear nem tempestades nem água, ele continua o seu caminho. Olha com tristeza o país devastado. Não via nem pessoas nem plantas – só animais e aves assustadas que voavam sobre o infinito lençol de água, até que cansadas caíam. Isto viu Madus. E ficava ao mesmo tempo triste e irritado.

Arrancou tocos de árvores do solo inundado. Juntou madeira flutuante. Construiu uma jangada para auxiliar os animais. Arranjou um casal de cada dois jaguares, duas serpentes, duas antas e dois falcões. E as águas que subiam elevavam mais a jangada para as montanhas, no cume do monte Akai, a montanha de destino das Tribos Escolhidas. Aqui, Madus deixou os animais irem para a terra e os pássaros voarem. E quando, depois de treze luas, as águas baixaram e o sol desfez as nuvens, voltou para Akakor e narrou o fim da terrível era do sangue. {Continua…}


A Crônica de Akakor – O livro da Águia (2)

O mistério de uma antiga civilização subterrânea perdida da Amazônia que não existe “oficialmente” … que muitos exploradores MORRERAM tentando encontrar. Se a história da busca pela cidade perdida de Akakor e sua tribo Ugha Mongulala soa como o roteiro de ficção de um filme de Indiana Jones, é justamente porque ela foi usada como base para o quarto e último filme da série, “Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull” (O Reino da Caveira de Cristal). É uma história  envolta em muitos mistérios. Ela é contada em um polêmico livro, “A Crônica de Akakor”, que passamos a publicar em capítulos …

A CRÔNICA DE AKAKOR – O LIVRO DA ÁGUIA (2)

Livro: “A CRÔNICA de AKAKOR” (Die Chronik von Akakor – 1978), por Karl Brugger, prefácio de Erich Von Daniken, tradução de Bertha Mendes.

O LIVRO DA ÁGUIA

Esta é a águia.
Poderosas são as suas asas
E poderosas as suas garras.
Os seus olhos
Olham imperiosamente sobre a Terra.
Está acima do homem.
Não pode ser
Nem vencida nem morta.
Durante treze dias ergue-se no céu,
E durante treze dias
Voa ao encontro do sol-nascente.
É verdadeiramente sublime.

I – O REGRESSO DOS DEUSES – 3.166 a. C. – 2.981 a. C.

O Calendário {o 13º Baktun} Maia começa em 3.113 a.C. e termina em 21 de Dezembro de 2.012 d.C. A historiografia tradicional coloca o início dos acontecimentos históricos em cerca de 3.000 a. C. O período que vai até às migrações germânicas (375 d.C.) é antiguidade, começando com o aparecimento de altas civilizações nos oásis do Baixo Nilo, no vale do rio Indus {hoje Paquistão} e entre os rios Eufrates e o Tigre {na Mesopotâmia, hoje Iraque}, onde a civilização humana se desenvolveu para sua atual existência histórica. Os pontos altos da história oriental são marcados por grandes impérios que governavam empregando a força agressiva dos seus monarcas. A vida espiritual limitava-se à religião organizada. O Oriente {oficialmente} é o berço da {civilização} escrita, da agricultura, do serviço civil e de uma tecnologia espantosamente eficiente.

Entretanto, o homem da Europa e da Ásia ainda se mantinha no nível neolítico em termos de civilização. Sugerem-se datas diferentes para o início das civilizações das Américas. O explorador inglês Niven assegura que os primeiros estabelecimentos urbanos dos antepassados astecas foram fundados cerca de 3.500 a. C. Na opinião do arqueólogo peruano Daniel Ruiz, a misteriosa cidade em ruínas de Machu Picchu, nos Andes, teria sido fundada antes da catástrofe universal que na Bíblia é descrita como o Dilúvio {em 10.987 a.C.}. A historiografia tradicional do mundo acadêmico dos “eruditos” rejeita ambas as datas.

LHASA, O EXALTADO FILHO DOS DEUSES

A Crônica de Akakor, a história escrita do meu povo desde a hora, ano e marco zero até o ano 12.453 a.C., é o nosso maior tesouro. Contém toda a sabedoria dos Ugha Mongulala, escrita na velha língua dos nossos Antigos Pais, ela registra o legado dos Primitivos Mestres, que moldaram a vida do meu povo durante mais de dez mil anos. Contém os segredos das “Tribos Escolhidas” {de novo “povos” escolhidos….} e também corrige a história dos Bárbaros Brancos. Porque a Crônica de Akakor descreve o surgimento e o declínio de um “povo escolhido pelos deuses” até ao fim do mundo, quando, depois de uma terceira catástrofe planetária, for destruído o povo. Assim está escrito, assim foi registrado, com boas palavras e numa escrita clara.

A penumbra ainda envolve a face da Terra. O Sol e a Lua estavam velados. Então as espaçonaves douradas  surgiram nos céus, poderosas. Grande foi a alegria dos Servos Escolhidos. Os Primitivos Mestres estavam de volta. Desceram à Terra com rostos brilhantes. E o Povo Escolhido trouxe as suas dádivas, em oferta aos seus deuses: penas das grandes aves da floresta, mel das abelhas, incenso e frutos. Os Servos Escolhidos colocaram estas dádivas aos pés dos deuses e dançaram com o rosto voltado para leste, para o sol nascente. Dançavam com lágrimas de alegria nos olhos, porque os Primitivos Mestres tinham voltado. E os animais regozijavam-se também. Todos, desde o mais humilde, se ergueram nos vales e olharam espantados para os Antigos Pais. Mas não restava muita gente. Os deuses haviam eliminado a maioria como castigo da sua maneira de proceder. Poucos estavam ainda vivos para saudar os Primitivos Mestres com todo o respeito.

No ano de 7.315 (equivalente ao ano 3.166 a. C. do calendário atual) os deuses, que tão ansiosamente tinham sido  esperados pelo meu povo, voltaram à Terra. Os Primitivos Mestres das Tribos Escolhidas voltaram a Akakor e retomaram o poder. Mas só algumas espaçonaves alcançaram a nossa capital e os deuses ficaram com os Ugha Mongulala só durante três meses. Depois, novamente abandonaram a terra. Só os irmãos Lhasa e Samon não voltaram para a pátria dos Antigos Pais. Lhasa instalou-se em Akakor; Samon dirigiu-se para leste e fundou o seu próprio império.

Lhasa, o “Exaltado Filho dos deuses”, tomou para si o poder e administração de um império devastado. Dos 362 milhões que tinham vivido na Era de Ouro, só 20 milhões sobreviveram à segunda Grande Catástrofe. Povoados e cidades estavam em ruínas. Hordas de tribos degeneradas cruzavam as fronteiras. A guerra se alastrava por todo o país. O legado dos  deuses fora destruído e esquecido. Lhasa reconstruiu o velho império. Como proteção contra as tribos inimigas que avançavam, mandou construir grandes fortalezas. Por sua ordem, os Ugha Mongulala ergueram altas muralhas ao longo do Grande Rio e fortificaram-nas com largas paliçadas de madeira.

Aos guerreiros escolhidos foi dada a tarefa de guardar a nova fronteira e avisar Akakor da aproximação das tribos inimigas. Na fronteira sul com o país chamado Bolívia, Lhasa ergueu as bases de Mano, Samoa e Kin. Eram constituídas por treze edifícios rodeados de muralhas segundo os moldes dos complexos templos dos nossos Antigos Pais. Uma pirâmide com uma escadaria na frente, um telhado inclinado e duas salas abobadadas, uma no interior, outra no exterior, dominavam a área circundante. Lhasa instalou as tribos Aliadas na vizinhança das três fortalezas. Estava sob o comando do príncipe de Akakor e sujeitas à obediência de guerra.

Por milhares de anos, havia uma nação que confinava com a fronteira oeste do império e com a qual os povos Ugha Mongulala sempre mantiveram uma especial amizade. Esta nação, os povos Incas, conheciam a língua e a escrita dos Primitivos Mestres. Os seus sacerdotes também sabiam do legado dos deuses. No fim da segunda Grande Catástrofe, esta tribo mudou-se para as montanhas dos Andes no Peru e fundou o seu próprio império. Lhasa, preocupado com a segurança de Akakor, mandou edificar uma fortaleza na fronteira oeste e deu ordens para a edificação de Machu Picchu, uma nova cidade de templos no vale de numa grande montanha dos Andes.

O suor percorria as testas dos carregadores. As montanhas estavam tintas de vermelho com o seu sangue. Assim, chamaram à montanha a “montanha do Sangue”. Mas Lhasa não lhes deu alívio. A nação dos Servos Escolhidos penitenciou-se da traição dos seus antepassados. E assim se passavam os dias. O Sol nascia e se punha. Durante o ano se sucediam as chuvas, a neve e o frio. Os lamentos dos Servos Escolhidos ressoavam no ar. Em prantos eles entoavam cânticos aos deuses pelos seus sofrimentos. A edificação da cidade sagrada de Machu Picchu é um dos grandes acontecimentos da história do meu povo. Os pormenores da sua construção estão ocultos por muitos segredos eternamente escondidos na alcantilada montanha da Lua, que protege Machu Picchu.

De acordo com as histórias dos sacerdotes, os trabalhadores cortavam as pedras das rochas para as casas dos guerreiros e para as habitações dos sacerdotes e seus criados. Um exército de operários transportava blocos de granito dos vales distantes das encostas ocidentais dos Andes para o palácio de Lhasa. E os sacerdotes também contam que duas gerações não foram suficientes para completar a cidade e que os lamentos dos Ugha Mongulala se tornavam mais insistentes à medida que o tempo passava. As Tribos Escolhidas começaram a revoltar-se e a amaldiçoar os Antigos Pais. Parecia estar iminente uma revolta contra o governo de Lhasa, o Exaltado Filho dos Deuses.

Então ouviu-se um estrondo no céu e o dia transformou-se em escuridão. O desespero e a ira dos deuses explodiu com o ribombar do trovão e terríveis relâmpagos. E, enquanto caía uma chuva pesada, os chefes dos descontentes eram transformados em pedra – pedras vivas com pernas. Lhasa ordenou que fossem levados para as montanhas e metidos nas paredes das escadas de Machu Picchu. Foi desta maneira que os rebeldes foram castigados. Levaram a cidade santa sobre os seus ombros, presos eternamente dentro das suas paredes de pedras.

Machu Picchu é uma cidade santa. Os seus templos são dedicados ao Sol , à Lua, à Terra, a Água e aos animais. Após quatro gerações terem completado a construção da cidade sagrada, Lhasa mudou-se dali e levou o império a um período de florescimento e prestígio. Sob o governo de Lhasa o número de guerreiros aumentou. Sentiam-se fortes. Não tinham preocupações nem de país nem de família. Só tinham interesse pelas armas. Protegidos pelos deuses, verificavam as posições dos inimigos. Saíam com as instruções de Lhasa, porque o Exaltado Filho dos deuses era realmente um grande príncipe.

Não podia nem ser derrotado nem morto. Lhasa era um dos deuses. Durante treze dias subiu ao céu. Durante treze dias caminhou para encontrar o sol-nascente. Durante treze dias tomou a forma de um pássaro e foi realmente um pássaro. Durante treze dias transformou-se em águia. Estava verdadeiramente exaltado. Todos se curvavam perante o seu aspecto. A sua força alcançou os limites do Céu e as fronteiras da Terra. E as tribos inclinaram-se perante o seu “divino mestre”. Lhasa foi o decisivo inovador do império dos Ugha Mongulala. Durante os trezentos anos do seu governo instituiu as bases de um poderoso império. Depois voltou para junto dos deuses, os seus pares.

Reuniu os mais velhos do seu povo e os sacerdotes e ditou-lhes as leis. Ordenou que o povo vivesse de acordo com o legado dos deuses e que obedecesse às suas ordens. Então Lhasa voltou-se para leste e curvou-se perante o sol–nascente. Antes dos seus raios atingirem a cidade santa subiu à montanha da Lua, que se ergue sobre Machu Picchu,  e no seu barco voador subiu aos céus e para sempre se separou dos humanos. Isto é o que os sacerdotes contam acerca da misteriosa partida do Exaltado Filho dos Deuses, Lhasa, o único príncipe das Tribos Escolhidas que veio das estrelas.

