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Brasileiro abre série de palestras do ano Humboldt em Berlim


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A taxa atual de desmatamento da Amazônia está em 18%. “Se subir para 40%, a floresta tropical corre risco de colapsar e virar savana”, alertou o pesquisador.

Pesquisador Paulo Artaxo relaciona desmatamento amazônico a aumento da temperatura média da Terra na abertura de ciclo de conferências que Universidade Humboldt dedica aos 250 anos do nascimento do naturalista alemão.

Paulo Artaxo Lesung am der Humboldt Universität in Berlin (DW/F. Pugliero)

Pesquisador Paulo Artaxo na abertura das palestras Kosmos promovida pela Universidade Humboldt em Berlim

A Amazônia é um dos componentes-chave do sistema terrestre e alterações na floresta podem influenciar o clima de todo o planeta. A informação foi apresentada pelo pesquisador brasileiro e professor da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo, no sábado (07/04), na abertura da série de palestras Kosmos-Lesungen, em Berlim, que marcam os 250 anos do nascimento do naturalista alemão Alexander von Humboldt.

 A taxa atual de desmatamento da Amazônia está em 18%. “Se subir para 40%, a floresta tropical corre risco de colapsar e virar savana”, alertou o pesquisador.

A palestra, reservada a autoridades científicas e políticas da Alemanha e que contou com discurso do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinemeier, lotou o auditório do Teatro Maxim Gorki, localizado logo ao lado do complexo de prédios da Universidade Humboldt.

Artaxo é referência internacional no estudo do meio ambiente amazônico e mudanças climáticas globais, além de membro da equipe do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2007.

Os dados trazidos por ele mostram que a estação seca na Amazônia está se prolongando, o que resulta em um período de queimadas mais longo. Isso também eleva a temperatura da água dos rios que cruzam a floresta e desembocam no oceano. Além disso, a floresta sempre foi parte importante do ciclo do carbono, o que já não ocorre. “Hoje a absorção de carbono pela floresta amazônica é igual a zero”, frisou.

Além de advertir sobre fatos e riscos, Artaxo também disse que a floresta pode fazer parte da solução. “Só há um processo que pode resolver o problema e remover o CO2 da atmosfera. Ele se chama fotossíntese”. O professor citou ainda outros pontos críticos do sistema climático da Terra, como o Sahel, na África, e a Grande Barreira de Corais, na Austrália. A importância brasileira, no entanto, foi destacada. “O Brasil tem a maior superfície de floresta tropical do mundo. É preciso mantê-la em pé”, afirmou.

O aumento da intensidade e a maior frequência de eventos climáticos extremos já acontecem desde os anos 1980. Para ilustrar os efeitos dessas alterações provocadas pela elevação da temperatura média do planeta, Artaxo citou o ciclone Idai, que matou mais 700 pessoas em Moçambique, no Zimbábue e no Malaui. no início de março.

Outra consequência do aquecimento global é a extinção de espécies. “A América do Sul é a parte da Terra que mais corre risco de perder biodiversidade, seguida pela Austrália e Nova Zelândia”, avisou. A produção de alimentos também será prejudicada e haverá mudanças no ciclo da água. “Já está acontecendo, mas não sabemos o quanto”.

Na palestra, foram apresentados mapas que simularam uma nova geografia, caso as emissões de CO2 não cessem. Cidades podem sumir devido à elevação do nível dos oceanos, um processo que também afeta a Europa, África e Estados Unidos. “Nós sabemos que estamos fazendo isso há mais de cem anos e está acontecendo em todos os lugares do planeta. Aquecimento global não é o futuro, é o presente”, sublinhou.

Segundo Artaxo, há duas fontes para o aquecimento global: A queima de combustíveis fósseis (91%) e o desmatamento (9%). A segunda já apresentou redução. Na década passada, o desmatamento era responsável por 18% do CO2 lançado à atmosfera, absorvido pelos oceanos e florestas. Para zerar as emissões, entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer, disse o especialista.

De acordo com o último relatório do IPCC, é preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% ao ano começando em 2020, e zerar essas emissões até 2040. “Isso é possível, mas precisamos de um esforço global conjunto, envolvendo a ciência, os tomadores de decisão e o setor empresarial”, apontou o pesquisador, que completa: “É uma decisão política que tem que ser tomada agora e a ciência aponta os caminhos. Para a ciência, a solução é simples, mas talvez não o seja para a política”, apontou Artaxo.

Paulo Artaxo Lesung am der Humboldt Universität in Berlin (DW/F. Pugliero)

Paulo Artaxo gráfico com evolução do desmatamento da Amazônia

Ele mencionou o Acordo de Paris como um movimento para frear as emissões, mas alertou: “Mesmo que seja totalmente cumprido, ainda teremos um aumento entre 2,7°C e 3°C na temperatura media global até 2050”. Artaxo se mostrou cético ao falar sobre o compromisso brasileiro em reduzir 37% das emissões de CO2 até 2025 e 43% até 2030. O país também pretende até 2030 zerar o desflorestamento ilegal e compensar as emissões provenientes do desmatamento legal. “O Brasil até é capaz de cumprir, mas essas metas são bem difíceis”, opinou.

Ao encerrar a palestra, Artaxo apontou que, se ainda estivesse vivo, Alexander von Humboldt, geógrafo, naturalista e explorador alemão, certamente faria recomendações similares a dos atuais cientistas ambientais. “Se queremos evitar um aquecimento de 4°C ou 5°C no nosso planeta ainda neste século, não há outra forma a não ser usar os recursos naturais do nosso planeta de forma mais eficaz e inteligente”.

Após a palestra, Paulo Artaxo falou à DW Brasil sobre a situação da ciência brasileira. Apesar de ter relevância mundial, os cientistas brasileiros carecem de apoio e suporte financeiro dentro de seu próprio país. “A pesquisa não pode depender de orçamento de 1 ano, 2 anos ou 4 anos, pois tem papel fundamental no processo de evolução da economia e da sociedade”, afirmou. “Sem ciência, não há desenvolvimento. Assim, o Brasil será para sempre exportador de minério de ferro ou de soja”, completou.

O pesquisador criticou os recentes cortes de verba e congelamento de repasses para o setor. O orçamento do Ministério das Ciências e Tecnologia foi cortado em 32% de 2018 para 2019. No final de março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um congelamento adicional de repasses de 42%. “Isso basicamente estrangula todo o desenvolvimento cientifico e tecnológico do país. Faz muitos anos que é difícil para o CNPq implementar grandes projetos de pesquisa e isso está fazendo com que o Brasil perca terreno na ciência internacional”, informou o professor, que é pesquisador Emérito do CNPq.

Os cortes de orçamento atingem toda a cadeia de produção de conhecimento científica no Brasil. Desde o bolsista de iniciação científica que recebe 300 reais por mês até o estudante de pós-doutorado e também os projetos de pesquisa em andamento. “É importante frisar que não é só uma questão de recursos, é uma questão de modelo de desenvolvimento, do que se quer para o país daqui a 10, 15 ou 50 anos”, apontou.

“A função do governo é pensar essa estratégia e implementar medidas de longo prazo, visando para que caminho o país quer ir. E isso não está sendo feito”, finalizou.

Saiba o que são os ‘rios voadores’ que distribuem a água da Amazônia


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Neste momento, rios poderosos levam umidade para vastas regiões da América do Sul. Mas eles não são rios comuns. São “rios voadores”

É assim que são popularmente conhecidos os fluxos aéreos maciços de água sob a forma de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico e são alimentados pela umidade que se evapora da Amazônia.

O que são os ‘rios voadores’ que distribuem a água da Amazônia por toda a América Latina

Fonte:  http://www.bbc.com/

Os rio voadores estão a uma altura de até dois quilômetros e podem transportar mais água do que o rio Amazonas. Esses rios de umidade, que atravessam a atmosfera rapidamente sobre a Amazônia até se encontrar com a Cordilheira dos Andes, causam chuvas a mais de 3 mil km de distância, no sul do Brasil, no Uruguai, no Paraguai e no norte da Argentina e são vitais para a produção agrícola e a vida de milhões de pessoas em toda a América Latina.

Os rios voadores atravessam rapidamente a atmosfera transportando água sob a forma de vapor para o sul do Brasil, norte da Argentina, Uruguai e Paraguai

Mas como eles nascem e se movem? E quais os efeitos que podem ter?

Para entender isso, a BBC Mundo falou com José Marengo, meteorologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), e Antonio Nobre, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ambos do Brasil.

Alta velocidade

“O oceano Atlântico tropical norte é um oceano quente e sua evaporação é muito intensa”, explica Marengo.

“Você pode imaginar que existam ventos mais ou menos fortes, os ventos alísios, que transportam toda essa umidade nos níveis mais baixos da atmosfera”, diz.

“Em qualquer rio, há áreas muito tranquilas e outras de alta velocidade, que chamamos de jatos de rio”, conta o especialista.

“Quando um rio voador se encontra com os Andes, ele adquire uma maior velocidade em seu núcleo que constitui um low jet level – ou jato de baixo nível – , aquele que transporta uma maior quantidade de umidade mais rápido”.

“Então, ele faz uma curva para o sudeste e chega à Bacia do Rio da Prata, causando chuvas no local”.

Árvores que transpiram

Uma árvore frondosa, com uma copa de 20 metros de diâmetro, transpira mais de mil litros em um único dia

Outro componente essencial dos rios voadores é a umidade produzida pelas árvores da floresta amazônica.Em artigos, Nobre relatou a incrível função que estas árvores cumprem. “Medimos a evaporação da floresta em milímetros, como se estivéssemos medindo a espessura de uma folha de água acumulada no chão”.

“No caso da Amazônia, o número é de cerca de 4 milímetros por dia. Isso significa que, em um metro quadrado haveria quatro litros de água. Podemos usar esses dados para calcular quanto transpira uma árvore no mesmo período apenas calculando a área ocupada pela sua copa”, disse Nobre à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC).

Uma árvore frondosa, com uma copa de 20 metros de diâmetro, transpira mais de 1.000 litros em um único dia, acrescenta.

“Na Amazônia, temos 5,5 milhões de quilômetros quadrados ocupados por florestas nativas, com aproximadamente 400 bilhões de árvores dos mais variados tamanhos”.

“Nós fizemos a conta, que também foi verificada de forma independente, e surgiu o incrível número de 20 bilhões de toneladas (ou 20 bilhões de litros) de água que são produzidos todos os dias pelas árvores da Bacia Amazônica”.

O enigma do desmatamento

José Marengo: “Os rios voadores que geram intensas chuvas no Brasil, no norte da Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, são mais irregulares”

Mas muitas dessas árvores estão em perigo. Os últimos dados divulgados pelo Inpe indicam que o desmatamento está no seu nível mais alto desde 2008.

E uma das grandes incógnitas é o efeito que isso pode ter sobre os rios voadores. Os dados existentes não permitem que isso seja determinado.

“O que foi identificado é que as chuvas estão mais intensas”, disse Marengo à BBC Mundo.

“Imagine um ônibus que vai parando de lugar em lugar. Agora imagine um ônibus expresso que não para do início ao fim. O que estamos vendo é que as chuvas estão cada vez mais concentradas em alguns dias no sul do Brasil, norte da Argentina, Uruguai”, explicou o meteorologista.

“Parece que os ventos estão mais fortes, que o jato, os rios estão mais fortes. São as conclusões das projeções dos modelos climáticos para o futuro”.

“Isso que nos preocupa. Se houver chuvas mais intensas em áreas vulneráveis ​​como São Paulo ou Rio de Janeiro, a possibilidade no futuro de desastres naturais associados a fortes chuvas, como deslizamentos de terra e inundações em áreas urbanas e rurais, também aumenta”, adverte.

“No Brasil, esses fenômenos causam grandes perdas de vida”.

Chuva em outras frentes

Mas nem toda chuva na região centro-sul da América do Sul ocorre por causa dos rios voadores. “A chuva do Uruguai, por exemplo, não é exclusivamente da Amazônia. Uma parte vem da Amazônia e outra das frentes frias do sul”, disse Marengo.

Entre agosto de 2015 e julho de 2016, o desmatamento na Amazônia aumentou 29% em relação ao período anterior

“Algo que não poderíamos identificar é o quanto de chuvas vem de uma determinada região. Por exemplo, para o sul do Brasil saem da Amazônia e de outras fontes, como as frentes frias ou brisa do oceano. Ou até mesmo por evaporação de regiões agrícolas do Centro-Oeste e Pantanal”.

