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Cientistas convertem palha de cana em nanocristais fortes como aço


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Imagem de: Cientistas convertem palha de cana em nanocristais fortes como aço

Luciana Penante

Do lixo ao luxo: a palha da cana, um resíduo abundante da produção de açúcar e álcool, nas mãos de um químico e de pesquisadores da Embrapa está se transformando em cristais – para sermos exatos, nanocristais de lignocelulose (LCNCs), também conhecidos como whiskers.

O material biodegradável tem o formato de um grão de arroz, resistência mecânica similar à do aço e grande potencial de aplicação nas indústrias petroquímica, farmacêutica e eletrônica.

Atualmente, a palha de cana é um resíduo de produção, com volume estimado entre 10 e 20 toneladas de matéria seca por hectare. Ela é utilizada na geração de energia térmica ou deixada no campo para agregar matéria orgânica ao solo. A pesquisa supervisionada pela Embrapa abre um novo caminho de possibilidades, com aplicações nobres do resíduo em produtos com alto valor agregado, conhecidos como green materials – retirados de fibras vegetais como as de algodão e eucalipto.

Cana de açúcar.Cana de açúcar.Fonte:  Pixabay 

De medicamentos a dispositivos eletrônicos

Os nanocristais, embora semelhantes a grãos de arroz, têm espessura cerca de 200 mil vezes menor. Na indústria, eles podem substituir alguns produtos de base petroquímica e têm potencial para uso em produtos que vão de medicamentos a dispositivos eletrônicos, além de produtos de consumo, sensores, aerogéis, adesivos, filtros, embalagem para alimentos, engenharia de tecidos, entre outras utilidades.

“Os nanocristais servem como aditivos, melhorando as propriedades dos materiais usados em embalagens e filmes, por exemplo”, explicou Cristiane Sanchez Farinas, coordenadora da pesquisa – que foi conduzida pelo químico Stanley Bilatto, sob supervisão dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação de São Paulo.

Como os nanocristais de cana foram obtidos

Luiz Henrique Capparelli Mattoso, o pesquisador que iniciou o estudo, é engenheiro de materiais com pós-doutorado em Nanotecnologia nos Estados Unidos. Ele iniciou os estudos com materiais verdes em 2007 e descobriu que é possível obtê-los a partir de fibras lignocelulósicas de bagaço da cana, cascas de coco e de arroz, algodão, eucalipto, entre outras – até mesmo de resíduos como a madeira de reflorestamento descartada pela indústria.

A palha convertida em nanocristais de celulose foi pré-tratada com solvente orgânico (organosolv) e hidrólise ácida. Os LCNCs obtidos apresentaram alto rendimento e estabilidade térmica, além de índice de cristalinidade de 80% – propriedade que determina as propriedades físicas, mecânicas e químicas relacionadas à estrutura de estado sólido do produto.

Processo de produção dos nanocristais.Processo de produção dos nanocristais.Fonte:  Embrapa/reprodução 

“Os resultados demonstraram a extração efetiva de nanocristais de celulose com lignina residual da palha da cana-de-açúcar, abrindo a possibilidade de obtenção de nanomateriais de alto valor agregado, uma contribuição para a sustentabilidade de futuras biorrefinarias de biomassa lignocelulósica”, relatou Bilatto.

Em 2019 os pesquisadores da Embrapa, em parceria com a startup Bio Nano, começaram a testar a produção de nanocristais de celulose (CNC) em escala-piloto, utilizando eucalipto e algodão. O próximo passo será escalonar a produção e acelerar o processo para torná-lo economicamente viável.

Resistência de aço, porém sustentável

O grande diferencial dos nanocristais de cana é o de que apesar de eles serem altamente resistentes, como o aço, provém de fontes sustentáveis, como fibras vegetais – e com vantagens: “Ainda é possível a sua adição a outros materiais, mudando suas propriedades mecânicas”, afirma Mattoso. Essas características têm atraído indústrias no mundo todo.

Combustível para produção de energia

Os LCNCs podem ser utilizados como combustível em biorrefinarias, que utilizam matérias-primas renováveis e seus resíduos (biomassa) para a produção, por rota química ou biotecnológica, de substâncias e energia, com a mínima geração de resíduos e emissões de gases poluidores, segundo a literatura especializada. Portanto, os nanocristais de cana são potenciais candidatos a futuro combustível para a produção de energia menos poluente.

Em 2020, a produção brasileira de cana-de-açúcar, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 677,9 milhões de toneladas. Só em São Paulo, está 55% do total no País. E a palha da cana é um dos principais resíduos de biomassa lignocelulósica gerados nas usinas brasileiras de açúcar ou etanol – setor sucroalcooleiro.

O resíduo da palha de cana agora pode se tornar uma fonte alternativa renovável e sustentável aos combustíveis fósseis, responsáveis em grande parte pelas emissões dos gases causadores do efeito estufa. As informações são da assessoria de comunicação da Embrapa.

A incrível tecnologia dos Antigos


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O Enigma da Tecnologia Antiga

A todos os cientistas-filósofos, de mente aberta, espalhados pelo mundo e que continuam a estudar, a aprender e a crescer. Possam eles nos levar até o infinito, e além. 

“E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base na evidência presente e, provavelmente, a sua será tão acertada quanto a minha”.  Sherlock Holmes

O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)

Capítulo 1: O Egito herdou sua ciência de uma cultura anterior?

“Quando adquirimos conhecimento, as coisas não se tornam mais compreensíveis, e sim mais misteriosas”. Will Durant

Em minhas buscas por cidades perdidas e mistérios do passado, mui­tas vezes encontrei pistas que apontavam para a tecnologia dos antigos. Essas pistas podem ser traduzidas na forma como são representados anti­gos artefatos em pinturas ou entalhes na pedra (como os aparelhos elétri­cos do Templo de Hátor, no Egito) ou pequenos modelos de artefatos (como os aviões em miniatura, de ouro maciço, do Museu do Ouro em Bogotá) nas histórias dos textos antigos (como no Ramayana ou até na Bíblia).

Os aviões em miniatura, de ouro maciço, do Museu do Ouro em Bogotá

Neste livro, gostaria de recapitular algumas das evidências da tecno­logia antiga e de culturas avançadas do passado. O que é espantoso no confronto entre o mundo moderno e o mundo antigo, é que no primeiro o cidadão médio tem acesso a tecnologias avançadas, como eletricidade, um veículo pessoal, telefone, celular e computador. No mundo antigo, a tecnolo­gia avançada era, na maior parte, negada às massas. Na verdade, muitas vezes era usada em templos e cerimônias para dominar as pessoas, encantando-as ou assustando-as; isso era parte da adoração e do mistério.

O renomado escritor e apresentador do documentário “Mystery of the Sphinx”, John Anthony West, diz:

A ciência, a medicina, a matemática e a astronomia dos egípcios eram exem­plos de uma ordem de refinamento e sofisticação exponencialmente supe­riores, o que os estudiosos modernos irão admitir. Toda a civilização egípcia estava baseada em uma compreensão precisa e completa das leis univer­sais. E essa profunda compreensão se manifestou em um sistema consis­tente, coerente e inter-relacionado que fundia ciência, arte e religião em uma mesma unidade orgânica. Em outras palavras, era exatamente o oposto daquilo que encontramos hoje no mundo.

Além disso, cada aspecto do conhecimento egípcio parece ter sido completo desde o início. As ciências, as técnicas artísticas e arquitetônicas e o sistema hieroglífico não mostram praticamente nenhum sinal de um período de “desenvolvimento”; com efeito, muitas das realizações das primeiras dinastias nunca foram superadas, nem mesmo igualadas posteriormente. Esse fato espantoso é prontamente admitido por egiptólogos ortodoxos, mas a mag­nitude do mistério que isso representa é habilmente disfarçada, enquanto suas diversas implicações não são mencionadas.

Como uma civilização passa a existir já em plenitude? Observe um automó­vel de 1905 e compare-o com um moderno. Não há como deixar de notar o processo de “desenvolvimento”, mas no Egito não há paralelos. Tudo está lá desde o início. A resposta para esse mistério é óbvia, naturalmente, mas como é repulsiva para os moldes prevalentes do pensamento moderno, raramente é levada em conta. A civilização egípcia não foi um “desenvolvimento”, mas um legado (dos Atlantes).

Em “Mystery of the Sphinx” – especial da rede NBC apresentado em novem­bro de 1993 com grande audiência -, West e seus pesquisadores tentaram provar que a esfinge foi seriamente danificada pela água, e que tinha mais de 10 mil anos! 

“Por que você não escreve livros que as pessoas possam ler?”  – Nora Joyce (para seu marido, James)

Como teria sido a biblioteca de Alexandria, no norte do Egito

A Destruição do Conhecimento

Com o avanço de nossa tecnologia, conseguimos vislumbrar o futuro e o espaço sideral com um olhar diferente do que tinham os cientistas e pen­sadores do início do século XX. Do mesmo modo, hoje podemos analisar o passado com maior percepção e conhecimento tecnológico, pois assim como pudemos imaginar um futuro diferente daquele que nossos avós consegui­ram idealizar, nós também podemos olhar o passado de forma distinta da­quela imaginada pelos cientistas e especialistas de um século atrás.

Assim como nosso escopo do universo foi forçado a recuar até os mais distantes pontos do espaço, temos hoje condição de recuar até os pontos mais remotos da história. E muitos pesquisadores estão fazendo exata­mente isso. A Atlântida, com sua cultura avançada, é mencionada em textos anti­gos. Para começar, é citada nos Diálogos de Platão (extraídos, segundo o texto, de antigos registros egípcios), e quase todas as antigas culturas do planeta têm mitos e lendas sobre um mundo anterior e sobre o cataclismo (o Dilúvio, afundamento do último remanescente de Atlântida, em 10.986 a.C.) que o destruiu.

Maias, astecas e hopis acreditavam na destruição de quatro mundos (ou mais) antes do nosso. Pode ser que a destruição da Atlântida não seja sequer o mais recente cataclismo a afligir a Terra.

Os livros mais conhecidos do mundo, como a Bíblia, o Mahabharata, o Alcorão e até o Tao Te Ching mencionam cataclismos e antigas civiliza­ções destruídas. Antigas civilizações e histórias a respeito delas preen­cheram milhares, até centenas de milhares de volumes de livros que eram guardados em bibliotecas espalhadas pelo mundo na Antigüidade. Mui­tas das bibliotecas antigas eram tão vastas que ficaram famosas entre os historiadores locais. A Biblioteca de Alexandria é um exemplo conhecido.

Infelizmente, é fato que, ao longo da história, bibliotecas e arquivos imensos foram deliberadamente destruídos. Segundo o famoso astrônomo Carl Sagan, existiu um livro intitulado “A verdadeira História da Humanida­de” nos últimos 100 mil anos, e encontrava-se no acervo de Alexandria. Infe­lizmente, este livro, como milhares de outros, foi queimado por cristãos fanáticos no século III. Os exemplares que se salvaram foram queimados alguns séculos depois pelos muçulmanos para aquecer a água do banho.

Foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valoroso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito.

Todos os textos chineses antigos foram destruídos em 212 a.C. por ordem do imperador Chin Shih Huang Ti, construtor da famosa Muralha da China. Enormes lotes de textos antigos – praticamente tudo que dizia respeito à história, à filosofia e à ciência – foram apreendidos e queima­dos. Bibliotecas inteiras foram destruídas, inclusive a biblioteca real, e algumas das obras de Confúcio e de Mêncio também desapareceram nessa devastação do conhecimento.

Felizmente, alguns livros sobreviveram porque algumas pessoas os ocultaram em cavernas subterrâneas, e muitas obras foram escondidas em templos taoístas, onde até hoje são religiosamente mantidas e pre­servadas.

