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Cientistas demonstram comunicação direta cérebro a cérebro em humanos


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#DivulgaçãoCientífica

Uma nova pesquisa da Universidade de Washington e da Universidade Carnegie Mellon (EUA) desenvolveu uma tecnologia que substitui a linguagem como forma de comunicação, ligando diretamente os cérebros de três pessoas.

A atividade elétrica do cérebro de duas delas serviu como sinal para uma terceira completar uma tarefa, sem que elas tivessem contato umas com as outras.

“Internet de cérebros”

Esse não é o primeiro estudo que testa a comunicação direta entre cérebros.

Um dos pesquisadores líderes desse campo, Miguel Nicolelis, por exemplo, conduziu um experimento que ligou o cérebro de vários ratos criando uma rede ou um “computador orgânico” complexo. Os roedores tinham atividade cerebral sincronizada e se saíam melhor em tarefas do que animais individuais.

Será que o mesmo pode ser feito com seres humanos, ou seja, uma rede de cérebros conectados que funcionam como um supercomputador biológico?

O estudo

No novo estudo, três seres humanos em salas separadas colaboraram uns com os outros em jogo do tipo Tetris, no qual deveriam orientar os blocos para encaixá-los. Dois indivíduos agiam como “enviadores” de sinais (estes podiam ver o jogo), e um como “recebedor” (este só tinha que escolher a orientação).

Os “enviadores” estavam conectados à eletroencefalogramas (EEGs). Para passar a mensagem ao “recebedor” sobre a orientação do bloco, focavam em um flash de luz a determinada frequência. As diferenças nas frequências causavam diferentes respostas cerebrais.

Um pulso magnético era enviado ao “recebedor” usando estimulação magnética transcraniana (EMT). Dependendo do sinal, ele virava ou não o bloco. A partir desse momento, todos viam o resultado do jogo, o que deixava os “enviadores” saberem se o “recebedor” fez o movimento certo, medindo assim a eficácia da comunicação. O trio podia em seguida podia tentar melhorar sua performance.

Para aumentar o desafio, os pesquisadores às vezes adicionavam alguma “interferência” ao sinal enviado pelos “enviadores”. Nesse caso, os “recebedores” ficavam confusos com as informações ambíguas. Rapidamente, no entanto, eles aprendiam a identificar e seguir as instruções mais confiáveis.

Ao todo, cinco grupos de indivíduos foram testados na rede chamada de “BrainNet,” e tiveram mais de 80% de eficácia em completar a tarefa.

Avanços

Esse é o primeiro estudo no qual os cérebros de vários indivíduos foram conectados diretamente de uma forma não invasiva. A quantidade de pessoas que podem ser “ligadas cerebralmente” dessa forma é ilimitada.

Apesar disso, a informação sendo compartilhada era muito simples: uma instrução do tipo “fazer ou não fazer”, ou seja, “sim ou não”.

Ao mesmo tempo, outras interfaces cérebro-cérebro mais invasivas estão sendo desenvolvidas, como uma patrocinada pelo bilionário do mundo tecnológico Elon Musk, contendo um implante com 3.000 eletrodos, e outra financiada pela DARPA (a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA), uma tecnologia capaz de acionar um milhão de células neurais simultaneamente.

Questões éticas

Apesar deste estudo ser menos invasivo que outros como o da DARPA, também levanta preocupantes questões éticas.

Por exemplo, poderia uma interface ou rede cerebral deste tipo ser usada para coagir uma pessoa a fazer algo que não queira, invadindo o seu senso de agência? Poderia ser usada para extrair informações confidenciais, invadindo a privacidade do indivíduo? De forma geral, poderia atrapalhar o senso pessoal (senso do “eu”) de um ser humano?

Uma das nuances da linguagem humana é que aquilo que não é dito é frequentemente mais importante do que aquilo que é dito. Se tais redes se tornarem comuns e permitirem toda uma “abertura” descontrolada de pensamentos e trocas de informações, talvez os benefícios se mostrem menores do que os prejuízos: é o nosso senso de autonomia individual que pode estar jogo.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature. [ScientificAmerican]

Você aguenta ser feliz?


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#DivulgaçãoCientífica

Nizan Guanaes

Ser feliz é quase uma dieta, uma alimentação balanceada da alma

Eu fiz uma cirurgia bariátrica há muitos anos, de maneira estabanada, para me livrar dos meus antigos 150 quilos. Meu pai morreu do coração aos 45 anos, e eu não podia continuar com aquele peso. O médico diz que você vai poder comer de tudo. O problema é que você passa a beber de tudo também.

Eu quase virei alcoólatra. Como, aliás, acontece com muitas pessoas que fazem bariátrica sem se prepararem antes e sem supervisão depois. E foi para cuidar dos meus excessos _de cigarros, bebidas, cafés, refrigerantes e remédios para dormir_ que eu, graças a Deus, conheci o médico psiquiatra Arthur Guerra. Ele transformou a minha vida não me entupindo de mais remédios, mas tirando esses remédios e me entupindo de esportes.

Guerra me botou para fazer triatlos e maratonas e me fez descobrir um mundo que acorda às 5 da manhã e dorme exausto e feliz às 10 da noite.

Mas, de tudo que Arthur Guerra me ensinou, nada é mais brilhante do que a pergunta dele que eu coloquei em cima da minha mesa de trabalho e que tento responder todos os dias: “Nizan, você aguenta ser feliz?” Esta, querido leitor e querida leitora, é a pergunta que dou de presente de ano novo depois de um ano de tantas tristezas, mas também superações. Você aguenta ser feliz?

A pessoa luta para alcançar determinados objetivos na vida e, se e quando consegue atingi-los, quer mais e mais. A gente sonha com uma meta e, quando chega lá, começa a sofrer atrás de outra mais distante. Pedimos aos céus o que não temos, ao invés de agradecermos o que já temos. E, quando atingimos o que tanto queríamos, aí queremos neuroticamente um novo objetivo. Ou seja, estamos sempre deixando para ser feliz na próxima conquista. Isso pode ser (e é) motivador, mas muitas vezes é enlouquecedor também.

Então meu ponto aqui é que a felicidade, como tanta coisa nessa vida, é uma questão de disciplina.

O Dalai Lama diz que a felicidade é genética ou treinada. E de fato tem gente que é feliz por natureza. Para nós, a grande maioria, ela é uma conquista. É como se fosse uma outra carreira, interna: administrador de si mesmo.

E essa pessoa insaciável retratada nesta coluna está, em maior ou menor grau, dentro de todos nós. Os felizes não a escutam muito. Os infelizes são dominados por ela.

Esse comportamento nos leva a fazer duas coisas que são absolutamente inúteis: tentar corrigir erros de coisas que ficaram no passado e postergar a felicidade para conquistas que enxergamos no futuro. Como passar 2021 tentando corrigir os fracassos de 2020 ou adiando a felicidade para 2022.

Por isso, a pergunta é necessária. Será que você aguenta ser feliz? Até porque as melhores coisas da vida não têm preço: amor, família, amigos, fé, respiração.

Ser feliz é quase uma dieta, uma alimentação balanceada da alma. Que mistura bens materiais e, principalmente, imateriais.

Esta é uma reflexão para você pessoa física que pode ajudar muito a pessoa jurídica. Poe isso Harvard tem tratado tanto da administração da pessoa ao tratar da administração da empresa.

O que desejo a você leitor é o que eu me desejo em 2021 e será o meu desafio diário: que você lute para ser as coisas que queira ser, mas não despreze o que é conquistado, o que já é. E que viva 2021, e não 2020 ou 2022.