O império de Akakor, criado por LHASA, o Exaltado filho dos deuses

Sobre a referência ao perdido reino de OPHIR, com o qual o rei de Israel, Salomão, em conjunto com Hiram, rei de Tiro, teriam enviado três expedições, há cerca de 3 mil anos atrás, para coleta de material para a construção do primeiro Templo de Jerusalém, saiba mais nos links à seguir.


SAMON E O IMPÉRIO DO LESTE (Rio Nilo)

Lhasa esteve muitas vezes ausente com o seu barco voador. Visitou várias vezes o reino do seu irmão Samon. Voou para o grande Império do Leste. E levou consigo um estranho barco que podia passar sobre a água e sobre as montanhas. A Crônica de Akakor não diz muito acerca do império de Samon, o irmão de Lhasa, que desceu à Terra com os deuses no ano de 7.315 a.C.(equivalente ao ano 3.166 a. C. do calendário atual). De acordo com a história escrita do meu povo, instalou-se num grande rio {o rio Nilo} para além do oceano do Leste. Escolheu tribos nômades e ensinou-lhes os seus conhecimentos e sabedoria. Sob a sua chefia, cultivaram campos e edificaram poderosas cidades de pedra. Um forte império, que era a imagem de Akakor, desenvolveu-se e foi-se construindo de acordo com a vontade e o legado dos deuses, que também determinavam as vidas dos Ugha Mongulala em Akakor.

Lhasa, o príncipe de Akakor, visitava regularmente o irmão no seu império do leste e ficava com ele nas magníficas cidades construídas ao longo da margem do Grande Rio. Para fortalecer o elo entre as duas nações, ordenou a construção da cidade de Ophir, uma poderosa cidade fluvial na embocadura do Grande Rio {Amazonas}, no ano de 7.425 (3.056 a. C.). Durante quase mil anos, navios do império de Samon deixavam ali as suas valiosas cargas. Em troca de ouro e prata, óleos aromáticos eles trouxeram pergaminhos com escritos na língua dos nossos Antigos Pais e trouxeram madeiras raras, os mais belos tecidos e pedras verdes, que o meu povo desconhecia.

Dentro em pouco Ophir tornou-se uma das mais ricas cidades do império Akakor e alvo das selvagens tribos do Império do Leste. Precipitaram –se contra a cidade em ataques repetidos, assaltaram barcos nos portos e interromperam as comunicações com o interior. Quando o império se desintegrou, mil anos depois da partida de Lhasa, conseguiram conquistar Ophir, depois de uma grande  campanha militar. Saquearam a cidade e incendiaram-na. Os Ugha Mongulala cederam as províncias banhadas pelo oceano a leste e retiraram-se para o interior do país (Amazônia). E foram cortadas as ligações com o império de Samon.


Nota de Thoth: Referências bíblicas sobre o reino de Ophir e suas riquezas em MADEIRA, PEDRAS PRECIOSAS E OURO:

“Também as navios de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muita madeira de almugue, e pedras preciosas”. 1 Reis 10:11

“E também os servos de Hirão e os servos de Salomão, que de Ofir tinham trazido ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras preciosas”. 2 Crônicas 9:10

“E fez Jeosafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber”. 1 Reis 22:49

“E enviou-lhe Hirão, por meio de seus servos, navios, e servos práticos do mar, e foram com os servos de Salomão a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e cinqüenta talentos* de ouro; e os trouxeram ao rei Salomão”. 2 Crônicas 8:18

“E mandou Hirão com aquelas naus a seus servos, marinheiros, que sabiam (os caminhos) do mar, com os servos de Salomão”. 1 Reis 9:27

  • Um Talento pesava 34,2 kg nos tempos do rei Salomão. Assim sendo, foi extraído cerca de 15.390 quilos de OURO do reino de Ophir, equivalentes em reais, pela cotação atual do ouro de R$ 152,08 a GRAMA (cotação do dia 16/01/2019) o valor de R$ 2.340.511.200,00 !!!. Parece que nosso país vem sendo explorado há muito mais tempo do que imaginávamos…!!!

O meu povo recorda o império de Samon e as dádivas doadas a Lhasa – os pergaminhos escritos e as pedras verdes. Os nossos sacerdotes preservam-nos no complexo subterrâneo do templo de Akakor, onde estão guardados o barco voador e a estranha nave, que pode passar sobre as montanhas e água. O barco voador tem a cor brilhante do ouro e é feito de um metal desconhecido. Tem a forma de um cilindro de argila e a altura e a largura de dois homens um sobre o outro. No disco há espaço para duas pessoas. Não tem nem velas nem remos. Mas os nossos sacerdotes dizem que Lhasa podia voar mais depressa com ele do que a águia de asas mais poderosas e podia atravessar as nuvens tão ligeiro como uma folha levada pelo vento.

A estranha nave é também misteriosa. Sete longas pernas suportam um grande vaso chapeado de prata. Três pernas dirigem-se para a frente, três para a retaguarda.  Assemelham-se a hastes de bambu e são móveis; terminam em rodas tão grandes como a vitória-régia. Estes são os últimos vestígios dos gloriosos impérios de Lhasa e Samon. Desde então muita água correu sob as pontes e pelos leitos dos rios. O primitivamente poderoso império, cento e trinta famílias dos deuses que vieram para a Terra, falhou e os homens vivem sem esperança. Mas os deuses voltarão, voltarão para auxiliar os seus irmãos, os Ugha Mongulala, que são do mesmo sangue e provêm do mesmo pai, tal como está escrito na crônica:

“Isto é o que Lhasa predisse. E assim acontecerá. Novos elos de sangue desenvolver-se-ão entre os impérios de Lhasa (Amazônia-Brasil) e Samon (África-Egito). A aliança entre os seus povos será renovada e os seus descendentes encontrar-se-ão de novo. Então os Primitivos Mestres voltarão”.

AKAHIM, A TERCEIRA FORTALEZA

Conhecemos Akahim, a terceira fortaleza. Desde o tempo de Lhasa. Esta cidade de pedra fica nas montanhas, na fronteira norte entre os países hoje chamados de Venezuela e Brasil. Não sabemos quem construiu Akahim e só temos uma idéia vaga de quando a cidade foi erigida. Só é referida na crônica depois do regresso dos Primitivos Mestres, no ano 7.315 (equivalente ao ano 3.166 a. C. do calendário atual). Desde então, Akakor e Akahim foram ligadas em íntima amizade. Eu próprio visitei várias vezes a nação irmã das Tribos Escolhidas. Assemelha-se a Akakor, tendo o seu portal de pedra, o Templo do Sol e os edifícios para os príncipes e os sacerdotes. O caminho para a cidade é marcado por pedra cortada na forma de um dedo estendido.

O acesso para a entrada atual está oculta por uma grande catarata. As águas precipitam-se numa profundidade de trezentos metros. Posso revelar estes segredos porque há quatrocentos anos que Akahim jaz em ruínas. Depois das terríveis guerras contra os Bárbaros Brancos, o povo de Akahim destruiu casas e templos que ficavam na superfície e retirou-se para as moradias subterrâneas. Essas habitações são desenhadas como as constelações dos Deuses e têm comunicação entre si por meio de túneis de forma trapezóide. Presentemente só quatro edifícios são ainda habitados; os nove restantes estão vazios. A primitivamente tão poderosa Akahim alberga hoje somente cinco mil almas.

Akahim e Akakor estão ligadas por um corredor subterrâneo e um enorme mecanismo de espelho. O túnel começa no Grande Templo do Sol de Akakor, continua sob o leito do Grande Rio (Amazonas) e termina no coração de Akahim. O mecanismo de espelho vai de Akai, junto dos Andes, até as montanhas de Roraima, tal como hoje lhes chamam os Bárbaros Brancos. Consta de espelhos de prata da altura de um homem montados em grandes andaimes de bronze. Todos os meses os sacerdotes transmitem os acontecimentos mais importantes na secreta linguagem dos sinais. Deste modo, a nação irmã de Akahim soube pela primeira vez da chegada dos Bárbaros Brancos ao país hoje chamado Peru, antigo coração da grande civilização Inca. A segunda e a terceira fortaleza são os últimos restos do outrora poderoso campo dos nossos Primitivos Mestres. Foram testemunhas de um elevado conhecimento, de uma extraordinária sabedoria e dos segredos dos deuses, que legaram aos Ugha Mongulala com a finalidade de preservar a herança, tal como está escrito na crônica, com boas palavras e numa escrita clara:

“Esta é a nossa mais elevada lei. Conservareis o nosso legado. Conservá-lo-eis onde quer que fordes, onde quer que puderdes construir as vossas cabanas, onde quer que encontrardes um novo lar. Não fareis de acordo com a vossa vontade, mas seguireis a vontade dos deuses. Ouvireis as suas palavras com reverência e gratidão. Porque grande e infinito é o seu saber”.

II – O IMPÉRIO DE LHASA – 2.982 a. C. – 2.470 a. C.

O desenvolvimento da agricultura e das cidades dos vales do Nilo (Egito), do Eufrates e do Tigre (Mesopotâmia, atual Iraque) e do rio Indus, atual Paquistão, iniciaram o desenvolvimento das mais velhas civilizações conhecidas do Oriente médio e na Ásia pelos historiadores modernos. Cerca de 3.100 a. C., o velho Reino, fundado pelo rei Menes, estabeleceu-se no Egito com sua capital em Menphis (próxima ao Cairo). Tinha uma administração central e um serviço de governo civil admiravelmente estruturado. O Faraó como divina encarnação e o governo da Casa Grande  têm absoluto poder para governar. A sua mais importante ação oficial é a construção de um gigantesco monumento de pedra, a pirâmide {isso também de acordo com os historiadores atuais…}.

As estátuas e os relevos pintados no interior das câmaras funerárias são evidência tanto do alto nível da civilização e do material utilizado bem como da cultura, da arte e da religiosidade. A bem desenvolvida escrita hieroglífica, mantida pelas classes de sacerdotes, descreve a glória do império e a história de seu povo e governantes. Cerca de 2.500 a. C., os Sumérios avançaram sua civilização na Babilônia. Em cerca de 2.350, o rei Sargão de Akkad (Acádia) fundou o primeiro grande império {2.334 a.C a 2.284 a.C} conhecido na História. As únicas datas sobre o início do desenvolvimento histórico da civilização no continente das três Américas são fornecidas pelo historiador espanhol Fernando Montesinos, que situa o início da dinastia dos Reis do Sol incas no terceiro milênio a. C.

UMA NOVA ORDEM

Durante muito tempo não havia mais que água, terras e montanhas na Terra. Isto foi o que os deuses nos ensinaram. Esta é a lei da natureza. O meu povo também está sujeito a esta lei. É suficientemente forte para confiar na mais elevada lei do mundo. Mas que sentido tem para nós a vida se não combatermos? Que sentido haverá se os Bárbaros Brancos nos quiserem eliminar? Roubaram-nos as nossas terras e perseguiram homens e animais. O gado selvagem desaparece depressa. Há só alguns jaguares, que ainda há poucos anos eram muito abundantes. Uma vez extintos, teremos de morrer de fome. Seremos obrigados a render-nos aos Bárbaros Brancos. Mas nem sequer isso os satisfará. Querem que vivamos segundo os seus costumes e leis.

No entanto, somos homens livres, pertencemos ao Sol, à Terra e à Luz. Não desejam encher o nosso coração com falsas esperanças. Não queremos ser como os Bárbaros Brancos, que podem ser felizes e alegres mesmo quando os seus irmãos estão infelizes e tristes. Portanto, não temos outra alternativa senão pegar na Seta Dourada, lutar e morrer tal como Lhasa nos ensinou, Lhasa o Exaltado Filho dos deuses, que veio para fundar um novo império e proteger os Ugha Mongulala da destruição.

Lhasa deixou atrás de si poder e glória. Havia decisões e governo. Filhos nasceram.Muitas coisas aconteceram. E o Povo Escolhido tornou-se mais famoso quando reconstruiu Akakor com pedras, cimento e cal. Mas os Servos Escolhidos não trabalhavam. Não construíam nem fortalezas nem habitações. Deixavam isso às Tribos Escravas. Não tinham necessidade de pedir, de ordenar ou de usar violência. Todos obedeciam com prazer aos novos senhores. O império expandia-se. O poder dos Servos Escolhidos era grande. As suas leis eram válidas nos quatro cantos do império. Lhasa restaurou a fama dos Ugha Mongulala. Os limites do reino eram tranqüilos e seguros.