“É uma das maiores questões: poder quantificar a água que sai da Amazônia para a Bacia do Prata, que inclui Uruguai, norte da Argentina e sul do Brasil.”

Mas quando a chuva cai em um campo do Uruguai ou Argentina, talvez muitas pessoas não imaginam que parte dessa água começou sua viagem a milhares de quilômetros. Neste sistema de interconexões tão delicado e profundo, fica claro por que é tão vital para todos proteger a floresta amazônica.

A importância destes fluxos de água se popularizou no Brasil graças ao projeto Rios Voadores, criado pelo aviador e ambientalista Gerard Moss. Ele se inspirou nas investigações de Marengo e Nobre e voou milhares de quilômetros seguindo as correntes de ar, pegando amostras de vapor de água.

A chuva no Uruguai ou no norte da Argentina deve-se, em parte, a essas árvores da floresta amazônica

Moss queria que o conhecimento sobre esses fluxos chegasse ao sistema educacional. Seu programa já alcançou cerca de 900 mil crianças no Brasil.

“Fico feliz em ver que, depois de passar pelo programa, uma criança nota pela primeira vez uma grande árvore na frente de sua escola”, disse Moss à BBC Mundo.

“Antes, nem crianças nem adultos tinham a noção de que, sem os rios do céu, secam os rios da terra”, diz, por sua vez, Antonio Nobre.

“Não se entendia que os rios de vapor são tão vulneráveis ​​às perturbações humanas como outros rios”, acrescentou.

“E, principalmente, muitas pessoas não sabiam que as florestas que bombeiam umidade são essenciais para que os rios voadores sigam cruzando a atmosfera”.

Os sistemas fotovoltaicos vieram para ficar


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Os sistemas fotovoltaicos vieram para ficar

A tecnologia fotovoltaica vem sendo usada, em muitas aplicações seja em sistemas híbridos, conectados à rede elétrica ou isolados.

O efeito fotovoltaico é um recurso de alta tecnologia na conversão de luz solar diretamente em energia elétrica, visando alimentar os diversos tipos de carga, sejam elas acionadas por corrente contínua (cc) ou corrente alternada (ca). A tecnologia fotovoltaica vem sendo usada, em muitas aplicações seja em sistemas híbridos, conectados à rede elétrica ou isolados. Os sistemas isolados são predominantes principalmente quando se tratam de locais remotos, ou até mesmo para consumidores que residem em áreas urbanas mas possuem recurso financeiro para escolher o tipo de sistema que deseja utilizar.

Deve ser ressaltado que a adoção da tecnologia fotovoltaica, como alternativa para a gerar energia elétrica, requer um estudo da energia solar disponível na região, como, por exemplo, o nível de insolação da região, e de um estudo sobre a possibilidade de extensão da rede elétrica convencional até o local onde se deseja utilizar a eletricidade. Para esses sistemas foram publicadas duas normas.

A NBR 16149 de 03/2013 – Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição, prevista para entrar em vigor 12 meses após sua publicação, estabelece as recomendações específicas para a interface de conexão entre os sistemas fotovoltaicos e a rede de distribuição de energia elétrica e estabelece seus requisitos. Aplica-se aos sistemas fotovoltaicos que operam em paralelo com a rede de distribuição.
Não contempla compatibilidade eletromagnética e os procedimentos de ensaio de anti-ilhamento. Os requisitos para a conexão dos sistemas fotovoltaicos à rede podem variar quando é utilizado um sistema de armazenamento de energia ou os sinais de controle e comando são provenientes da distribuidora.

E a NBR 16150 de 03/2013 – Sistemas fotovoltaicos (FV) — Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição — Procedimento de ensaio de conformidade que especifica os procedimentos de ensaio para verificar se os equipamentos utilizados na interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de energia estão em conformidade com os requisitos da NBR 16149. Aplica-se aos conversores estáticos mono ou polifásicos utilizados em sistemas fotovoltaicos de conexão à rede elétrica, conhecidos como inversores de conexão à rede e, aos outros componentes utilizados na interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de energia.

Não trata dos procedimentos de ensaio contra ilhamento, os quais são tratados na NBR IEC 62116 bem como não trata dos procedimentos de ensaio referentes às IEC 62109-1 e IEC 62109-2.

A norma determina que a qualidade da energia fornecida pelo sistema fotovoltaico às cargas em corrente alternada locais e à rede elétrica é regida por práticas e normas referentes à tensão, cintilação, frequência, distorção harmônica e fator de potência. O desvio dos padrões estabelecidos por essas normas caracteriza uma condição anormal de operação, devendo o sistema fotovoltaico deve ser capaz de identificar esse desvio e cessar o fornecimento de energia à rede.

Todos os parâmetros de qualidade de energia (tensão, cintilação, frequência, distorção harmônica e fator de potência) devem ser medidos na interface da rede/ponto de conexão comum, exceto quando houver indicação de outro ponto. A tensão, a potência e a frequência do sistema fotovoltaico devem ser compatíveis com a rede elétrica local. Os valores nominais de frequência e tensão estão contidos nas seções pertinentes do Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST).

Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede normalmente não regulam tensão, e sim a corrente injetada na rede. Portanto, a faixa operacional normal de tensão do sistema fotovoltaico é selecionada como uma função de proteção, que responde às condições anormais da rede. O sistema fotovoltaico deve operar dentro dos limites de variação de tensão definidos no item 5.2.1. A operação do sistema fotovoltaico não pode causar cintilação acima dos limites mencionados nas seções pertinentes das IEC 61000-3-3 (para sistemas com corrente inferior a 16 A), IEC 61000-3-11 (para sistemas com corrente superior a 16 A e inferior a 75 A) e IEC/TS 61000-3-5 (para sistemas com corrente superior a 75 A).

As formas de onda devem ser medidas por um instrumento de medição com armazenamento de dados, por exemplo, um osciloscópio com memória ou um sistema de aquisição de dados, com taxa de amostragem de 10kHz ou superior. A exatidão de medida deve ser melhor ou igual a 1 % da tensão nominal de saída do inversor e melhor ou igual a 1 % da corrente de saída nominal do inversor. Para a medição da tensão, frequência, corrente e potência de entrada e saída do ESE, devem-se utilizar instrumentos de medição com exatidão de medida melhor ou igual a 0,2 % da leitura de tensão, melhor ou igual a 0,01 Hz, melhor ou igual a 1 % da corrente nominal do ESE e melhor ou igual a 0,5 % da leitura de potência, respectivamente.

Para um ESE polifásico, os equipamentos de ensaio e medida devem registrar cada corrente de fase e cada tensão fase neutro ou fase fase, de acordo com o que for mais apropriado ao ensaio. Para a medição do fator de potência e componente contínua, deve-se utilizar um instrumento de medição, por exemplo, um analisador de qualidade de energia ou sistema de aquisição de dados, que seja capaz de medir esses parâmetros com exatidão melhor ou igual a 0,5 %. O instrumento de medição da THDi deve estar em conformidade com a IEC 61000-4-7. O instrumento de medição do ângulo de fase da tensão deve ter exatidão melhor ou igual a 10.

Planeta sustetável

Um problema significativo é criado quando os custos de um sistema conectado à rede são erroneamente aplicados aos sistemas isolados ou híbridos. Os sistemas isolados ou híbridos necessitam de outros componentes tais como baterias, geradores de apoio, assim como sistemas de controle. Os custos destes componentes aumentam o custo global do sistema fotovoltaico, por exemplo, em residências onde a energia elétrica é exclusivamente fornecida através de sistema fotovoltaico, a bateria e outros componentes de controle são indispensáveis.

No final da década 70 e início da década de 80, um estudo feito nos Estados Unidos, paralelo ao programa de incentivo ao uso de sistemas fotovoltaicos em diversas regiões do país, constatou que o custo com estes equipamentos (incluindo preparação do local, fundações, estrutura, instalação elétrica e preparação do sistema) representavam dois terços do custo total de aquisição de equipamentos de um sistema fotovoltaico, ou seja, cerca de 67% do valor total, para sistemas que utilizavam coletores do tipo placa plana.

Atualmente, estes dados não apresentam valores muito diferentes. Ou seja, em alguns casos, pode tornar-se possível a minimização de alguns custos que não estão ligados diretamente aos equipamentos fotovoltaicos como, por exemplo, o tipo de fundação, a escolha do material, mão de obra de instalação, etc.

Uma planta básica para conversão de energia solar em energia elétrica é composta dos seguintes elementos físicos e construtivos :
• Radiação solar – a radiação solar é uma forma energia emitida pelo sol devido a sua temperatura. Portanto, a radiação pode ser considerada como o combustível de um sistema de potência solar.
• Módulo fotovoltaico – o módulo é composto de várias células fotovoltaica interligadas.
• Regulador de carga – é elo de ligação entre o módulo, bateria e equipamentos. Ele protege a bateria de sobrecargas ou de descarga excessiva.
• Inversor ou conversor – esse elemento é responsável pela conversão de corrente contínua (cc) gerada pelo módulo fotovoltaico em corrente alternada (ca).
• Bateria – é o elemento responsável pela estocagem da energia gerada pelo módulo solar.
• Estrutura de montagem – é o suporte de fixação do módulo em seu local de funcionamento.

Os sistemas fotovoltaicos podem ser classificados em autônomos e interligados à rede. Os autônomos podem se dividir naqueles que só fornecem corrente continua, aqueles que fornecem corrente alternada e ainda existem aqueles que fornecem ambas as correntes. Os autônomos produzem eletricidade independentemente de outras fontes de energia. Existem sistemas autônomos utilizados para bombeamento de água, sendo a água armazenada no reservatório para utilização no instante do consumo.

Os sistemas autônomos com armazenamento são utilizados onde se necessita alimentar cargas à noite ou em períodos nublados. Eles compreendem a maioria das aplicações de sistemas fotovoltaicos em regiões remotas ao redor do mundo sendo a eletrificação rural a mais difundida. Podem operar em conjunto com uma outra fonte geradora de energia (geradores eólicos, diesel etc.). Em certas situações podem ser mais econômicos que os sistemas fotovoltaicos puros no fornecimento de eletricidade em projetos isolados de maior escala.

Um sistema fotovoltaico, complementado por outra fonte de energia, requer menor potência instalada de painéis fotovoltaicos e baterias, podendo reduzir os custos totais. Os sistemas interligados à rede são aqueles em que o arranjo de módulos fotovoltaicos atua como uma fonte de energia complementar ao sistema elétrico ao qual está conectado. Esses sistemas não utilizam armazenamento de energia, pois toda a energia gerada durante o dia é entregue à rede e, durante a noite ou em períodos nublados, dela é extraída a energia necessária para alimentar as cargas.

A célula solar é o dispositivo mais importante do sistema fotovoltaico, visto que é responsável pela conversão da energia solar em energia elétrica.

Uma célula solar é, basicamente, um sanduíche contendo uma grade metálica, uma lâmina que coleta os raios solares, uma lâmina absorvedora dos fótons e um contato metálico posterior. Fundamentalmente, este sanduíche é fabricado de modo a conter em seu interior um campo elétrico que permita separar os portadores de carga elétrica gerados pela luz.

Nas células solares de silício cristalino, o campo elétrico interno é fabricado por processos de contaminação controlada e seletiva do material semicondutor. As impurezas mais comumente utilizadas são o fósforo (na camada coletora, semicondutor do tipo-n) e o boro (na camada absorvedora, semicondutor do tipo-p), que permitem construir internamente a barreira de potencial desejada. A corrente elétrica produzida é coletada pelos contatos metálicos nas superfícies.

As células solares normalmente são quadradas ou redondas dependendo do processo de fabricação utilizado. Esta corrente depende da intensidade da radiação solar e da área iluminada. A tensão gerada é apenas uma fração de Volt. A célula solar mais comumente utilizada, de silício cristalino, possui uma tensão de trabalho de aproximadamente 0,5 V. Para uma utilização pratica é necessário conectar várias células em série. Este conjunto de células conectadas é chamado módulo fotovoltaico.

Normalmente, são utilizadas de 30 a 36 células de silício cristalino em cada módulo, dependendo do local onde os sistemas serão instalados (clima frio ou quente). Assim, quando um módulo de 12 V é exposto ao sol, ele gera energia elétrica em corrente contínua, com tensão máxima variando entre 17 e 21 V. Para carregar uma bateria de 12 V, devido às perdas em cabos e diodos, os módulos devem gerar em torno de até 16 V. Para proteger as células solares, os módulos são encapsulados com materiais plásticos (EVA ou PVB). O lado onde a radiação incide é coberto com vidro temperado e a parte posterior com plástico Tedlar.