Até porque o ano que começa será, tem que ser, um ano de cura, de vacina, de virada e de vida. 2020 foi um ano de grande tristeza. De muitas perdas. De muitas e duras lições. Ficamos desesperados e muito tristes, e essa tristeza era inevitável. Mas a vida precisa da felicidade, e a felicidade precisa da vida.

Feliz ano novo!

* Artigo originalmente publicado na Folha de S. Paulo

Publicado por

Nizan Guanaes Criador da N ideias, consultoria das principais marcas do Brasil, investidor e Embaixador Global da UNESCOPublicado • 2 d

Pentágono estão manipulando “Tecido Espaço-Temporal”


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A Intelligence Agency (DIA) conduziu uma extensa pesquisa sobre “ciência periférica”, tocando em fenômenos geralmente discutidos apenas em ambientes paranormais e secretos.

Uma das maiores revelações dadas pelas notícias sobre pesquisas de OVNIs do século 21 foi a revelação de que o Pentágono recentemente financiou investigações sobre fenômenos aéreos anômalos [UAPs, uma nova sopa de letrinhas] da ordem de US$ 22 milhões por ano.  Insiders informantes acreditam que os grupos de inteligência e operacionais dentro do Pentágono estão manipulando a “estrutura do espaço-tempo” que abre portas ou portais espaço-temporais (STARGATES). Essas pesquisas aconteceriam em alguns dos bunkers ultrassecretos encontrados nos Estados Unidos [em várias bases subterrâneas em conjunto com seres extraterrestres – Greys e Reptilianos – tais como a ÁREA-51, DULCE BASE e outras].

Grupos secretos do PENTÁGONO estão manipulando “TECIDO ESPAÇO-TEMPORAL”

Fonte:  SegniDalCielo

Uma das maiores revelações dadas pelas notícias sobre pesquisas de OVNIs do século 21 foi a revelação de que o Pentágono recentemente financiou investigações sobre fenômenos aéreos anômalos [UAPs, uma nova sopa de letrinhas] da ordem de US$ 22 milhões por ano.

Afirmações sobre o envolvimento do governo [através do Pentágono] dos Estados Unidos na pesquisa de OVNIs não são nenhuma novidade na comunidade e grupos de pesquisa sobre OVNIs: o propósito do programa reconhecido publicamente pelo próprio governo dos EUA e vídeos supostamente desclassificados de jatos militares da Marinha dos EUA rastreando e perseguindo objetos estranhos e incrivelmente ágeis nos céus dos EUA criou alguns questionamentos entre a população, a respeito do conhecimento por parte do governo sobre os fenômenos aéreos não identificados e a conseqüente declaração-admissibilidade de aeronaves NÃO HUMANAS ou melhor, de que seriam a presença extraterrestre na Terra.

No entanto, o interesse do Pentágono e do governo dos Estados Unidos não se restringe apenas aos fenômenos aéreos [UAPs]. Uma nova “caixa de documentos” obtidos pela KLAS-TV de Las Vegas parece revelar que a Defense Intelligence Agency (DIA) conduziu uma extensa pesquisa sobre “ciência periférica”, tocando em fenômenos geralmente discutidos apenas em ambientes paranormais e secretos.

O relatório do DIA, intitulado Warp Drive, Dark Energy e Manipulation of Extra Dimensions, parece indicar que a indústria de defesa dos EUA [ leia-se o Complexo |Industrial Militar] pode ter um grande interesse no mistério que cerca os limites da nossa realidade física. 

Os Insiders informantes acreditam que os grupos de inteligência e operacionais dentro do Pentágono estão manipulando a “estrutura do espaço-tempo” que abre portas ou portais espaço-temporais (STARGATES). Essas pesquisas aconteceriam em alguns dos bunkers ultrassecretos encontrados nos Estados Unidos [em várias bases subterrâneas em conjunto com seres extraterrestres – Greys e Reptilianos – tais como a ÁREA-51, DULCE BASE e outras].

Um novo relatório emergiu e parece sugerir que o interesse do DIA nesses temas focados na exploração espaço-tempo pode levar a experimentos nos quais alguém pode sondar os cantos distantes do espaço interestelar.A ideia de que tecnologia suficientemente avançada pode interagir com as dimensões superiores e obter controle direto sobre elas [e impor uma agenda] é uma possibilidade tentadora e certamente digna de investigações mais aprofundadas que certamente já aconteceram no Pentágono.

O controle desse espaço de dimensão superior pode ser uma fonte de controle tecnológico sobre a densidade da energia escura e, em última análise, pode desempenhar um papel no desenvolvimento de tecnologias de manufatura exóticas; especificamente, uma unidade de propulsão warp drive (nave espacial com capacidade de propulsão warp drive).

Não se sabe exatamente por que o DIA está interessado em viagens espaciais exóticas. Em última análise, o relatório não revela nenhum projeto secreto de pesquisa de orçamento econômico “escondido” em tecnologias de dobra-espaço-tempo, mas sugere que o [nefasto conglomerado aeroespacial] Complexo Industrial Militar é atormentado por numerosos desenvolvimentos atuais na física quântica:“ 

Claro, isso pode não ser percebido por muitos anos, mas temos que considerar os muitos fenômenos físicos espetaculares que se acredita serem verdadeiros neste século 21. Também se acredita que o universo não pode consistir apenas em três dimensões espaciais de comprimento, largura e tempo, mas, na verdade, pode haver até sete ou mais dimensões adicionais como uma entidade de cadeia estendida. “

Na ficção científica, muitas vezes são os militares que involuntariamente abrem uma fenda dimensional na tentativa de viajar para um sistema estelar distante – este relatório sugere que tal incidente poderia ocorrer em um futuro próximo ? [JÁ OCORREU] Embora possa parecer fantástico, o relatório termina com a sensação de que “parece muito provável que as mentes criativas do futuro possam encontrar maneiras de alcançar o que, para nós, pode parecer mágico”.

Balzac e os rolezinhos


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Balzac e os rolezinhos

 

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Lucien de Rubempré, personagem pequeno-burguês de Balzac: um mano do século XIX?

Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping, desenrolam-se os capítulos contemporâneos da “Comédia Humana”

Por Fábio Salem Daie

Há cerca de duzentos anos, mais precisamente entre 1842 e 1848, Honoré de Balzac reunia o conjunto de sua obra para a publicação do ciclo romanesco que ficou conhecido como La Comédie Humaine (A Comédia Humana). Resultado de vinte anos de labuta literária, o empreendimento colossal (com mais de oitenta narrativas, muitas interligadas) registrava um dos grandes traços sociais de seu tempo: o esforço da classe burguesa ascendente em firmar-se como classe dominante, não apenas economicamente, senão culturalmente. Isto porque, se a revolução de 1789 havia soado a badalada final à imemorial supremacia política da aristocracia francesa, o período napoleônico e a Restauração mostrariam que havia ainda “feijão a comer” até a substituição de hábitos e valores há muito consagrados.

É nesse contexto que se move Lucien Chardon de Rubempré, famosa personagem deIlusões Perdidas. Fruto da união entre um farmacêutico e a filha de uma família nobre decaída, o pobre e provinciano Lucien planeja vencer na vida por meio de seus talentos literários. Sua beleza, juventude e brilho conquistam o coração da Sra. de Bargeton, rica nobre da cidade de Angoulême, responsável por sua ruidosa acolhida no salão da aristocracia provinciana e que carregará consigo o poeta à capital parisiense.