As tribos inimigas haviam sido derrotadas. As Tribos Aliadas estavam sujeitas ao serviço militar, tal como o Exaltado Filho dos deuses tinha ordenado. Mas Lhasa não só restabeleceu o exterior poder do império; também renovou a ordem interior do reino, Lhasa dividiu os Ugha Mongulala em grupos e classes e pela primeira vez se assentou a herança dos deuses em leis escritas. Durante milhares de anos estes governaram a vida do meu povo. Só se completaram depois da chegada de cerca de dois mil soldados alemães, muitos séculos mais tarde.

“Temos de dividir as nossas tarefas”. Assim falou e resolveu Lhasa. E assim se renovaram as fileiras e se distinguiram as classes. O príncipe, o grande-sacerdote e os mais velhos do povo – todos os títulos e dignitários foram de novo designados. Esta foi a origem de todas as categorias e classes. Esta foi a nova ordem do Exaltado Filho dos deuses, que determinou e regulou a vida em comunidade dos Ugha Mongulala. De acordo com a lei escrita de Lhasa, o príncipe é o chefe dos Ugha Mongulala. 

É o mais elevado servo dos deuses, descendente dos Primitivos Mestres e governador das Tribos Escolhidas. O povo chama-lhe o Exaltado porque o escolheram para administrar o império. Não foi eleito. O ofício de príncipe é hereditário e passa de pai para filho, a quem é atribuído o legado dos deuses, concedido pelos sacerdotes desde a idade de onze anos em diante. Instruíram-no na história das Tribos Escolhidas e prepararam-no para a sua futura tarefa com exercícios físicos e espirituais.

Depois da morte de um príncipe governante, o seu filho primogênito é chamado perante os mais velhos. Deve provar-lhes que está destinado a ser o mais alto servo dos Primitivos Mestres. Depois de ter passado no exame, o grande-sacerdote manda-o para a secreta região das moradias subterrâneas. Aqui deve ficar durante treze dias e conversar com os deuses. Se estes determinarem que ele merece herdar o seu legado, os mais velhos oferecer-lhe-ão as novas regras de governo do povo. Se os deuses o rejeitarem e ele não voltar depois de treze dias das regiões subterrâneas, os sacerdotes determinam, com o auxílio das estrelas, o correto novo herdeiro. Calculam o nascimento de uma criança do sexo masculino com seis anos de antecedência. O eleito desta época é levado para Akakor e preparado para o seu futuro cargo de governante.

E estes são o modo como o príncipe governa as Tribos Escolhidas: ele é o supremo chefe e o maior administrador do império. Os guerreiros de Ugha Mongulala estão sob as suas ordens. Os exércitos das Tribos Aliadas devem-lhe obediência. Só ele decide sobre a paz e a guerra. Designa os mais elevados dignatários civis e os chefes militares. As
veneráveis leis de Lhasa só podem ser alteradas com a sua aprovação. Por ser legítimo descendente dos deuses, o príncipe está acima da lei dos homens e destinado a invalidar por três vezes o Conselho dos Velhos. Três mil dos melhores guerreiros, selecionados nas melhores famílias, estavam sob as ordens diretas do príncipe. Eram os únicos autorizados a entrar nas moradias subterrâneas, onde moravam os deuses, portando armas. Aos guerreiros regulares não era permitido faze-lo, sob castigo de exílio. Mas a posição do príncipe não é baseada no seu poder pessoal. Assenta na sua sabedoria, na sua perspicácia, no seu conhecimento, no legado dos deuses, como está escrito na Crônica de Akakor:

“Assim falou e resolveu Lhasa. Porque Lhasa era sensato. Conhecia as fraqueza dos humanos. Com as suas leis dominou a sua ambição. Determinou o futuro e o bem estar das Tribos Escolhidas”.

A VIDA DA COMUNIDADE

Os Bárbaros Brancos só pensam no seu próprio bem estar e distinguem estritamente entre o que é meu e teu. Sempre que virdes qualquer coisa do seu mundo – uma fruta, uma árvore, água, um montículo de terra -, há sempre alguém que clama que lhe pertence. Na língua dos Ugha Mongulala meu e teu são uma palavra apenas e
significam a mesma coisa. O meu povo não tem posses nem propriedades pessoais. A terra pertence a todos igualmente. Os servos civis do príncipe distribuem um bocado de terreno fértil a cada família, dependendo do seu tamanho e do número dos seus membros. Muitas famílias associam-se no estabelecimento da comunidade, e juntos cultivam e colhem o que semeiam. Um terço da colheita pertence ao príncipe, o segundo terço aos sacerdotes, e o
último terço fica para a comunidade {66% de impostos}.

A maioria dos Ugha Mongulala passa toda a sua vida na aldeia. Gozam da proteção do príncipe, que é ao mesmo tempo seu servo. Fazem o seu trabalho nos campos sob a direção de funcionários do governo. O trabalho começa no fim da estação seca, quando se inicia a preparação das sementeiras. O duro solo dos campos torna-se solto com a cava, e a semente é lançada à terra. O sacerdote da comunidade sacrifica então frutos escolhidos da última colheita no templo da aldeia e pede a bênção dos deuses para propiciarem uma colheita farta. Durante a subseqüente estação das chuvas, as mulheres estão ocupadas, tecendo e tingindo tecidos, enquanto os homens passam o tempo caçando.

Com um arco e uma longa lança de bambu seguem a pista do jaguar, da anta e do javali. A sua presa é cortada em pedaços: a carne é untada com mel e enterrada fundo no chão, para ficar armazenada. Desta maneira mantém-se fresca até a próxima estação seca. As peles dos animais são curtidas e trabalhadas pelas mulheres, e transformadas em sandálias e botas. Na época das colheitas, as famílias, com cestos e jarros, saem para os campos para colher os frutos. Cereais e batatas são guardados em grandes armazéns e mais tarde levados para Akakor, de acordo com o que está prescrito quanto à divisão dos bens.

Depois do avanço dos Bárbaros Brancos, o fértil solo dos vales dos Andes e as regiões superiores do Grande Rio tornaram-se estéreis. Assim, o meu povo começou a construir plataformas nas encostas e nas colinas, que são irrigados por um denso sistema de canais. Muralhas protetoras, inteligentemente escalonadas, evitam que o solo fértil seja arrastado. Todas as grandes edificações têm enormes cisternas e canais subterrâneos para levar água aos campos. É assim que o meu povo cultiva os alimentos nas planícies e nas montanhas, tal como Lhasa ordenou e da maneira como está escrito nas crônicas de nosso povo:

Agora falaremos sobre o que aconteceu nos campos onde os Servos Escolhidos se reuniram. Juntaram os frutos da terra. Conjuntamente cultivavam cereais e batatas, mel das abelhas e resina. Porque o produto pertence a todos e o solo também é propriedade de todos. Eis como Lhasa organizou tudo de modo que não houvesse diferenças nem fome. E a terra assegurava abundância. O povo sentia-se feliz com a fartura e com a passagem do tempo e da vida. Havia comida mais que suficiente nas ilhas, nas planícies e nas florestas, ao longo dos rios e na imensidão das lianas.

O meu povo fez muitos objetos maravilhosamente trabalhados que serviam para uso cotidiano. As mulheres teciam os melhores tecidos da lã do carneiro da montanha. Utilizavam a seiva de vegetais e de árvores desconhecidas dos Bárbaros Brancos para tingir tecidos e poder transformá-los em simples mas belas texturas. Nas planícies e nas florestas do Grande Rio usamos só tangas seguras por um cinto de lã colorido. Defendemo-nos do frio das montanhas com um casaco feito de lã rústica. Os enfeites são usados unicamente em festas especiais. As mulheres enfeitam o cabelo com fios coloridos, correspondentes às cores respectivas das povoações da comunidade. Os homens pintam-se com as quatro cores da tribo dos Ugha Mongulala: branco, azul, vermelho e amarelo. Só as classes superiores – oficiais, sacerdotes e os membros do Grande Conselho – usam um tufo de penas coloridas.

Como distinção particular da sua situação social, o príncipe e os mais idosos do povo usam no peito tatuagens. Como acontece com todos os que vivem junto ao Grande Rio, as necessidades diárias dos Ugha Mongulala são modestas. A sua alimentação básica é constituída de batatas, cereais, e também tubérculos e raízes de várias plantas. As batatas são assadas; a carne frita ao ar livre ou na entrada da casa. Bebemos água e suco de cereais fermentados em todas as nossas refeições. Servimo-nos com colheres de pau e de facas de bronze para comer. Não há mesas nem cadeiras nas cabanas de pedra retangulares. Às refeições a família ajoelha-se no chão de argila e de noite dorme sobre os bancos de pedra cortada. Só com os soldados alemães o meu povo aprendeu a utilidade dos colchões cheios de erva.

Enfiam-se ganchos de bronze no interior das paredes das casas e, durante a noite, os tecidos de lã ficam pendurados à entrada. A comida é guardada em grandes bilhas de barro, feito com a terra vermelha das montanhas. Com grandes cordas, descem-se até ao interior de vulcões extintos, para poderem secar, e depois decoram-se com belos desenhos, que representam cenas da história dos Ugha Mongulala. Mas não se podem comparar com os objetos dos nossos Primitivos Mestres. Não temos as ferramentas que eles tinham, que, como por magia, suspendiam as pedras mais pesadas, arremessavam raios ou derretiam rochas. Os deuses não nos divulgaram estes segredos. Nos seus legados só estão refletidas as leis da natureza. Mas a natureza não conhece a passagem do tempo, nem desenvolvimento, nem progresso. O eterno círculo da vida determina o destino de todos os seres – plantas, animais e humanos – tal como está escrito na Crônica de Akakor: tudo existe e passa. Assim falam os deuses. E assim eles ensinaram às Tribos
Escolhidas. Todos os homens estão sujeitos às suas leis, porque há uma íntima relação entre o céu em cima e a terra embaixo.

O meu povo submeteu-se à vontade dos deuses. Isto é óbvio em todos os aspectos da vida e também no seio da família. Cada um dos Ugha Mongulala tem de cumprir os seus deveres para com a comunidade. Inicia a sua própria família com a idade de dezoito anos. Se um jovem gosta de uma rapariga, vive com ela durante três meses em casa dos pais. Durante este período de prova não é autorizada qualquer intimidade. Se ele ainda quiser casar com ela depois dos três meses terem passado, o sacerdote proclama o seu casamento. Como sinal de lealdade mútua, trocam sandálias na presença de todos os membros da comunidade.

De acordo com as leis de Lhasa, cada família só pode ter dois filhos. Depois, o grande-sacerdote dá à mulher um remédio que a torna estéril. Deste modo, o Exaltado Filho dos deuses, na sua sabedoria, evitou a miséria e a fome. O meu povo não acredita no divórcio. Se o homem e a mulher insistem, podem voltar a viver separadamente, mas sob a
pena de serem exilados se tornarem a se casar com outro(a). Para quem conhece só um homem ou uma mulher a vida pode ser verdadeiramente feliz.

“Cometeste um triste feito. Que a desgraça te envolva. Oh!, que os deuses te tivessem mostrado a luz! Que fizeste? Porque desrespeitaste as leis dos Antigos Pais? És culpado”.

Assim o grande-sacerdote falou a Hama. E Hama, que desprezara sua mulher e chamara para junto de si uma rapariga, admitiu o delito. O seu coração foi dominado pela angústia e pelo terror. Chorou lágrimas amargas. Mas o grande sacerdote não se comoveu. “Nem a morte nem a prisão te estão destinadas. Infringiste a nossa lei mais sagrada. Mandar-te-ei para o exílio. Esta é a nossa decisão”. E Hama, que renegara a mulher, foi expulso. Viveu para além das fronteiras como um corrupto. Ninguém mais cuidou da sua cabana. Ele vagueava pelas montanhas. Comia casca de árvores e liquens, os liquens amargos que crescem nas rochas. Não sabia o que fosse boa comida. E nunca mais teve consigo a companhia de qualquer mulher.