Finalmente, o módulo é emoldurado com uma estrutura de alumínio anodizado, que lhe dá rigidez e tudo isto o protege contra as intempéries. Normalmente os fabricantes dão uma garantia de 10 a 25 anos (uma garantia típica é de 25 anos para o nível de produção de energia e 10 anos contra defeitos de fabricação), porém espera-se que a vida útil dos módulos fabricados de silício cristalino seja superior a isso. Estão em desenvolvimento módulos fotovoltaicos cujas células solares não são fabricadas de silício (monocristalino, policristalino ou silício amorfo hidrogenado), tais como: disseleneto de cobre e índio (CIS), telureto de cádmio (CdTE), dentre outros.

Um número variado de módulos, por sua vez, pode ser conectado eletricamente até se alcançar a potência desejada, dependendo da quantidade de energia elétrica a ser consumida e da insolação do local, formando um painel fotovoltaico. Os módulos podem ser ligados em série ou em paralelo dependendo da corrente e tensão desejadas. A ligação em série dos módulos fotovoltaicos é feita do terminal positivo de um módulo a um terminal negativo de outro módulo, enquanto as conexões em paralelo compreendem ligações de terminais de mesma polaridade.

Por exemplo sistemas fotovoltaicos para iluminação, TV/vídeo, refrigeração, de médio porte são conectados para operar em tensões de 12 V ou 24 V. Os sistemas de bombeamento d’água trabalham normalmente em tensões superiores. Quando o módulo está exposto ao Sol, ele gera energia elétrica em corrente contínua, dependendo da intensidade da radiação solar e da temperatura ambiente. A capacidade de um módulo fotovoltaico é dada pela potência de pico em Wp.

A condição padrão para determinação desta potência é definida para o módulo exposto a uma radiação solar de 1000 W/m² (radiação recebida na superfície da Terra em dia claro, ao meio dia) e temperatura da célula de 25°C. Pode-se comparar estas condições a um dia ensolarado mas muito frio, ao meio dia, com o Sol a pino, sem nuvens e temperaturas amenas, o que é difícil de obter. Existem vários outros parâmetros elétricos de um módulo, porem o mais importante é a potência que reflete, por exemplo, a capacidade de um conjunto de módulos carregar as baterias (para suprimento de cargas tais como lâmpadas, TV/vídeo etc. à noite ou em períodos chuvosos) ou encher um reservatório d’água (no caso de bombeamento d’água) o mais rápido possível.

As medidas de tensão e corrente de um módulo podem ser desenhadas em um gráfico, que é chamado Curva IxV ou curva característica do módulo (veja a figura ilustrativa abaixo). A corrente elétrica depende da irradiação solar variando significantemente com a variação da intensidade da luz. A tensão elétrica é fortemente influenciada pela temperatura. O aumento da intensidade da luz incidente no módulo aumenta a temperatura das células, diminuindo a tensão do módulo, e consequentemente reduzindo sua eficiência. A tensão diminui significativamente com o aumento da temperatura enquanto que a corrente sofre uma redução muito pequena.

É importante enfatizar que não há geração de potência para as condições de circuito aberto, Voc (porque a corrente é zero) e curto circuito, Isc (porque a tensão é zero). Consequentemente existe somente uma tensão e uma corrente para a qual a potência máxima, Pm, é extraída. A corrente correspondente a tensão de potência máxima é chamada a corrente de potência máxima (Imp). O ponto de potência máxima (Pm) é o ponto da curva IxV para o qual a máxima potência é extraída. Este ponto corresponde ao produto da tensão de potência máxima (Vmp) e corrente e potência máxima (Imp), dado por: Pm = Imp x Vmp. Portanto, os cinco parâmetros utilizados pelos fabricantes para especificar a característica elétrica de seus módulos, sob determinadas condições de radiação solar, temperatura ambiente e massa de ar são: potência máxima (Pm), tensão e corrente de potência máxima (Vmp, Imp), tensão de circuito aberto (Voc) e corrente de curto circuito (Isc).

Gestão de energia
Já a NBR ISO 50001 especifica os requisitos de um sistema de gestão da energia (SGE) para uma organização desenvolver e implementar uma política energética, estabelecer objetivos, metas e planos de ação que considerem requisitos legais e informações relativas ao uso significativo de energia. Um SGE habilita uma organização a atender sua política energética, tomar as devidas ações de melhoria de seu desempenho energético e demonstrar conformidade aos requisitos dessa norma.

Pode-se ajustar a aplicação desta Norma a requisitos específicos de uma organização – incluindo complexidade do sistema, grau de documentação e recursos – e abrange as atividades sob o controle da organização.

Essa norma baseia-se na estrutura de melhoria contínua do Plan-Do-Check-Act e incorpora a gestão da energia nas práticas organizacionais diárias melhoria da competitividade e redução de emissões de gases de efeito estufa e outros impactos ambientais relacionados. Esta norma é aplicável independentemente dos tipos de energia utilizados. Pode ser utilizada para certificação, registro ou autodeclaração do SGE de uma organização. Ela não estabelece requisitos absolutos para o desempenho energético além daqueles estabelecidos na política energética da organização e de sua obrigação de conformidade a requisitos legais aplicáveis ou outros requisitos. Assim, duas organizações realizando operações semelhantes, mas com desempenhos energéticos distintos, podem ambas estar em conformidade com seus requisitos.

Especificamente em seu item 4.3 Política energética: deve declarar o comprometimento da organização para atingir a melhoria do desempenho energético. A alta direção deve definir a política energética e garantir que esta: seja apropriada à natureza e escala do uso e consumo de energia da organização; inclua um comprometimento para melhoria contínua de desempenho energético; inclua um comprometimento para garantir a disponibilidade de informações e de recursos necessários para atingir objetivos e metas; inclua um comprometimento para cumprir com os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos aos quais a organização subscreve em relação à eficiência, uso e consumo de energia; forneça uma estrutura para estabelecer e revisar objetivos e metas energéticas; apoie a aquisição de produtos energeticamente eficientes, assim como de serviços e projetos para melhoria do desempenho energético; seja documentada e comunicada em todos os níveis da organização; e seja regularmente revisada e atualizada se necessário.
4.4 Planejamento energético
4.4.1 Geral

A organização deve conduzir e documentar o processo de planejamento energético. O planejamento energético deve ser consistente com a política energética e deve levar a atividades que melhorem continuamente o desempenho energético. O planejamento energético deve envolver uma revisão das atividades da organização que possam afetar o desempenho energético.

4.4.2 Requisitos legais e outros
A organização deve identificar, implementar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos aos quais a organização subscreve, relacionados ao seu uso e consumo de energia e eficiência energética. A organização deve determinar como estes requisitos se aplicam ao uso e consumo de energia e eficiência energética e deve assegurar que estes requisitos legais e outros requisitos aos quais a organização subscreve são considerados no estabelecimento, implementação e manutenção do SGE. Requisitos legais e outros requisitos devem ser revisados a intervalos definidos.

4.4.3 Revisão energética
A organização deve desenvolver registrar e manter uma revisão energética. A metodologia e os critérios utilizados para desenvolver a revisão energética devem ser documentados. Para desenvolver a revisão energética a organização deve:

a) Analisar uso e consumo de energia com base em medições e outros dados:
1. Identificar fontes de energia atuais;
2. Avaliar o uso e consumo de energia atual e passado.
3. Com base no uso e consumo de energia, identificar as áreas de uso significativo de energia:
4. Identificar as instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal trabalhando para a organização ou em seu nome que afetam significativamente o uso e consumo de energia;
5. Identificar outras variáveis relevantes que afetam significativamente o uso de energia;
6. Determinar o desempenho energético atual de instalações, equipamentos, sistemas e processos relacionados aos usos significativos de energia identificados; e
7. Estimar o uso e consumo de energia futuros.
8. Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria de desempenho energético.

A revisão energética deve ser atualizada a intervalos definidos e em resposta a mudanças expressivas em instalações, equipamentos, sistemas ou processos. Em seu anexo A, a norma detalha que a implementação de um sistema de gestão da energia especificado tem a intenção de obter melhorias de desempenho energético. Portanto, esta Norma é baseada na premissa de que a organização revisará e avaliará periodicamente seu sistema de gestão da energia para identificar oportunidades de melhoria e a implementação. A A organização tem flexibilidade sobre como implementar seu SGE. Por exemplo: o ritmo, extensão e duração dos processos de melhoria contínua são determinados pela organização.

Enfim, a implementação de um sistema de gestão da energia especificado pela NBR ISO 50001 tem a intenção de obter melhorias de desempenho energético. Portanto, é baseada na premissa de que a organização analisará criticamente e avaliará periodicamente seu sistema de gestão da energia para identificar oportunidades de melhoria e a implementação destas. A organização tem flexibilidade sobre como implementar o SGE. Por exemplo, o ritmo, extensão e duração dos processos de melhoria contínua são determinados pela organização.

A organização pode levar em conta considerações econômicas e outras para determinar o ritmo, extensão e cronograma dos processos de melhoria contínua. Os conceitos de escopo e fronteiras permitem flexibilidade à organização para definir o que está incluso no SGE. O conceito de desempenho energético inclui uso e consumo de energia e eficiência energética. Assim, a organização pode escolher dentre uma ampla gama de atividades de desempenho energético. Por exemplo, a organização poderia reduzir demanda de pico, utilizar excedente de energia ou resíduo energético, ou melhorar as operações de seus sistemas, processos ou equipamentos.

A alta direção ou seu representante, ao comunicar àqueles da organização, pode sustentar a importância da gestão da energia através de atividades de envolvimento de funcionários, como delegação de autoridade, motivação, reconhecimento, treinamento, participação e recompensa. As organizações que conduzem planejamento de longo prazo podem incluir considerações de gestão da energia como: fonte de energia, desempenho energético e melhorias de desempenho energético nas atividades de planejamento.

O representante da direção pode ser um funcionário atual, novo ou contratado da organização. As responsabilidades do representante da direção podem abranger a totalidade ou parte de sua descrição de cargo. Habilidades e competências podem ser determinadas em relação ao tamanho da organização, cultura e complexidade, ou a requisitos legais ou outros requisitos. A equipe de gestão da energia assegura a realização das melhorias de desempenho energético. O tamanho da equipe é determinado pela complexidade da organização: para pequenas organizações, pode ser uma pessoa tal como o representante da direção; para organizações maiores, uma equipe multifuncional provê um mecanismo efetivo para engajar diferentes partes da organização no planejamento e implementação do SGE.

A política energética é a direcionadora da implementação e das melhorias do SGE e do desempenho energético da organização no contexto de seu escopo e fronteiras. A política pode ser uma breve declaração que os membros da organização possam compreender prontamente e aplicar às suas atividades de trabalho. A disseminação da política energética pode ser usada como meio de orientar o comportamento organizacional. Onde sistemas de transportes são adquiridos ou utilizados pela organização, o uso e consumo de energia em transporte pode ser incluído no escopo e fronteiras do SGE. Convém que o processo de identificação e avaliação do uso de energia leve a organização a definir áreas de uso significativo de energia e identificar oportunidades de melhoria de desempenho energético. Exemplos de pessoal que trabalha em nome da organização incluem serviços contratados, pessoal em tempo parcial e equipes temporárias.

Fontes potenciais de energia podem incluir fontes convencionais que não foram previamente usadas por uma organização. Fontes alternativas de energia podem incluir combustíveis fósseis ou não fósseis. Atualizar a revisão energética significa atualizar as informações relacionadas à análise, determinação de significância e determinação de oportunidades de melhoria de desempenho energético.

Uma auditoria ou avaliação energética abrange uma análise crítica detalhada do desempenho energético de uma organização, de um processo ou ambos. Baseia-se tipicamente em medição e observação apropriadas de desempenho energético real. Os resultados de auditoria incluem tipicamente informações sobre consumo e desempenho atuais e podem ser acompanhados de uma lista de recomendações priorizadas para melhoria em termos de desempenho energético. As auditorias energéticas são planejadas e conduzidas como partes da identificação e priorização de oportunidades de melhoria do desempenho energético.