O rolezinho de Lucien Chardon na Ópera

Censura

Uma das passagens mais importantes do romance tem lugar durante a apresentação de Les Danaïdes, ópera de Antonio Salieri (sim, aquele “arquirrival” de Mozart, emAmadeus). É por meio da Sra. de Bargeton que Lucien tem acesso ao camarote da Sra. D’Espard, prima daquela e marquesa influente da alta sociedade de Paris. É ali também, no entanto, em meio aos grandes brasões da França, que o herói vê tolhidos, pela primeira vez, todos os seus esforços para subir na vida. Jogado entre aqueles de uma classe superior à sua, Lucien fornecerá, sem perceber, as pistas de sua origem humilde e de seu nome vulgar (Chardon).

– Eis o senhor du Châtelet – disse nesse momento Lucien, levantando o dedo para mostrar o camarote da senhora de Sérizy (…). A esse sinal, a senhora de Bargeton mordeu os lábios em sinal de desprezo, pois a marquesa não pôde deixar de escapar um olhar e um sorriso de surpresa, que dizia tão desdenhosamente: ‘De onde saiu esse jovem?’ (…).

– Como fazem o senhor e a senhora de Rastignac, que todos sabem não dispor de mil escudos de renda, para manter seu filho em Paris? – disse Lucien à senhora de Bargeton (…).

– É evidente que o senhor veio de Angoulême – respondeu a marquesa bastante ironicamente, sem deixar o seu lornhão.

Após a ópera, questionada pela prima marquesa se tivera a ousadia de levar o filho de um boticário ao seu camarote, a Sra. de Bargeton se vê obrigada a expiar seus erros, desculpar-se pelo atrevimento e negar três ou dez vezes aquele Cristo vaidoso e belo. Abandonado à própria sorte, Lucien Chardon parte então para o verdadeiro conhecimento de Paris, suas ruas escuras, pensões sujas, figuras miseráveis; bem como seus salões, teatros e galerias vedados à gentalha: tais espaços, somente os burgueses muito ricos ou os artistas muito célebres possuíam a vênia (às vezes não dada) para adentrar.

O desprezo que a nobreza européia dispensava ao burguês era, também, o desprezo por aquele que desconhecia a etiqueta e as boas maneiras da alta sociedade. A detalhes tão eloqüentes (a ponto de denunciarem Lucien) unia-se um universo que poderia girar entre Vivaldi, Bach e Beethoven; Dante, Racine e Milton; os pensadores políticos ingleses, Hobbes, Locke, Bacon; os filósofos da tradição clássica (Platão e Aristóteles) e os filósofos cristãos (Santo Agostinho, Thomás Aquino); francês e latim; noções de arte, história e geo-política; a destreza no manejo de armas; o sentido de dever com o rei e com os servos da terra.

Sangue Bom, Vai no Rolezinho do Bem

Pese a opressão do período feudal e, posteriormente, das monarquias absolutistas europeias, o burguês era encarado como filisteu e ordinário não somente porque escancarava o privilégio como advindo da exploração das camadas mais baixas (fossem camponeses ou operários). Importava o fato de que não dominava o código: a tradição cultural erguida, sepultada e mil vezes refeita através dos séculos, ao longo da ascensão e queda dos impérios. Isto era, em sentido forte, distintivo.

Zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras”

Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping center de São Paulo, desenrolam-se aí os capítulos contemporâneos da Comédia Humanabalzaquiana. Os Luciens Chardon de nosso tempo são meninos e meninas que almejam igualmente melhorar de vida, buscando para isso os símbolos de status e os objetos de desejo pelos quais se sentem menos excluídos de um universo (mesquinho) de valores. Se esses objetos são valor em si, também são os espaços de socialização em que o indivíduo se afirma como integrado.

Todos aqueles elegantes fidalgos usavam luvas magníficas, e ele tinha luvas de policial! Aquele brincava com uma bengala deliciosamente cravejada. Aquele outro usava uma camisa com punhos presos por delicados botões de ouro. Falando a uma senhora, outro torcia uma charmosa gravata (…). Um quarto retirava do bolso de seu colete um relógio liso como uma peça de cem sous (…). Observando essas pequenas bagatelas de que nem suspeitava, o mundo das superficialidades apareceu a Lucien e ele estremeceu pensando que era necessário um enorme capital para chegar ao estado de belo rapaz!

Última atualização da segregação econômica (e racial) que vigora em São Paulo, a repressão ao rolezinho vem escancarar que, em passeata ou arrastão, pesa mais a condição da pobreza do que a de manifestante ou fora-da-lei. Qualquer reunião é suspeita. Ao morro só se concede descer em grupos no carnaval. Fora de época, o morro não desce: ou corre ou marcha. Por essas a elite, quando decide desembolsar cem reais “apenas para entrar” numa casa noturna, sabe, no fundo, que não se trata “apenas” disto. Trata-se, de fato, de comprar a exclusividade do espaço junto àqueles que partilham do mesmo berço (por menos ornado de outras qualidades que não o puro e bom dinheiro). Em São Paulo e no Rio, pagar para entrar é, também, medida social.

Lucien via-se separado deste mundo por um abismo, perguntava-se por que meios poderia transpô-lo, pois desejava se assemelhar àquela esbelta e delicada juventude parisiense. Todos esses rapazes saudavam mulheres divinamente vestidas e belas, mulheres pelas quais Lucien se deixaria cortar em pedaços em troca de um único beijo (…).

La Comédie Humaine completa o ciclo com requintes de histeria. A elite e a classe média escarceam acusações que vão da “falta de modos” a tumulto e vandalismo. Na realidade, a quebra do decoro dos atuais Luciens difere daquela do jovem Chardon. Lucien, à ópera, deixava revelar à aristocracia seu aspecto de impostor, que em vão deseja parecer fidalgo. Lucien adivinhou que tinha ares de quem se vestira pela primeira vez na vida. Os Luciens contemporâneos não pagam esse tributo. Não só derrubam a exclusividade de consumo e de espaços de socialização, mas o fazem sem pedir, criando eles mesmos sua forma de socialização: o (inédito) rolezinho. A classe considerada subalterna inventa para si modalidades de inserção, com capacidade de aglomeração que a classe média apenas conhece em dias de festa.

Gravrara

Quem tem motor faz amor / Quem não tem passa mal (MC Daleste)

Em algum lugar, Jorge Luis Borges explica que a poesia gauchesca – que tanto cantou os feitos do homem do campo na Argentina – é, e só poderia ser, criação de literatos da classe média de Buenos Aires. Isto porque aquilo que os gaúchos reais de fato cantavam ao pé do fogo não era o pampa, o cavalo, o laço: coisas pertencentes ao cotidiano. O gaúchos falavam de coisas a que aspiravam e suas letras, explica Borges, traziam elementos incríveis (causos, personagens…) e algo de tendência reflexiva: um pouco à moda dos repentes e da literatura de cordel nordestinos.

O funk ostentação canta os desejos do jovem da periferia, e que só à primeira vista se resumem à necessidade de consumo. Embora relacionado sem dúvida ao progressivo acesso ao mercado consumidor, facultado pelo aumento da renda e do crédito nos últimos anos, caberia perguntar: assim como as reflexões gauchescas não aspiravam a ser verdadeira filosofia, seria o consumo do funk ostentação tão pretensiosamente sério?

Carros de luxo, helicópteros, aviões e até submarinos surgem nas letras, numa sucessão delirante de marcas e objetos caros, cobertos de ouro. Não algum ouro: mas quilos de ouro. Este toque de (talvez não seja equivocado dizer) “exagero” parece indicar algo óbvio, mas pouco notado nas canções: ostentar e possuir são coisas diferentes.