Os conquistadores espanhóis destruíram todos os códices maias que encontraram na América Central. Dos muitos milhares de livros encontrados, tem-se conhe­cimento de apenas três ou quatro ainda existentes. Tal como as seitas cristãs fanáticas do século III e o imperador Chin Shih Huang Ti no sé­culo III a.C., os conquistadores espanhóis quiseram apagar todo e qual­quer conhecimento do passado e os registros que o preservavam.

A Europa e o Mediterrâneo mergulharam na infame Idade das Trevas, quando a igreja católica sofreu seu primeiro Cisma após uma série de concílios, a começar pelo de Nicéia, em 325. O último patriarca da igreja cristã primitiva, Nestório, foi deposto pelo Concílio de Éfeso em 431, sendo banido para a Líbia e provocando o deslocamento da igreja nestoriana para o Ori­ente. O conflito dizia respeito à antiga doutrina cristã da reencarnação, e à ideia de que Cristo teria natureza dupla: Jesus seria um Mestre, enquanto Cristo seria o arcanjo Melquisedeque.

No ímpeto desse conflito, todos os livros do império bizantino foram destruídos, exceto a nova versão da Bíblia, autorizada pela Igreja Católica de Roma. A Biblioteca de Alexandria foi destruída nessa época, quando a grande matemática e filósofa Hypatia foi arrastada de sua carruagem e dilacerada por uma multidão, que depois se dirigiu à biblioteca e incendiou-a. Assim teve início a supressão da ciência e do conhecimentoparticularmente de nosso passado mais remoto.

O conhecimento tem sido suprimido ao longo dos últimos dois mil anos. Às vezes, diz-se que a história é escrita pelos vencedores das guer­ras, e não pelos perdedores; e tendo em vista a quantidade de propaganda política reconhecidamente bélica que ainda é tida como “história” popu­lar no século XX, deveríamos realmente examinar boa parte da história antiga sob esse prisma.

Sabendo dessa supressão, é espantoso que os poucos textos antigos que sobreviveram abordem, com efeito, civilizações avançadas e os cataclismos que as destruíram. Do mesmo modo, falam de sábios que viviam em harmonia com a Terra e com o funcionamento natural (a feminina natureza) de todas as coi­sas. Em algum momento do passado remoto, porém, o homem perdeu a harmonia com a natureza (e com o feminino), e uma catástrofe atingiu todo o planeta.

Vemos aqui um notável paralelo entre o antigo “mito” da Atlântida e a situação em que o homem moderno se encontra hoje. Será que o homem moderno irá sobreviver à sua própria tecnologia e tribalismo? Ou será que irá se destruir nos mecanismos naturais de suas práticas nocivas e em desarmonia com a Terra? 

“Tive muito mais pensamentos elevados, visões criativas e expansivas enquanto relaxava em confortáveis casas de banho em bem equipados banheiros americanos do que já tive em qualquer catedral”.  Edmund Wilson

Higiene antiga: banheiros dos deuses

Dizem que a marca de qualquer civilização avançada é a qualidade de seus encanamentos e sistemas sanitários. Banheiros e latrinas são con­veniências importantes. Encanamentos e sistemas sanitários são fruto da ciência da irrigação, algo desenvolvido há 25 mil anos, pelo menos.

Há mais de 3 mil anos, os nabateus, um povo árabe, mantinha seis cidades florescentes na desolada região do deserto do Negev, em Israel, incluindo a famosa Petra. Utilizando um engenhoso sistema de terraços e muros, es­ses engenheiros-agricultores conseguiam cultivar o solo com média pluviométrica anual de apenas 100 milímetros de chuvas. “Quanto mais examinamos os complexos sistemas dos nabateus, mais devemos nos impressionar com a precisão e o escopo de seu trabalho. Eles previam e resolviam cada proble­ma de modo que pouco poderia ser aprimorado hoje“. (Scientific Ameri­can, abril de 1956).

Cidade escavada na Rocha, Petra

Há cerca de 3 mil anos, os antigos persas descobriram um método para escavar aquedutos subterrâneos que levavam água da base das mon­tanhas para suas planícies áridas. Ainda existentes e funcionais, os siste­mas de irrigação proporcionam 75% da água usada hoje no Irã. (Scientific American, abril de 1968).

Durante séculos, as condições sanitárias da Europa foram deplorá­veis. O tratamento descuidado dos dejetos humanos sustentou as horrí­veis pestes que quase dizimaram a população do continente em diversas ocasiões. No entanto, há mais de 5 mil anos, no Vale do rio Tigre, perto de Bagdá, a cidade de Tel Asmar tinha casas e templos com sofisticados dispositivos sanitários. Um dos templos encontrados em escavações tinha seis latrinas e cinco banheiros, com a maior parte da canalização “ligada a drenos que descarregavam em um esgoto central, com um metro de altura e 50 de comprimento […] Ao identificarem o dreno, os pesquisadores encontraram uma linha de canos de cerâmica. Uma das extremidades de cada seção tinha cerca de 20 centímetros de diâmetro, enquanto a outra se estreitava para 18, para que os canos pudessem se encaixar, como se faz com canos de drenagem no século XX” {Scientific American, julho de 1935).

O homem antigo fazia túneis através de montanhas para fins de irri­gação, e às vezes construía represas gigantescas ou realizava outros gran­des feitos de engenharia hidráulica. A grande represa construída pela rainha de Sabá em Marib, no Iêmen, é um bom exemplo. Imensas obras hidráulicas do homem antigo, até então desconhecidas, estão vindo à tona. A. D. Fernanado, arqueólogo do Sri Lanka, relata em um artigo no Journal of the Sri Lanka Branch of the Royal Asiatic Society (1982) as incríveis descobertas feitas quando engenheiros do Sri Lanka propuseram-se a cons­truir uma represa em Maduru Oya, alagando um grande vale. Quando os tratores começaram a trabalhar, encontraram tijolos que já estavam no solo. Para espanto de todos, os engenheiros pré-históricos tinham feito os mesmos cálculos e construíram uma represa no mesmo lugar!

Arqueólogos noruegueses que visitaram o local afirmaram que a grandiosidade dessas obras megalíticas pré-históricas teria impressio­nado um faraó. Thor Heyerdahl diz que boa parte do sistema hidráulico foi construída com blocos de pedra de 15 toneladas e 10 metros de altu­ra, dispostos na forma de túneis e muros quadrados. As represas tinham canais de drenagem com mais de 10 quilômetros de comprimento para controlar o fluxo de água até um conjunto de lagos artificiais. Milhões de toneladas de água foram canalizadas por meio dessa imensa e sofis­ticada represa.

Há cem anos, os historiadores supunham que, como as tribos nômades não tinham banheiros ou sistemas de esgotos formais, todos os outros povos deviam viver da mesma maneira. As tribos nômades costumavam desmontar as tendas e se mudar para outro local quando o lixo e o esgoto ficavam insuportáveis. No entanto, é muito mais difícil fazer isso com uma cidade. Os primeiros arqueólogos ingleses imaginavam que o homem anti­go não dispunha de sofisticados sistemas de esgoto e águas, e que apenas deixavam a água das chuvas levar o esgoto para algum rio ou córrego das imediações.

Entretanto, muitos dos banheiros do mundo antigo eram bastante so­fisticados, com belos vasos sanitários e banheiras, tal como hoje. Reginald Reynolds, em seu espirituoso livro sobre sistemas sanitários antigos, Cleanliness and godliness, alega que os antigos sabiam que era necessá­rio dispor dos dejetos, mas tinham dois sistemas nitidamente separados:

O senhor Ernest Mackay, eminente arqueólogo, é de opinião que esses drenos não eram usados para a eliminação do esgoto, e como prova disso ele menciona o Charaka-Samhita, obra presumidamente datada do segun­do século da Era Cristã, na qual se diz que as latrinas se destinavam apenas aos doentes e enfermos; para os demais, era preciso se afastar de casa a uma distância de uma flechada para fazer suas necessidades […] Às vezes as águas escorriam pelas paredes das casas, fato que seria nocivo caso contivessem dejetos.

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Mas ele esquece que a proposição contrária teria sido, em uma cidade, ainda mais nociva do que uma fossa aberta; e como havia tanto descargas como drenos fechados nessas casas, seria mais razoável supor que esses dois sistemas tinham propósitos distintos, sendo um para levar a água das chuvas e dos banhos, e o outro para eliminar dejetos. Isso, pelo menos, não é questionado com relação aos moradores da Montanha dos Mortos [Mohenjo-Daro, no Paquistão], que dispunham de banheiros bem equipados, conjugados ao sistema de drenagem que mencionei […] como par­te da Vanguarda Sanitária da Humanidade.

Sir G. Maspero, que foi diretor-geral do Departamento de Antigüidades do Egito, falava muito bem dos excelentes dispositivos higiênicos e sanitários conhecidos no antigo Egito, especialmente do complexo banheiro descoberto na casa de um funcionário de alto escalão da 18a dinastia (a de Akhenaton). E comenta tam­bém que, no meio das ruas pavimentadas, eles faziam um canal de pedra para coleta de águas. E nesse mesmo banheiro de Tel el-Amarna foi desco­berto um vaso sanitário muito bem preservado e ocultado por um biombo, um vaso dotado de tampa de calcário de formas elegantes.

Heródoto considerava os egípcios o povo mais saudável de todos, distinguindo-os dos demais pela singularidade de suas instituições e de seus modos. Reynolds nos diz que “os egípcios – como os pitagóricos, que os imitavam – também evitavam comer feijão, produto que consideravam impuro, por motivos que não sei explicar muito bem; embora alguns di­gam que, nesse aspecto, Pitágoras foi mal compreendido por Aristóteles”. As pessoas já evitavam feijão há cinco mil anos.

Quanto aos vasos sanitários, Reynolds diz que os egípcios preferiam os “granulados”:

[Eles] geralmente usavam terra no lugar de água, mas ainda não sei se so­mos mais espertos do que os faraós; pois a higiene sanitária não deve ser confundida com qualquer conceito popular ou sistema corrente, mas deve ser analisada com relação à melhor e mais eficiente forma de eliminação dos dejetos, à redução das doenças e causas de infecção, à fertilidade do solo e muitas outras questões, como o clima e os meios à disposição do ho­mem. Mas sabemos, graças a essas observações gerais, que os sacerdotes-médicos que orientavam a saúde pública do Egito consideravam a limpeza algo próximo da divindade, e preocupavam-se em manter saudáveis pelo menos os bairros de classe alta de suas cidades.

Os egípcios conheciam inclusive a arte de confeccionar drenos em cobre martelado, e um desses foi encontrado, com 411 metros de comprimento, no Templo de Sakhara, embora servisse apenas para a coleta de água plu­vial. E sabemos que o fornecimento de água era considerado um problema relevante, chamando a atenção de um funcionário graduado do Estado, conforme se lê em inscrição que trata dos deveres do vizir da 18a dinastia. Nessa inscrição, diz-se do vizir: “Será ele quem despachará a equipe ofi­cial para cuidar do fornecimento de água para toda a Terra”; e “Será ele quem inspecionará o fornecimento de água no primeiro dia de cada período de dez dias”.

Em seu boletim Science Frontiers (no 123, maio-junho de 1999), William Corliss conta que os antigos egípcios não apenas dispunham de avançados toaletes e banheiros, como também usavam cosméticos em abundância. As mulheres das classes altas, bem como muitos homens, preferiam maquiagem verde, branca e preta. Esses pós-cosméticos, data­dos de 2.000 a.C., foram excepcionalmente bem preservados em seus fras­cos originais de alabastro, de madeira ou de cerâmica.