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A nova ameaça à soberania brasileira na Amazônia


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No Dia Mundial do Meio Ambiente, o Brasil se viu diante de uma proposta do presidente da Colômbia para criar um“corredor ecológico” que iria dos Andes ao Atlântico, passando pela Amazônia. Segundo o professor Rogério Maestri, porém, as preocupações supostamente ambientais do projeto podem esconder interesses estrangeiros bem mais perversos. 

De acordo com Maestri, de fato, o envolvimento da Gaia Foundation na proposta do Triplo A é mais um indício “de uma direção em termos de ocupação de espaço por outros países”.


“Cristo, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá”. – Mateus 12:25

A nova ameaça à soberania brasileira na Amazônia: Projeto Triplo A

Fonte: http://br.sputniknews.com

O Professor visitante de Engenharia Hidráulica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rogerio Maestri se preocupa não apenas com os aspectos técnicos da questão ambiental, mas também com os fatores geopolíticos por trás de ideias como a do chefe de Estado colombiano, Juan Manuel Santos, que anunciou publicamente em fevereiro que iria propor ao Brasil e à Venezuela este “ambicioso” corredor ecológico.

“Esse tal corredor ecológico, que pra mim não é um corredor, é uma verdadeira ocupação. É o germe de uma ocupação de uma parte do Brasil com o objetivo de isolá-lo do norte, do Caribe, e a América do Sul da parte norte”, disse o especialista em entrevista à Sputnik.

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“Seria o maior corredor do mundo, com 136 milhões de hectares, que batizamos de Triplo A, pois seria andino, amazônico e atlântico, indo dos Andes até o Atlântico, no Brasil”, declarou Santos no programa oficial de televisão Agenda Colômbia, em 16 de fevereiro. Segundo as palavras do presidente colombiano, a proposta serviria para “preservar a área e como uma contribuição da humanidade para a discussão sobre como deter as mudanças climáticas”.

No entanto, de acordo com Maestri, é bastante provável que o discurso de Santos esconda intenções menos louváveis. Em primeiro lugar, conforme aponta o professor, o termo “corredor ecológico” é impróprio para qualificar o projeto do Triplo A.

“De acordo com o costume internacional, se fazem corredores com largura de, digamos, no máximo 1 km. (…) O que chamam de corredor ambiental é algo que varia aqui [no Triplo A] de 50km a 500km. Ele pode ser qualquer coisa, menos um corredor ambiental. É um rasgo que se faz no norte do Brasil”, ressaltou o professor Maestri.

De fato, segundo lembra Maestri, um corredor ecológico legítimo na Amazônia, a saber, que levasse em conta a necessidade de preservar a integridade de uma determinada extensão de mata a fim de garantir o fluxo genético entre espécies e evitar a endogamia, deveria integrar outras regiões mais prejudicadas pela exploração humana na região, e não teria a necessidade ambiental de ir até o Atlântico.

“Por que ir até o Atlântico? Se é problema ambiental, era pra ir mais para o sul, mais para baixo da Venezuela, por exemplo, e não precisava ir exatamente até o Atlântico. Chegar de um lado a outro é claramente estratégico, e não é por acaso que [o Triplo A] teria dois pontos de acesso”.

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PROJETO TRIPLO A: Esse tal corredor ecológico, proposto pelo presidente da Colômbia (um fantoche da elite que controla os EUA e Europa) que não é um corredor, é uma verdadeira ocupação. É o germe de uma ocupação de uma parte do Brasil com o objetivo de isolá-lo do norte, do Caribe, e a América do Sul da parte norte”

Talvez seja interessante notar que a ideia inicial do “ambicioso” projeto de Santos seja atribuída a Martín von Hildebrand, fundador da ONG Gaia Amazonas e membro da Gaia Foundation, organização também não governamental, mas com fortes vínculos com a Casa Real Britânica.

Segundo o site oficial da ONG inglesa, o trabalho na Amazônia começou com a mediação do ambientalista brasileiro José Lutzenberg, que também atuou no ministério do governo Fernando Collor de Mello. Na época, ele sofreu diversas críticas, sendo acusado inclusive de receber dinheiro indevido da Gaia Foundation, como noticiado pela revista Executive Intelligence Review, bem como de isolar os ambientalistas brasileiros das decisões políticas, preferindo o conselho de estrangeiros.

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“Todas as cabeças coroadas europeias gostam muito de ONGs – não as que queiram fazer alguma coisa no seu próprio país, mas que queiram fazer nos outros países”, afirmou o professor da UFRGS.

De acordo com Maestri, de fato, o envolvimento da Gaia Foundation na proposta do Triplo A é mais um indício “de uma direção em termos de ocupação de espaço por outros países”.

“Se se olha a tradição europeia, vê-se que eles enxergam muito longe… Não é, por exemplo, como o americano, que é um pouco mais intempestivo, que tenta invadir no momento. Os ingleses, europeus, em geral, têm um raciocínio mais em longo prazo. Então eles vão implantando essas pequenas coisas, esse tal corredor ecológico, que pra mim não é um corredor, é uma verdadeira ocupação”.

Além disso, Maestri também chama a atenção para o fato de a ideia ser patrocinada pela Colômbia, um dos maiores aliados dos EUA na América Latina, onde Washington dispõe de sete bases militares.

“Do lado da Colômbia tem bases americanas, e do lado do Brasil pode ter bases francesas. Então nas duas extremidades ficam países do Norte, com grande possibilidade de ter acesso a esse ‘corredor’… a essa ocupação. Faz sentido dentro de uma lógica estratégica de OCUPAÇÃO”, explica o professor.

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“E, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir; Marcos 3:24

Se efetuado, o Triplo A seria composto em 62% por território brasileiro, 34% por território colombiano e 4% por território venezuelano. Ou seja, a gestão do “corredor” teria que ser tripartite, o que, de acordo com Maestri, facilitaria a dominação estrangeira da região amazônica, especialmente porque o projeto da Gaia Foundation envolve o conceito de autogestão dos povos indígenas.

 “Essas tribos estão em um processo de incorporação de tecnologias modernas, algumas ainda bem atrasadas, outras mais evoluídas. (…) Com essa autogestão, eles [os índios] ficam sujeitos à manipulação. É mais ou menos o que acontece em diversos países da África, que foram fragmentados ao extremo e agora são sujeitos a invasões permanentes de tropas neocoloniais. (…) Ou seja, essa visão de uma autodeterminação também serve [a interesses estrangeiros]; pode levar eles, daqui a um tempo, a escolherem o país que vai ser o seu suporte. Isso já contraria o princípio pétreo da Constituição que é a indivisibilidade do Brasil”, adverte o especialista.

“Essas comunidades têm todo o direito e devem ser preservadas (…). Porém, provavelmente com o tempo – e isso é mais ou menos lógico –, essas culturas indígenas não vão ficar satisfeitas em viver na ‘Idade da Pedra’ e vão querer mais. Bem, quem vai fornecer esse mais? Vai ser o Brasil, a Colômbia, a Venezuela, ou os países europeus?”, acrescentou.

A gigantesca área abrangida pelo Triplo A guarda enormes reservas de água, minérios e biodiversidade. Ou seja, seria uma imensa riqueza a ser pretensamente “gerida” por povos indígenas, que, segundo observa o professor, “podem ser enganados por qualquer um, um posseiro qualquer”, assim como “podem ser enganados por outros países”.

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Enquanto isso o país esta entregue nas mãos de políticos que só pensam em se locupletar enquanto estão no poder …. CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECEE OS POLÍTICOS QUE ELEGE

Outra evidência dos interesses econômicos por trás da proposta, segundo o professor, é o fato de que o corredor abarcaria a região acima do Rio Amazonas – partes mais altas que, sendo mais secas, seriam mais aproveitáveis para atividades lucrativas, como a criação de gado.

De qualquer forma, o presidente colombiano prometeu apresentar o projeto na próxima conferência ambiental da COP 21, que será realizada entre os dias 7 e 8 de dezembro em Paris. Na opinião de Maestri, entretanto, a ideia não deve dar frutos pelo menos dentro dos próximos cinco anos.

“É um projeto de longo prazo. Depois da COP 21, [a ideia] vai evoluindo, evoluindo, até que vão questionar a própria capacidade do Brasil de gerir essa parte. Como se eles, os europeus, americanos, fossem capazes de gerir. As florestas deles simplesmente foram acabadas. Onde teve colonialismo, acabaram com florestas imensas”, notou o professor.

“Somos tão incompetentes assim? Se a Amazônia existe, é porque tinha um governo brasileiro, que bem ou mal ainda a conservou. Qual a moral que têm países que desmataram, que colonizaram ao máximo – e ainda colonizam, agora com o neocolonialismo –, em chegar e falar que o Brasil é incapaz?” 

De acordo com Maestri, não se pode negar a importância da conservação da Amazônia, mas a tarefa deve ser levada a cabo “dentro da lógica nacional”. O especialista defende, sobretudo, a “presença forte do Exército brasileiro impedindo o corte dessas matas”, o reforço da ocupação do Estado na região e uma “cobertura de satélites” para melhorar o monitoramento, tarefa que, segundo ele, pode ser feita em parcerias múltiplas com outros países, inclusive com o sistema de navegação GLONASS, da Rússia, que acaba de ganhar sua segunda estação no Brasil.

No entanto, Maestri ressalva que o Estado tem que se fazer presente não só na parte da defesa, mas também na esfera social. “A Amazônia não é um vazio”, diz o professor, defendendo a necessidade de dar assistência em saúde e educação às pessoas que habitam a região amazônica. “Ocupar a Amazônia para evitar ser ocupado”, resume ele.

“Se o Estado brasileiro ocupar aquela região efetivamente, ninguém entra. Ocupar integralmente, desde o médico, da professora, do pequeno hospital, até as Forças Armadas”, concluiu o especialista. Postado em agosto 2015.

A AMAZÔNIA NÃO SERÁ TOMADA POR FORÇAS ESTRANGEIRAS, SAIBA POR QUE ACESSANDO O LINK.

Os piores impactos da mudança climática estão começando de fato a acontecer e muito mais rápido do que os cientistas esperavam


As temperaturas da água no Pacífico Norte nunca foram tão altas por tanto tempo em uma área tão grande como tem sido observado em 2015 e isso está exercendo um profundo efeito sobre a vida marinha

  • Caminho sem voltaCorey Accardo/ Ap Photo/ Noaa
por ERIC HOLTHAUS

No futuro, é possível que historiadores olhem para 2015 como o ano em que a merda realmente começou a bater no ventilador. Alguns exemplos: nos últimos meses, ondas de calor recorde no Paquistão e na Índia mataram mais de mil pessoas. No Parque Nacional Olympic, no estado de Washington, nos Estados Unidos, a floresta pegou fogo pela primeira vez na história recente. Londres chegou a ter 36,5 °C durante o dia mais quente já registrado em um mês de julho no Reino Unido; o site do jornal britânico The Guardian teve de fazer uma pausa na cobertura ao vivo sobre a onda de calor porque os servidores superaqueceram. Na Califórnia, que sofre com a pior seca em um milênio, um incêndio em 20 hectares de mata aumentou sete vezes em questão de horas, atravessando um trecho da rodovia I-15, em Los Angeles, durante o horário de pico do trânsito. Dias depois, a região foi atingida por algumas das chuvas de verão mais intensas já vistas no local. Porto Rico está sob seu mais rigoroso racionamento de água da história enquanto um monstruoso El Niño se forma no Oceano Pacífico tropical, mudando os padrões meteorológicos no mundo inteiro.

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Enquanto os imponentes rios da Amazônia são ocupados por usinas hidrelétricas e tornam o Brasil a “Potência Energética do século 21”, o impacto dessas obras nas populações locais continua a ser ignorado.

Em 20 de julho, James Hansen, ex-climatologista da Nasa que voltou a atenção da sociedade para as mudanças climáticas em 1988, lançou uma bomba: ele e uma equipe de cientistas haviam identificado um mecanismo perto da costa da Antártida que sugere que os níveis médios do mar podem subir dez vezes mais rápido do que o previsto anteriormente – 3,05 m até 2065. Os responsáveis pelo estudo fizeram uma advertência arrepiante: se as emissões de carbono não forem cortadas, “o aumento de vários metros no nível do mar se tornará praticamente inevitável. Os problemas sociais e as consequências econômicas disso podem ser devastadores. Não é difícil imaginar conflitos surgidos de migrações forçadas, e o colapso econômico pode deixar o planeta ingovernável, ameaçando o cerne da civilização”.