Se na matriz norte-americana as excentricidades de consumo estão, de fato, à mão derappers milionários, no Brasil tudo parece tomar novas dimensões, próprias à realidade local. Basta ver que boa parte das letras gringas que falam sobre dinheiro vem acompanhada de, por assim dizer, questões práticas: fundos de investimento, transações vantajosas, negócios imobiliários, especulações arriscadas etc. O motivo é simples: os cantores de rap e hip-hop mais bem sucedidos nos Estados Unidos são também empresários, a ponto de, em 2013, a revista Forbes ter organizado as dez melhores dicas de finanças retiradas das letras de hip-hop1. Assim, a posse efetiva de carros luxuosos e iates se expressa, nas letras, pelos problemas que naturalmente assediam este mundo; diríamos, os ossos do ofício.

Esta constatação, comparativamente, deixa ver o peso que a palavra “ostentação” carrega no contexto brasileiro. O “exagero” presente nas letras aponta, sem querer, para o que há de limite na própria ascensão econômica. Pese o dinheiro conquistado por alguns funkeiros da ostentação, é como se dissesse: “vamos passear de helicóptero, porque trabalhar é de ônibus, mesmo”. Não há contradição. A parte do helicóptero é o sonho, o que resiste de lúdico num contexto em que, se há uísque, faltam ainda educação, saúde e moradia de qualidade.

Rebeldes

Talvez isto seja a conexão mais profunda entre os rolezinhos e o funk ostentação. Paquera-se não só pessoas, mas as coisas, sem que isso implique tê-las. É passear antes de possuir, ainda que a posse se mantenha no horizonte. Estar próximo ao universo desejado, dentro dele (nos shoppings), entre um cabedal de objetos que vale mais pelo que tem de possibilidades do que de custo-benefício ou prazo de garantia. Daí a sucessão sem fim de marcas e formas, que atravessam umas as outras, sem fixar-se.

Contudo, o funk ostentação e os rolezinhos também podem ser, ironicamente, o primeiro tempo da questão social no Brasil em 2014, recuperando, quem sabe, ecos de junho do ano passado. Ainda há o que ver nesse rolê.

 

Um abraço

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O artigo de Chico é um avanço no debate sobre as biografias


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Chico trouxe luz à escuridão

Chico trouxe luz à escuridão

Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor.

Aplausos de pé para Chico Buarque. Num artigo publicado pelo Globo Chico trouxe luz, e a dose necessária de complexidade, para um assunto que está sendo debatido de forma simplista, maniqueísta e tola. O trecho em itálico com o qual se inicia este artigo é o fecho do texto de Chico.

Uma pequena atração a mais nas palavras de Chico é a pancada dada na Globo e publicada pelo Globo. Não é que a Globo tenha virado boazinha: são os novos tempos na mídia, apenas.

Provavelmente o roteiro completo é o seguinte. O Globo pediu a Chico um texto. Ele mandou. Em outras épocas – por exemplo, na citada por ele, os anos 1970 – o editor teria amassado o artigo e jogado no lixo. Ninguém ficaria sabendo de nada.

Mente Vazia só Mídia

Agora é diferente. Se o Globo não publica, o texto vai parar em outro lugar, provavelmente na internet. Acaba saindo, e o Globo passa por censor de Chico mais uma vez. “Ah, não mudou nada essa empresa”, concluiriam – acertadamente, aliás – muitos.

Chico foi inteligente e o jornal nada pôde fazer além de publicar uma explicação que não explicava nada no final de um artigo que não contribui em nada para o prestígio da Globo ao relembrar um passado de cumplicidade lucrativa e descarada com a ditadura.

não é só a globo

Em seu artigo, Chico traz uma revelação.

Ele diz que o biógrafo de Roberto Carlos não o entrevistou, embora o tenha colocado na lista das pessoas que ouviu ao longo de quinze anos de trabalho. Tudo é nebuloso, como se vê.

A questão das biografias – voltemos ao tema – é menos fácil de tratar do que muitos gostariam. Dizer que Chico, Caetano e Gil estão fazendo censura é ignorar a desproteção absurda que você tem no Brasil em casos de assassinato de caráter, uma possibilidade frequente em biografias não autorizadas.

Buscar a justiça é virtualmente inútil. Tudo é moroso, angustiosamente moroso, e se você é indenizado a cifra costuma ser ridícula.

É o mesmo caso da mídia, aliás. Tente se ressarcir de uma calúnia. Num caso que mostra o quanto a justiça brasileira é ruim para proteger a privacidade e a reputação das pessoas, diretores da Petrobras caluniados só conseguiram incomodar Paulo Francis por processá-lo nos Estados Unidos.

Francis disse várias vezes que eles eram corruptos. Como falou no Manhattan Connection, em solo americano portanto, os acusados puderam processá-lo na justiça dos Estados Unidos. Francis teve que apresentar provas. O fim da história é conhecido: Francis não tinha prova de nada e, colocado diante de uma indenização milionária, entrou em desespero. Seu coração não aguentou.

No universo das biografias o cenário não é diferente. Chico lembra um caso exemplar: a Companhia das Letras foi obrigada a pagar um dinheiro para filhas de Garrincha. Injusto? A editora ganhou, o autor ganhou – e as filhas?

No caso de estrelas como Chico, Caetano, Gil e Roberto Carlos, o dinheiro é secundário. Mas o problema – a desproteção na justiça – é o mesmo.

Tanto para a mídia como para as biografias, indenizações severas acabam forçando os autores a ter mais cuidado com o que publicam. É o que acontece nos países mais avançados socialmente. Mas não é o que temos no Brasil.

Todos os países que administram bem os limites da mídia têm nas indenizações rápidas e elevadas um dos pontos cruciais. No Brasil, quando o assunto aparece, a tropa de choque da mídia sai gritando que se trata de “censura”.

Não penso....

Nas biografias, a lógica é a mesma.

O que os artistas podem fazer para que a legislação brasileira favoreça menos o assassinato de caráter?

Pouco. Mas, em vez de esperar uma justiça decente, eles podem se mexer para se proteger contra a desproteção.

É o que estão fazendo. É o que eu faria. É o que muita gente que os acusa de censores faria.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Um abraço