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Uma equipe de químicos franceses liderada por P. Walter não se sur­preendeu quando a análise desses pós detectou galena e cerussita moídas (dois minérios de chumbo). Contudo, eles quase derrubaram seus tubos de ensaio quando encontraram compostos químicos extremamente raros na natureza, especialmente laurionita (PbOHCI) e fosgenita (Pb2CI2CO3). Na verdade, esses compostos são tão raros na natureza que os pós egíp­cios devem ser artificiais.

  1. Walter et. al. escreveram: “Juntos, esses resultados indicam que a laurionita e a fosgenita devem ter sido sintetizadas no antigo Egito por meio de química úmida. Os egípcios fabricavam compostos artificiais à base de chumbo, adicionando-os a produtos cosméticos. As reações químicas envolvidas são simples, mas o processo como um todo, incluin­do diversas operações repetitivas, deve ter sido bastante complicado de se executar”.

Admitiu-se anteriormente que, 500 anos antes, em 2.500 a.C., os químicos egípcios usavam tecnologia à base de fogo para fabricar pigmento azul. A química úmida representou outro passo tecnológico para a frente (Nature, n397,1999). Corliss comenta que “sem se deixarem intimidar pelos sucessos dos antigos químicos egípcios, os químicos da Nissan sintetizaram excrementos artificiais de ave para uso em testes de pintura automoti­va. Como se sabe, o produto natural apresenta inconsistências de lote para lote”.

Banheiros de qualidade precisam de bons sabonetes, e a própria pala­vra sabonete – soap, em inglês – vem da antiga palavra egípcia swab. Em 1931, o doutor Rendei Harris, egiptólogo inglês, afirmou que as palavras swab e swabber – “grumete”, “pessoa que usa esfregão” – derivam da lín­gua egípcia e são muito antigas. Diz ele que wdb, para os antigos egíp­cios, significava “puro”, e dessa palavra deriva o nome da seita dos wahabis que são os atuais puritanos do Islã. Além disso, ele afirma que a letra S expressa causa, de modo que ankh, palavra que significa “vida”, transforma-se, com a adição de s, em S-ankh, “dar a vida”.

A partir daí ele conclui que, se wdb é puro, S-wdb seria “tornar puro”, ou seja, limpar ou esfregar (swab). E como o doutor Harris acreditava que os egípcios eram um povo de bons navegado­res, ele afirmava que a palavra swab chegou à língua inglesa graças às via­gens dos marinheiros, cuja gíria pode ser, em parte, mais antiga do que as línguas hoje faladas na Europa. Para comprovar o uso náutico da palavra, ele invoca Shakespeare, que escreveu: The master, the swabber, the boatswain and I… ( “0 comandante, o contramestre e eu, e o grumete também…”. Cf. edição Virtual- Books. [n.t.] 

A habilidade náutica dos egípcios era considerável, e não se discute que eles tinham grandes frotas de navios. Aparentemente, esfregar (swabhing) o convés vem do egípcio antigo, e a palavra inglesa soap deriva de swab – “aquilo que torna limpo”. Higiene adequada, água limpa, sabonetes e sistemas de esgotos são necessários para o progresso de qualquer civilização tecnológica. Quando se trata da tecnologia dos deuses, a limpeza se aproxima da divindade.

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Muitas das invenções de hoje são invenções de ontem

Os antigos gregos construíam caldeiras a vapor que funcionavam, mas eles as usavam apenas em brinquedos, e não como fontes práticas de energia. Um desses brinquedos era uma esfera que girava graças à ação de dois jatos de vapor, “inventada” no Egito ptolomaico em 200 a.C., apro­ximadamente.

Além disso, no segundo século antes de nossa era, os templos egíp­cios tinham máquinas acionadas por moedas para liberar água benta. A quantidade de água que saía da torneira era regulada pelo peso da moeda jogada em uma ranhura. 0 Templo de Zeus, em Atenas, tinha uma máqui­na similar, também controlada automaticamente. Jogava-se em um frasco selado uma moeda, que acionava uma bóia, liberando uma quantidade específica de líquido. O famoso inventor greco-egípcio Heron de Alexan­dria criou esse conhecido dispositivo em 120 a.C. Com esse exemplo, fica evidente que os sacerdotes e os templos estavam envolvidos com a tecno­logia desde o começo e empenhados sempre em ganhar uns trocados.

Muitas das invenções comuns do mundo moderno – motores a vapor, relógios, máquinas automáticas, bombas hidráulicas – eram conhecidas no mundo antigo. Ferramentas e instrumentos sofisticados, como a má­quina de Antikythera (que será comentada mais tarde), eram comuns na Antigüidade, mas os arqueólogos sempre se surpreendem ao descobri-los!

A máquina de vendas por inserção de moedas, usada há 1.900 anos pelos egípcios.

A ginecologia era uma ciência desconhecida até a segunda metade do século XIX. Nesse período, segundo a edição da Scientific American, de 20 de outubro de 1900, escavações em Pompéia revelaram que a ginecologia era apenas uma “reinvenção no mundo da cirurgia”. Instrumentos soter­rados no Templo das Virgens Vestais desde a erupção do Vesúvio, no ano 79 de nossa era, demonstram que a “ginecologia era uma ciência que flo­rescia, perfeita, muito antes daquela data […] todos os exemplares indi­cam que esses instrumentos eram, nos seus mínimos detalhes, duplicatas exatas daqueles usados pelos mais modernos cientistas de hoje […]. O aca­bamento era tão bom quanto o de qualquer objeto produzido no século XX. Os instrumentos eram feitos manualmente, os parafusos eram finos e pas­síveis de manipulação delicada, tal como os modernos”.

Naufrágios localizados no Mediterrâneo dão idéia das máquinas que os antigos gregos, os antigos romanos e outras culturas marítimas da re­gião possuíam. A revista Chemical Engineering, em artigo de 27 de julho de 1959, relatava sobre uma válvula de 34 quilos que foi resgatada de um dos veleiros do imperador Calígula. A válvula era feita de bronze sem zin­co, rico em chumbo, anti-corrosivo e à prova de atrito.

Diz o artigo: “A válvula de Calígula foi encontrada no fundo do lago Remi, em Roma. Embora tenha dezenove séculos de idade, ainda apresen­ta superfícies altamente polidas e se mantém bem fechada”. Apesar da moda e das tendências sexuais modernas simplesmente imitarem a Anti­güidade, os cientistas costumam se surpreender com o elevado nível de conhecimento técnico e científico do homem antigo.

Familiarizar-se com a ciência antiga é um bom ponto de partida para o leigo, e dois livros encontrados com facilidade sobre o assunto são Tech­nology in the ancient world, de Henry Hodges, e Engineering in the ancient world, de J. Landels. Nesses livros, vê-se que a ciência clássica pode ser muito similar à nossa.

Se nós, seres humanos, quisermos nos sentir humildes, não será preciso contemplar o infinito estrelado sobre nós. Será suficiente observar as culturas que existiram no mundo milhares de anos antes de nós, que foram grandiosos antes de nós e que pereceram antes de nós.  C.W. Ceram, em Deuses, túmulos e sábios

As espantosas invenções da China

Dizem que muitas invenções antigas teriam se originado na China, embora seja possível que a maioria tenha vindo de culturas ainda mais antigas. Os chineses tinham máquinas com engrenagens desde seus primórdios – alguns dizem que datariam dos últimos séculos antes de Cristo, se não de antes. Embora os historiadores modernos prefiram situar a ori­gem da China na dinastia Chou, em 1.122 a.C., os próprios chineses princi­piam a história nos semimíticos “Cinco Monarcas”.

Os textos chineses mais antigos dizem que a primeira das dinastias foi a dos Cinco Monarcas, na qual houve – o que é confuso – nove gover­nantes cujos reinos combinados duraram de 2.852 a 2.206 a.C. Confúcio atribuiu a um rei, Yao, cujo reino começou por volta de 2.357 a.C., “bonda­de, sabedoria e senso de dever”. Foi sucedido por Shon, que construiu uma ampla rede de estradas, passagens e pontes pelo imenso território, e mui­tos estudiosos atribuem a ele a construção da Rota da Seda.

Pergaminho encontrado em 1900 em uma biblioteca secreta de Dunhuang, no Deserto de Gobi, por sir Aurel Stein, que trabalhava para o Museu Britânico. A linguagem é desconhecida. A maioria dos livros antigos foi destruída na China por ordem oficial do governo comunista.

Todos os textos chineses antigos, especialmente os de Lao Tse e Confúcio, bem como o I Ching, falam dos antigos e da glória de sua civili­zação. Presume-se que se referissem ao povo que vivia na época dos “Cin­co Monarcas”, ou até antes. O lendário povo chi-kung teria, pelo que contam, “carruagens voadoras” nesse período.

Como dito anteriormente, pouco antes de sua morte, em 212 a.C., o imperador Chin Shih Huang Ti ordenou que toda a literatura pertinente à China antiga fosse destruída. Enorme quantidade de textos antigos – pra­ticamente tudo o que dizia respeito à história, astronomia, filosofia e ciên­cia – foi apreendida e queimada. Bibliotecas inteiras, inclusive a biblioteca real, foram destruídas. Algumas das obras de Confúcio e Mêncio estavam no meio dessa destruição do conhecimento.

Felizmente, alguns livros foram salvos por pessoas que os esconde­ram, e muitas obras foram guardadas em templos taoístas, onde até hoje são religiosamente mantidas e preservadas. Sob nenhum pretexto são mos­tradas, sendo mantidas ocultas tal como há milhares de anos. A persegui­ção e o fechamento de templos religiosos pelos comunistas indicam que os lamas ainda têm motivos para manter escondidos seus livros antigos.

Sem dúvida, boa parte da história relativa aos primeiros dias da Chi­na e sua tecnologia foi perdida. Mas o que fez o imperador Chin desejar destruir qualquer registro relativo ao passado pouco antes de morrer? Seria ele um megalomaníaco que queria que a história principiasse nele, ou te­ria sofrido a influência das mesmas forças malignas que inspiraram Gengis Khan e Hitler a também queimar livros?

  • Ouvimos dizer que no passado distante os reis tinham títulos, mas não nomes póstumos.
  • Em tempos recentes, os reis não apenas tinham títulos como também, após a morte, recebiam nomes com base em sua conduta.
  • Isso significa que os filhos julgaram seus pais, os súditos seu soberano. Isso não pode ser tolerado.
  • Títulos póstumos ficam doravante abolidos. Somos o Primeiro Imperador, e nossos sucessores deverão ser conhecidos como o Segundo Imperador, o Terceiro Imperador, e assim por diante, por incontáveis gerações.(Chin Shih Huang Ti, 212 a.C.)

Malgrado alguns governantes despóticos, a invenção e a inovação pro­grediram na China antiga e na Ásia Central. Com efeito, foram os chine­ses que inventaram o tipo móvel (impressão); o inventor foi um indivíduo chamado Bi Sheng, que começou a usar essa tecnologia em 1.045, quatrocentos anos antes de Gutenberg ter impresso a Bíblia na Europa. Atribuem-se ainda aos chineses a invenção do papel de escrita e de embrulho, dos guardanapos de papel, das cartas de jogo e do papel-moeda! O papel higiênico também foi um produto de sua indústria de papel, há mais de dois mil anos. Provavelmente, todas essas invenções tinham existido no seu passado.

Dispositivo detector de terremotos da China, aproximadamente 200 d.C.

Os chineses conheciam muito bem os terremotos e as mudanças geo­lógicas; projetaram casas resistentes a terremotos há sete mil anos. O pri­meiro sismógrafo conhecido para detecção e registro de terremotos distantes foi inventado por Zhang Heng em 132 d.C. Esse engenhoso apa­relho tinha 2,40 metros de altura e oito dragões de bronze que seguravam esferas de bronze entre suas mandíbulas. Quando um terremoto distante inclinava o objeto, um pêndulo interno abria a boca do dragão que estava voltado para a direção do tremor e a esfera caía na boca de um sapo de bronze situado sob o dragão.