A GLÓRIA DOS DEUSES

Cento e trinta famílias dos Deuses vieram para a Terra e selecionaram as tribos. Fizeram dos Ugha Mongulala seus Servos Escolhidos e depois da sua partida legaram-lhes o seu enorme império. Com a primeira Grande Catástrofe o império dos Deuses desintegrou-se. As Tribos Aliadas abandonavam os seus antigos territórios e viviam de acordo com as suas próprias leis. Então Lhasa restabeleceu o império na sua primitiva glória e poder. Dominou os Degenerados, que se haviam revoltado contra Akakor, e integrou muitas tribos selvagens no novo império em desenvolvimento. Para salvaguardar a unidade obrigou-os a falar a língua dos Ugha Mongulala e a escolher novos nomes. Deu nomes às Tribos Aliadas das províncias e da região de Akakor:

Tribo que Vive na Água, Tribo dos Comedores de Serpentes, Tribo dos Vagabundos, Tribo dos Comedores de Refugo, Tribo dos Demônios do Terror, Tribo dos Maus Espíritos. Também atribuiu nomes aos povos que viviam nas florestas das margens do Grande Rio: Tribo dos Corações Negros, Tribo das Grandes Vozes, Tribo onde Cai a Chuva, Tribo que Vive nas Árvores, Tribo dos Matadores de Antas, Tribo das Caras Torcidas e Tribo da Glória Crescente. As tribos selvagens fora do império eram excluídas desta honra. 

Os Bárbaros Brancos: Em 1937/1938 os nazistas tinham dezenas de agentes e de ajudantes explorando a região na fronteira com a Guiana Francesa, com o objetivo de povoá-la para o Reich. FONTE

Quando da chegada dos Bárbaros {europeus} Brancos, há cerca de quinhentos anos, a velha ordem deixada pelo príncipe regente  Lhasa foi destruída. A maioria das Tribos Aliadas traiu o ensino dos Antigos Pais e começaram a adorar o sinal-da-cruz. Presentemente, só os Ugha Mongulala vivem de acordo com o legado dos Deuses. As nossas crenças diferem fundamentalmente da falsa fé dos Bárbaros Brancos, que adoram a propriedade, a riqueza e o poder e consideram que não é grande sacrifício conseguir um pouco mais que o seu vizinho. Mas o testamento dos nossos deuses ensina-nos como viver e como morrer. Indica-nos o caminho de uma vida para além da morte. Ensina-nos como o corpo é criado, como morre e como é constantemente transformado em comida. Por esta razão não pode representar a nossa vida real.

Os nossos sentidos dependem do nosso corpo e são levados por ele como a chama de uma vela. Quando a vela se extingue, os sentimentos também se extinguem. Portanto, também não podem representar a nossa vida real. Porque tanto o nosso corpo como os nossos sentidos estão sujeitos ao tempo; o seu caráter consiste nas mudanças. E a morte é a mudança total. A nossa herança ensina-nos que a morte destrói qualquer coisa que de fato podemos dispensar. O verdadeiro Eu, cerne dos humanos, da vida, está fora do tempo. É imortal. Depois da morte do corpo volta para donde veio. Tal como a chama usa a vela, o Eu serve-se do homem para manifestar a vida. Depois da morte, regressa ao nada, ao início do tempo, ao primeiro começo do mundo. O homem faz parte de um grande e
incompreensível acontecimento cósmico que decorre vagarosamente e é governado por uma lei eterna. Os nossos Primitivos Mestres conheciam essa lei.

Deste modo, os deuses ensinaram-nos o segredo da segunda vida. Mostraram-nos que a morte do corpo é algo insignificante e que só a imortalidade {da alma} conta, desligada do tempo e da matéria. Nas cerimônias do Grande Templo do Sol agradecemos a luz de um novo dia e ofertamos mel das abelhas, incenso e frutos escolhidos, como está escrito na crônica: 

“E agora falaremos do templo que tem o nome de “Grande Templo do Sol”. Chama-se assim em honra dos deuses. Aqui se reúnem o príncipe e os sacerdotes. O povo queimava incenso. O príncipe queimava as penas azuis da ave da floresta – como sinais para os deuses. Deste modo, os Servos Escolhidos prestavam homenagem aos seus Antigos Pais, que são do mesmo sangue e têm o mesmo pai”.

Os conhecimentos dos nossos Primitivos Mestres eram vastos. Sabiam qual era o curso do Sol e dividiram o ano. Os nomes que deram aos treze meses foram Unaga, Mena, Lano, Ceros, Mens, Laime, Gisho, Manga, Klemnu, Tin, Meinos, Denama e Ilashi. Duas luas de vinte dias são seguidas por uma lua dupla. Cinco dias extraordinários no fim
do ano são dedicados à veneração dos nossos deuses. Então, celebramos o nosso mais sagrado feriado, o solstício, quando começa a renovação da natureza. Os Ugha Mongulala reúnem-se nas montanhas ao redor de Akakor e saúdam o Ano Novo. O grande-sacerdote inclina-se perante o disco de ouro no Grande Templo do Sol e profetiza o futuro imediato, tal como prescrevem as leis dos Deuses.  {Continua…}

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Brasil, 519 anos de mistérios


HÉLIO’S BLOG
#DivulgaçãoCientífica

Vem surgindo UMA NOVA RAÇA … Vem sendo gestada nos últimos 519 anos em terra brasilis … O Sagrado e Santo GRAAL do planeta é aqui, em nosso país (apesar dos néscios).

Atual crise política por causa da CORRUPÇÃO é apenas o processo de LIMPEZA se acelerando, o “LIXO” SERÁ REMOVIDO !! 

“A história do Brasil que nossos avós e  professores não conheciam está repleta de referências à presença de fenícios e outros povos em nossa terra milênios antes da chegada de Cabral.“

Gilberto Schroeder:  O Brasil não foi descoberto em 1500(há 519 anos no passado…). Nem a América do Norte em 1492 !

Milhares de anos antes de Colombo e Cabral colocarem seus pés no chamado “Novo Mundo”, povos de várias partes do mundo antigo já haviam visitado e até se estabelecido no continente. Os sinais dessa presença são perceptíveis em inúmeros pontos do Brasil e outros países das Américas, em inscrições na rocha ou nos restos das cidades que haviam construído.

Essa teoria é aceita por muitos arqueólogos, antropólogos, paleontólogos, filólogos e pesquisadores autônomos que se dedicaram a descobrir e interpretar esses sinais, elaborando uma história que não é contada nas escolas e muito menos tida como oficial.

O misterioso e acuradíssimo Mapa de PIRI REIS, mostrando com exatidão a costa leste do Brasil e a Antártica em 1513 ???

É verdade que um número crescente de historiadores rejeita por completo a versão portuguesa e espanhola da descoberta, ou do achamento, apresentando evidências de que tanto Cristóvão Colombo quanto Pedro Álvares Cabral sabiam muito bem para onde se dirigiam e o que poderiam encontrar do outro lado do oceano.  Cartas náuticas (ainda remanescentes de Atlântida via Biblioteca de Alexandria) que, na época, já eram conhecidas há séculos — segundo alguns, há milênios-, indicavam o caminho da mina, literalmente.

Outra linha de estudos levanta uma nova proposta: que os sinais encontrados no Brasil e outros pontos das Américas não foram deixados por civilizações que vieram da África, Europa ou Oriente Médio, mas sim, de povos que se desenvolveram por aqui mesmo e, por alguma razão, desapareceram. As idéias mais radicais, ou apenas mais ousadas, afirmam que o território brasileiro poderia ser o berço de algumas das grandes civilizações do planeta, ou que na América Central estaria a verdadeira Atlântida.

Ondas de colonos teriam se espalhado pelo planeta a partir da América e, apesar de terem florescido em outras regiões, não tiveram o mesmo sucesso aqui. Levanta-se também a possibilidade de que o mundo antigo era um tanto diferente do que imagina a maioria dos historiadores, e que a comunicação entre os povos era bem difundida, com as mais diferentes culturas interagindo e negociando, uma influenciando a outra.

Um dos raciocínios lógicos que levou pesquisadores a pensarem no Brasil como o centro de desenvolvimento de uma sociedade refere-se à idade geológica do nosso terreno, em alguns pontos (o grande planalto central que vai desde a serra gaúcha até Palmas, em Tocantins) superior a 650 milhões de anos, com rochas que chegam a atingir 2,5 bilhões de anos. Segundo os cientistas calculam, o planalto central brasileiro já havia se elevado acima do nível do mar, enquanto a maior parte das terras do planeta ainda estava submersa ou formando pequenas ilhas (como é o caso da Europa, muitíssimo mais recente).

É verdade que um número crescente de historiadores rejeita por completo a versão portuguesa e espanhola da descoberta, ou do achamento, apresentando evidências de que tanto Cristóvão Colombo quanto Pedro Álvares Cabral sabiam muito bem para onde se dirigiam e o que poderiam encontrar do outro lado do oceano. Cartas náuticas (provavelmente ainda remanescentes de Atlântida) que, na época, já eram conhecidas há séculos — segundo alguns, como Charles Hapgood, há milênios —, indicavam o “caminho da mina”, literalmente.

Em 9 de novembro de 1929, enrolado em uma prateleira empoeirada do famoso Museu Topkapi, em Istambul, dois velhos mapas foram encontrados.

Tratava-se das cartas de um almirante turco, Piri Reis, célebre capitão da marinha turca, que nos deixou um extraordinário livro de memórias intitulado Bahrye, onde relata como ele próprio preparou estes mapas.

Outra linha de estudos levanta uma nova proposta: que os sinais encontrados no Brasil escritos em pedra e outros pontos das Américas não foram deixados por civilizações que vieram da África, Europa ou Oriente Médio, mas sim, de povos que se desenvolveram por aqui mesmo e, por alguma razão, desapareceram.

As idéias mais radicais, ou apenas mais ousadas, afirmam que o território brasileiro poderia ser o berço de algumas das grandes civilizações do planeta, ou que na América Central estaria a verdadeira Atlântida.

Os Colonizadores

Por volta de 1844, o naturalista e arqueólogo dinamarquês Peter Wilhelm Lund descobriu ossadas humanas e de animais em Lagoa Santa, Minas Gerais, cuja idade atribuída é de 20 a 40 mil anos, dependendo dos especialistas que se manifestem a respeito. Alguns estudiosos entendem que esses homens eram os Laguidas, os mesmos cujas ossadas também foram encontradas em Tiahuanaco, Peru, o que confirmaria a antigüidade da civilização sulamericana e, em especial, da brasileira. Da mesma forma, essa datação levou alguns cientistas a recusar a tradicional suposição de que as Américas foram colonizadas a partir do estreito de Behring.

Seguindo nessa linha, vários pesquisadores entendem que os sinais de qualquer provável cultura autóctone só podem ser encontrados em lendas, artefatos e inscrições existentes no território brasileiro, e são mais numerosos do que se imagina. Esses mesmos sinais, gravados nas rochas, também são mostrados como prova da presença de fenícios, sumérios e egípcios por aqui.

Estudando vestígios encontrados na região amazônica e em outros pontos da América do Sul, o historiador paraguaio Marcelino Machuca Martinez entendeu que navegadores fenícios teriam vindo para a foz do rio Amazonas, onde fundaram um reino ao qual ele (Martinez) deu o nome de Mairubi. Segundo Martinez, informações a esse respeito podem ser encontradas em textos do historiador Selênio, dirigidos ao rei da Frigia, em 1.329 a.C., nos quais ele informava ao monarca sobre o estabelecimento da colônia em terras distantes.

manipulação-ocidente

Por volta de 1.100 a.C. os colonizadores teriam partido em dois grupos de exploração: um seguindo pela costa do Brasil até a região do Rio da Prata, e o outro, penetrando na Amazônia até atingir os Andes e o lago Titicaca, onde deram origem à civilização de Tiahuanaco.  Os sinais que Martinez viu são os mesmos estudados por Peregrino Vidal ou Bernardo da Silva Ramos, e podem ser vistos em locais como a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, em Itapeva, Itaquatiá, Airuoca, Lapa Vermelha, Sete Cidades, Pouso Alto, Monte Alegre e muitos outros lugares.

Estudos Antigos

Não é de hoje que se acredita que as Américas tenham sido colonizadas a partir do Oriente Médio. Em 1.571, o pesquisador espanhol Arius Montanus, ou Arias Montano, publicou um mapa-múndi onde era levantada a proposta de que o povo de Jectão, descendente de Noé, ( Gênesis, cap 10, vers. 29) teria sido guiado para cá por um homem chamado Ophir, que chegou até o Peru e fundou um reino com seu nome. Outro grupo, liderado por Jobal, teria permanecido no Brasil. Alguns estudiosos desenvolveram teses semelhantes, como Manassés ben Israel, Lorde Kingsborough e Gregório Garcia, este último em 1.607.