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Jogo Misto – Idelber Avelar


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Jogo Misto – Idelber Avelar

Após mais uma pausa, nossa coluna “Jogo Misto” retoma entrevistando o professor de línguas e literatura Idelber Avelar.Idelber Avelar, atleticano, professor titular de Línguas e Literatura da Universidade de Tulane, nos EUA, divide seu tempo entre Nova Orleans e Belo Horizonte. Ativista político e dono de um dos melhores e mais antigos blogs brasileiros, o“Biscoito Fino e a Massa” – onde travamos um debate profícuo em vários posts, em especial sobre o ateísmo. Infelizmente, o blog foi encerrado em 2011, embora os arquivos continuem disponíveis para leitura. Idelber também foi colunista da revista Fórum, onde manteve durante dois anos um segundo blog.O professor e ativista é o entrevistado de hoje da coluna “Jogo Misto”.1 – Como especialista em línguas, como você observa a evolução da língua portuguesa em suas formas coloquial e culta?IA – Bem, ambas formas evoluem como em qualquer outra língua viva. O que seria importante reiterar, à luz de matérias publicadas na imprensa nos últimos anos no Brasil, são algumas distinções que nem sempre ficam claras no jornalismo. Em primeiro lugar, o conceito de “falar errado” não faz sentido do ponto de vista da Linguística, a não ser que você se refira a um falante não nativo que está aprendendo o idioma. Falante nativo não “fala errado”.  As noções de “certo” e “errado” só têm sentido na linguagem escrita, e ainda assim matizadas pelo conceito de adequação. Mesmo quando usamos a noção de “norma culta”, em vez de “português certo”, é importante lembrar que isso só se aplica à escrita. Não se normatiza fala.Nesse tema, o jornalismo com frequência contribui à disseminação de preconceito. Por exemplo, é comum que as transcrições das falas de pobres registrem de forma escrita as apócopes (quedas de fonema), as eliminações das desinências de plural, as substituições de “e” por “i” nos finais átonos de palavras etc. Ora, os falantes chamados cultos também se expressam assim mas, quando dão entrevistas, tudo é transcrito segundo a norma padrão. Todos nós, independentemente do grau de instrução, tendemos a dizer “os carro”, pois o plural já está marcado na flexão do artigo. E aqui chego ao segundo ponto que gostaria de destacar: as pesquisas sociolinguísticas mostram que há relativamente poucas diferenças sintáticas e fonológicas entre falantes cultos e não cultos. Por tudo isso, dever-se-ia ter mais cuidado ao falar de “português errado”.2 – Como você avalia a gestão atual do Ministério da Educação?IA – É difícil avaliar ministério por ministério porque o modelo Dilma é centralizado, com a Presidenta visivelmente tendo muitos problemas para delegar decisões. O que posso dizer sobre educação são duas coisas.A atuação do Ministério durante a greve dos docentes das universidades e institutos federais me pareceu bem truculenta, inclusive com a veiculação de informações falsas sobre os salários dos professores. Escrevi com detalhe sobre a greve num artigo para a Revista Fórum:http://bit.ly/188bsju.  Outro dos problemas graves no trato do Ministério com as universidades foi o retrocesso representado pela Lei 12.772, proposta pelo governo e aprovada em dezembro de 2012. Os retrocessos trazidos por essa lei foram bem detalhados pelas Professoras Maria Tereza Leopardi Mello e Débora Foguel, neste artigo:http://bit.ly/13K5aQT.A iniciativa de grande visibilidade do Ministério da Educação, o programa Ciência sem Fronteiras, me espantou bastante, pela forma como ele foi estabelecido. Dilma convocou os Presidentes de Capes e CNPq com a determinação repentina de que o Brasil mandaria 100 mil estudantes ao exterior. Assim, de forma bem autocrática. Uma enorme parcela são de alunos de graduação que, portanto, fazem no exterior cursos que não diferem muito dos disponíveis aí no Brasil.O programa também manda um recado explícito às ciências humanas e sociais de que elas não importam, e prima pela mercantilização capitalista do conhecimento pressuposta nos seus convênios. Considerando o altíssimo valor das taxas de matrícula em países como os EUA, parece-me disparatado enviar alunos de graduação ao exterior para fazer cursos básicos, que eles poderiam fazer no Brasil, enquanto as universidades federais brasileiras penam com falta de recursos, bibliotecas precárias e salários defasados. É claro que o Brasil deve enviar alunos ao exterior, mas isso faz sentido quando eles já são pesquisadores, ou seja, mestrandos ou doutorandos. Escrevi com mais detalhe sobre o programa no meu Facebook: http://on.fb.me/10Bzgmf3 – Você foi um dos grandes entusiastas da candidatura Dilma Rousseff – inclusive com posts que republiquei aqui à época. Qual a avaliação do governo até agora, entre acertos e erros?IA – Prefiro não falar em acertos e erros, porque isso pressupõe que há uma direção certa com respeito à qual se poderia avaliar o governo. Ora, estamos falando de relação de forças, de escolhas políticas. E, nesse sentido, o apoio de muitos de nós, de esquerda, ao governo Lula advinha do entendimento de que se tratava de um governo que, com todas as suas limitações, com todas as suas negociatas, era um campo de batalha no interior do qual valia a pena intervir – inclusive porque os ataques principais que ele recebia vinham da direita.Certamente não é o caso hoje. Em 2013, pelas mudanças que ocorreram nas políticas estatais e na própria sociedade, muitos de nós, de esquerda, sentimos que é impossível manter com o governo Dilma qualquer relação que não seja de combate político. É verdade que muito do que é ruim no governo Dilma já estava mais ou menos anunciado no governo Lula. Mas algumas coisas se acentuaram ao ponto de representar uma mudança qualitativa.Mudanças aconteceram em áreas como o diálogo com movimentos sociais, a política para LGBTs, a cultura, o meio ambiente, e até mesmo em segurança pública, saúde e comunicações. No MinC, saiu-se de uma experiência inovadora de ampliação do conceito de cultura e de valorização da produção popular, nas gestões de Gil e Juca, para um alinhamento automático com o Ecad e com o lobby dos direitos autorais, na gestão de Ana de Hollanda – que saiu do Ministério, mas deixou um estrago enorme. Mexer nessas placas tectônicas da cultura, como Gil e Juca haviam feito, dá um trabalho imenso. A reversão desse trabalho, no MinC de Ana de Hollanda, não exigiu da direita cultural um grande esforço. Restaurar uma estrutura ossificada é muito mais fácil, porque aí você rema junto com a maré, na inércia do modelo que já existe e que privilegia os poderosos. Gosto muito de Marta Suplicy, mas acho que consertar esse estrago é trabalho para muito tempo. Basta mencionar a revisão da lei de direitos autorais, que já estava quase madura para acontecer quando Juca Ferreira saiu, e que agora sequer está no horizonte imediato, três anos depois. Sobre o que aconteceu com o Ministério da Cultura eu também já escrevi bastante, relatando, inclusive, como se deu o golpe branco contra Juca Ferreira. É só o leitor procurar os vários artigos que publiquei sobre o assunto na Revista Fórum.A área em que ocorreram mais retrocessos, a meu ver, foi no tratamento da Amazônia, do meio ambiente e das populações indígenas. É verdade que também sob Lula houve problemas. Mas sob Dilma intensificaram-se a truculência desenvolvimentista, a recusa a se dialogar com os movimentos sociais e a abordagem colonialista à Amazônia, herdada de Golbery do Couto e Silva. No geral, piorou bastante a situação dos indígenas em relação ao poder público, não só na Amazônia, mas também no caso dos Guarani no Mato Grosso do Sul. Entre os vários componentes da política anti-indígena do governo, poderíamos citar: o ataque da Polícia Federal aos Munduruku; a portaria 303, uma clara afronta aos povos nativos; a intensificação da obsessão barrageira; a demissão, sem qualquer explicação, do cacique Megaron da Funai; a falta de diálogo com os representantes dos povos indígenas; a completa ausência de consideração pelos seus reclamos no caso da usina de Belo Monte; o visível esforço para se aprovar algo que nem a ditadura conseguiu, mineração em terras indígenas; a troca na direção do Ibama, ocasionada por Belo Monte; o sucateamento da Funai, rumo à sua desmontagem, entre vários outros exemplos. Já escrevi muito sobre isso. Um dos textos que posso recomendar é “Crônica de recentes agressões à Amazônia e a seus povos” (http://bit.ly/11n90wa), publicado em novembro de 2011. De lá para cá, a coisa piorou muito.A grande medida dessa piora é a felicidade com que Kátia Abreu e outros representantes do latifúndio se referem ao atual governo. Uma recente entrevista da Senadora do PSD (que vem do DEM, lembremos, e que agora está na base do governo) é uma ótima fotografia disso. Ela disserta longamente sobre a coincidência de visões dela com a Presidenta. Kátia Abreu certamente não é burra e sabe cuidar de si própria. Se ela diz que os interesses do latifúndio estão bem contemplados neste governo, quem sou eu para discordar.

A aliança com os setores religiosos mais fundamentalistas é outra arena em que o governo tem se posicionado muito à direita do que se previa, tanto na sua base de apoio como fora dela. Os frequentes cancelamentos de campanhas educativas sobre Aids ou homofobia, a justificativa da Presidenta de que seu governo não permitiria “propaganda de opção sexual”, o retrocesso na política de drogas, a intensificação do proibicionismo e das interferências da entre religião no Estado são, todos eles, indícios da direitização dos últimos dois anos e meio.