Atribui-se o primeiro relógio mecânico a dois inventores chineses por volta de 725 d.C., e a pólvora era conhecida na China pelo menos desde o século IX, se não antes. Usada apenas em fogos de artifício e diversão, ser­viu de combustível para os primeiros canhões – construídos pelos holan­deses e alemães – depois de ter sido levada para a Europa no século XIII.

Os chineses sempre tiveram ampla visão em seus projetos. A Mura­lha da China não foi seu único empreendimento colossal, mas o Grande Canal da China, que liga o rio Amarelo ao Yang Tzé, tem comprimento vinte vezes maior que o Canal do Panamá – mas os chineses o construíram sem equipamento moderno há mais de 1.300 anos! Há outros projetos grandio­sos ainda desconhecidos ou aguardando descoberta, como a maior pirâ­mide do mundo, perto de Xian. Até a versão chinesa da máquina de escrever, chamada de máquina Hoang, tem 5.700 caracteres em um tecla­do com 60 centímetros de largura e 42 de altura!

Em The genius of China: 3.000 years of science, discovery and invention, o autor Robert Temple (que usou como fonte as obras de Joseph Needham na Universidade de Cambridge) afirma que os chineses conhe­ciam e usavam gás venenoso e gás lacrimogêneo no século iv a.C., 2.300 anos antes de o Ocidente conhecê-los! Os chineses fabricaram ferro fundi­do no século IV a.C. (1.700 anos antes do Ocidente) e faziam aço a partir de ferro fundido no século ii a.C. (dois mil anos antes do Ocidente). A primei­ra ponte pênsil foi construída na China no século 1 (pelo menos 1.800 anos antes do Ocidente), e os chineses inventaram os fósforos em 577, mil anos antes do Ocidente.

Pirâmide na China

Na introdução do livro de Needham sobre o avançado estágio da civi­lização na China, o autor diz: “Primeiro, por que eles estiveram tão à fren­te de outras civilizações? Segundo, por que eles não estão hoje séculos à frente do resto do mundo?” Talvez a China tenha herdado seus conheci­mentos de uma civilização (muito) mais antiga. Suas descobertas, como as nos­sas, são apenas o reencontro de uma tecnologia antiga na montanha-russa da história.

Em seu livro We are not the first, Andrew Tomas relata:

A cibernética é uma ciência antiga. Na China, era conhecida como a arte de khwai-Ahuh, pela qual se dava vida a uma estátua para que servisse a seu criador. A descrição de um homem mecânico está contida na história do imperador Ta-chouan. A imperatriz considerou o robô tão irresistível que o ciumento governante do Império Celeste deu ordens ao construtor para quebrá-lo, apesar da admiração que o próprio governante tinha pelo robô que andava.

Uma das primeiras máquinas de calcular foi, naturalmente, o ábaco chinês, com mais de 2.600 anos. Só recentemente é que as calculadoras modernas conseguiram fazer cálculos mais rapidamente do que o simples, mas eficiente, ábaco. 

Isso pareceria fantástico. Poderíamos pensar que os engenheiros modernos teriam explorado essas forças até o enésimo grau, mas a verdade é que, excetuando-se o aríete, ou a turbina, esses antigos podem nos ensinar algumas coisas.  Júlio Verne – em resposta à declaração de que a exploração das forças naturais teria se esgotado

Dispositivo lança-chamas chinês, feito aproximadamente em 1040. Usava petróleo refinado, que era bombeado de um tanque retangular.

Os maravilhosos relógios chineses

Os maravilhosos relógios da China antiga são um bom exemplo da complexidade a que as máquinas antigas podem chegar. Embora o relógio mecânico exista há milhares de anos, o problema da precisão ao longo de períodos como semanas ou meses é difícil de se resolver. Os chineses so­lucionaram-no com um dispositivo chamado escape, que permitiu a regulagem adequada da velocidade de um relógio, imprimindo-lhe mar­cha com fonte de energia relativamente pequena.

O primeiro relógio com escape de que se tem notícia foi construído por volta de 724 d.C. por Lyang Lingdzan, embora pareça que a tecnologia já fosse conhecida antes. Esse objeto incluía uma esfera celeste que girava junto com os céus, um modelo de sol e de lua que circulavam ao redor da esfera, tal como os orbes de verdade parecem fazer, e valetes que golpea­vam sinos e tambores para assinalar a passagem do tempo.

O sino do relógio de Lyang marcava a “hora” chinesa, ou shi, que tem o dobro da duração da hora ocidental. O tambor marcava um período me­nor, o ko, que corresponde a um centésimo do dia solar, ou seja, 14 minu­tos e 24 segundos em nossa escala de tempo. Como os povos ocidentais, antes os chineses dividiam o dia e a noite em intervalos, que aumentavam ou diminuíam com as estações. Mais tarde, por volta do ano 1.100, os chi­neses adotaram um sistema de períodos iguais, permanentes, que perma­neciam os mesmos independentemente das variações do ocaso e da auro­ra. Essa mudança facilitou a produção de relógios.

Seção da Grande Muralha da China

No relógio de Lyang, “A água, fluindo [para dentro de conchas], aciona­va automaticamente uma roda, que fazia uma revolução completa em um dia e uma noite”. O mecanismo do relógio incluía “rodas e eixos, ganchos, pinos e varas entrelaçadas, sistemas de enxugamento e travas recíprocas”.

As palavras “pinos e varas entrelaçadas” descrevem o escape, que era necessário para fazer a roda girar lentamente. Presume-se que o escape fosse um sistema simples de travas que impedia a roda de água de girar até a concha ficar cheia, permitindo-lhe, depois, mover-se apenas o sufi­ciente para que a colher seguinte se posicionasse. O relógio de Lyang era mais preciso do que qualquer coisa já vista, embora, sem dúvida, fosse absurdamente impreciso pelos padrões atuais.

Após a morte de Lyang, a corrosão das partes de bronze e ferro tira­ram o relógio de circulação, e ele foi para um museu. Mecânicos construí­ram depois relógios mais grandiosos. Em 976, Jang Sz-hsun construiu um relógio que ocupava uma torre – semelhante a um pagode – com mais de 10 metros de altura. Tinha dezenove valetes, que não só acionavam sinos e tambores, como saíam de pequenas portas com cartazes nas mãos, indi­cando a hora. Outras partes mostravam o movimento do céu, do sol, da lua e dos planetas. Para impedir que seu relógio parasse no inverno, quando a água congelava, Jang o refez usando mercúrio, e não água, como fluido operacional.

Segundo L. Sprague de Camp, em seu livro The ancient engineers, o maior desses relógios de água imperiais foi o construído por Su Sung, em 1.090. O memorial preparado por Su Sung para o imperador Shen Dzung descreve seu relógio com diagramas, de modo que, se alguém quisesse, poderia reconstruí-lo hoje com razoável exatidão.

Nessa época, a dinastia Sung governava a maior parte da China, em­bora uma tribo nômade, os kitan, tivesse conquistado algumas das pro­víncias do norte. Su Sung tinha uma carreira respeitável na burocracia imperial. Sua lista de títulos incluía o de Oficial do Segundo Escalão Titu­lar, Presidente do Ministério de Pessoal, Tutor Imperial do Príncipe Co­roado, Grande Protetor do Exército e Marquês Kai-gwo de Wu-gung.

Quando Su foi enviado em missão à corte dos kitan, para felicitar o khan pela passagem do solstício de inverno, ele descobriu que chegou um dia antes do previsto. Os astrônomos de Sung erraram o momento exato do solstício por quinze minutos. Su contornou a situação para seu sobera­no, e para si mesmo, fazendo um discurso sobre a dificuldade de se calcu­lar tais eventos com exatidão.

Mas quando Su voltou para a capital dos Sung, Kaifeng, pediu que o imperador autorizasse a construção de um relógio preciso o suficiente para que esses contratempos fossem evitados. Ao receber a aprovação, Su, como qualquer engenheiro competente, construiu um par de modelos em madeira, um pequeno e outro em tamanho natural, para fazer os ajustes no projeto antes da montagem final.

A máquina pronta ocupou uma torre de 12 metros de altura, pelo me­nos, incluindo a cobertura. A água, fluindo por uma série de frascos, en­chia as 36 conchas de uma roda de água, uma de cada vez. Uma engrenagem de escape permitia que a roda girasse à razão de “um intervalo de concha” de cada vez. No total, dava uma volta completa a cada nove horas, enquanto a água caía das conchas sobre uma bacia situada sob a roda.

A roda acionava um eixo de madeira apoiado em rolamentos de ferro. O eixo, por meio de uma coroa, movia um longo eixo vertical, que acionava todo o restante do mecanismo ao qual estava ligado por engrenagens. O mecanismo incluía uma esfera armilar (um conjunto de anéis graduados e entrecruzados, correspondendo ao horizonte, à eclíptica e ao meridiano) na cobertura. Depois, havia uma esfera celeste, com pérolas no ligar das estre­las, e cinco grandes rodas horizontais sustentando valetes.

Como um todo, o relógio de Su deve ter sido um espetáculo impressio­nante, com o barulho contínuo das águas, o ruído do escape, o guincho dos eixos sobre os rolamentos e os freqüentes surtos de tambores, sinos e gongos. Uma falha desse relógio era sua localização, que não permitia acionamento por curso de água natural. Por isso, era preciso dar-lhe “corda” de vez em quando. Isso era feito com rodas de água movidas manualmente, que leva­vam a água da bacia e enchiam as conchas da roda principal. Estas, por sua vez, enchiam o reservatório situado sobre essa roda.

Em 1.126, aproximadamente, um povo tártaro, os jurchens, cujos reis governavam com o nome dinástico de Gin, conquistaram a terra dos kitan e também algumas províncias dos Sung. Após capturarem Kaifeng, levaram para sua capital, Beijing, o relógio de Su e alguns mecânicos para mantê-lo. Os relojoeiros cativos fizeram uma nova torre e conseguiram acionar o reló­gio, após ajustarem as engrenagens astronômicas à nova latitude.

A Incrível Tecnologia dos Antigos.torre-png.

Após alguns anos, porém, as partes móveis desgastaram-se, o relógio parou e um raio destruiu a parte superior da torre. Os imperadores Gin abandonaram o relógio quando os mongóis invadiram a região, em 1.260, e ele desapareceu. Mais tarde, os imperadores Sung desejaram outro relógio imperial. Mas Su Sung já havia morrido, e não foi possível encontrar ninguém que dominasse suficientemente o assunto para construir tal mecanismo.

Relógios semelhantes continuaram a ser fabricados sob a dinastia mongol ou Yuan. O último imperador Yuan teve como passatempo a enge­nharia mecânica, e participou da construção de dragões que mexiam a cau­da e outros autômatos. Mas quando os Ming destronaram os Yuan em 1368, todos os relógios, os dragões mecânicos e outras máquinas feitas para os imperadores mongóis foram sucateados como “extravagâncias inúteis”.

Considera-se que o relógio moderno – do qual derivam instrumentos como relógios de pedestal ou de bolso – teria surgido em 1.364, quando Giovanni di Dondi, de uma família de relojoeiros italianos, publicou a des­crição de um relógio acionado por pesos e regulado por escape, que, exceto por melhoramentos nos detalhes, é basicamente o mesmo até hoje. Dondi ficou famoso, e astrônomos estrangeiros iam visitá-lo para co­nhecer seu relógio maravilhoso. Mais tarde, Galileu substituiu a roda de balanço de Dondi em forma de coroa por um pêndulo, mas em relógios de pulso e de bolso e em pequenos relógios de mesa ainda usamos a invenção de Dondi.