Eric Rignot, cientista da Nasa e da Universidade da Califórnia (Irvine) e coautor do estudo encabeçado por James Hansen, afirmou que os novos dados não mudam necessariamente o pior cenário possível no aumento do nível do mar, só tornam mais urgentes a discussão e as ações sobre o tema, especialmente por parte de líderes mundiais. Em particular, diz Rignot, a nova pesquisa mostra que um aumento de 2 graus Celsius na temperatura global – o nível de mudança climática que anteriormente foi classificado como “seguro” – “seria uma catástrofe para o aumento no nível do mar”.

O estudo de Hansen também mostra o quão complicada e imprevisível a mudança climática pode ser. Mesmo com as temperaturas dos oceanos globais atingindo os mais altos níveis já registrados, algumas partes do oceano, perto de onde o gelo está derretendo com rapidez excepcional, estão na verdade se resfriando, desacelerando as correntes de circulação oceânica e bagunçando os padrões climáticos. Michael Mann, outro cientista proeminente, recentemente disse sobre a desaceleração repentina das correntes do Atlântico: “Esse foi mais um exemplo de que as conclusões baseadas nas previsões do modelo climático podem ser conservadoras demais quando se trata do ritmo em que certos aspectos da mudança climática estão ocorrendo”.

ESQUERDA

O aquecimento global causará o desaparecimento de ilhas como as Maldivas em um futuro não muito distante.

Como fenômenos envolvendo tempestades e correntes de ar nos Estados Unidos e na Europa são diretamente afetados pela variação das temperaturas oceânicas, a implicação de um trecho de resfriamento enquanto o resto do oceano esquenta é bastante grave. Tempestades deverão ficar mais fortes e o aumento no nível do mar mais acelerado.

Mas, segundo recentes descobertas, essas nem são as alterações mais perturbadoras ocorrendo com a biosfera da Terra. Para entender quais são elas, é preciso olhar não para o aumento nos níveis do mar mas sim para o que está realmente acontecendo dentro dos próprios oceanos. As temperaturas da água no Pacífico Norte nunca foram tão altas por tanto tempo em uma área tão grande como tem sido observado em 2015 – e isso já está exercendo um profundo efeito sobre a vida marinha.

Roger Thomas, de 80 anos, comanda passeios de observação de baleias a partir de São Francisco, na Califórnia. Em uma excursão neste ano, ele viu 25 baleias-jubarte e três azuis. Em 4 de julho, oficiais federais viram 115 baleias em uma hora perto das ilhas Farallon, na costa californiana – o suficiente para enviar um aviso aos navios. Baleias-jubarte às vezes são vistas na costa da Califórnia, mas raramente tão próximas à praia ou em grupos tão numerosos. Por que estão chegando tão perto? A água excepcionalmente quente tem concentrado o krill (espécies de pequenos crustáceos) e as anchovas das quais essas baleias se alimentam em uma faixa estreita de água costeira relativamente fria. As baleias estão fazendo a festa. “É inacreditável”, disse Thomas a um jornal local. “Elas estão em todo lugar.”

No inverno passado, no norte do Alasca, a mesma parte do Ártico onde a Shell está planejando perfurar para procurar petróleo, cientistas descobriram 35 mil morsas congregadas em uma só praia. Foi o maior “agrupamento fora d’água” de morsas já documentado e um sinal de que está ficando cada vez mais difícil de encontrar gelo, habitat preferido desses animais.

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Temperaturas nas alturas, aumento da extensão do deserto do Saara, inexistência de chuvas, incontáveis epidemias: como o Mali se tornou o país africano que mais sofre com os impactos do aquecimento global.

A vida marinha está se mudando para o norte, adaptando-se em tempo real ao oceano em aquecimento. Tubarões brancos foram vistos procriando perto da baía de Monterey, na Califórnia. Nunca haviam ido tão longe no sentido norte, pelo que se sabe. Um marlim-azul foi pego em meados do ano passado perto da ilha Catalina, em Punta Cana – 1.500 km ao norte de sua localização típica. Na Califórnia, foram avistados animais não nativos migrando para o norte, como caranguejos vermelhos.

Nenhuma espécie pode estar tão ameaçada quanto o salmão, uma das mais associadas ao noroeste do Pacífico. A cada duas semanas, Bill Peterson, oceanógrafo e cientista sênior no Northwest Fisheries Science Center da National Oceanic and Atmospheric Administration, no estado norte-americano do Oregon, vai ao mar para coletar os dados que usa para prever o retorno do salmão em meio aos ciclos de procriação. O que tem visto neste ano é profundamente perturbador.

O salmão é crucial para o ecossistema costeiro dele como poucas outras espécies no planeta. Uma parte considerável do nitrogênio nas florestas da Costa Oeste dos Estados Unidos é rastreada até o salmão, que pode viajar centenas de quilômetros rumo ao norte para depositar seus ovos. As maiores árvores da Terra não existiriam sem ele.

No entanto, a situação da espécie é precária. Em 2015, oficiais na Califórnia estão levando o salmão para o sul em comboios de caminhões, porque os níveis dos rios estão baixos demais e as temperaturas quentes em excesso para que esses peixes tenham uma chance razoável de sobrevivência (o salmão começa a vida em água doce, antes de migrar para o mar). Uma espécie, o salmão- -rei, está em um risco especialmente maior de declínio nos próximos anos se a água do mar continuar quente. “Você conversa com os pescadores e tudo o que dizem é: ‘Nunca vimos nada parecido’”, conta Peterson.

Cientistas acreditam cada vez mais que as águas excepcionalmente quentes dos últimos meses são as primeiras indicações de uma mudança de fase na Oscilação Decadal do Pacífico (PDO), um aquecimento cíclico do Pacífico Norte que ocorre algumas vezes a cada século. Fases positivas da PDO duram de 15 a 20 anos, durante as quais o aquecimento global pode aumentar com o dobro da velocidade do que ocorre nas fases negativas. Também tornam a ocorrência do fenômeno El Niño, como o deste ano, mais provável. A natureza das mudanças de fase da PDO é imprevisível – os especialistas simplesmente ainda não descobriram com precisão o que está por trás delas e por que ocorrem quando ocorrem. Não é uma mudança permanente – a temperatura do oceano provavelmente cairá depois dessas altas recordes, pelo menos temporariamente, nos próximos anos –, mas o impacto sobre as espécies marinhas será duradouro e cientistas têm indicado a PDO como uma prévia das consequências do aquecimento global.

“Os modelos de [mudança de] clima previam um aumento suave e lento na temperatura, mas o principal problema que enfrentamos nos últimos anos é a variabilidade muito alta. Como cientistas, não conseguimos acompanhar esse ritmo, e os animais também não”, afirma Peterson. Ele compara o fato a um boxeador sendo massacrado round após round: “Em certo momento, você o nocauteia e a luta acaba”.

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O Ártico está derretendo com mais rapidez do que o previsto – e a liberação de carbono e metano resultante pode se revelar catastrófica.

Nos últimos dois anos, uma mudança persistente nos ventos sobre o Pacífico Norte originou o que meteorologistas e oceanógrafos chamam de “bolha” – um trecho altamente anormal de água quente entre Havaí, Alasca e Baixa Califórnia que jogou o ecossistema marinho em uma espiral descendente. Em meio a temperaturas mais altas, a quantidade de plâncton despencou e diversas espécies que dependem dele migraram ou decresceram.

Ondas significativas de água quente rumo ao norte já foram registradas antes, com alguma frequência. O El Niño, por exemplo, faz isso de forma previsível, mas o que está ocorrendo este ano parece ser algo novo. Alguns cientistas acham que a mudança dos ventos está ligada ao rápido declínio do gelo no mar Ártico nos últimos anos, o que, como demonstrado por outra pesquisa, faz com que os padrões meteorológicos se percam.

O que é cada vez mais aceito entre os cientistas é o fato de que, em muitos ecossistemas, os impactos das atuais temperaturas anormais no Pacífico Norte perdurarão por anos. O maior oceano da Terra, o Pacífico, está exibindo variabilidade cíclica em extremos maiores do que outras bacias oceânicas. Embora o Pacífico Norte seja atualmente a área de mudança mais drástica nos oceanos do planeta, ele não está sozinho: globalmente, 2014 foi um ano recorde nas temperaturas oceânicas e 2015 está a caminho de bater esse recorde, impulsionado pelo El Niño no Pacífico. Seis por cento dos recifes do mundo podem desaparecer antes do final da década, talvez permanentemente, devido ao aquecimento das águas.

Como os oceanos mais quentes expandem em volume, isso também está levando a um grande aumento no nível do mar. Um estudo recente mostrou uma desaceleração nas correntes do Oceano Atlântico, talvez ligada ao derretimento glacial da Groenlândia, que causou um aumento de 10 cm no nível do mar ao longo da costa nordeste em apenas dois anos, entre 2009 e 2010. Parecia que esse aumento repentino e imprevisto seria apenas temporário, mas cientistas que o estudaram estimaram que é um evento que acontece a cada 850 anos. Ele seria capaz de causar uma aceleração da erosão nas praias “quase tão significativa quanto alguns furacões”.

Possivelmente pior do que as temperaturas crescentes nos oceanos é a acidificação da água. Ela tem efeito direto sobre moluscos e outros animais marinhos com carcaça dura: um estudo no ano passado mostrou que, ao longo da Costa Oeste norte-americana, as conchas de caracóis minúsculos já estão se dissolvendo, com consequências ainda desconhecidas para o ecossistema.

Uma das autoras do estudo, Nina Bednaršek, disse à revista Science que as conchas dos caracóis, danificadas pela acidificação do oceano, pareciam “couves-flores”. Um estudo igualmente impressionante conduzido por mais de uma dezena dos principais cientistas oceânicos do mundo afirmou que o ritmo atual de aumento nas emissões de carbono forçaria uma mudança “efetivamente irreversível” nos ecossistemas oceânicos ainda durante este século.

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James Lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível – e que mais de 6 bilhões de pessoas vão morrer neste século.

Devido à pressão que estamos exercendo sobre o ecossistema do planeta – aquecimento, acidificação e a boa e velha poluição –, os oceanos estão prestes a sofrer várias décadas de mudança rápida. Muita coisa pode ocorrer nos próximos anos.

A combinação de nutrientes excessivos do escoamento agrícola, padrões anormais de vento e aquecimento dos oceanos já está criando zonas mortas sazonais em regiões costeiras, quando brotos de alga sugam a maior parte do oxigênio disponível. A aparição de regiões pobres em oxigênio dobrou de frequência a cada dez anos desde 1960 e deve continuar crescendo nas próximas décadas a uma taxa ainda maior.

Até o momento, as zonas mortas permaneceram, na maior parte, perto do litoral, mas no século 21 zonas mortas no oceano profundo podem se tornar comuns. Essas regiões com pouco oxigênio podem gradualmente aumentar de tamanho – e ficar potencialmente com milhares de quilômetros –, o que forçaria peixes, baleias, basicamente todos os animais que vivem no fundo do oceano, a ir para cima. Caso isso ocorra, grandes partes dos oceanos profundos temperados sofrerão com o aumento da camada sem oxigênio, acelerando o aquecimento da superfície do oceano e prejudicando a chegada de água mais profunda e fria, rica em nutrientes, à superfície.

A maior evaporação dos oceanos mais quentes criará chuvas mais pesadas, talvez até desestabilizando o solo e as raízes de grandes florestas, e o escoamento acelerado despejará mais excesso de nutrientes nas áreas costeiras, aumentando ainda mais as zonas mortas. No último ano, tempestades já quebraram recordes em Long Island, Phoenix, Detroit, Baltimore, Houston e Pensacola.

Provas do potencial catastrófico desse cenário vêm também do que aconteceu há 250 milhões de anos, durante o que se chama de “A Grande Agonia”, quando mais de 90% de todas as espécies oceânicas pereceram depois que um jorro de dióxido de carbono e metano de fontes em terra iniciou um período de profunda mudança climática. As condições que ativaram “A Grande Agonia” levaram centenas de milhares de anos para se desenvolver, mas os humanos emitem dióxido de carbono a uma taxa muito mais rápida, então a atual extinção em massa só levou cerca de 100 anos para, acredita-se, começar.