4 – Qual sua avaliação sobre Aécio Neves? Ele tem estofo para ser o líder de uma nova oposição, com proposta de governo consistente?

IA – Nem Aécio Neves nem o PSDB tem uma proposta de governo consistente.

E não a têm porque todas as suas bandeiras – estabilidade econômica, gerenciamento capitalista e eficiente etc. – foram apropriadas pelo PT. Posto que o PT conseguiu também, sob Lula, implantar algumas mínimas medidas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, o PSDB ficou como barata tonta, oscilando entre dizer que os programas de transferência de renda eram invenção sua, por um lado e, por outro, contraditoriamente, afirmar que eles eram esmolas. Não conseguiram se achar até hoje. Mas o tucanismo vive, no interior da própria base do governo. Os prefeitos de Curitiba e Rio de Janeiro, por exemplo, são tucanos da mais pura cepa, eleitos com o apoio do PT. Só saíram do PSDB, mas continuam tão tucanos quanto antes, tão tucanos quanto eram na época em que diziam que o governo do PT era o mais corrupto da História e o PT dizia que eles eram representantes do pior privatismo. O que importa, portanto, não é se o PSDB ou Aécio Neves tem uma proposta de governo consistente. É quanto tempo mais durará a única proposta que existe hoje sobre a mesa, a dominante, a do peteemedebismo—agora que acabou o boom das commodities que permitiu a Lula distribuir algo aos mais pobres sem incomodar os mais ricos.

5 – Você é a favor de uma “Ley de Medios” brasileira?

IA – Sou a favor de legislação que regule o direito de resposta, que limite a propriedade cruzada (ou seja, que impeça que o mesmo grupo controle televisão, rádio e meios impressos no mesmo mercado), que coíba os oligopólios, que incentive a produção nacional e independente, e que estabeleça regras claras, republicanas, para a utilização do espectro eletromagnético, finito e de propriedade pública, cedido sob concessão aos grupos de mídia. Essas regras, evidentemente, devem ser diferentes das que regem a mídia impressa, para a qual só deve a valer a mais absoluta liberdade de se imprimir o que se queira, com eventuais abusos tratados a posteriori por via judicial.

Sou a favor de tudo isso. Sou contra tomar a inexistência disso hoje para desqualificar qualquer notícia que desagrade ao governo. Inclusive porque o governo atual não parece muito interessado em promulgar lei de mídia nenhuma.

6 – Qual sua avaliação sobre o momento atual do Atlético Mineiro?

IA – O Cuca conseguiu armar um time muito bom, com as peças que tinha. É um esquema estranho, no qual não há exatamente armadores. Os dois zagueiros apoiam muito e a ligação entre defesa e ataque se dá através de passes longos. Lá na frente, aí sim, começam as tabelas. Funciona por causa do grande talento de Ronaldinho, Tardelli e Bernard, que sabem aparar bolas quadradas, colocá-las para rolar e aproveitar o trabalho de pivô do Jô, e também por causa dos dois volantes, Pierre e Leandro Donizete, que são ótimos marcadores. Mas é um time extremamente previsível e desprovido de banco. Tem boas chances de ganhar a Libertadores, porque está motivado e decide em casa a semifinal e a final, caso se classifique. Mas não estou otimista quanto ao Brasileirão, porque ali a necessidade de um bom banco se faz sentir.

7 – Você considera que os ateus são uma minoria discriminada no Brasil? Por quê?

IA – Que os ateus são uma minoria discriminada prova-se de forma patente com a última campanha eleitoral para Presidente, em 2010. Os dois principais candidatos, Dilma e Serra, sabidamente não têm nada de religiosos. São ateus ou, pelo menos, agnósticos, mas tiveram que se submeter à pantomima de visitar igrejas e fingir-se crentes, porque no Brasil, segundo a última pesquisa feita sobre o tema, em 2007, só 13% da população aceitaria votar em um ateu. É comum que adolescentes que se declaram ateus sejam reprimidos. Uma enorme proporção de escolas públicas brasileiras descumpre a lei e impõe orações, criando constrangimento a jovens ateus e agnósticos.

O problema é que o ateísmo militante é bastante chato e com frequência envereda por caminhos pouco frutíferos. Não tem sentido ficar martelando a implausibilidade da crença alheia, e nisso eu mudei um pouco desde que escrevi o texto chamado “Ateus, saiam do armário”. Creio que o mais importante hoje é centrar fogo 1) na defesa do Estado laico, na qual vários teístas, como você mesmo, são nossos aliados e 2) no combate à discriminação e à perseguição religiosas, da qual, no Brasil, as grandes vítimas são as religiões afro-brasileiras.

Nisso, não há como se igualar todas as crenças, como fazem com frequência os ateus militantes. O fundamentalismo religioso é obra dos três grandes monoteísmos do Livro.

8 – Qual sua avaliação sobre a crescente ingerência das correntes evangélicas na política brasileira? Seriam uma espécie de “Tea Party” brasileiro?

IA – Há paralelos, sem dúvida. Há muitas diferenças também.

O “Tea Party” funciona como bloco unificado que tenta sequestrar um partido específico, o Republicano, dentro de um sistema bipartidário. No caso brasileiro, para a frente teocrata – que é um termo que eu prefiro, posto que o fundamentalismo cristão também inclui muitos católicos e nem de longe todos os evangélicos fecham com ele –, a estrutura partidária importa muito pouco. Eles estão disseminados por todos os partidos, com a exceção de algumas pequenas agremiações de esquerda.

O que mais chama a atenção é como eles conseguiram colocar suas obsessões na pauta política brasileira e solapar severamente os fundamentos do Estado laico. Isso chama a atenção porque, afinal de contas, eles não são tão numerosos assim. 20% da população é evangélica, mas é uma ilusão acreditar que ela vota em bloco. A porcentagem do eleitorado que os teocratas controlam é pequena. Inúmeras eleições já mostraram isso, e o recente pleito para a Prefeitura de São Paulo foi outro exemplo. No entanto, o governo, preso a uma matemática medíocre da governabilidade, vem fazendo uma concessão atrás da outra a esse bloco, que assim só se fortalece, é claro.

O tão propalado poder do bloco teocrata começa a virar uma profecia que se autorrealiza. Não deixa de ser conveniente para o governo, que apazigua sua base de esquerda apontando para os acordos “necessários” com esse bloco. Estão, evidentemente, criando um monstro. Não falta gente por aí avisando.

9 – Sua atuação na defesa das comunidades indígenas de Belo Monte tem sido bastante ativa. Qual sua análise sobre o assunto? A usina, a seu ver, é necessária?

IA – Ela pode ser necessária para que o governo pague suas dívidas de campanha com empreiteiras. Pode ser necessária para o projeto de expansão de determinadas indústrias eletrointensivas. Certamente não é necessária para o país nem para os povos do Xingu. Desde a concepção do projeto, na ditadura militar, ele vem sido marcado pelo desrespeito aos povos da região. O PT, que participou da resistência à barragem no auge da luta contra ela, em 1989, hoje a implementa com truculência inaudita, contrariando inclusive especialistas em energia de antigas relações com o próprio partido, ou com a esquerda em geral, como Oswaldo Sevá e Célio Bermann. Eu fiz um histórico das agressões ambientais e jurídicas do governo no caso da Usina de Belo Monte, sob a forma de uma bibliografia comentada em cinquenta ítens. A história é longa, horrenda e bem instrutiva sobre como funciona o nosso capitalismo.