Por volta de 1.502, Peter Henlein, de Nuremberg, inventou o relógio acionado a mola. Foi chamado em inglês de watch – “vigiar” – porque ori­ginalmente era usado por vigias. O “ovo de Nuremberg” de Henlein era pouco maior que um despertador moderno, tinha apenas um ponteiro e pendia do pescoço por uma corrente.

Os primeiros relógios de bolso davam muito trabalho a seus proprie­tários; como dizia Maximilano I da Bavária, “se quiser ter problemas, com­pre um relógio”. Relógios de pulso (criado por Santos Dumont) e de bolso, ou relógios em geral, provavelmente têm causado problemas à humanidade há milhares de anos.

O curioso crânio de cristal

Parte do enigma da tecnologia antiga está em objetos ou aparelhos singulares e claramente artificiais. No entanto, é o modo como tais artefa­tos poderiam ter sido feitos que intriga os cientistas. Um desses objetos curiosos é o famoso crânio de cristal Mitchell-Hedges, encontrado nas ruínas da antiga cidade da cultura Maia de Lubaantun, na atual Belize, América Central. Lubaantun, no dia­leto maia local, significa “lugar das pedras caídas”, mas o verdadeiro nome da cidade ainda é desconhecido.

A primeira notícia sobre Lubaantun foi dada ao governo colonial britânico no final do século XIX pelos povoadores do assentamento Toledo, perto de Punta Gorda, e em 1903 o governador da colônia nomeou Thomas Gann para investigá-la. Gann explorou e esca­vou as principais estruturas ao redor da praça central e concluiu que a população do lugar deve ter sido numerosa. Seu relatório foi publicado em 1904, na Inglaterra.

O enigmático crânio de cristal de Mitchell-Hedges. Seria uma relíquia da Atlântida?

Em 1915, R. E. Merwin, da Universidade de Harvard, estudou o sítio e lo­calizou muitas outras estruturas, identificou uma quadra de jogo de bola e esboçou uma planta baixa. A escavação da quadra revelou três marcadores de pedra escavada, cada um mostrando dois homens jogando bola. Curiosa­mente, essas são as únicas pedras escavadas encontradas em Lubaantun.

Foi só em 1924 que F. A. “Mike” Mitchell-Hedges chegou em Lubaantun para ajudar Thomas Gann na escavação da cidade. Em 1927, ao cavar perto de um altar desmoronado e de uma parede adjacente, a filha adotiva de Mitchell-Hedges, Anna, descobriu o crânio de cristal em tamanho natural no dia de seu 17º aniversário. Três meses depois, a uns 7,5 metros do altar, foi encontrado um maxilar que se ajustava perfeitamente ao crânio. Foi assim que um dos objetos mais estranhos do mundo antigo passou a ser conhecido do público.

A idade do crânio é desconhecida. O cristal de rocha não pôde ser da­tado por meios convencionais. Os laboratórios Hewlett-Packard, que es­tudaram o crânio, estimaram que sua confecção teria exigido, no mínimo, 300 anos de trabalho de diversos artesãos extremamente hábeis. Na escala de dureza, o cristal de rocha fica pouco abaixo do diamante.

O mistério em torno do crânio aumentou ao se descobrir que o osso da mandíbula foi extraído do mesmo bloco de cristal, e que quando as duas peças se encaixavam, o crânio se mexia sobre a base da mandíbula, dando a impressão de que falava quando se abria e fechava sobre a boca. Dessa maneira, o crânio pode ter sido manipulado pelos sacerdotes como um oráculo do templo.

Propriedades ainda mais incríveis são atribuídas ao crânio. Dizem que o lobo frontal fica turvo, chegando, às vezes, a ficar leitoso. Ocasio­nalmente, o crânio emitiria uma aura luminosa, “forte e com leve traço de cor de palha, como um halo ao redor da lua”.

Segundo Frank Dowland, cristalógrafo da Hewlett-Packard, às vezes formam-se “figuras” dentro do crânio, como, por exemplo, imagens de dis­cos voadores e de algo que parece ser o observatório Caracol do sítio maia-tolteca de Chichén Itzá. Nos últimos anos, o crânio ficou famoso porque tem sido exibido em festivais místicos nos Estados Unidos e no Canadá. O crânio está hoje nas mãos de Anna “Sammy” Mitchell-Hedges, em Kitchener, Ontário (Canadá), ou em sua casa no sul da Inglaterra.

Baixo-relevo maia de um crânio de cristal.

A. Mitchell-Hedges foi uma pessoa fascinante e, de certo modo, sua vida serviu de modelo para personagens tipo Indiana Jones. Nascido em 1882, “Mike” Mitchell-Hedges estava predestinado ater uma vida de aven­turas. Ele relata muitas delas em seu livro Danger my ally, publicado em 1954. Mitchell-Hedges foi para a América do Norte em 1899, conheceu o bilionário J. P. Morgan, ganhou fortuna em um jogo de cartas e rumou para o México. Foi capturado e feito prisioneiro por Pancho Vila, com quem depois cavalgou pelo norte do país.

Mais tarde foi à América Central. Na companhia de sua namorada, a rica senhora Richmond Brown (que na época era casada), atravessou o Caribe, explorou as ilhas Bay, perto de Honduras, as ilhas San Blas, ao largo do Panamá, e a região próxima à Jamaica.

Ele achava que os artefatos que encontrou nas ilhas Bay apontavam para uma civilização avançada que hoje estaria sob as águas do oceano, e supôs que fosse a Atlântida. Mitchell-Hedges tinha inclinação pelas ciên­cias místicas e por sociedades secretas, e defendeu a ideia da existência de civilizações perdidas e de Atlântida. Chegou finalmente a Lubaantun, onde o cristal foi “descoberto” em 1927.

Curiosamente, ele dedica apenas três parágrafos de seu livro ao fa­moso crânio de cristal, e esses poucos parágrafos foram retirados da edi­ção americana de seu livro, publicado posteriormente.

O crânio do destino é feito de puro cristal de rocha e, segundo os cientistas, deve ter levado mais de 150 anos para ser esculpido, geração após geração de artesãos trabalhando diariamente, avidatoda, esfregando pacientemente com areia um imenso bloco de cristal de rocha, até emergir dele o crânio perfeito. Ele tem pelo menos 3.600 anos de idade e, segundo a lenda, foi usado pelo sumo sacerdote maia em rituais esotéricos. Dizem que quando ele jurava alguém de morte com o auxílio do crânio, a morte era inevitável. Já foi descrito como a materialização de todo o mal. Não quero tentar explicar esse fenômeno.

Mike Mitchell-Hedges (esquerda), a senhora Richmond Brown Thomas Gann em Lubaantun em 1927.

Hoje, o crânio continua a maravilhar plateias do mundo todo, e fre­qüentemente aparece na televisão. Nós também usamos cristais de quartzo nas mais avançadas formas de tecnologia, como em relógios com mostrador a led e computadores. Aparentemente, o crânio de cristal, como outros objetos, é um instru­mento antigo de alta tecnologia. O enigma da tecnologia antiga é que acre­ditamos [somos induzidos a acreditar] que as sociedades do passado eram primitivas, mas sabemos que motores a vapor, relógios com engrenagens e crânios de cristal existiram. Que outros segredos de alta tecnologia o passado nos reserva?


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Shakti


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História da deusa hindu que representa a força de toda a criação

Segundo o hinduísmo, Shakti é a deusa da força divina, além de representar a própria energia que dá poderes a todos os seres

Por P.H Mota

Shakti – História da deusa hindu que representa a força de toda a criação
Vedic Feed

Shakti é a deusa do hinduísmo que representa a força divina. Ou seja, ela que é capaz de destruir forças demoníacas e aplicar o equilíbrio ao universo. Como deusa mãe e fonte de tudo, Shakti também é responsável pela mudança do mundo.

Ao mesmo tempo, o nome pode ser dado à energia presente em todos os deuses. Dessa maneira, Shakti pode ser representada em Laskshmi, como energia de Vishnu; ou Parvati, como energia de Shiva, por exemplo.

A deusa, ou energia divina, também é chamada de Devi ou Mahadevi.

Deusa

Shakti - a deusa hindu que representa a força de toda a criação
Yoga Matters

Na forma de deusa, Shakti também é chamada de Amma em algumas regiões do sul da Índia. Na região, também existem vários templos dedicados à deusa e a várias de suas encarnações. Uma vez que representa toda a força divina, é adorada por ser capaz de repelir ameaças às vilas, bem como de curar as doenças de seus habitantes.

Além de poder e criação, suas principais atribuições são proteção, comunicação e feminilidade. O número seis e a flor de lótus também costumam ser ligados às representações da deusa.

Como representante de energia divina, Shakti se manifesta dentro de todos os seguidores do hinduísmo. Sendo assim, a energia permite demonstrações de inteligência, força de vontade, ação, clareza de comunicação e até mesmo mágica.

Manifestações de Shakti

Sarasvati

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Alto Astral

Sarasvati está ligada ao conhecimento, à música e às artes. Assim como Lakshmi e Parvati, faz parte da trindade de deusas do hinduísmo. Costuma ser representada com roupas brancas, com um cisne ou um pavão. Além disso, de acordo com a mitologia, os Vedas são filhos diretos da deusa.

Gayatri

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Adorando Krishna

O nome simboliza um tipo de métrica comum nos hinos dos vedas. Além disso, a deusa também é uma forma de Sarasvati, ou uma representação feminina de Brahma.

Lakshmi

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Flor da Lótus

Nesta forma, a deusa está associada à riqueza e à generosidade. Mulher de Vishnu, também é chamada de Shri e pode ter diferentes nomes, dependendo de seu avatar. Seus principais aspectos são a terra (Bhudevi) e a luz (Shridevi).

Radha

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É a Shakti de Krishna, também identificada como Grande Deusa. O amor entre os dois tem símbolos esotéricos de um amor divino, não mundano, e é apresentado como o amor eterno. Juntos, os dois representam a Realidade Absoluta.

Parvati

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É a deusa ligada a Shiva, considerada uma das formas de Shakti. Segundo a tradição Shakta, ela é a mãe de todos os Devas e Devis, além de incorporar toda a energia do universo. Por outro lado, a deusa também tem aspectos terríveis em sua personalidade.

Durga

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Durga é a forma invencível de Shakti e, portanto, invocada em situações de maior dificuldade. Sobretudo, tem poder auto-suficiente.

Ela também é encarada como uma forma guerreira de Parvati. Além disso, às vezes. é encarada como uma forma de Kali, apesar de serem fisicamente diferentes. Durga é clara, bela e repleta de ornamentos de ouro e pedras preciosas.

Kali

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Primeiramente, Kali é a deusa ligada à destruição e à morte. Tem aparência terrível, ligada aos símbolos de morte, assim como cadáveres, sangue e cabeças decepadas. Por outro lado, também pode assumir a forma de uma bela jovem, já que também é uma representação da Grande Deusa, Shakti.

Chamunda

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Esta forma é uma das sete Deusas Mães, apesar de ser uma das formas terríveis de Shakti. Seu nome combina os nomes de dois demônios, Chanda e Munda, que foram destruídos em batalha. Chamunda também costuma ser associada a Kali, em rituais de oferenda de animais e vinhos.

Lalita

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Lalita também é conhecida como Tripura Sundari. Tripura significa ‘Três Mundos”, enquanto Sundarai, quer dizer “A Mais Bela”. Sendo assim, a deusa é vista como a mais bela entre todos os mundos conhecidos.