Já o historiador Onffroy de Thoron afirmava que o reino de Ophir existiu, mas no alto Amazonas, de onde embarcações fenícias partiam levando madeira e metais preciosos para o rei Salomão, que havia feito um pacto com o rei fenício Hiram, de Tiro (cerca de 970–936 a.C.) para a construção do Templo de Jerusalém. Os fenícios eram os grandes navegadores da época e já tinham um contato anterior com o rei Davi. O Livro de Mórmon, a bíblia da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos  Dias, também cita a colonização das Américas por tribos de Jerusalém, a mais antiga tendo chegado na época em que “o Senhor confundiu as línguas na Torre de Babel”, o que recuaria o descobrimento da América em mais de mil anos.

Diz-se que essa torre foi reconstruída por Nabucodonosor II entre 604 e 562 a.C., mas C.W. Ceram — autor de “Deuses, Túmulos e Sábios” — afirmou não ter dúvidas de que na época de Hamurabi (1955–1913 a.C.) a torre d Babel original já havia desaparecido. Na segunda viagem, por volta de 600 a.C., teriam se estabelecido no Peru e construído a civilização conhecida hoje como Chavín de Huánta. A história e a arqueologia oficialmente não reconhecem a validade dessas especulações, e nem dos estudos do filólogo Peregrino Vidal, que dedicou grande parte de sua vida ao tema.

Ele acreditava que o nome original do Brasil seria Be-ra-zil, significando o domínio dos cantores escuros, e que duas levas de colonos chegaram aqui, a segunda de tribos hamitas. As lendas vão ainda mais longe ao se referirem a Tupi e Guarani como dois irmãos que vieram de uma região distante para povoar o Brasil (a lenda é correta mas a origem dos irmãos seria Atlântida, ao norte). Hoje em dia, antropólogos e historiadores confirmam a existência da lenda e também o fato de que, na época em que os portugueses chegaram ao Brasil, os grupos tupi e guarani já se encontravam há anos em fase de migração para o nordeste. Segundo suas lendas, eles estavam retornando ao local de onde tinham vindo, uma terra mítica além do oceano.

Esta rocha foi encontrada no estado norte americano do Novo México e possui escrita inscrições em hebraico antigo e o mais surpreendente na tradução dos caracteres gravados na rocha é que o significado em tudo e por tudo é semelhante aos dez mandamentos dados ao provo hebreu, por Moisés, aos pés do monte Sinai, durante o êxodo conforme descrito na bíblia, o que demonstra a autenticidade e antiguidade das inscrições e o conhecimento que os povos semitas tinham do que viria a ser descoberto mais tarde e denominado de “Novo Mundo”.

  1. Data da inscrição:  cerca 700 a.C; – 
  2. Localização dos Descobrimentos: Região de Los Lunas, Novo México, EUA;  
  3. Data da Descoberta : Desconhecida; levadas ao conhecimento dos estudiosos no ano de 1850. 
  4. Língua: Hebraico/aramaico antigo;  
  5. Escrita Superfície: na rocha:

Tradução dos caracteres:

1. Eu sou YHWH seu Elohim (plural para deuses), que trouxe você para fora da terra

2. Nenhum (outro) Elohim terás diante de mim

3. E uma casa de servos? Não fazem a você? Não fazem

4. YHWH o nome em vão. lembre o dia de

5. Shabat para torná-lo santo honra teu pai e tua mãe, para que

6. Seus dias mais longos ser sobre a terra que YHWH teu Elohim

7. Dá para você, não matar, não cometerás adultério, não roubar, não

8. Humilhar seu vizinho, um falso testemunho. Não cobice a mulher do teu próximo

9. E tudo o que pertence ao teu próximo

A seguir uma tabela comparativa do Tetragramaton (as quatro letras do nome divino hebraico) de Los Lunas  com alguns outros encontrados em velhas inscrições históricas: 

Tetragramaton de LOS LUNAS  

Registro Moabita (Moab) em pedra do nono século antes de Cristo 

Cerâmica Lachish do sétimo século antes de Cristo 

Pergaminho do Mar Morto do século III aC

Hebraico quadrado nos séculos depois de Cristo

A inscrição do Decálogo de Los Lunas usa o Tetragrammaton em 3 lugares. Eles são esculpidos na superfície da rocha em antigas letras hebraicas. E elas são provavelmente uma das mais antigas amostras de escrita sobreviventes do Tetragrammaton!

Há outra inscrição em uma pedra menor no Pináculo sul da mesa em Los Lunas. Ela pode ter servido como um altar. A foto foi tirada por David Moore em uma viagem de campo para Hidden Mountain em 1993. A primeira linha contém o Tetragrama em letras paleo-hebraico. As letras são semelhantes em estilo à inscrição na pedra Decálogo de Los Lunas, mas parecem estarem mais gastas pela erosão.

Para comparação de tamanho foi colocada uma moeda ao lado.A inscrição do Decálogo de Los Lunas usa o Tetragrammaton em três lugares. Eles são esculpidos na superfície da rocha em letras hebraicas antigas. E eles são, provavelmente, uma das mais antigas (cerca de três mil anos) amostras de escrita do Tetragrammaton sobreviventes do mundo! E ESTÃO LOCALIZADAS NA AMÉRICA DO NORTE !!!!!

Fotos: http://www.mhccorp.com/archaeology/decalogue-tetragrammaton.html

Foto: David Moore em 1.993

Abaixo está um desenho da mesma inscrição e uma tradução interlinear: 

Tradução: Jeová-Yahveh, o nosso deus (deles).


Fenícios e Hebreus no Brasil há mais de 3 mil anos?

Ludwig Schwennhagen, outro pesquisador que passou muito tempo investigando os sinais encontrados no norte e nordeste do Brasil, acreditava que os fenícios tinham chegado à América por volta de 1100 a.C., estabelecendo-se e realizando uma série de expedições exploratórias ao interior. Além disso, nas constantes viagens que faziam pelo oceano, traziam pessoas de outras nacionalidades, como os etruscos, que teriam criado a riquíssima cerâmica marajoara.

Schwennhagen também viu nos nomes de algumas localidades brasileiras uma origem lingüística distante, especialmente fenícia. Assim seria com a cidade de Tutóia, no litoral do Maranhão, tida como a mais antiga da região cujo nome original o pesquisador entende que seria Tur-Tróia.

Os fenícios apoiaram os troianos na guerra contra os gregos e, após a derrota, teriam ajudado levando milhares de sobreviventes para suas colônias, algumas das quais receberam o nome da cidade original. O nome Tur seria referente à metrópole dos fenícios. Também na Argentina, na região de Santiago del Estero, foram realizadas escavações que revelaram vasos e pratos considerados iguais aos encontrados em Tróia, conforme os arqueólogos Emilio e Duncan Wagner publicaram no livro La Civilización Chaco-Santiagueña, em 1935.

Além dos troianos, os fenícios também teriam trazido as amazonas, originalmente residentes na África. Os egípcios teriam sido trazidos por volta de 940 a.C.. As lendas dizem que as amazonas eram as responsáveis pela fabricação dos muiraquitãs, pedras talhadas com figuras variadas e utilizadas como amuletos, encontradas na região amazônica. J. Barbosa Rodrigues, estudioso dos muiraquitãs, via nos amuletos a prova de um relacionamento entre a Ásia e a América num período anterior à chegada dos conquistadores, uma vez que essa técnica de entalhe não era conhecida na região.

Schwennhagen desenvolveu uma linha de pensamento complexa, mas que chamou a atenção de muitos estudiosos. Segundo ele, a Atlântida original seria a região das Antilhas, onde, em meados do século XX, descobriram-se as ruínas submersas de Bimini — local conhecido na época pelo nome de Caraiba, significando terra dos caras ou caris, o povo que estaria ligado aos cários do Mediterrâneo. Saindo das Antilhas, eles se estabeleceram na Venezuela e eram as sete tribos da nação tupi.  Schwennhagen propôs que a língua tupi seria um ramo do sumério e que existiriam provas disso nos textos do rei Urgana, gravados em placas de barro e guardados no Museu Britânico.

No entanto, a base histórica para a ligação com os cários não é facilmente sustentada. O domínio dos fenícios no Brasil teria se estendido até cerca de 146 ou 147 a.C., quando os romanos destruíram Cartago durante as guerras púnicas, a poderosa colônia fenícia, e interromperam o contato marítimo. Segundo Schwennhagen, nessa época iniciou-se o êxodo de fenícios e egípcios no Brasil em direção ao norte e oeste, chegando ao Peru, Bolívia e México.

Milhares de Inscrições em rochas

O arqueólogo Bernardo de Azevedo da Silva Ramos trabalhou durante 30 anos na identificação e catalogação de sinais e inscrições do Brasil, coletando cerca de 1500 que foram reunidos no livro Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica, publicado pela Imprensa Oficial do Rio de Janeiro. Essa obra foi examinada pela Comissão de Arqueologia, em 1919, que chegou à conclusão de que os desenhos correspondiam a caracteres fenícios, gregos, hebraicos e árabes.

Ao lado: A PEDRA DO INGÁ, no Brasil e suas misteriosas inscrições.  A Pedra de Ingá, ou Itacoatiara, é formada por blocos de gnaisse divididos em três paineis, tendo o bloco principal dimensão de 24 metros de comprimento por 3,8 m de altura

Uma das gravações mais famosas do país está na Pedra do Ingá, na Paraíba.  A rocha, que tem 20 metros de comprimento, foi descoberta em 1598 e estudada pelo cientista Elias Eckerman, em 1.641, a mando de Maurício de Nassau (Um judeu holandês interessado na história de seu povo semita). Em 1.874 o historiador Vernhagen também estudou as inscrições e, mais recentemente, o professor José Anthero Pereira Jr.. Alguns pesquisadores dizem que não foi possível decifrá-las — entre as inscrições existe uma representação da Constelação de ÓRION. 

Há muitos sulcos e pontos capsulares seqüenciados, ordenados, que lembram constelações, embarcações, serpentes, fetos e variados animais e simbologia ainda desconhecida em seu significado, todas parecendo o modo que os indígenas ou os visitantes de outras latitudes (ou de outros planetas) tinham para anunciar idéias ou registrar fatos e lendas, que apresenta um grande potencial turístico e cultural, entretanto explorado de maneira extremamente irregular.

Outras inscrições foram pesquisadas por Marcel Homet, na Pedra Pintada, em Roraima. No local, próximo à divisa com a Venezuela, os desenhos espalham-se por uma área de 600 metros quadrados, muitas vezes apresentando perfis, como era costume na arte egípcia.

Homet dizia que os indígenas encontrados pelos portugueses no Brasil seriam incapazes de fazer tais representações de cavalos, carros, rodas e alfabetos desconhecidos.Inscrições semelhantes surgem na pedra de Itamaracá, no Xingu, analisadas por Ladislao Neto.

A rocha somente é visível em época de seca, o mesmo ocorrendo no Rio Negro, quando a escassez de água descobre grutas em cujos tetos estão figuras de animais, homens, círculos e outros sinais que, segundo Ladislao Neto, lembram os alfabetos semíticos. Existem desenhos também em Itacoatiara, no rio Amazonas, estudados por Silva Ramos e, posteriormente, por Roldão Pires Brandão, para quem tratava-se de escrita fenícia relacionada a uma civilização extinta há 3 mil anos.

Acima: A Pedra Pintada, em Roraima próximo à divisa com a Venezuela, os desenhos espalham-se por uma área de 600 metros quadrados, muitas vezes apresentando perfis, como era costume na arte egípcia.

Cidades Perdidas

As inscrições misteriosas estendem-se por todo o território brasileiro, mas em nenhum lugar são tão visíveis quanto na Pedra da Gávea, um dos cartões postais do Rio de Janeiro. Ali podem ser encontrados sinais que alguns pesquisadores consideram como inscrições fenícias, enquanto outros se recusam a aceitá-los como algo feito por mãos humanas. A própria pedra apresenta a forma de um rosto imenso esculpido, interpretação também recusada por muitos estudiosos, que vêem nela um fenômeno natural de erosão, como o atribuído a Sete Cidades, no Piauí.

Possíveis vestígios de uma cidade pré-descobrimento podem ser encontrados em Paraúna, cerca de 160 quilômetros de Goiânia, onde existem muralhas feitas de pedras com formato hexagonal. As explicações são as mais variadas, e existem mais histórias do que estudos científicos sobre o local, mas tudo indica que se trata efetivamente de algo construído por uma civilização bem antiga.