Aqui vão os links: http://bit.ly/15cfiHa  e http://bit.ly/15cfma1.

10 – New Orleans é considerada a capital mundial do jazz e do blues. O que indicaria como locais para um turista brasileiro disposto a mergulhar nesta cultura na cidade?

IA – O melhor de New Orleans é sair caminhando e deixar que a cidade te surpreenda. Em qualquer esquina,  você pode ser surpreendido por uma banda de sopros com gente dançando atrás, uma portinha minúscula que leva a um restaurante familiar no qual se come maravilhosamente, uma conversa inaudita.

Eu sugeriria, para começar, o BackStreet Museum, um museu de cultura afro-americana que conta a história dos Mardi Gras Indians (negros de New Orleans que se vestem como ameríndios para louvar as nações indígenas que albergaram escravos fugidios no século XIX, cantando e tocando pandeiros), um passeio pelo French Quarter, que é uma espécie de Pelourinho, uma visita ao Preservation Hall, para ouvir jazz tradicional, um passeio pela Frenchman Street, onde você encontrará a maior concentração de boas casas de música (todas elas bem baratas), um passeio às margens do Rio Mississippi, ou por ele, de barco, e um itinerário gastronômico nos restaurantes familiares, bons e baratos da cidade. Há muito mais, é claro, mas com isso dá para começar.

11 – Um livro inesquecível. Por quê?

IA – Grande Sertão: Veredas. Porque o li no momento certo para perceber tudo o que a literatura pode fazer; porque ele conjuga os mais radicais experimentos literários com a mais tocante consideração dos problemas humanos; porque ele fala do meu mundo, de Minas Gerais; porque ele resiste à releitura como nenhum outro romance que eu conheça (com a exceção de Ulisses, de Joyce); porque nele aprendem-se palavras e aprende-se, acima de tudo, uma relação com a linguagem; porque apesar de conter uma história triste, ele renova a alegria de viver.

12 – Uma canção inesquecível. Por quê ?

IA – “A Flor e o Espinho”, de Nelson Cavaquinho. Também porque a ouvi pela primeira vez no momento certo; porque “tire seu sorriso do caminho/ que eu quero passar com a minha dor” é dos dísticos mais belos da história da música brasileira; porque, como Grande Sertão: Veredas, ela consegue dar voz à melancolia sem pieguice; porque a melodia se casa perfeitamente com a letra.

13 – Finalizando, com os agradecimentos do Ouro de Tolo, algumas palavras sobre o blog ou seu editor.

IA – É um prazer muito grande falar aos leitores do Ouro de Tolo, porque seu editor foi interlocutor do meu antigo blog, o Biscoito Fino e a Massa, porque era uma velha dívida minha com o Pedro, que já me havia feito um gentil convite que aceitei mas não pude cumprir, e também porque tenho carinho especial pelo nome que batiza o blog — Raul Seixas foi meu primeiro ídolo musical.

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NEUROCIENTISTA DE HARVARD VAI AO “PARAÍSO”


Não te contentes em admirar as pessoas bondosas. Imite-as.

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Autor: Hugo Lapa
Algumas raras experiências de EQM (Experiência de Quase Morte) se passam em estado de coma, após algum acidente, trauma ou doença. O coma é um estado de inconsciência total ou parcial onde uma pessoa experimenta uma atividade cerebral mínima, geralmente causada por alguma lesão cerebral. O ind

ivíduo pode ficar dias, meses ou mesmo anos inconsciente e como que “adormecido” num leito sem qualquer movimento físico. Para aqueles que creem no plano espiritual e na saída do corpo imaterial após a inconsciência da mente objetiva, não é difícil imaginar que as pessoas em coma possam viajar por regiões etéricas e astrais, invisíveis aos olhos humanos, com seu corpo espiritual. A maioria das pessoas não tem qualquer recordação daquilo que lhes ocorre durante o estado comatoso, mas há um pequeno percentual de indivíduos que relatam experiências fantásticas de reinos espirituais desconhecidos.Os corpos vibracionais do homem oe da mulherEste foi o caso do professor e doutor da Universidade de Harvard Eben Alexander. O professor de Harvard chegou até a ser capa da prestigiada Revista Newsweek. Eben escreveu um livro contando a sua experiência; o livro se chama “Proof of Heaven” (Prova do Céu). Em linhas gerais, Eben esteve sete dias em coma, e sentiu que esteve no que ele mesmo chamou de “paraíso”. Além de ser professor da maior universidade do mundo, Eben é um neurocientista muito experiente e muito respeitado no meio acadêmico mundial, e por esse motivo, sua experiência chamou a atenção de cientistas e da imprensa em geral.Antes de ter a EQM durante o coma, o professor de Harvard era completamente cético quanto a realidade espiritual. Em seu relato, Eben conta que esteve durante sete dias naquilo que só poderia ser chamado de “paraíso”. Esteve também junto com um ser feminino; um ser que, nas palavras de Eben: “Se ela te olhasse daquele jeito por 5 segundos, com aqueles olhos luminosos, sua vida inteira até aquele momento já teria valido a pena. As cores de tudo à sua volta tinham um aspecto ‘avassalador e super vívido’.” O professor disse que “estava em cima de nuvens rosadas que contrastavam com um céu azul escuro. Acima dele, seres transparentes (nem anjos, nem pássaros, uma forma superior, segundo ele) cruzavam o céu”. Ele sentia como se estivesse naquele lugar há muito tempo e não tinha nenhuma memória de sua vida aqui na Terra.o Espírito desprende-seA experiência de Eben parece ter sido tão forte, que o professor perdeu a memória de sua vida na Terra. Enquanto estava nesta suposta “região celeste”, ele não tinha mais uma identidade humana, e tampouco se recordava da vida na Terra. Num certo momento, o ser espiritual que o acompanhava disse: “Iremos mostrar muita coisa pra você aqui. Mas eventualmente você vai voltar”. Eben ficou confuso e perguntou “Para onde?”. Com essa pergunta, fica claro que Eben, de fato, havia perdido sua memória terrestre, de tão mergulhado que estava nesta esfera paradisíaca.

O espírito de luz feminino que estava com ele disse três frases que encerram uma grande sabedoria, e que tocaram Eben profundamente. Por telepatia, irradiando estas ideias, ela disse: “Você é amado e querido para sempre”, “Você não tem nada para temer” e “Não tem nada que você pode fazer de errado”. A primeira frase fala, obviamente, do amor universal que permeia todo o universo, e que todos os seres vivem eternamente numa realidade de amor divino e incondicional, independente da condição material em que estejam encerrados. A segunda frase fala a respeito da confiança que devemos ter na harmonia universal: todos os seres vivem uma ordem cósmica inquebrantável de evolução, e quanto ao nosso destino, nada há o que temer, pois somos filhos do universo, e temos nosso lugar garantido na eternidade. A terceira frase descreve como nossos erros mais profundos, por mais devastadores que sejam em seus efeitos, sempre criam uma fonte viva de ensinamentos e bençãos, tal é a lei natural da vida.

Algumas pessoas podem descartar o relato de Eben e coloca-lo no terreno da fantasia e do subjetivo. O fato é que Eben é um dos neurocientistas mais prestigiados do mundo e até então (antes desta experiência) possuía uma forte inclinação ao ceticismo e ao ateísmo. É difícil imaginar um cientista de tanto valor acadêmico e de orientação essencialmente cética se deixar levar tão facilmente por um capricho de sua imaginação.