FontesSummitSagrado FemininoMisticismo Natural

Ascensão é um processo pessoal


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A ascensão é a elevação da frequência vibratória dos nossos campos energéticos, até as oitavas mais elevadas de luz. É o processo de aumento do nosso quociente de luz interior: a fusão com nossa verdadeira natureza. Ascender é reconhecer nossa matriz divina e recuperar a consciência de quem realmente somos.

O processo de ascensão é o nosso caminho de reencontro com o Supremo Criador, ao mesmo tempo, que trazemos Deus para se manifestar em nossa personalidade. Neste aspecto, podemos dizer que a ascensão é na realidade uma descensão, ou seja, é o processo de trazer a luz de nossa mônada (ou presença Eu Sou) para se manifestar e expressar através de nossa personalidade. E com a manifestação da Luz na Terra, estamos realizando nosso propósito divino no planeta.

O planeta Terra está passando atualmente pelo processo da ascensão planetária, que é um processo natural que ocorre a todos os planetas num estado específico de sua evolução quando sua base muda de carbono para silício. Ao mesmo tempo em que sua frequência fica mais refinada e sua vibração vai chegando a oitavas superiores, os seres que habitam o planeta são também modificados pela nova frequência. Dessa forma, a ascensão pessoal é uma consequência da ascensão planetária. E é exatamente isso que estamos vivenciando nos dias de hoje.

A ascensão pessoal ocorre com a participação ativa (consciente) ou não do indivíduo. No entanto, a consciência desse processo pode acelerá-lo e, à medida que mais pessoas vão despertando e se voltando para a aceleração consciente do processo de ascensão, os seres humanos vão auxiliando o planeta em sua mudança e isso faz com que a mudança de vibração possa ocorrer sem grandes complicações (cataclismos, tragédias, desastres naturais, etc…). Se a frequência dos habitantes também se eleva juntamente com a do planeta, a mudança ocorre de forma harmônica e natural, pois os habitantes dão a sustentação energética que o planeta precisa.

Existem muitos livros focados em práticas conscientes e sobre o que é necessário para elevar as nossas freqüências vibratórias. Segundo Dr Joshua David Stone, o processo de ascensão se encontra totalmente ligado com o processo de iniciação. “A palavra iniciação provém de uma raiz latina que significa começar. A iniciação pode ser considerada um novo começo, a transformação para uma nova forma de ser”. Uma analogia utilizada pelo mestre Djwhal Khul é que uma iniciação seria como a passagem através de um portal.

Mestre Djwhal Khul é Tibetano; Mentor espiritual do Curso Caminho Iniciático, junto aos Mestres Kutumi e El Morya

Existem duas maneiras pelas quais podemos definir uma iniciação espiritual: em termos do seu significado ou de sua mecânica (metodologia) subjacente. Se olharmos para o significado interno da iniciação, uma boa maneira de defini-la seria dizer que é um processo que nos torna “mais conscientes de nós mesmos como almas encarnadas”, segundo DK. A iniciação pode aumentar diretamente esse estado consciente ou pode fazer com que esse estado evolua diretamente melhorando algum traço ou característica, como por exemplo, a capacidade de experimentar o amor incondicional. Se olharmos para as iniciações em termos de mecânica, uma boa definição é aquela que DK usa nos livros de Alice Bailey, ou seja, “uma iniciação é como uma sequência progressiva de impactos direcionados de energia”.

Do ponto de vista esotérico, a iniciação implica uma transformação permanente nos campos de energia dos seus corpos sutis. É importante entender que a iniciação não envolve aprendizado intelectual, é uma mudança permanente na sua estrutura e por tanto, no seu ser. Do ponto de vista esotérico, cada um de nós está envolvido por uma sequência de campos de energia alinhados. Embora a maioria das pessoas não tenha conhecimento desses campos, eles são reais e o seu estado exerce um efeito profundo em nossas consciências e em nossa maneira de ser no mundo – o modo como pensamos, agimos e sentimos em relação a nós mesmos, nosso meio ambiente e às outras pessoas. Sabemos que em nossas vidas diárias até mínimas mudanças em nossa energia podem produzir mudanças significativas em nossos pensamentos e sentimentos. Por exemplo, se estamos deprimidos, podemos ouvir música, fazer exercício físico, ou abrir uma janela para permitir a entrada de uma maior quantidade de oxigênio.

O propósito da iniciação é o de produzir uma transformação permanente em seu campo de energia que leva a uma mudança em sua forma de ser no mundo. A iniciação é um tema de interesse para qualquer um que procure um crescimento pessoal e espiritual. A iniciação se encontra bem no âmago de como o universo está estruturado. Para entender isso antes é preciso compreender um fato básico sobre evolução espiritual: ela nunca tem um fim…

Uma vez que você percebe que a evolução espiritual não tem fim, se torna claro o que cada um pode ganhar ao receber iniciações de seres que estão bem mais adiante na caminhada espiritual. Por exemplo, o mestre tibetano Djwhal Khul, nos escritos canalizados por Alice Bailey, fala sobre o seu relacionamento com seu mestre, Kuthumi, de quem recebeu ensinamentos e iniciações. Atualmente, D.K. ainda está recebendo iniciações de Kuthumi e Kuthumi por sua vez ainda recebe ensinamentos e iniciações de seu mestre e assim por diante. Essa grande cadeia de iniciações em última instância se estende por todo o caminho de retorno a Deus, o único ser no universo que não se beneficia de iniciações, pois é a fonte da qual provem a energia para elas.

Não somente nós seres humanos estamos recebendo iniciações, mas também a Terra as está recebendo. As iniciações da Terra correspondem às iniciações que a humanidade, como um todo, está recebendo. E ambas (iniciações da Terra e da humanidade) estão interligadas com as iniciações que o nosso sol está recebendo e este está interligado com as iniciações que outras estrelas recebem. O universo por inteiro pode ser visto como uma gigantesca rede de sistemas de iniciação interconectados. A imensidão e a grandeza dessa rede é somente igualada por sua beleza.

Isso não quer dizer que é essencial que todos recebam iniciações. Você pode trabalhar sozinho e evoluir espiritualmente, mas cabe salientar que todos estamos juntos nesse jogo. Essa é a grande lição que o amor tem para nos dar. Não significa que você não possa fazê-lo sem ajuda, mas sim que isso demandaria muito mais tempo.

É bom deixar claro que as iniciações não são um substituto da continuidade do trabalho em prol do nosso crescimento pessoal ou espiritual, embora as iniciações possam acelerar dramaticamente esse crescimento. “A razão pela qual as iniciações energéticas podem acelerar tão efetivamente o crescimento é porque elas permanentemente concedem uma Shakti basicamente, é um dos seres divinos – os quais são chamados de Devans – uma energia espiritual que se comporta inteligentemente) do receptor. “Todos os benefícios conferidos pela iniciação espiritual se dão por meio das Shaktis”.

Existem vários tipos de iniciações espirituais. Dr. Joshua David Stone descreve em seu livro “Manual Completo de Ascensão” as iniciações que fazem parte do processo de ascensão. Estas são iniciações espontâneas são marcos dentro da evolução espiritual e conscientização do ser do “Tudo que é”. Existem iniciações espirituais espontâneas, como as descritas por Patrick Zeigler, que podem ser consideradas “sub iniciações” do processo de ascensão; ou seja; elas podem ser definidas como uma ancoragem de energias superiores que possibilitam seu reencontro com sua alma e mônada e aceleram o processo de ascensão. Estas iniciações também ocorrem espontaneamente à medida que a pessoa está realizando práticas espirituais específicas.

Existem as iniciações que recebemos da linhagem energética de um mestre ou ser espiritual específico. Estas iniciações podem ser recebidas no plano astral ou podem ser recebidas através do veículo de uma pessoa num corpo físico (desde que a pessoa esteja autorizada a passar esta energia através de uma iniciação). Uma linhagem é um grupo de seres encarregados da responsabilidade de transmitir iniciações que são particularmente importantes, ou que requeiram uma informação detalhada para serem recebidas com segurança ou para serem efetivamente utilizadas. Uma iniciação de linhagem deve ser recebida de um oficial representativo da linhagem apropriada. Isso também requer algum nível de consciência por parte do receptor sobre o significado da iniciação, de como se beneficiar dela ou de como usá-la.

Essas iniciações são na realidade sintonizações em energias específicas que geralmente possibilitam grandes “”, aumento da auto consciência, facilitação do caminho espiritual, curas específicas, entre outras coisas.

As iniciações do processo de ascensão são divididas por DK, Alice Bailey e posteriormente Dr Stone em sete níveis. Esse sistema de sete níveis serve para avaliar o progresso espiritual de um iniciado e pode também ser interpretado, segundo Jasmuheem, como os graus atingidos pelo despertar de uma pessoa no reconhecimento de sua verdadeira identidade.

Existem algumas escolas antigas que utilizam um sistema de 12 níveis, que, segundo Dr Stone, podem ser considerados sub níveis do grande sistema de sete níveis.

O caminho probatório: somente quando a alma alcança um certo grau de desenvolvimento, o eu superior e a mônada começam a ter um interesse ativo por ela. Aí então, ela assume a responsabilidade pela sua evolução e começa a se unir verdadeiramente em propósito com o eu superior. A alma que está no caminho probatório volta agora sua atenção para o mundo e para a influência do seu eu superior e começa a dar atenção à parte de si mesma que passa pelos ciclos de encarnação nos quatro mundos inferiores. A alma da pessoa também atraia agora a atenção do mestre e do grupo de mestres com o qual está ligada pelas leis cósmicas. No entanto, devemos observar que, nesse estágio, a pessoa geralmente não tem consciência desse vínculo.

O discípulo aceito: esta fase marca o verdadeiro começo no trabalho do discípulo com o mestre. A alma encarnada tem agora que se estabelecer no mundo do serviço. A pessoa tem que manifestar, em sua esfera de influência, as qualidades do amor, da luz, da compaixão e do intento divino. Essas qualidades irão se aprofundar conforme a pessoa avança no processo de ascensão. No entanto, uma vez aceito, o discípulo deve dar atenção ao desenvolvimento dessas qualidades superiores em sua vida.

A primeira iniciação: esta é, na realidade, a entrada oficial no caminho da ascensão, que não tem mais volta. A partir daqui, o auto domínio é a chave do propósito do discípulo. Nesta iniciação, ele deverá trabalhar o domínio das tendências físicas inferiores básicas: purificação da alimentação, manutenção do corpo livre ao máximo de toxinas, transmutação da luxúria em amor, entre outras coisas. Aqui a pessoa começa a tomar consciência de si mesma como alma.

A segunda iniciação: esta iniciação desenvolve o controle do corpo astral/emocional. Aqui se dedica muito tempo ao domínio dos desejos do ego, para que a pessoa possa se focar somente no Eu Superior. Os desejos egoístas são substituídos pelo desejo de servir e entra-se num trabalho com nossa natureza emocional e psicológica. Aqui a pessoa deverá tomar consciência de quem ela é, de todos os aspectos do seu eu, aceitá-los e trabalhar os aspectos negativos. A meta da segunda iniciação é fundir as metas e desejos pessoais com os do Todo. Os estágios iniciais de completa paz interior são um indicativo de que se está alcançando esta meta.

A terceira iniciação: esta é a iniciação onde ocorre a fusão com a alma, pois nos ligamos diretamente com o Eu Superior. Aqui, o domínio do pensamento é o foco central. As formas pensamento têm que se tornar claras e definidas, assim como o nosso propósito. Os pensamentos devem ser dirigidos para os planos superiores. Os iniciados neste estágio precisam aprender a dominar seus próprios mundos de pensamentos ao invés de ser vítimas do pensamento habitual ou das formas pensamento da consciência de massa. Uma coisa importante nessa iniciação é o cuidado que se deve ter para não cair na repressão dos pensamentos, pois este é um processo de transcendência e não de repressão. A pessoa precisa aprender a trabalhar com os bloqueios físicos, emocionais e mentais e não negá-los, e isso para muitos é a parte mais difícil.