Também em Monte Alto, na Bahia, no local conhecido como Riacho das Pontas, foram encontradas o que podem ser ruínas de uma cidade desaparecida. O arqueólogo Angyone Costa, que estudou o local, disse existir ali um alinhamento de pedras com cerca de um metro e meio de altura, colocadas eqüidistantes numa extensão de um quilômetro, além de outras ruínas. Não se sabe se essa descoberta está ligada a uma outra, ainda mais sensacional, relatada por exploradores em 1.753, na Serra do Sincorá, e dada a público em 1.838, quando um funcionário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro encontrou um relato da viagem e da descoberta na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

A misteriosa Pedra da Gávea no Rio de Janeiro. (Uma esfinge semita dos fenícios?)

A expedição liderada pelo bandeirante Francisco Raposo encontrou uma cidade impressionante, repleta de construções imensas, templos, praças e estátuas. Um dos membros da expedição teria encontrado moedas de ouro com a imagem de um jovem e algumas inscrições.

Depois disso, a cidade jamais pôde ser encontrada novamente. Os sinais da existência de civilizações desenvolvidas no Brasil são inúmeros e dão pano para muitas mangas. Mas chama a atenção que os estudos a respeito parecem não avançar, mantendo uma desnecessária aura de mistério em torno das inscrições, objetos e ruínas.

Independente de serem culturas de outras partes do mundo trazidas para cá, ou de civilizações que aqui se desenvolveram, parece cada vez mais claro que a história do Brasil precisa ser reavaliada. Especialmente aquelas anteriores à chegada dos europeus que, segundo um grande número de pesquisadores acredita, nada descobriram. Apenas tomaram posse de um território há muito conhecido pelo mundo (muito) antigo. 


SOBRE O ATUAL SISTEMA (de assalto e roubo do estado) POLÍTICO EXISTENTE no BRASIL:

Estes líderes corruptos cairãoVocês terãouma liderança política nova se desenvolvendo lentamente, chegando até vocês por toda a Terra, onde há uma nova energia de consideração com o público. “Isto é muito para pedir na política, Kryon.”  Mas observem isto. Este é apenas o início desta última fase. Assim muitas coisas estão chegando. O próximo momento está relacionado a isto, pois um país enfermo não pode sustentar uma liderança de elevada consciênciaHá muita oportunidade para o poder e a ganância“- KRYON.


“De tanto ver triunfar nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”  –  Ruy Barbosa


Yanomamis estão ameaçados por garimpo no Brasil, destaca Le Monde


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No Brasil, índios Yanomamis são ameaçados por doenças transmitidas por garimpeiros.®© Antonio Ribeiro/Survival

O jornal francês Le Monde traz uma longa reportagem na edição de quarta- feira (10) informando que no Brasil os índios Yanomamis são ameaçados pelos garimpos. Segundo a correspondente Claire Gatinois, encorajados pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, milhares de garimpeiros clandestinos têm invadido as terras indígenas.

De acordo com a reportagem, esses grupos carregam, também, epidemias mortais, brigas e prostituição que colocam em risco a vida nas aldeias. Seriam entre sete e dez mil garimpeiros, segundo estimativas da fundação Nacional do Índio, a Funai, e não menos do que 20 mil, de acordo com o cacique Yanomami Davi Kopenawa.

“Eles vêm de avião, de barco e mesmo a pé. Nos ameaçam com armas, poluem nossos rios com mercúrio, trazem malária e pneumonia”, diz Dario Kopenawa, vice-presidente da Associação Yanomami. Entrevistado pela reportagem do Le Monde, o lider indígena denuncia, ainda, que o governo brasileiro não os protege e quer autorizar a mineração em seus territórios.

O texto da reportagem diz que as atividades desse garimpos seriam financiadas por empresas obscuras e mesmo por políticos. E que a atividade cresceu a partir de setembro de 2018, a ponto de as exportações de ouro, a partir de Roraima, terem chegado a 194 quilos no período. O Estado localizado ao norte do país, na fronteira com a Guiana, não tem, no entanto, nenhuma jazida legal em exploração recenseada pelo governo.

O impacto socioambiental dessas atividades é enorme, de acordo com Guilherme Augusto Gomes Martins, membro da Funai ouvido pelo Le Monde.

O jornal lembra que esse fenômeno não é novo. Desde os anos 1980, importantes riquezas minerais em terras indígenas estimularam uma verdadeira corrida do ouro, conduzindo a um massacre por homicídios ou doenças em aproximadamente 30% dos Yanomamis.

A situação agora está fora de controle, disse à reportagem Marcos Wesley, do Instituto Socioambiental (ISA). A crise econômica que atinge o Brasil há quatro anos, assim como a onda de imigração daqueles que fogem do regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, explicam, em parte, a retomada das explorações em busca de ouro na Amazônia.

Ao entrevistar especialistas na área, a  reportagem do Le Monde diz que os discursos do presidente Jair Bolsonaro, de armar os fazendeiros e grandes proprietários de terra, e de acabar com a transformação de terras indígenas em santuários e integrar os índios à sociedade, através da exploração de suas terras, é, na realidade, o principal fator de motivação para as invasões.

Sarah Shenker, pesquisadora da ONG Survival Internacional afirma que, em essência, Bolsonaro declarou guerra às populações indígenas.

“Não existem mais regras na região”, ressalta o missionário italiano Carlo Zacquini, outro ativista ouvido pelo Le Monde. Frequentador das terras Yanomamis desde 1965, e co-fundador da Comissão pró-Yanomami, ele denuncia que nem mesmo a Funai tem mais os meios de fazer um bom trabalho nas florestas devido à restrições orçamentárias.   

 
 

“Fundo Amazônia pode minguar se governo insistir em dar recursos ao setor privado”, diz ambientalista

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O “re-descobrimento” do Brasil


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O Salto de Qualidade: Conhecimentos científicos aplicados à realidade de bordo guiaram a aventura dos descobrimentos.

Descobrimento do Brasil. Conhecimentos científicos aplicados à realidade de bordo guiaram a aventura dos {re}descobrimentos.

Fonte: http://veja.abril.com.br

… Enquanto as almadias estão entre as mais primitivas formas de navegação usadas pelo ser humano, as naus e as caravelas portuguesas são o que de mais avançado a arte de navegar produziu até hoje. Nossos navios levam a bordo instrumentos, cartas de navegação e conhecimentos desenvolvidos pelos mais importantes sábios da cristandade – matemáticos, astrônomos, cartógrafos, geógrafos, especialistas na construção de navios e uso de artilharia, vindos de diversos países.

Portugal está na liderança dos descobrimentos porque é o primeiro, entre os países contemporâneos, a transformar a pesquisa tecnológica e científica em política de Estado. É uma aventura que começou dois séculos atrás, com as primeiras e tímidas incursões ao mundo desconhecido, e se completou com a política de portas abertas a especialistas espanhóis, catalães, italianos e alemães, com o propósito de avançar os conhecimentos náuticos de nossos oficiais e marujos.

A CRUZ TEMPLÁRIA nas velas das embarcações de Cabral e Colombo …

As caravelas são um prodígio da nossa tecnologia e a vanguarda das expedições. São navios velozes e relativamente pequenos. Uma típica caravela portuguesa tem de 20 a 30 metros metros de comprimento, de 6 a 8 de largura, 50 toneladas de capacidade e é tripulada por quarenta ou cinqüenta homens. Com vento a favor, chega a percorrer 250 quilômetros por dia. Utiliza as chamadas velas latinas, triangulares, erguidas em dois ou três mastros.

Elas permitem mudar de curso rapidamente e, em ziguezague, velejar até mesmo com vento contrário. A grande vantagem das caravelas sobre os pesados navios mercantes utilizados no Mediterrâneo por genoveses e catalães é a versatilidade. Ideais para navegação costeira, podem entrar em rios e estuários, manobrar em águas baixas, contornar arrecifes e bancos de areia. E também zarpar rapidamente, no caso de um ataque imprevisto de nativos hostis.

As naus são barcos maiores e mais lentos. A capitânia de Pedro Álvares Cabral é um navio de 250 toneladas e, ao partir, levava 190 homens. Elas são a ferramenta essencial no comércio já estabelecido com a África e no nascente intercâmbio com as Índias. Na longa viagem de ida, transportam produtos para a troca, provisões, guarnições militares, armas e canhões. Na volta, trazem as mercadorias cobiçadas pela Europa. Suas velas redondas são menos versáteis que as das caravelas, mas permitem uma impulsão muito maior com vento favorável. As caravelas, ao contrário das naus, levam pouca carga. Nem é necessário. Nessa época de grandes descobertas, a carga mais preciosa que elas podem transportar é a informação sobre as rotas marítimas e as terras recém-contatadas – um produto que não pesa nada, mas é vital para as conquistas no além-mar.

O grande mérito de Portugal não está na descoberta de novidades científicas, mas na assimilação de conhecimentos, recentes ou antigos, e sua aplicação com propósitos bem definidos, que é abrir rotas de comércio e agregar terras produtivas, onde não haja governo cristão, às propriedades da coroa. As técnicas que hoje permitem aos nossos navios cruzar o Mar Oceano, dobrar o Cabo da Boa Esperança e chegar às Índias são herança dos fenícios, dos egípcios, dos gregos e de várias outras civilizações antigas, guardadas e aprimoradas pelos mouros nos últimos séculos.

A vela latina (na realidade quem as criou foram os antigos fenícios) é uma vela do tipo triangular que surgiu por volta de 200 a.C.na região do mar Mediterrâneo . O outro tipo de velas é a vela redonda, que na realidade é quadrada. A grande revolução deste tipo de velas vem do fato de possibilitar a navegação próximo da linha do vento (navegar de contra-vento). Os portugueses por volta do século XV adaptaram esta vela à famosa caravela portuguesa, tornando-se uma das principais características destas embarcações. Auxiliou os grandes navegadores em suas grandes expedições, e Vasco da Gama foi um dos primeiros a usá-la com esse fim.

vela latina, que equipa nossas caravelas, foi trazida pelos árabes do Oceano Índico, depois de conquistarem o Egito. O uso do compasso para anotar a direção e a trajetória do navio chegou ao Ocidente no começo do século XIII. A confecção de cartas náuticas os italianos também aprenderam dos árabes, um século atrás. O astrolábio, um revolucionário instrumento de localização utilizado pela esquadra de Cabral na Terra de Santa Cruz, existe desde a Antiguidade e foi recuperado pelos astrólogos medievais para observar, em terra, o movimento e a posição dos astros no firmamento. Mesmo a bússola, fundamental nos descobrimentos, já é usada no Mediterrâneo há muito tempo por genoveses, venezianos e catalães.

São muitos os desafios científicos que os descobrimentos impuseram a Portugal. O maior deles, evidentemente, é sair ao mar alto e voltar para casa com segurança. Até pouco tempo atrás, a navegação se restringia aos portos europeus e da área em volta do Mediterrâneo, todos mapeados e bem conhecidos do mundo civilizado desde a época dos romanos. Navegava-se mais por experiência – que em Portugal chamamos de “conhecenças” – do que por instrumentos. O único tipo de carta náutica disponível até anos atrás eram os mapas do Mediterrâneo desenhados pelos italianos no século XII. Conhecidos como carta-portulano, forneciam direções e distâncias aproximadas entre os principais portos europeus e africanos.

No começo, as navegações portuguesas pelo Mar Oceano foram relativamente simples, apesar do desafio de enfrentar o desconhecido: bastava ir bordejando a costa da África. Navegava-se apenas durante o dia, usando como referência pontos geográficos, como rios, golfos e montanhas. Quando era necessário navegar à noite, a referência era a estrela Polar, entre nós conhecida como Tramontana. Quanto mais alta a estrela estivesse no céu, mais longe da linha do Equador estaria o navio, na direção do Pólo Norte.

As medições eram feitas a olho nu. Depois foram aperfeiçoadas com o uso de um instrumento chamado quadrante. É um arco graduado, de 45 graus – equivalente a um quarto da esfera terrestre –, equipado com uma agulha e uma linha esticada por um peso de chumbo na ponta. Apontado para a Tramontana, o quadrante fornece a latitude exata em que se encontra o navio.