Desdobramento 

Em suas próprias palavras, esta EQM em estado comatoso foi uma experiência muito mais real do que a realidade que acreditamos viver neste mundo. Por outro lado, numa recente entrevista, Eben mostrou a tomografia tirada da sua condição cerebral durante o coma. De acordo com os exames e nas próprias palavras de um dos maiores neurocientistas do mundo, seu cérebro estava desligado, sem nenhuma atividade. Logo, não poderia jamais criar imagens, ainda mais cenas tão vívidas e claras como a que ele experimentou.

 
Hugo Lapa
Terapeuta de Vidas Passadas
CANAL DO YOUTUBE: Espírito em Evolução
Adquira gratuitamente meu livro: Tratado de Terapia de Vidas Passadas (658 páginas)
ALERTA DAS AUTORIDADES

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES


313418_288453321178888_100000426674204_1062005_378121467_nREDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES
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Imperdível para amantes da língua portuguesa, e também para Professores.
Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema: ‘Como vencer a pobreza e a desigualdade’
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ

‘PÁTRIA MADRASTA VIL’

Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência…
Exagero de escassez…
Contraditórios?
Então aí está!
O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada – e friamente sistematizada – de contradições.
Há quem diga que ‘dos filhos deste solo és mãe gentil’, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.
Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil, está mais para madrasta vil.
A minha mãe não ‘tapa o sol com a peneira.’
Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir.
Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra…
Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição.
Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí.
O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito.
Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura.
As classes média e alta – tão confortavelmente situadas na pirâmide social – terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)…
Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra?
De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo.
Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil?
Ser tratado como cidadão ou excluído?
Como gente… Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel Vianna Silva, 26, estudante que termina Faculdade de Direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)por uma redação sobre ‘Como vencer a pobreza e a desigualdade’. A redação de Clarice, intitulada’Pátria Madrasta Vil’, foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

Por favor, divulguem.

Aos poucos iremos acordar este”BraSil”.

Fazer Greve é Legal…


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Divulgação Científica

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Greve de professores nas universidades federais

Leandro Moraes/UOL

Fazer Greve é Legal…

Hélio Araújo Silva

Qual é o motivo de tantas greves?

Resposta: DSB e P. kkkkkkkk!

-Politização? Claro que não.

Outra chance?

-Dinheiro, Sexo e Beleza, uma equação que se fecha com o Poder.

Isso também porque o Poder vem bem mais tarde.

A força da Globalização (e sua contra indicações) chegou com algumas defasagens… mas, chegou.

No Brasil, inclusive, isto se traduz no complexo de Shangri-La, o da eterna juventude.

Só se salvaram os evangélicos, com raras exceções, por causa de seus dogmas neste aspecto.

Tudo isso tem, de fato, causas culturais e sociológicas.

Esse tema, no entanto, é tão complexo, que uma simples crônica como esta não dá conta!

Mas, por enquanto, não deixem nossas fronteiras sem proteção; isso não…

Traz muitas consequências e todas elas são muito ruins.

Racionem!

Pensem com a mente e não com o bolso!

Senão, durmam se puderem…

Coitadinha da Presidenta Dilma!

O pior de tudo é o que vem dessas notas e que traz o tom do verdadeiro problema do Brasil:

Brasil se afasta de países avançados,

diz estudo:

O  Brasil entrou num processo de desindustrialização precoce e de distanciamento em relação às economias avançadas, sobretudo as que estão hoje na fronteira do desenvolvimento tecnológico, segundo estudo dos

economistas André Nassif, do BNDES e da Universidade Federal Fluminense (UFF),

Carmem Feijó, da UFF, da Eliane Araújo, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

A queda da fatia da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB),

a elevação do déficit comercial nos setores mais intensivos em tecnologia e o aumento da distância da produtividade do trabalho na indústria brasileira em relação à americana apontam nessa direção, dizem os autores.

O Congresso Nacional Não é Guardião do povo e nem Príncipe, é, no máximo, um Arauto do Poder.

(e anda como tartaruga)…

Os congressistas têm que fazer uma emenda para regulamentar as greves.

Não deixem isso acontecer de novo!

Senão, vai ficar cada vez mais claro que muitos continuam apenas legislando em causa própria.

É aquela coisa mais amorfa, sem forma.

O Congresso faz de conta que não é sua a responsabilidade, como instituição legitima, de tomar conta da Pátria e da Nação. Só que, assim procedendo, o Congresso espelha uma ação de má fé, esquecendo-se de que os nossos congressistas foram eleitos com base num compromisso, de fato, com o Povo Brasileiro que os elegeram para ocupar uma cadeira no Congresso Nacional como seu mais direto representante.

Sobre este assunto, não se esqueçam de que, segundo o Guinness World Records (- Não sei se choro ou… kkkkkk!)

demonstrou que o nosso Congresso Nacional e o nosso Judiciário estão no rol das instituições mais caras do mundo…

Toda unanimidade é burra.
Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.

Nelson Rodrigues

“O Príncipe das Crônicas”

Que Nação é essa ora estamos há construir?

O Brasil sem defender a nossa Pátria, por causa de dinheiro isso não pode.

A Presidente Dilma tem convocar as Forças Armadas.

Os funcionários públicos (com letra minúscula) do Brasil que não há patriotismo.

Não sejamos ingênuos!

Os Piratas levam nos traz muitos vírus.

Por isso é tão importante vigiar as fronteiras.

Temos muitos inimigos.

A ONU divulgou o Brasil é dos maiores defasagens de renda.

 A que interessa essa noticia?

Têm países essas taxas é um descalabro.

E porque as divulgam os outros?

Mais os sindicatos só se interessam em sua arrecadação.

Só falar altos salários Polícia Federal.

O que é salário mínimo C$ =/-600. Mais um terço população vivem de uma Bolsa Família, deixa pra lá.

Autoridades (ufa!) como ele gosta ser chamado.

Sem falar das doenças como Aftosa que “os oportunistas” para boicotar o nosso Desenvolvimento, ao atravessar nossas as fronteiras para desestabilizar o Agronegócio tendo consequências no Mercado Internacional.

Não podemos deixar sair pelos dedos a grande arrancada o País deu.

Sem falar nos Piratas aproveitam para traficar as riquezas naturais…

Não podemos deixar que a fala do ex-presidente Charles de Gaulle, França 1963.

– (Esse não é País sério!) De certa gafe Diplomática.

Que pena os assessores lhe alertou que o Brasil não tinha ENAR-França, que a função de formar os funcionários daquele País.

No fundo ele estava certo? Mais mil vezes não.

O Brasil que o Gaulle, hoje, tem Futebol, Carnaval, Bumba meu Boi e São João e também o Desenvolvimento… Que ouro é do nosso País da alegria é muito diferente tem projeto de governo.

O Brasil é oitava economia do mundo, tem projetos admiráveis em todas as Nações do mundo elogiam.

Tem um governo Eleito no processo livre Democrático e Soberano.

Aí vêm uns grevistas por força de sindicato (s), com desejo comprar mais,

e os afiliados com desejo consumir mais e fazer viajes ao exterior para gastar em Dólares…

O Brasil ainda não consegue ver a contradição do nosso modelo produtivo?

Já somos estabilizados como a 6º maior economia do mundo, mas crescimento econômico…

Apesar de vangloriar na frente de potência mundial.

Disse o governo do Brasil saímos frente dos grandes!

Fogo de palha?

Vamos ver.

O futuro nos aguarda. Anão disse ditado popular: – A esperança é a última que morre.

Se quiser greves faz. A viúva é rica.

Cada um cada qual…

Consciência e paciência e inteligência são três palavras essências tem haver com grau da alienação da pessoa.

Afinal vivemos em um País Democrático.

Mas, tenha limites. Para anos de trabalho duro tenha sair pelas portas afora.

O Brasil corre sério o risco de nadar e nadar e morrer na praia.