A quarta iniciação: esta iniciação é chamada de “crucificação”, pois todos os parâmetros, dependência e apoios exteriores são retirados ou já não dão mais a satisfação costumeira e o indivíduo passa a ter que confiar apenas em seu próprio relacionamento consigo mesmo e com Deus. Há um período de sacrifício e desapego profundos nesta iniciação, e aqui a pessoa tem que trabalhar os medos e as perdas. Aqui, o iniciado torna-se a alma e passa a se comunicar com a mesma através do antakarana. Sua própria mônada torna-se seu mestre, guia e professor. Neste ponto, a visão aumenta aos saltos e pulos e o interesse passam a ser verdadeiramente elevar o mundo, pois a alma sabe que forma uma unicidade com Tudo-O-Que-É. Todos os esforços aqui estão voltados para dissipar os últimos vestígios do “karma pessoal”, a fim de promover um equilíbrio e ajuste do “karma do planeta” como um todo. Aqui, o iniciado não é mais uma alma aprisionada, mas sim a própria alma.

A quinta iniciação: esta iniciação é chamada de fusão monádica; é a revelação e ocorre no plano átmico. Aqui, a relação estabelecida é entre a alma espiritual individualizada e a mônada. As impressões recebidas vêm diretamente do plano monádico e dos mestres. A vontade de servir assume fundamental importância, pois a visão do iniciado de quinto grau inclui tanto os muitos níveis do reino humano como do espiritual. A pessoa toma total consciência dos papéis desempenhados na evolução da Terra e do universo. Aqui, a pessoa entra em pleno contato com seu poder pessoal e com o amor e luz.

A sexta iniciação: esta é a iniciação da ascensão; que se inicia agora e se completa na sétima iniciação. Na sexta iniciação, o discípulo é considerado “um mestre do jardim da infância”. Nesta iniciação, a mônada e o iniciado fundem-se diretamente. É importante lembrar que o iniciado está somente no final do primeiro nível iniciático. Segundo DK, existem 352 níveis de iniciação a serem alcançados para chegar ao que é denominado “iniciação cósmica”. E, aqui, cabe bem uma citação de Alice Bailey: “cada iniciação alcançada revela apenas iniciações ainda mais elevadas a serem alcançadas e nunca vem o ponto em que o aspirante (seja ele um homem, um iniciado, um mestre, um choan ou um Buda) possa permanecer numa condição estática, incapaz de um futuro progresso”

As portas que dão acesso às iniciações nunca estiveram tão disponíveis em nosso planeta como na época atual. Podemos dizer que o convite à ascensão está sendo feito pelo CRIADOR.


Para maiores informações sobre ascensão, trabalhos de ascensão e trabalhos para descobrir em que nível de iniciação a pessoa se encontra, entrar em contato com Joanita Molina ou Silvio Molina: adonai@adonaimsla.com.br

SHAMBALLA – O CENTRO ONDE A VONTADE DE DEUS É CONHECIDA


HÉLIO’S BLOG
#DivulgaçãoCientífica

DEFINIÇÕES

Shamballa é simplesmente uma palavra que dá a ideia de um vasto ponto focal de energias aprovisionadas e reunidas pelo Logos Planetário, com o fim de criar uma manifestação adequada de Sua intenção no desenvolvimento e no serviço planetário. (Discipulado na Nova Era, vol. II pág. 404)

Shamballa é um estado de consciência ou uma fase de percepção sensitiva onde há ajuda e dinâmica resposta ao propósito divino – uma resposta tornada possível pela síntese do propósito e do relacionamento espiritual que existe entre Aqueles Que estão associados a Sanat Kumara. (Os Raios e as Iniciações, pág. 276)

O único lugar de completa “paz” é “o centro onde a vontade de Deus é conhecida”. A Hierarquia espiritual de nosso planeta não é um centro de paz, mas um verdadeiro vórtice de atividade amorosa, o lugar onde se reúnem as energias provenientes do centro da vontade divina e da humanidade, o centro da inteligência divina. (O Reaparecimento do Cristo, pág. 28)

A paz, como expressão da vontade de Shamballa, produz equilíbrio, síntese, compreensão e um espírito de invocação, sendo basicamente uma ação que origina reação. Isto se manifesta como o primeiro grande e mágico trabalho criador de que é capaz a humanidade, levando os três aspectos divinos a uma atividade simultânea de acordo com a vontade de Deus. (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 165)

PENSAMENTOS-CHAVE

1 – Shamballa é o lugar onde se acha o propósito, propósito que não pode ser compreendido até que o plano seja seguido. Aqui há um indício.

2 – Shamballa não é um Caminho, mas um centro maior de estágios relacionados e de uma energia relativamente estática – energia que a intenção enfocada do Grande Conselho, atuando sob o olho do Senhor do Mundo, mantém preparada para propósitos criadores.

3 – Shamballa é o ponto de maior tensão no planeta, tensão que expressa vontade amorosa inteligente, livre de toda autovolição ou prejulgamentos mentais.

4 – Shamballa é o principal agente receptor do planeta, do ângulo da afluência solar, mas ao mesmo tempo é o principal ponto distribuidor de energia, do ângulo dos reinos da natureza, incluindo o quinto. A partir deste ponto de tensão o cânon da vida e a Vontade do Logos planetário, através dos processos da evolução, tomam corpo e finalmente amadurecem.

5 – Shamballa recebe energia de distintas Entidades solares e extrassolares, centros de vida concentrada e energética, ou seja, de Vênus, do Sol Central espiritual, da atual constelação condicionante pela qual pode estar transitando nosso sol, da Ursa Maior e outros centros cósmicos. Sírio, que é o fator tão importante na vida espiritual do planeta, faz com que suas energias atuem diretamente sobre a Hierarquia e, portanto elas não entram normalmente em nossa vida planetária por intermédio de Shamballa.

6 – Shamballa é o centro coronário, simbolicamente falando, de nossa Vida planetária, enfocando sua vontade, seu amor e sua inteligência numa grande e fundamental Intenção e mantendo esse ponto enfocado durante todo o ciclo de vida de um planeta. Esta grande Intenção personifica o atual propósito e se expressa por meio do Plano. (Discipulado na Nova Era, vol. II, pág. 519-520)

SHAMBALLA, A HIERARQUIA E A HUMANIDADE

Por trás deste centro de Amor e de Luz – a Hierarquia – encontra-se outro centro, inominado para o Ocidente, mas que o Oriente lhe dá o nome de Shamballa. Talvez o nome ocidental seja Shangri-La que está sendo reconhecido em toda parte e representa um centro de felicidade e propósito. Shamballa ou Shangri-La é o lugar onde a Vontade de Deus está enfocada e da qual são dirigidos Seus propósitos divinos. Ali são decididos os grandes movimentos políticos, o destino e o progresso de raças e nações; do mesmo modo os movimentos religiosos, os desenvolvimentos culturais e as ideias espirituais são enviados deste centro hierárquico de Amor e de Luz. As ideologias políticas e sociais e as religiões mundiais, a Vontade de Deus e o Amor de Deus, o Propósito da divindade e os planos pelos quais esse propósito é levado à criatividade, todos se enfocam através desse centro do qual cada um de nós somos conscientemente parte, a própria Humanidade. Portanto, há três grandes centros espirituais sobre o planeta: Shamballa, A Hierarquia espiritual e a Humanidade. (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 407)

Em Shamballa, as Grandes Vidas que ali atuam, na sua totalidade, não somente vêm à manifestação sem limitações de tempo, mas que sentem todos os principais impulsos evolutivos que põem o mundo em evolução em linha com a Vontade divina. Não personificam esses impulsos em termos de movimento progressivo, mas de uma grande reação divina e espiritual. Esta ideia talvez possa ser melhor compreendida em termos do Eterno AUM, símbolo do Eterno AGORA. Foi-lhes dito e demonstrado que o AUM está composto de um Som maior, três sons menores e sete tons vibratórios subsidiários. Ocorre o mesmo com a Vontade de Deus que está personificada e sintetizada pelos Membros da Câmara do Conselho. Para Eles o “manter em solução a Vontade de Deus constitui uma só e clara nota, quando vêem essa Vontade em ação como três acordes unidos que se exteriorizam para os três mundos do propósito DAQUELE que existirá durante eons; quando impulsionam essa vontade a se manifestar, como sete tons vibratórios que se estendem para os mundos refletidos na estrutura do Plano. Assim a nota, os acordes e o tom produzem o Plano, revelam o Propósito e indicam a Vontade de Deus”. Isto foi extraído de antigos arquivos que constituem o estudo dos Mestres: refere-se à natureza de Shamballa, seu trabalho e energias emanantes.

Devido a que Shamballa constitui a síntese da compreensão no que concerne à nossa Terra, é também o centro onde a Vontade Superior do Logos solar impõe-se à Vontade de nosso Logos planetário, que, como bem se sabe, é somente um centro de Seu corpo de manifestação. Com este dado informativo nada têm vocês que fazer e os Mestres estão aprendendo a conhecer a vontade do Logos planetário. Sem embargo, o objetivo do esforço de Shamballa consiste em captar o Propósito solar, cujo plano está se desenvolvendo nos níveis mais elevados do nosso sistema planetário, assim como a Vontade, o Propósito e o Plano de Shamballa, se desenvolvem nos três níveis inferiores do nosso sistema planetário. Repito, este dado informativo somente serve para indicar os objetivos hierárquicos, os quais surgem em tempo e espaço e penetram na Mente do Próprio Deus.

Alguns sinônimos podem servir para desenvolver seu pensamento sintético e trazer uma medida definida de iluminação.

ShamballaHierarquiaHumanidade
SínteseUnidadeSeparação
VontadePropósitoPlano
VidaAlmaAparência
EspíritoConsciênciaSubstância
VivênciaOrganismoOrganização
CaptaçãoPolarizaçãoFoco de Atividade
PoderImpulsoAção
EnergiaDistribuiçãoForças
DireçãoTransmissãoRecepção
CabeçaCoraçãoGarganta

Será evidente que poucos podem compreender a intenção de Shamballa se se derem conta que não lhes torna fácil ver a diferença entre unidade e síntese e, ao mesmo tempo, torna-me impossível aclarar a diferença. Somente posso dizer que a síntese é, enquanto que a unidade é construída e constitui a recompensa da ação e do esforço. À medida que se progride no Caminho da Iniciação, aclara-se o significado da unidade. Quando se dirige para o Caminho da evolução superior, surge a síntese. Seria inútil dizer algo mais. (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 533-535)

O PROPÓSITO DIVINO

A energia emanando de Shamballa foi dividida em duas diretas e distintas correntes. Uma, corporificando a dinâmica da determinação, ou da iluminada e entusiástica vontade, está atingindo diretamente a humanidade, via o Novo Grupo dos Servidores do Mundo. Até aqui, um jorro misto da força de Shamballa tem sido enviado para a Hierarquia e tem fluído – no seu tipo e qualidade não-diferenciados – para todos os grupos dentro da Hierarquia. Agora, a qualidade da determinação, ou daquilo que a pessoa comum compreende pelo uso da palavra “Vontade”, está fluindo para o Novo Grupo de Servidores do mundo, enquanto que a energia do propósito dinâmico, diferenciada em sete correntes divergentes, está fluindo para cada um dos “sete pontos de recepção”, os Ashrams dos Mestres dentro do círculo-não-se-passa da Hierarquia. Estes sete tipos de propósito corporificam as sete energias que irão reorganizar e redefinir os empreendimentos hierárquicos e assim inaugurar a Nova Era. Estes sete propósitos podem ser chamados:

a. O propósito não-conhecido, não-visto e não-ouvido de Sanat Kumara. É o segredo da própria vida e somente Ele o conhece. Em sua fase inicial desta nova expressão, ele trabalha por intermédio do Manu e do Mestre Morya; é aquilo que vela o mistério central que todas as escolas esotéricas eventualmente revelarão se permanecerem fieis ao seu impulso inicial. O que seja isto nós ainda não sabemos, mas está insinuado na Regra XIII.

b. O propósito subjacente à revelação. Esta pode ser uma ideia nova para vocês pois têm a tendência de considerar a revelação como um fim em si mesma. Raramente a consideram como um efeito do propósito interno de Sanata Kumara. Até aqui, a ênfase tem sido posta no aspecto de revelação, tornando-a um efeito daquilo que o discípulo tem feito consigo mesmo e por meio da qual lhe é permitido ser o recipiente de revelação. Contudo, por trás de todas as sucessivas revelações no transcurso das eras encontra-se um significante propósito; todas elas são e provarão ser apenas aspectos da Grande Revelação. É através dos processos de revelação que a divindade está lentamente despertando na consciência humana. É uma revelação sétupla; cada um dos sete reinos na natureza revela um de seus aspectos, e cada uma das sete alcança a revelação em sete ou quatorze revelações ou fases menores.