Com todos esses fatores agravantes trabalhando contra, alguns dos ecossistemas mais ricos em espécies nos oceanos podem ser destruídos em algumas décadas. Um estudo recente conduzido por Sarah Moffitt, da Universidade da Califórnia (Davis), disse que o oceano pode levar milhares de anos para se recuperar. “Olhando para frente e pensando no meu filho, as pessoas no futuro não terão o mesmo oceano que tenho hoje”, afirma Sarah.

Como era de se esperar, o fato de terem ingressos de camarote para uma catástrofe ambiental global está sendo um fardo emocional cada vez maior para os cientistas e, em alguns casos, está os levando a se manifestar. Praticamente todos os cientistas entrevistados para esta reportagem – cerca de 20 profissionais – usaram linguagem apocalíptica em algum momento.

Katharine Hayhoe, cientista e evangélica, mudou-se do Canadá para o Texas com o marido, um pastor, exatamente por causa da vulnerabilidade desse estado norte-americano à mudança climática. Lá, ela envolve a comunidade evangélica na ciência, quase como uma missionária faria, mas já está planejando sua estratégia de fuga. “Se continuarmos na rota atual, o Canadá será nosso lar no longo prazo, mas a maioria das pessoas não tem uma estratégia de fuga… então, estou tentando ajudá-las.

E.J+

Em uma entrevista no Salão Oval da Casa Branca, o presidente discute guerra, economia e o que está em jogo no governo norte-americano.

James Hansen, o mais experiente dos cientistas especializados em mudanças climáticas, aposentou-se da Nasa em 2013 para se tornar ativista. Mesmo com toda a melancolia do relatório no qual acabou de colocar seu nome, ele na verdade está um tanto otimista. Hansen sabe que a mudança climática tem uma solução direta: acabar com o uso de combustíveis fósseis o mais rapidamente possível.

Se amanhã os líderes dos Estados Unidos e da China concordarem com um imposto sobre emissão de carbono suficientemente alto e também aplicado a importações, o resto do mundo não teria escolha a não ser adotá-lo. Essa ideia já foi levada várias vezes ao Congresso norte-americano, com apoio morno dos partidos. Embora um imposto sobre o carbono não seja uma grande probabilidade, para Hansen até a menor possibilidade de ações ousadas como essa saírem do papel já é suficiente para que dedique o resto de sua vida a isso. Em uma teleconferência com repórteres em julho, ele afirmou que um possível imposto conjunto sobre a emissão de carbono entre Estados Unidos e China é mais importante do que qualquer coisa que aconteça na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que será realizada entre novembro e dezembro, em Paris.

Um grupo que Hansen está ajudando é o Our Children’s Trust, uma organização de defesa jurídica que entrou com várias objeções em nome de menores de idade sob o pressuposto de que a mudança climática é uma violação da igualdade entre gerações – as crianças, argumenta o Our Children’s Trust, têm o direito legal de herdar um planeta saudável.

Outra objeção às leis dos Estados Unidos está sendo feita por um ex-cientista da Agência de Proteção Ambiental (EPA) do país, que alega que o dióxido de carbono não é apenas um poluente que pode se dissipar sozinho, mas uma substância tóxica. Em geral, essas substâncias têm ciclos de vida excepcionalmente longos no meio ambiente, causam um risco tremendo e, portanto, exigem uma solução. Nesse caso, a solução pode envolver o plantio de grandes quantidades de árvores ou a restauração de pântanos para enterrar o excesso de carbono. Mesmo se essas novas propostas tiverem
sucesso, levará anos até uma mudança ser notada na curva. Talvez isso seja suficiente. Quando tudo parecer perdido, salvar algumas espécies já será um triunfo.

Se a China não reduzir a quantidade de carvão que queima, nada do que for feito para estabilizar o clima adiantará.

Alteração em Cadeia
As mudanças no plâncton são o início de um desastre

Atualmente, registra-se uma queda impressionante na quantidade de plâncton – a base da cadeia alimentar oceânica. Em julho, um grande estudo concluiu que a acidificação dos oceanos provavelmente terá um impacto “bastante traumático” na diversidade do plâncton, com algumas espécies morrendo e outras prosperando. Quando os oceanos absorvem dióxido de carbono da atmosfera, ele se converte em ácido carbônico – e o pH da água salgada cai. Segundo a principal autora do estudo, Stephanie Dutkiewicz, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), essa tendência significa que “toda a cadeia alimentar será diferente”.

O estudo de James Hansen pode ter recebido mais atenção, mas o de Stephanie e outros como ele podem ter implicações ainda mais calamitosas para o nosso futuro. As mudanças rápidas observadas por Stephanie chocaram alguns cientistas e os fizeram pensar que sim, realmente estamos rumo ao pior cenário possível. O aquecimento e a acidificação dos oceanos representam um problema que parece ter dado início a uma extinção em massa que poderá decorrer nas próximas décadas.

Jacquelyn Gill, paleoecologista na Universidade do Maine, sabe muito sobre extinção – e o trabalho dela é mais relevante do que nunca. Essencialmente, Jacquelyn está tentando salvar espécies ao aprender mais sobre o que matou animais que já não existem. Os dados que ela estuda mostram “evidências realmente fortes de que pode haver eventos de mudança climática abrupta que aconteçam durante um período da vida de um ser humano. Estamos falando de menos de uma década”.

Mares Escaldantes
Mais de 90% do calor acumulado pelos gases de efeito estufa nas últimas décadas está armazenado nos mares. Este gráfico representa a quantia de energia presa nos oceanos. Para efeito de comparação, 25 x 1022 joules (o topo do gráfico) é cerca de 500 vezes mais energia do que todos os humanos da Terra consomem a cada ano. Isso mostra o poder do efeito estufa: o dióxido de carbono que emitimos acaba aprisionando o calor do sol com uma eficiência aterrorizante.

Enriquecimento da Vegetação


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A vegetação em torno das nascentes funciona como barreira viva na contenção da água proveniente das enxurradas.
Deve-se priorizar espécies nativas da região que geralmente são divididas em pioneiras e clímax.
Guapuruvu, bracatinga, orelha-de-negro, amoreira, pitanga, alecrim e sibipiruna são exemplos de espécies pioneiras, ou seja de ciclo de crescimento rápido que produzem uma grande quantidade de sementes, facilitando assim a renovação natural da área plantada, já que possuem duração máxima de 20 anos. Exigem muita luz solar e servem para fazer sombreamento para as espécies clímax.
Recomenda-se que as covas das espécies pioneiras devam ser feitas em ziguezague, proporcionando uma cobertura vegetal mais ampla. O plantio das mudas pode obedecer um espaçamento padrão de 3m x 3 m. 


Óleo de copaíba, ipê, peroba, acácia, paineira, jacarandá, cedro, pau-brasil, angico, pau-de jacaré, pau-ferro, entre outras, são exemplos de espécies de clímax, de desenvolvimento mais lento, que necessitam do sombreamento das espécies pioneiras para se desenvolverem. Produzem sementes e frutos e possuem vida média de 100 anos.
A mata ciliar não deve ser plantada em cima da nascente. Deve-se respeitar um espaço mínimo de 30 metros de distância. A renovação da vegetação junto à nascente deve acontecer de maneira natural.

Conservação do Solo
Plantio em curva de nível: é uma técnica de conservação do solo e da água, excelente para o cultivo em morros e terrenos acidentados. Neste tipo de plantio, cada linha de plantas forma uma barreira diminuindo a velocidade da enxurrada.
Evitar queimadas pois estas, causam sérios danos às florestas e outros tipos de vegetação deixando o solo descoberto e matando os microrganismos e a vida do solo. Este solo sem proteção da cobertura vegetal pode ficar endurecido pela ação das gotas da chuva, o que irá reduzir a velocidade e quantidade de infiltração da água, além de favorecer as enxurradas.
Plantio em consórcio, intercalando faixas com plantas de crescimento denso com faixas de plantas que oferecem menor proteção ao solo. As faixas com plantas de crescimento denso têm a função de amortecer a velocidade das águas da enxurrada permitindo uma maior infiltração de água no solo.
Fazer uso dos restos culturais (palhada). Esse material, também chamado de matéria orgânica, quando apodrece favorece os organismos que vivem na terra melhorando as condições de infiltração e armazenamento de água no solo, além de diminuir o impacto das gotas de chuva sobre a superfície.

Para recuperar a área no entorno de uma nascente, o primeiro passo é observar se há formação de capoeira (regeneração natural) com plantas como alecrim, carrapicho, lobeira, assa-peixe, embaúba, pinha-do-brejo, pombeiro, nitidula, vermelhão, pororoca, maria-mole etc. Se esta for a situação da nascente, será necessário apenas cercar, mantendo uma distância mínima de 50 metros ao redor da nascente.

Se o entorno da nascente estiver ocupado com pasto, com poucos arbustos, além de cercá-la será necessário plantar algumas árvores, escolhendo bem as espécies, a quantidade e a distribuição na área. O plantio de muitas árvores perto da nascente pode secá-la por algum tempo.

Dentro da área cercada recomenda-se plantar aproximadamente 30 árvores. Nesta quantidade, essas espécies vão atrair pássaros e outros animais, que trarão novas sementes, ocasionando gradativo reflorestamento da área. Isso aumentará a infiltração da água da chuva no solo e vai conter a terra arrastada por enxurradas, impedindo o soterramento da nascente.

As árvores devem ser bem distribuídas na área, tomando-se o cuidado para alternar plantas pioneiras (que crescem mais rápido), com secundárias e clímax, que crescem mais devagar, porém vivem mais tempo.

A escolha das espécies para a recuperação e conservação das nascentes deve ser em função da umidade do solo (Veja quadro), que é muito variável no entorno das nascentes. Por isso, antes da escolha das espécies, deve-se dividir a área a ser reflorestada em três partes, localizando as seguintes situações:

a) Áreas encharcadas: são as áreas brejosas ou pantanosas que se encontram próximo ao curso d’água;

b) Áreas úmidas: são as localizadas entre as áreas encharcadas e as bem drenadas;

c) Áreas bem drenadas: são as menos úmidas dentro da área a ser reflorestada.

Recomendações

As mudas devem ser plantadas em covas de 30cmx30cmx30cm, ou até 50cmx50cmx50cm, se o solo estiver muito compactado, colocando-se 5 litros de esterco de curral por cova, fazendo o coroamento de meio metro ao redor da muda.

Se não estiver chovendo, as mudas deverão ser molhadas logo depois do plantio e é necessário repetir a operação de três em três dias.

Faça o plantio de preferência no início do período das chuvas.

Não se esqueça de fazer o combate às formigas, que pode ser de maneira prática, plantando-se gergelim nas proximidades da área.

Fonte: Mauripe Cordeiro Durães (coordenador técnico regional de Reforma Agrária/Meio Ambiente da Emater-MG. Para mais informações, consulte o Plantão Técnico da Emater em Belo Horizonte pelo telefone (31) 3349-8120 ou por meio do e-mail atende@emater.mg.gov.br.

Fonte de consulta: Centro de Excelência em Matas Ciliares (Cemac). Convênio: Cemig/Universidade Federal de Lavras/Faepe.

Jornal “Estado de Minas”, 13/12/2010

 

A água é apontada como um recurso natural de altíssimo valor econômico, estratégico e social, já que todos os setores de atividade humana necessitam dela para desempenhar suas funções

vista aérea Pantanal

                                                                                Nossas nascentes

Uma nascente é o aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol subterrâneo

As nascentes, que fluem uniformemente durante o ano, devem ser protegidas contra qualquer agente externo que venha a romper o equilíbrio vigente, diminuindo a quantidade e a qualidade da água

Tendo em vista a vital importância da água de boa qualidade e a possibilidade de ocorrer a sua escassez em várias regiões do planeta, num futuro bem mais próximo do que muitos imaginam, esse problema tornou-se uma das maiores preocupações de especialistas e autoridades no assunto.

As bacias, principalmente as de cabeceiras, devem ser tratadas como algo de mais importante que existe em uma propriedade, pois são elas as responsáveis pela existência das nascentes que, por sua vez, são fontes de água valorosas para a humanidade.

Uma nascente, também conhecidas como olho d’água, mina d’água, fio d’água, cabeceira e fonte, nada mais é que o aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol subterrâneo, dando origem a cursos d’água. As nascentes são fontes de água que surgem em determinados locais da superfície do solo e são facilmente encontradas no meio rural. Elas correspondem ao local onde se inicia um curso de água (rio, ribeirão, córrego), seja grande ou pequeno. As nascentes (ou mananciais) se formam quando o aquífero atinge a superfície e, consequentemente, a água armazenada no subsolo jorra (mina) na superfície do solo.