Quando os nossos marinheiros passaram a se aventurar mais longe da costa, tudo ficou mais difícil. Para fugir das calmarias do Mar Oceano, às vezes é preciso passar semanas sem avistar terra ou qualquer outro ponto seguro de referência. Além disso, ao se aproximar da linha do Equador, a Tramontana (a estrela Polar não é visível do hemisfério sul) fica encoberta no horizonte. Sem ela, é impossível calcular a latitude com ajuda do quadrante. Foi para superar esse tipo de obstáculo que os reis portugueses se empenharam em buscar sábios em outros países.

Os sábios estrangeiros têm vindo a Portugal por duas razões. A primeira é a disposição da corte de oferecer-lhes postos de trabalho e status social que eles não tinham em outros reinos. De cientista em seu país de origem, esses astrônomos, matemáticos e cartógrafos passaram a trabalhar diretamente como conselheiros dos monarcas portugueses e com eles compartilhar a vida na corte. O segundo motivo é a comparativa tolerância religiosa dos portugueses. Mais inflexíveis, os monarcas espanhóis, precursores da ideia de expulsar judeus e mouros (muçulmanos) que não aceitassem abraçar o cristianismo, beneficiaram Portugal indiretamente. Os conselheiros que dom João II reuniu para desenvolver os conhecimentos náuticos são, em sua maioria, sábios judeus expulsos da Espanha em 1492.

Um dos primeiros a trabalhar em Portugal foi um judeu convertido ao cristianismo trazido da Ilha de Maiorca (Mar Mediterrâneo) para Sagres, em 1420, pelo infante dom Henrique, o Navegador. Mestre Jaime, cujo nome de nascimento era Jafuda Cresques, ficou conhecido como “o Judeu da Bússola“. Cartógrafo e fabricante de instrumentos náuticos, acredita-se que tenha sido o primeiro a ensinar aos portugueses o uso da bússola, a agulha magnética que, protegida por uma cúpula de vidro e disposta sobre a rosa-dos-ventos, indica a direção do Pólo Norte (magnético) e ajuda a identificar a posição percorrida pelo navio.

bússola e o quadrante são muito úteis às navegações, mas a grande novidade a bordo dos nossos navios neste começo de século é o astrolábio. É um disco, metálico ou de madeira, de 360 graus no qual estão representados todos os astros do zodíaco. Desde a Antiguidade era usado em terra firme, para calcular a posição e o movimento dos astros no céu. O que os portugueses fizeram com a ajuda dos sábios estrangeiros foi simplificá-lo e adaptá-lo para uso em alto-mar. O astrolábio permite calcular a latitude pela passagem meridiana do Sol, ou seja, ao meio-dia, quando o astro se encontra no seu ponto mais elevado no céu. Para isso, é necessário enquadrar o raio solar em dois orifícios existentes no aparelho e, em seguida, fazer alguns cálculos matemáticos.

O astrolábio é um instrumento naval antigo, usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. Era usado para determinar a posição dos astros no céu e foi por muito tempo utilizado como instrumento para a navegação marítima com base na determinação da posição das estrelas no céu. Mais tarde foi simplificado e substituído pelo sextante (instrumento astronômico usado para determinar a latitude).

A vantagem tecnológica alcançada pelos portugueses nasceu não propriamente do uso do astrolábio, mas da simplificação desses cálculos. Até pouco tempo atrás, exigia-se para isso certo conhecimento de matemática e astronomia, um grande obstáculo para nossos marujos, dos quais a maioria é rude e iletrada. Outro problema é que os manuais de astronomia e navegação estavam escritos em hebraico (língua dos antigos navegantes fenícios), árabe ou latim. A principal tarefa dos conselheiros de dom João II foi reunir todo esse conhecimento, adaptá-lo para a navegação e traduzi-lo para o português, em linguagem acessível aos marujos.

O resultado é um manual chamado “Regulamento do astrolábio e do quadrante para determinar cada dia a declinação, o deslocamento do Sol e a posição da estrela Polar”. Dividido em cinco partes, ele contém instruções minuciosas sobre como determinar a latitude, com dezessete exemplos práticos em diferentes posições da esfera terrestre. Também ensina a registrar na carta náutica o caminho percorrido pelo navio. A última parte é um calendário de doze meses, sem indicação do ano. Esse calendário informa, para cada dia do ano, a posição do Sol na abóbada celeste.

viagem de Cabral, pelo que se tem notícia, foi a primeira a fazer uso sistemático do astrolábio como instrumento de navegação – embora Vasco da Gama já tivesse testado o aparelho na precursora missão em que descobriu o caminho das Índias, há três anos. Uma prova da utilidade do astrolábio está na carta que Mestre João, o médico do rei e especialista em navegação embarcado na frota de Cabral, escreveu a dom Manuel. Ele conta que, no dia 27 de abril de 1500 (cinco dias após o descobrimento de Brasil), uma segunda-feira, tomou a passagem meridiana do Sol na Terra de Santa Cruz ( o Brasil) e calculou a latitude local em 17º graus.

Um mapa turco de Piri Reis confeccionado em 1.513, mostrando em detalhes a costa da América Central, do sul e a Antártica (sem gelo!!!), ainda desconhecida dos europeus, comprovando que o conhecimento náutico secreto de novas terras à oeste da península Ibérica e Europa existia na Europa.LINK

– As Digitais dos deuses: (1) Brasil e o mapa de Piri Reis

Ele diz ter chegado a essa conclusão baseando-se nas “regras do astrolábio”, referência ao manual de instruções. Na carta, Mestre João reclama da dificuldade de usar o instrumento em alto-mar, devido ao balanço do navio, mas encerra com um conselho: “Para o mar, melhor é dirigir-se pela altura do Sol, que não por nenhuma estrela; e melhor com o astrolábio, que não com quadrante nem outro nenhum instrumento“. É assim que, na prática, vão se somando os conhecimentos tecnológicos que guiam a aventura dos descobrimentos.

“De tanto ver triunfar nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”  –  Ruy Barbosa

Brasil, o Reino de Ophir


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BRASIL: UMA TERRA ABENÇOADA.

Ophir (Hebrew:אוֹפִיר) É um porto ou uma região mencionada na Bíblia, muito famoso pela sua riqueza em metais preciosos… OURO.  

Todos os povos que habitavam as Américas do Sul e Central em épocas passadas descenderam da mesma raça humana. Da raça humana que se desenvolveu outrora no país do Sol, “Ophir”. Essa terra, já há muito desaparecida, situava-se entre a África e a América do Sul, ligando entre si os dois continentes…

Por Thoth

Roselis Von Sass – no seu livro “Revelações inéditas da História do Brasil”

… As criaturas humanas que viviam no país do Sol, Ophir, foram conduzidas antes do soçobro da sua pátria a diversas regiões muito afastadas, fixaram residência continuando a desenvolver-se. Todos se denominavam: “povo do Sol, filhos do Sol, criaturas do Sol e também filhos do Sol e da Terra” e eles eram orgulhosos de poderem chamar-se assim.

O nome “índio”, com o qual todos os descendentes dos povos do Sol são hoje designados, originou-se de Colombo. Ele descobriu a América do Norte, supondo, porém, erroneamente ter desembarcado na Índia… Chamando por isso de “índios” os seres humanos que ali encontrou… Os portugueses, que depois de Colombo descobriram o Brasil, adotaram essa denominação e utilizaram-na irresponsavelmente para os povos que se encontravam aqui…

O Brasil não possuiu sempre a mesma forma por nós hoje conhecida. Braços de mar que entravam terra adentro, lagos e rios dividiam o país em várias partes, dando-lhe o aspecto de um arquipélago. Somente as últimas transformações terrestres, ligadas ao afundamento da Atlântida e as ocorridas no hemisfério sul, provocando também uma modificação da circulação das águas na Terra, alteraram esse aspecto. Os braços de mar, os lagos – em parte de água salgada –desapareceram.

Desapareceram também alguns rios, enquanto outros alteraram seus cursos, transformando-se em caudalosas e volumosas correntes de água… O país fechou-se num todo, recebendo a forma que hoje conhecemos. Podia-se denominar esse acontecimento, ocorrido há muitos milhares de anos, de “O nascimento do Brasil”!

Índios “selvagens e incivilizados” tomando banho em rios com água limpas e puras.

Naquele tempo viviam no Brasil seres humanos estreitamente ligados aos entes da natureza e cujos espíritos puros tinham condições de receber vibrações mais elevadas da luz. Tratava-se de seres humanos sadios e belos, de olhos de cor castanho-dourado e pele igualmente dessa cor, com vislumbre vermelho. Eles chamavam-se filhos do pai-Sol e da mãe-Terra, pois a Terra que habitavam era para eles transitoriamente pátria, e o Sol proporcionava-lhes a luz e o calor de que necessitavam para sua existência terrena.

Esse povo, em épocas remotas, teve de percorrer um longo caminho até chegar ao país de seu destino: o país que hoje conhecemos como Brasil. Eram mais ou menos seiscentas pessoas que se separaram de uma tribo principal, numa região dos Andes. Fizeram isso por ordem de um “amauta”, um dos espíritos que, de regiões situadas fora do mundo terreno,determinavam, naquele longínquo tempo, os caminhos dos seres humanos. O chefe do grupo chamava-se Manco Capac.

Manco Capac.

Ele guiou os seus através de altas elevações e profundos despenhadeiros, pois muitas vezes tinham de contornar vulcões fumegantes, bem como atravessar florestas pantanosas… Contudo, os peregrinos eram bem-humorados, alegrando-se infantilmente com todo o novo que vivenciavam. Chegaram ao seu destino, domiciliando-se em meio a uma maravilhosa paisagem que se tornaria a sua pátria…

No país de Tupan-na, Brasil!

Muitos milênios depois, um outro homem saía da mesma região dos Andes, o qual também tinha o nome de Manco Capac. Ele saiu com um grupo de pessoas, porém conduziu-as em direção diferente que a do seu desconhecido antepassado.Esse segundo Manco Capac é considerado, na história, como o fundador do reino inca! Isso, contudo, não corresponde à verdade! Manco Capac foi fundador de outro reino. O reino dos tiahuanacos!

Os incas, que se originaram da mesma raça, chegaram ao domínio somente depois da decadência da cultura tiahuanaco. Os sucessores de Manco Capac, que viviam no Brasil quando o país se constituiu em um continente firme, eram governados por um homem muito sábio e que via e ouvia mais do que outros seres humanos.

Ele era considerado um dos espíritos que chegavam, de tempos em tempos à Terra, a fim de “alimentar” os seres humanos com sabedoria e de revelar-lhes segredos do supremo reino da luz.Dizia-se que tais espíritos extraordinários se encarnavam apenas mui raras vezes na Terra.

Acima: O homem branco “civilizado” em seu saudável “habitat natural”.

A mulher que vivia ao seu lado e com quem tivera duas filhas superava-o em sabedoria, pois as suas capacidades espirituais alcançavam mais longe do que as dele. O homem chamava-se “Akário” e a mulher “Maira”! Certo dia, Maira, sentada diante do tear, escutou um chamado.

Esse chamado tinha um som todo especial e provocou um forte tinir na cabeça e nos ouvidos dela.Antes que ela pudesse pensar mais sobre isso,escutou as palavras que lhe eram dirigidas: “Maira! Eu sou Tupan-an, o protetor do país que se tornou a vossa pátria! Sagrados são o país e o solo onde caminhais! Escolhida foi esta parte da Terra! Escolhida! Daqui deverá, um dia, quando a hora soar, ecoar a voz que contém em si vida e luz, alcançando distâncias longínquas!”.

No mesmo momento em que Maira recebia essa mensagem, tornou-se-lhe visível de relance uma gigantesca figura que metalicamente reluzia E que logo desapareceu a seguir.Ela Pôde ver por um tempo mais longo apenas os olhos que resplandeciam como fogo e pareciam que perpassavam-na. Maira, antes que pudesse formular um pensamento, já ouviu novamente a voz de Tupan-an*:

“Estais Vivendo no país que foi escolhido para ser um país da sabedoria.Vossa tribo deverá Tornar-se forte e grande, Expandindo-se em todas as direções!”

“Contudo, deveis lembrar-vos sempre de que o mundo vos onde é permitido viver é propriedade do Onipotente Criador! Cada árvore, cada pedra, cada flor, cada animal, qualquer água, cada raio de sol e cada sopro de ar que aspirais, originam-se da força criadora Dele! Guardareis com fidelidade a propriedade do Criador, conservando-a pura.O vosso anseio em direção à luz e o vosso amor aos entes da natureza são a melhor garantia para isso!. Grava tudo o que recebeste em teu espírito, pois Deverá Tornar-se consciente em ti novamente, quando em época posterior reencarnares nesse escolhido país!” 