“Além disso, atualmente, a água está sendo apontada como um recurso natural de altíssimo valor econômico, estratégico e social, tendo em vista que todos os setores de atividade humana necessitam fazer uso da água para desempenhar suas funções, afirma o professor Paulo Santana Castro, do curso

Recuperação e Conservação de Nascentes, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

As estratégias de preservação das nascentes devem englobar pontos básicos como: controle da erosão do solo por meio de estruturas físicas e barreiras vegetais de contenção, minimização de contaminação química e biológica, e evitar, ao máximo, as perdas de água através da transpiração das plantas.

Visando frear o desperdício e a degradação da água, em todas as partes do mundo, diversos órgãos (governamentais e não governamentais) têm se empenhado em criar meios para despertar uma consciência de uso racional da água bem como da preservação dos seus mananciais.

Em todas as atividades realizadas pelo homem, a falta da água terá consequências indesejáveis. Mas na agropecuária em especial, em que a água é requerida em todo tipo de empreendimento, o resultado será ainda mais danoso à humanidade, tendo em vista que se trata da atividade responsável pela produção de alimentos.

As principais causas da degradação que vêm ocorrendo nas bacias de cabeceira são as seguintes:
a) Corte intensivo das florestas nativas: o desmatamento ocorre, basicamente, em função da busca por maiores produções por meio da expansão das áreas produtivas.

b) Queimadas: após o desmatamento, quase sempre, faz-se uma queimada para eliminar restos da floresta (cipós, tocos, galhos e restos das copas das árvores). As queimadas são extremamente nocivas aos solos, pois elas destroem a matéria orgânica da camada superficial do solo, eliminam os microrganismos (decompositores) benéficos do solo que atuam na decomposição de restos de plantas e animais e dificultam a infiltração da água da chuva devido à facilidade com que ocorre o escoamento superficial.

c) Pastoreio intensivo: a criação extensiva de animais em áreas de cabeceiras é uma das formas mais graves de agressão aos mananciais. Isso, porque, na maioria das vezes, as áreas das bacias de cabeceira são subdivididas em pequenas propriedades, nas quais as partes utilizadas como pastos, recebem um número excessivo de animais.

d) Mau planejamento na construção de estradas: a maioria das estradas construídas nas áreas de encosta não passou por um planejamento adequado, visando à proteção das nascentes.

e) Loteamentos em locais impróprios: O crescimento desordenado, sem um planejamento adequado, faz com que, nas periferias, aglomere-se um grande número de pessoas. Desses aglomerados, decorre a compactação do solo, a erosão e o assoreamento dos cursos d’água.

f) Reflorestamento: Essa é uma operação que nem sempre surte o efeito desejado, quando o objetivo é fazer a recuperação e a conservação das nascentes. Deve ser muito bem planejado, orientado e executado por um especialista no assunto antes de o projeto ser executado.

Assim, todo e qualquer planejamento, no sentido de conservar ou recuperar uma nascente, tem como princípio básico criar condições favoráveis no solo para que a água de uma chuva possa infiltrar ao máximo e abastecer uma ou mais nascentes que se encontrem associadas a ele.

O processo de recuperação e conservação das nascentes consiste, basicamente, em três fundamentos básicos, ou seja, proteção da superfície do solo, criação de condições favoráveis à infiltração da água no solo e a redução da taxa de evapotranspiração.

Técnicas vegetativas aplicadas à conservação de nascentes
1) As nascentes que fluem uniformemente durante o ano, independente de seu entorno estar ou não coberto de vegetação, devem ser protegidas contra qualquer agente externo que venha a romper o equilíbrio vigente, diminuindo a quantidade e a qualidade da água.

2) As nascentes que apresentam vazões irregulares, tanto em escala diária, mensal ou anual, necessitam da interferência do homem com o objetivo de conservar e aumentar a produção de água, por meio do aumento da infiltração e da diminuição da evapotranspiração ou, sempre que possível, pela combinação das duas.

3) Escolha de espécies, espaçamentos e sistemas de manejo capazes de produzirem a menor perda possível por evapotranspiração, favorecendo, assim, o abastecimento do lençol freático responsável pela nascente.

4) Melhoria do estado vegetativo das pastagens, por técnicas como rodízio, adubação e substituição de espécies forrageiras, adoção de sistemas silvipastoris, procurando sempre aumentar infiltração de água no solo.

5) Uso de técnicas de manejo dos cultivos agrícolas que protejam bem o solo, tais como: manutenção de vegetação de cobertura entre fileiras da plantação, capina em faixas, bateção entre fileiras da plantação, plantios diretos, plantios em faixas intercaladas e plantações sempre em nível, com ação principal no aumento da infiltração.

6) Uso de renques de vegetação permanente, em nível, servindo de barreiras à livre movimentação da água ao longo da superfície da encosta, facilitando a infiltração. A espécie usada não deve ser invasora.

Recuperação e conservação de nascentes que secaram totalmente
Na verdade, o que leva uma nascente a secar não é o desmatamento, mas a diminuição da capacidade do solo em infiltrar a água da chuva através da superfície do solo.

Sistema funcional de proteção para evitar o secamento e a contaminação da mina

1. Na primeira etapa, é feita a limpeza da área do olho d’água, tirando pedras, tijolos, folhas e toda lama até que se encontre solo firme, onde a água brota limpa e com força.
2. Em seguida, é feita uma mureta, usando pedra-ferro com 20-30 cm de largura. A altura da mureta varia para cada caso, em função da topografia do terreno.
3. Na mureta, durante a sua construção, devem ser colocados sete canos cada um com uma função bem definida.
4. O próximo passo é preencher com pedra-ferro o espaço entre a mureta e a mina.
5. Por fim, deve-se cobrir a mina com lona plástica e aplicar uma boa camada de massa (mistura de barro com cimento) sobre a lona e sobre a mureta frontal de pedras.

Brasil é líder em política ambiental internacional?


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Rafael Loyola 

World Leaders at Rio20

Ao redor da Presidenta Dilma Rousseff, líderes mundiais posam para foto foto oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Com o término da 12ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), realizada na Coreia do Sul há 3 semanas, observamos mais uma reunião com pouco comprometimento ambiental e muitas cartas de intenções.

O Brasil é um líder em negociações internacionais para o estabelecimento de metas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade. O país conta com negociadores bem treinados, tem uma boa política de negociação, um bom engajamento do Ministério do Meio Ambiente e uma boa representação de ONGs em suas delegações. Fizemos bonito no Japão, em 2010, durante a 10ª COP. E é inegável que, mesmo com o aumento recente do desmatamento na Amazônia e outros biomas, ainda somos uma exceção global em termos de controle e monitoramento da perda de hábitat.

Recentemente, disse que o país não pode arriscar sua posição de líder ambiental, tomando decisões absolutamente contraditórias em relação à política ambiental quando essa política é externa ou interna. Vejamos o que tem sido feito internamente no Brasil, em relação às grandes questões ambientais.

Devido às pressões do setor produtivo, o governo revisou nosso então Código Florestal Brasileiro, a legislação mais importante sobre a proteção da vegetação nativa em propriedades particulares. A aplica

Brasil é líder em política ambiental internacional?

ção do Código garantiria a preservação de 193 milhões de hectares (ha) de vegetação nativa, uma área maior que as regiões sul e sudeste juntas. Entretanto, a reformulação dessa lei reduziu a área total que não pode ser desmatada por lei em 87%.

Lobistas do agronegócio argumentam que a restauração florestal imposta pelo novo Código Florestal cria um conflito com a produção agrícola. Um argumento do tipo, “mais vegetação nativa, menos comida no seu prato”. Esse argumento, além de falacioso, é infundado.

Um estudo recente publicado na revista Science mostrou que, dos 4,5 milhões de hectares que devem ser restaurados para que as propriedades rurais se adequem à lei (o que significa que muitos já desmataram bastante mais do que a lei permitia), menos de 1% são atualmente usados pelo setor agrícola. De fato, o Brasil já tem o suficiente para absorver a demanda de produção agrícola no mundo nas próximas três décadas sem desmatar mais um hectare sequer de vegetação nativa, segundo outro estudo publicado esse ano.

Como isso é possível? A chave para abrir esse baú de produtividade está em aumentar a produção das áreas de pastagem no Brasil. Hoje em dia, o país usa apenas um terço do potencial produtivo de suas pastagens. Se utilizássemos metade (e não 1/3) do nosso potencial, em 30 anos poderíamos aumentar a produção de carne no país em 50% e liberar 13 milhões de ha para o cultivo de outras commodities, como soja ou florestas plantadas. E sim, você leu direito: eu disse com apenas metade do potencial produtivo!

Unidades de conservação em perigo

“Outra questão que demanda grande vontade política de nossos governantes é a pressão pelo uso da terra dentro e fora de unidades de conservação (UCs).”

Outra questão que demanda grande vontade política de nossos governantes é a pressão pelo uso da terra dentro e fora de unidades de conservação (UCs). Grosso modo, nossas UCs são divididas em duas categorias: UCs de proteção integral, cujo principal finalidade é a preservação da natureza. A maioria delas sequer permite atividades que pressuponham consumo, coleta, degradaçã dos recursos naturais; e UCs de uso sustentável, cujo objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando a presença humana nas áreas protegidas.

Pois bem, o aumento do conflito com o setor agrícola pelo uso da terra dentro de UCs de proteção integral deve aumentar em 27%. Em áreas de uso sustentável, essa conflito pode aumentar em 33%. O risco desse tipo de conflito traz à tona preocupações sobre como tornar as áreas de cultivo menos impactantes à biodiversidade, com menor contribuição para a emissão de gases de efeito estufa, e sobre quais áreas devem ser usadas para diferentes fins, seja eles agricultura, urbanização ou proteção da biodiversidade, por exemplo (a isso damos o nome chic de zoneamento ecológico-econômico).

Para além dos conflito com o setor agrícola, o governo recentemente reduziu a área de inúmeras UCs. Umtrabalho publicado esse ano na revista Conservation Biology mostrou que desde o início da década de 80, as UCs do Brasil sofreram com processos eliminação total do status de área protegida, redução do tamanho e redução no nível de seu proteção. Isso nos leva à triste constatação de que, no Brasil, a duração do status de uma UC é passageira. Essa brincadeira fez o país perder 7,3 milhões de hectares de áreas protegidas – uma área um pouco menor que a dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo somados.

Veja que a manutenção das UCs no Brasil garantem o armazenamento de pelo menos 3 bilhões de toneladas de carbono (compare com o peso um elefante africano macho, que pode chagar a míseras 6 toneladas!). O que importa é que esse montante armazenado vale aproximadamente 48 bilhões de dólares no mercado mundial de carbono. O estoque de carbono armazenado em nossas UCs gera uma receita potencial de 1,4 a 2,9 bilhões de dólares por ano. Se esses valores fossem internalizados na economia nacional, os benefícios gerados pela manutenção da vegetação nativa excederiam em muito os custos de proteção e manejo das UCs, sendo economicamente ainda mais interessantes que outros tipos de uso de terra, como a pecuária, por exemplo.

Ainda assim, atualmente vemos concessões para mineração dentro e no entorno de UCs e há planos de fazer concessões para a mineração em terras indígenas também. Isso sem mencionar pressões advindas da exploração de gás e petróleo do pré-sal em águas profundas, que sem dúvida terão impactos irremediáveis nos oceanos e em UCs marinhas.

Rios ameaçados

“A construção indiscriminada de hidrelétricas em rios preservados na Amazônia, associada a uma redução (ou eliminação) de UCs na região é um problema sério. Basta pensar que 80% da energia elétrica do Brasil vem de rios que têm pelo menos um tributário que passa por uma UC.”

Projetos em tramitação no Congresso Nacional ainda podem reduzir áreas protegidas em mais de 2 milhões de hectares, caso sejam aprovados, em função da criação de hidroelétricas em rios da Amazônia. Hidrelétricas, que, aliás, emitem uma quantidade enorme de gases que geram aquecimento global, especialmente metano.

A construção indiscriminada de hidrelétricas em rios preservados na Amazônia, associada a uma redução (ou eliminação) de UCs na região é um problema sério. Basta pensar que 80% da energia elétrica do Brasil vem de rios que têm pelo menos um tributário que passa por uma UC. Além disso, 9% de toda água que usamos para consumo é coletada diretamente em UCs e 4% de toda água usada na agricultura e irrigação vem de rios e riachos que correm dentro ou para fora de uma UC.