Tupan-an havia transmitido a sua mensagem, afastando-se. Maira ficou sentada, silenciosa e aguardando.Não ouvindo mais nada, ela procurou Akário para contar-lhe a sua vivência. Akário aceitou confiantemente. Entretanto a referência ao fato de ser um local “escolhido”, nem ela nem ele puderam formar um conceito definido sobre o significado da palavra.

Contudo intuíram nitidamente que se referia a um futuro acontecimento importante … Ambos se alegraram de todo o coração de que o País , que era sua pátria, tinha um tão poderoso protetor …

Poucos dias mais tarde, Akário convocou toda sua tribo, e Maira repetiu fielmente a mensagem de Tupan-an … Todo o saber e conhecimento devia ser propriedade em comum a toda a gente da tribo e tinha de ser Transmitido …PTodos os componentes da tribo haviam recebido com alegria a mensagem de Tupan-an e a fim de honrar o grande protetor do País, desde essa data, eles chamaram A SUA PÁTRIA terrena de “O Mundo de Tupan-an” ou “O País de Tupan-an “! Eles mesmos denominaram-se “tupanos”! Acharam essa denominação adequada, uma vez que se consideravam auxiliares dele.

 * • Milênios depois, na época colonial do Brasil, a palavra “Tupã” era usada pelos nossos indígenas como designação para o Deus dos cristãos.

” O Brasil é uma nação (uma terra) escolhida! O país escolhido para ser um centro de poder espiritual!

Para uma ancoragem da Luz da Verdade, cujas irradiações encerram auxílio e salvação neste final de ciclo que se avizinha muito rápido!”

Roselis Von Sass – no seu livro “Revelações inéditas da História do Brasil”


Referências bíblicas sobre o reino de Ophir e suas riquezas em MADEIRA, PEDRAS PRECIOSAS E OURO:

“Também as navios de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muita madeira de almugue, e pedras preciosas”. 1 Reis 10:11

“E também os servos de Hirão e os servos de Salomão, que de Ofir tinham trazido ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras preciosas”. 2 Crônicas 9:10

“E fez Jeosafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber”. 1 Reis 22:49

“Medido e pesado foste na balança, e foste achado em falta.”

“E enviou-lhe Hirão, por meio de seus servos, navios, e servos práticos do mar, e foram com os servos de Salomão a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro; e os trouxeram ao rei Salomão”. 2 Crônicas 8:18

“E mandou Hirão com aquelas naus a seus servos, marinheiros, que sabiam (os caminhos) do mar, com os servos de Salomão”. 1 Reis 9:27

“Conhece-te a ti mesmo e conheceras todo o universo e os deuses, porque se o que tu procuras não encontrares primeiro dentro de ti mesmo, tu não encontrarás em lugar nenhum”.  –  Frase escrita no pórtico do Templo do Oráculo de Delphos, na antiga Grécia.


SOBRE A PODRIDÃO DO ATUAL SISTEMA POLÍTICO EXISTENTE:

“Estes corruptos cairãoVocês terãouma liderança política nova se desenvolvendo lentamente, chegando até vocês por toda a Terra, onde há uma nova energia de consideração com o público. “Isto é muito para pedir na política, Kryon.” 

Mas observem isto. Este é apenas o início desta última fase. Assim muitas coisas estão chegando. O próximo está relacionado a isto, pois um país enfermo não pode sustentar uma liderança de elevada consciência. Há muita oportunidade para o poder e a ganância“-  KRYON.

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Sete maravilhas arquitetônicas desconhecidas


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Drawar fort, Bhawalpur

Fortaleza de Derawar, em Bhawalpur-Paquistão.Todos nós já ouvimos falar do Coliseu de Roma, da Grande Muralha da China e do Taj Mahal na Índia. Mas e as maravilhas arquitetônicas ainda não descobertas e desconhecidas pelas multidões?

Sete maravilhas arquitetônicas desconhecidas

Fonte: http://www.bbc.com/travel/story/

Para tentar encontrar algumas dessas construções escondidas, recorremos ao site de perguntas e respostas Quora.com, perguntando: “Quais são alguns dos monumentos ricos arquitetonicamente e menos conhecidos do mundo?”. Veja a seguir o que os internautas responderam.

Em uma fortaleza de proporções monumentais, os 40 deslumbrantes bastiões de Derawar se erguem sobre o deserto em uma formação impressionante. Juntos, os muros do forte formam uma circunferência de quase 1,5 mil metros de diâmetro e chegam a 30 metros de altura.

“É uma estrutura magnífica no meio do Deserto de Cholistão”, conta o internauta Faisal Khan. “Muitas pessoas não conhecem o Forte de Derawar. Até mesmo muitos paquistaneses.”

Isso ocorre provavelmente porque, para chegar à fortaleza, os visitantes precisam contratar um guia com um carro 4×4 para conseguir cumprir a viagem de um dia a partir de Bahawalpur, através do deserto. Uma vez no forte, a entrada só é permitida com uma autorização especial do amir, o líder local.

Palácio-Parlamento, Bucareste, Romênia

Palácio do Parlamento, Bucareste, Romênia

O maior e mais caro edifício governamental civil do mundo, o Palácio do Parlamento é verdadeiramente uma maravilha desconhecida. “Construído pelo odiado líder comunista Nicolae Ceausescu, o prédio é tão grande que é difícil tirar uma foto que faça jus a sua escala”, afirma o usuário do Quora Jann Hoke, advogado que trabalhou no local em meados dos anos 90.

Erguido em 1984, o edifício em estilo neoclássico tem 12 andares (com mais oito andares no subsolo), e cerca de 3,1 mil salas, em uma área de 330 mil metros quadrados.

O projeto custou o valor sem precedentes de 3,3 bilhões de euros, mas também tirou dos habitantes de Bucareste boa parte de sua cidade. Para ser construído, um quinto da área central da capital foi demolido, inclusive vários bairros históricos, mais de 30 igrejas e sinagogas e cerca de 30 mil casas.

“Os carpetes estampados do térreo, que cobrem centenas de metros de corredores, foram tecidos dentro do edifício durante sua construção, pois seria impossível trazê-los para o local depois de finalizado”, conta Hoke.

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Construída em 1907, a Grande Mesquita de Djenné é a maior estrutura de argila do mundo, erguida quase que inteiramente com tijolos de barro queimados pelo sol, areia e gesso e argamassa de barro. É considerada uma das maiores realizações da chamada arquitetura sudanesa e recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.

Construída em 1907, a Grande Mesquita de Djenné é a maior estrutura de argila do mundo, erguida quase que inteiramente com tijolos de barro queimados pelo sol, areia e gesso e argamassa de barro. Ela é considerada uma das maiores realizações da chamada arquitetura sudanesa e recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.

Os três minaretes da mesquita são decorados com folhas de palmeiras amarradas, que também servem como degraus para os reparos anuais – uma tradição que se tornou um festival local em abril e maio.

“Os verões brutais do Norte da África fazem o barro rachar e enfraquecer ao longo dos anos”, explica Abishek Lamba, usuário do Quora. “Antes das chuvas, os residentes locais se reúnem e cobrem o prédio inteiro com argila de um lago seco”.

Um dos monumentos mais esquecidos da Índia, o Chand Baori, no Rajastão, é uma espetacular poço quadrado que desce por 13 andares, com paredes forradas de escadas que se aprofundam por 30 metros até chegarem ao ponto mais baixo, onde há uma piscina de águas verdes.

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O Poço Chand Baori, Abhaneri, Índia

O estonteante labirinto de degraus simétricos “parece formar um caminho infinito até o fundo da terra”, descreve Vipul Yadav, no Quora. Com seus 3,5 mil degraus, o Chand Baori é um dos “maiores e mais profundos monumentos desse tipo no mundo”.

Construído pelo rei Chanda, da Dinastia Nikumbha, entre os anos 800 e 900 a.C., o Chand Baori foi projetado para ser prático e, ao mesmo tempo, bonito. Por causa da estrutura do poço, o fundo permanece mais fresco que a superfície, algo fundamental na paisagem quente e árida do Rajastão.

Se todo grande marco arquitetônico tem uma história, a Ponte Velha (Stari Most, em bósnio) tem uma história de reviravoltas.” A ponte foi construída com 456 blocos de uma pedra local em 1566 pelo arquiteto turco otomano Mimar Hajrudin”, conta o internauta Haris Custo. “Ela foi o coração da nossa cidade por 427 anos.”

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A Ponte Velha (Stari Most, em bósnio) tem uma história de reviravoltas.

A Ponte Velha cruza o rio Neretva no centro histórico de Mostar. Com 4 metros de largura, 30 metros de comprimento e a uma altura de 24 metros, é um dos monumentos mais famosos do país e um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica nos Bálcãs.

Mas nos anos 90, a ponte foi destruída por forças bósnio-croatas durante a Guerra da Bósnia. Depois do fim do confronto, a cidade começou sua reconstrução. “Levou quase dez anos para tornar a ideia realidade, e em julho de 2004, a nova ‘Ponte Velha’ foi inaugurada”, lembra Custo.

Enquanto a ponte mudou desde sua reconstrução, uma longa tradição perdura: os habitantes locais continuam saltando dali para cair nas águas geladas do Neretva, exibindo sua coragem e suas habilidades.

“Todos nós já ouvimos falar da Grande Muralha da China, mas poucos sabem que a Índia também tem a sua”, diz Ayush Manu, no Quora.

A Grande Muralha da Índia, também conhecida pelo nome de Kumbhalgarh, é a segunda maior muralha do mundo, atrás apenas da famosa construção chinesa. Localizada no Rajastão, a edificação chega a ter 4,5 metros de espessura em algumas áreas. Estende-se por 36 quilômetros e tem sete portões fortificados.

Grande Muralha da Índia

A Grande Muralha da Índia

Rana Kumbha, um monarca local, encomendou a muralha em 1443 para proteger sua fortaleza, situada em uma montanha próxima.

“Diz a lenda que, apesar de várias tentativas, a muralha não pode ser concluída”, conta Manu. “Finalmente, o rei consultou um de seus conselheiros espirituais e ouviu que seria necessário um sacrifício. Um homem ofereceu sua vida para que os demais pudessem se proteger. Hoje, o portão principal fica onde seu corpo caiu e onde há um templo que abriga sua cabeça.”

A muralha foi estendida no século 19 e hoje protege mais de 360 templos localizados em seu interior, mas continua sendo um tesouro desconhecido na maior parte do mundo.

A internauta Mona Khatam descreve a Mesquita do Xeque Lotfollah – uma obra-prima da arquitetura safávida iraniana – como “um estudo da atenuação harmoniosa”.

Localizada na Praça de Naqsh-e Jahan, na cidade de Isfahan, a deslumbrante e elegante mesquita foi construída entre 1603 e 1619 durante o reinado do Xá Abas 1o. O templo é batizado em homenagem ao sogro do monarca, o xeque Lotfollah, libanês e reverenciado estudioso do Islamismo.

mesquita-lotfollah-irã

A Mesquita Sheikh Lotfollah é uma das obras arquitetônicas do período Safavida da arquitetura iraniana , que está no lado oriental de Naghsh-i Jahan, em Isfahan, no Irã. A construção da mesquita começou em 1603 e foi concluída em 1619. Foi construída pelo arquiteto-chefe Shaykh Bahai , durante o reinado do Shah Abbas I da dinastia Safavida.

A mesquita é singular por não ter minaretes ou um pátio central. “Isso provavelmente se deve ao fato de a mesquita nunca ter sido construída para uso público, mas sim para servir como local de rezas para as mulheres do harém do xá”, explica Khatam.

Por isso, para se chegar ao salão de rezas é necessário percorrer um longo corredor subterrâneo e cheio de curvas. E a decoração da mesquita é extraordinariamente requintada.

“O domo usa azulejos delicados que mudam de cor ao longo do dia, de creme para rosa”, descreve Khatam. “Dentro do santuário, você pode se maravilhar com a complexidade dos mosaicos que enfeitam as paredes e o belo teto, com seus motivos amarelos. Os raios de sol que atravessam as poucas janelas de treliça produzem uma brincadeira constante entre as luzes e a sombra.”

Drawar fort, Bhawalpur