E nossa política ambiental internacional?

Desde a Rio+20, realizada em junho de 2012 aqui no Brasil, o país parece ter abdicado de sua liderança ambiental internacional. A própria Rio+20 foi duramente criticada por ter diluído uma agenda real sobre a conservação da biodiversidade em meio a uma agenda ambiental difusa, que engloba temas como sustentabilidade, mudanças globais e economia verde, todos tratados de maneira superficial. De fato, o Brasil perdeu uma oportunidade incrível de apontar o caminho para um futuro mais sustentável que inclui o manejo apropriado dos recursos naturais encontrados tanto em UCs quanto em propriedades privadas, a internalização de benefícios econômicos provenientes dos serviços ambientais prestados por UCs e o uso inteligente do dinheiro captado por meio de acordos de compensação ambiental assinados com indústrias de mineração e energia. Esse recurso permitiria, por exemplo, a criação imediata de um fundo de desenvolvimento verde de 3 bilhões de dólares.

Nas conferências internacionais subsequentes realizadas em Hyderabad (na Índia, em 2012), Doha (no Qatar, em 2013) e Warsaw (na Polônia, também em 2013), o Brasil teve uma participação tímida, bem diferente da observada em Nagoya, no Japão. Agora, na Coréia do Sul, não foi diferente.

Em minha opinião, o Brasil ainda tem a possibilidade de aliviar déficits sociais enormes e, ao mesmo tempo, emergir como uma potência verde, com grande influencia internacional. Mas para isso precisa mostrar uma agenda ambiental consistente tanto em suas políticas públicas internas, quanto externas, sem ações contraditórias. O país não deveria arriscar sua posição de líder internacional em questões ambientais, mas, pelo visto, já está arriscando muito. Se é que já não a perdeu.

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# ÍNDIOS – A saída é assinar a Petição: Secretaria Nacional dos Povos Indígenas do Brasil. Os índios estão querendo a Cidadania e participar do Desenvolvimento Sustentável do Brasil. Mas a Sociedade e o Estado não deixando os índios se evoluir. A transformação da Funai criaria um órgão com status de ministério no momento em que temas indígenas ganham destaque na pauta do Congresso. Em paralelo ao projeto de lei 173, a proposta de emenda à Constituição 215 sugere transferir uma Secretaria Nacional dos Povos Indígenas. http://lnkd.in/bwvqDi8

Mudanças Climáticas: Recorde na concentração de gases do efeito estufa


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As Concentrações de gases do efeito estufa são os maiores nos últimos 800 mil anos. A temperatura média aumentou entre 1880 e 2012. O Relatório do IPCC pede fim da emissão de gases que provocam efeito estufa até 2100.

As concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera alcançaram o nível mais elevado dos últimos 800 mil anos, anunciaram especialistas em ciência do clima em um relatório divulgado neste domingo (2) em Copenhague, na Dinamarca.

Relatório do IPCC pede fim da emissão de gases que provocam efeito estufa até 2100. A temperatura média do planeta aumentou entre 1880 e 2012.

Da France Presse, em 02/11/2014 08h30 – Atualizado em 02/11/2014 09h58

http://g1.globo.com/natureza/

A temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos aumentou 0,85ºC entre 1880 e 2012, um aquecimento de velocidade inédita, destacou o Painel Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Segundo os cientistas, o mundo tem pouco tempo para conseguir manter o aumento global da temperatura abaixo do limite de 2ºC, a meta da comunidade internacional.

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As emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa devem ser reduzidas de 40 a 70% entre 2010 e 2050 e desaparecer até 2100, anunciou o IPCC, no relatório mais completo sobre as mudanças climáticas desde 2007.

O relatório científico do IPCC serve de base para as negociações entre os países sobre medida para reduzir as emissões de gases-estufa.

De acordo com o relatório, a Terra caminha atualmente para um aumento de pelo menos 4ºC até 2100 na comparação com nível da era pré-industrial, o que provocará grandes secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, além de fome, populações deslocadas e conflitos potenciais.

“A justificativa científica para dar prioridade a uma ação contra a mudança climática é mais clara que nunca”, disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri.

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Pesquisadores divulgaram relatório em Copenhague, na Dinamarca (Foto: Eld Navntoft/Scanpix Denmark/AFP)

“Temos pouco tempo pela frente antes que passe a janela de oportunidade para permanecer abaixo dos 2ºC”.

O relatório – a primeira revisão global do IPCC desde 2007 – foi divulgado antes das negociações de dezembro em Lima, que pretendem traçar o caminho para a grande reunião de dezembro de 2015 em Paris, que tem como meta a assinatura de um compromisso para alcançar a meta dos 2ºC.

As negociações esbarram há vários anos no debate sobre quais países deveriam assumir o custo da redução das emissões de gases do efeito estufa, que procedem principalmente do petróleo, gás e carvão, que atualmente constituem grande parte da energia consumida.

O documento afirma que o uso de energias renováveis, o aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de outras medidas destinadas a limitar as emissões custaria muito menos que enfrentar as consequências do aquecimento global.

A conta a pagar atualmente para atingir a meta ainda é possível, mas adiar a resposta aumentaria consideravelmente a fatura para as gerações futuras.

“Os custos das políticas de limitação variam, mas o crescimento mundial não seria gravemente afetado”, afirma o IPCC, que calcula que curvas “ambiciosas” de redução de carbono provocarão uma queda de apenas 0,06% no crescimento mundial neste século, que deve ser em média anual de entre 1,6 e 3%.

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“Comparado ao risco iminente dos efeitos irreversíveis da mudança climática, os riscos a assumir para alcançar uma redução são administráveis”, destaca Youba Sokona, um dos cientistas responsáveis pelo relatório.

De acordo com o cenário de emissões mais otimista dos quatro citados no documento, a temperatura média do planeta aumentará este ano entre 0,3 e 1,7 ºC, o que levará a uma alta de 26 a 55 cm do nível do mar.

Segundo a hipótese mais alarmista, o planeta terá um aquecimento de entre 2,6 e 4,8ºC, o que provocará um aumento de entre 45 e 82 cm do nível do mar.

O relatório adverte, sem rodeios, que caso as tendências atuais sejam mantidas, “a mudança climática tem mais probabilidades de exceder 4ºC que de não fazê-lo até 2100″, na comparação com os níveis da era pré-industrial.

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Risco de dano irreversível
Sem ações adicionais para limitar as emissões, “o aquecimento até o fim do século XXI conduzirá a um risco de impacto irreversível generalizado a nível global”, destaca o IPCC. O relatório adverte para os riscos que enfrentamos como consequência de um sistema climático alterado:

  • Agravamento da segurança alimentar, com impacto nas colheitas de grãos e na pesca;

  • Aceleração da extinção das espécies e dano ao ecossistemas dos quais o ser humano depende;

  • Correntes migratórias provocadas pelo impacto econômico dos danos da mudança climática e a perda de terras em consequência do aumento do nível do mar;

  • Maior escassez de água potável (São Paulo), especialmente nas regiões subtropicais, mas também um risco de maiores inundações nas latitudes do norte e do Pacífico equatorial;

  • Riscos de conflitos entre povos e nações por causa da escassez de recursos hídricos e alimentos e o impacto sobre a saúde provocado pelas ondas de calor e a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos.

Climate change is amplifying risks from drought

Se as emissões de CO2 prosseguirem a longo prazo, a acidificação dos oceanos e o aumento do nível dos mares continuará nos próximos séculos. O risco a longo prazo permanece desconhecido sobre uma perda ‘abrupta e irreversível’ dos gelos antárticos, que provocaria um grande aumento do nível das águas.

O IPCC foi criado em 1988 para fornecer aos governos informações neutras e objetiva sobre as mudanças climáticas, seus impactos e as medidas para reverter o problema.

O relatório elaborado por mais de 800 especialistas é o quinto resumo geral da situação publicado nos 26 anos de história do painel.

O documento anterior da mesma importância foi publicado em 2007 e ajudou a preparar a reunião de cúpula de Copenhague de 2009, que fracassou na tentativa de obter a assinatura de um acordo global.

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Consequências drásticas
O primeiro capítulo afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau.

Sobre as previsões, a primeira parte trouxe também a informação de que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900). Isso se a queima de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual e sem o cumprimento de políticas climáticas já existentes.

Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimaram ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte (leia mais aqui).

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Impactos e adaptação
Já o segundo capítulo, lançado no fim de março, concluiu que são “altamente confiáveis” as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões nos próximos anos.

O texto aponta que populações pobres de regiões costeiras podem sofrer com o aumento do nível do mar, altas temperaturas acentuariam o risco de insegurança alimentar e que áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com inundações causadas pelo excesso de tempestades.

O documento afirma também que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas, além de uma possível perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas (leia mais aqui).

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A terceira e última parte afirma que são necessárias mais ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento do planeta a 2ºC até 2100. Segundo os cientistas, é preciso abandonar a queima dos combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, o que seria um nível catastrófico.

Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com

Economia verde requer mudança no consumidor, avaliam líderes do 3GF.


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A construção de uma economia verde só será possível quando houver mudança no modelo de produção adotado pela maioria das nações e no comportamento do consumidor de classe média. Essa foi a conclusão tirada da quarta edição do Fórum Global de Crescimento Sustentável (3GF), que reuniu cerca de 300 líderes de seis países na segunda e terça-feira (21), em Copenhague, na Dinamarca.

 

No último dia de evento, a primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning Schmidt, disse que “a construção de economias verdes não é uma tarefa fácil, e que as nações precisam trabalhar juntas”. Garantir essa conexão, disse ela, é o que o fórum buscou fazer.

Governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, empresários, instituições financeiras e organizações da sociedade civil se debruçaram sobre os principais desafios para a construção de uma economia verde. Copenhague, a cidade mais sustentável do mundo, serviu de inspiração para dois dias de debates, plenárias, rodadas de conversa e negociação, que resultaram em onze parcerias a serem aplicadas em diversas partes do mundo.

Na última plenária do evento, houve consenso de que o modelo econômico atual, centrado na produtividade a todo custo, precisa ser mudado. O ex-presidente do México e atual chefe da Comissão Global de Economia e Clima, Felipe Calderón, disse que quatro medidas precisam ser adotadas com urgência pelas nações: a redução na emissão de gases de efeito estufa, a busca de eficiência energética na indústria, o controle da urbanização e a proteção dos recursos naturais. “Não é uma alternativa, é algo que precisa ser feito imediatamente”, disse. A boa notícia, segundo ele, é que é possível garantir crescimento econômico e, ao mesmo tempo, frear as mudanças climáticas, mas “para isso, grandes mudanças precisam ser feitas”.

O comportamento do consumidor, especialmente o de classe média, foi alvo de preocupação no fórum. A ministra de Meio Ambiente do Quênia, Alice Kaudia, enfatizou que o crescimento da classe média e o aumento do consumo são tendências preocupantes. Ela disse que, “se o comportamento das pessoas não mudar, se elas não começarem a pensar em reaproveitamento, em uso racional e em reciclagem, em pouco tempo não vai haver recursos suficientes para todos”. O presidente do Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Peter Bakker, ressaltou que, se quiserem garantir um mundo melhor para as futuras gerações, as pessoas terão que reconsiderar alguns hábitos comuns. “Ter um carro é mesmo a melhor opção? Ou dividir um carro é um modelo melhor? Os conceitos de propriedade, de compartilhamento, de viver bem, de felicidade, todos terão que ser reconsiderados”, ressaltou.

Criado em 2011, o Fórum Global de Crescimento Sustentável conta com a parceria de seis governos: Dinamarca, China, México, Etiópia, Quênia e Catar. Grandes empresas multinacionais, como Hyundai, Samsung e Siemens também são parceiras, além de organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês), o Pacto Global das Nações Unidas e a Corporação Financeira Internacional do Banco Mundial (IFC, da sigla em inglês).

Com o encerramento do fórum, as atenções se voltam para o Conselho da União Europeia, que deve aprovar, na próxima quinta-feira (23), um pacote de medidas sobre clima e energia para os próximos 15 anos, com amplos efeitos sobre os governos dos 28 países-membros e sobre a indústria. Entre as metas estão a redução em 40% na emissão de gases de efeito estufa e o aumento da eficiência energética das empresas em no mínimo 30%.

(Fonte: Agência Brasil) – http://noticias.ambientebrasil.com.br