Reflitam sobre isto e aprendam a distinguir entre visão – que é aquele tanto da revelação divina corrente que o discípulo pode apreender no tempo e espaço – e revelação, que é a síntese do propósito divino em expressão. Isto está relacionado com a vontade-para-o-bem, que é, por sua vez, uma expressão completa da natureza do amor da Deidade.

c. O ainda não-reconhecido propósito que evocou a atividade criativa do nosso Logos Planetário. Isto trouxe à atividade o terceiro aspecto da Trindade divina. As razões usuais apresentadas pela mente finita do homem para explicar aquilo que chamamos “manifestação”, e explicar o dualismo de toda existência e a relação de espírito-matéria, não são de forma alguma a real explicação do propósito divino; elas baseiam-se na dualidade essencial do próprio homem; elas são a mais elevada explicação de sua própria natureza divina que ele pode alcançar por enquanto. Este é um ponto a ser lembrado. Elas são sua resposta ao segundo Raio da Atração Mútua, que é como o Raio de Amor-Sabedoria é às vezes chamado. Elas não são uma expressão de sua resposta à Vontade de Deus, e somente indicam as limitações de sua definição de propósito divino. Como vocês notarão, elas realmente nada definem. Tão pouco posso eu ajudá-los a reconhecer este terceiro aspecto e o eterno propósito do Senhor do Mundo.

Assim como uma alma busca encarnação para realizar um determinado desígnio e para fazer uma das iniciações superiores, também Sanat Kumara veio à encarnação por intermédio deste planeta com o fim de realizar Seus desígnios (conhecidos por Ele como uma Alma cósmica nos níveis mentais cósmicos), e para fazer uma das iniciações superiores que marcam o Caminho da Iniciação para aquelas grandes Vidas de esferas planetárias. Ele pode fazer esta particular iniciação devido à experiência a ser obtida num veículo constituído, expressivo e no especial estado de consciência de toda a nossa manifestação planetária. Isso requeria um instrumento no qual as células e átomos do Seu corpo (todas as vidas em todos os reinos), e os organismos integrados dentro daquele corpo (os vários reinos da natureza), estivessem naquele peculiar ponto de evolução em que eles todos se encontram agora.

Isto é tudo a que posso fazer alusão, e assim vocês podem ver para chegar a compreender algo mais do Seu divino propósito vocês também terão que se estar preparando para aquela determinada iniciação que para vocês – no seu pequenino nível de percepção do desígnio fixado – representa o paralelo microcósmico de Sua intenção cósmica. O que esta intenção é, não posso dizer. O único serviço que estas alusões podem prestar (quanto ao divino propósito sétuplo e a consideração sobre eles) é desenvolver em você, o discípulo, o poder de pensar abstratamente – uma capacidade muito necessária antes que o discípulo possa começar a palmilhar o Caminho da Evolução Superior; para isto as cinco iniciações abertas à humanidade como hoje constituída preparam o espírito humano.

d. O misterioso propósito que precisou trazer à atividade o Principio da Dor. O Sofrimento e a Dor são requisitos essenciais para a realização deste propósito. A capacidade para sofrer que distingue a humanidade é a principal reação consciente ao ambiente do quarto reino da natureza, o humano. Está relacionado ao poder de pensar e conscientemente relacionar causa e efeito. É um processo no caminho para algo sequer sonhado hoje – e é exatamente isso que quero dizer. Esta mesma habilidade para responder através da dor não é encontrada (no sentido em que o ser humano a compreende) em qualquer dos reinos subumanos ou super-humanos, como também não se encontrava no sistema solar anterior nem será encontrada no próximo. Está relacionada a um aspecto da inteligência criativa, aspecto esse que é uma característica peculiar à humanidade.

Este aspecto não aparecia no sistema solar anterior no qual funcionavam os outros aspectos da inteligência criativa. No atual sistema solar, ele foi desenvolvido e trazido da latência à potência em conexão com a substância dos corpos humanos por meio dos quais a alma humana está ganhando experiência. Ele guarda o segredo da beleza na manifestação, e sua primeira expressão pode ser vista na perfeição criativa de certas fases da arte pelas quais somente o homem é responsável. Nenhum outro reino na natureza cria formas, produz core e sons em relação harmoniosa, exceto o humano; todo tipo de arte criativa é o resultado de eons de conflito, dor e sofrimento. Os judeus, como um produto da humanidade do sistema solar anterior, e constituindo a encarnação do resíduo desse sistema solar, percorreram toda a gama de sofrimento e estão à frente das artes criativas desta época, particularmente, na produção em grupo como certos grandes produções cinematográficas e no campo das descobertas científicas.

Haverá, como bem podem ver, uma estreita relação entre este quarto propósito de Sanat Kumara, o quarto reino na natureza, o humano, e o quarto Raio da Harmonia através do Conflito. É a equilibrada relação destes três, consumada na quarta iniciação, que produz a plena beleza do fixado desígnio criativo da alma individual, ou – num diferente nível de processo iniciatório – do fixado desígnio da alma universal do Senhor do Mundo. O fato do quarto raio estar temporariamente fora de encarnação é a razão do relativo interlúdio na produção de arte criativa humana de alta qualidade. O ciclo de sofrimento aproxima-se do seu fim, e veremos mais tarde – quando o quarto raio entrar novamente em plena atividade objetiva – uma recorrência das artes numa volta mais alta da espiral muito mais exaltadas do que qualquer outra ultimamente vista.

e. O quinto grande segredo que subjaz ao propósito de Sanat Kumara está relacionado num sentido peculiar à manifestação cíclica de tudo que é encontrado nos três mundos da evolução humana. Diz respeito àquilo que está lentamente chegando à manifestação por meio da mente concreta inferior à medida que ela controla o desejo e traz a substância e a matéria em conformidade com o pensamento divino segundo esta linha. A soma total das mais elevadas fases do pensamento humano segundo todas estas linhas afeta materialmente, aquilo que aparece no plano físico em todos os reinos da natureza, aquilo que precipita civilizações e culturas, e aquilo que expressa a melhor resposta, no momento, da sensibilidade humana à impressão cósmica.

Isto é tudo que pode ser dito na tentativa de sumariar o desejo fixado e o modelo ou propósito da atividade divina no transcorrer das eras. Sabemos que este resumo está profundamente inadequado por enquanto para expressar ou produzir em forma manifestada a beleza desse desígnio e criar em conformidade com o pensamento de Deus; porém – era após era – a capacidade de pensar do homem e sua imaginação criativa elaboraram o lento desdobrar do desígnio, e continuarão a fazê-lo; cada grande ciclo mundial testemunha o surgimento de maior beleza, e vê os sutis efeitos do pensamento humano sobre os reinos subumanos da natureza continuamente trazendo o desconhecido à superfície, alterando a natureza da fauna e da flora do planeta, e preparando o caminho para aquele tempo de maravilha quando a Hierarquia estará de novo exotericamente dirigindo o Plano na terra e ajudando a humanidade a trabalhar com uma compreensão mais plena do desígnio divino.

Mais uma vez aqui está uma outra razão para as mudanças nos planos da Hierarquia. Os Mestres têm que preparar-Se para esta iminente emergência programada. Eles são forçados a mudar Suas técnicas de trabalho para responder adequadamente ao que Lhes compete fazer. É-Lhes muito mais fácil trabalhar, como Mentes iluminadas, na substância mental de Seus discípulos do que seria trabalhar no plano físico, relacionando as mentes e os cérebros de seres humanos avançados. As pessoas facilmente esquecem que com cada avanço da humanidade, mudam as obrigações da Hierarquia, novas necessidades têm de ser atendidas, novas técnicas usadas, novos métodos experimentais têm de ser empregados. Porque escrevo para discípulos e iniciados chamo-lhes a atenção para isto. Seu trabalho de treinamento mental não termina pelo fato de terem alcançado certos objetivos espirituais iniciatório.

Este quinto propósito está, portanto, estreitamente relacionado com todo o tema da “roupagem de Deus” e com a vinda à manifestação de Seu “manto de beleza” à medida em que ele é criado e trazido à existência pela humanidade atuando como meio para as ideias vindas dos reinos superiores, e então influenciando e trazendo à cooperação criativa os reinos subumanos.

f. É difícil dar qualquer ideia que seja do propósito que vamos tratar agora, porque ele está expresso na relação que existe entre o significado de Desejo, Vontade, Plano e Propósito. Todas estas palavras são símbolos desenvolvidos pelo homem na sua tentativa de captar o propósito logoico. Ele reconhece os impulsos do desejo, e no curso do processo evolutivo aprende a transmutá-los em aspiração; ele passa a seguir, para um vago tatear num esforço para compreender aquilo a que ele chama a vontade de Deus e a ela aquiescer; porém, enquanto a abordagem humana e essa vontade permanecer negativa, submissa e aquiescente (como acontece sob a influência da abordagem teológica e na maneira inculcada pelas Igrejas), uma luz real sobre a natureza da Vontade não será vista. Somente à medida em que os seres humanos entram em relação com a Hierarquia e são gradualmente absorvidos para a vida hierárquica e começam a receber as iniciações superiores é que a verdadeira natureza da Vontade divina pode ser captada e revelado o propósito de Sanat Kumara por uma apreciação do plano, seguido a uma consequente cooperação com o Plano.

Tudo isto será feito através da transmutação do desejo em aspiração, e a seguir em firme determinação. Quando, porém, o iniciado já relacionou estas fases de consciência em sua própria experiência interna, e permitiu que essas realizações internas afastassem sua experiência externa e seu viver diário, o Propósito subjacente brilhará, então, e ele não mais trabalhará no escuro. Você vê, meu irmão, que tudo que posso fazer nestes abstrusos assuntos é indicar o quê você pode fazer, como um indivíduo, para equipar-se para perceber o propósito divino, e assim ver o desígnio divino e os padrões como eles são realmente. Uma vez tenha você dado os passos necessários e cumprido os requisitos, o mistério desaparece.

g. A fase final do propósito divino é a mais difícil de indicar, e quando digo indicar, quero dizer exatamente isso, e nada mais definido e claro. Significa alguma coisa para você, quando digo que o ritual cerimonial da vida diária da vida de Sanat Kumara, implementada por música e som e levada sobre as ondas de cores que se quebram nas praias dos três mundos da evolução humana, revela – nas mais límpidas notas e tons e nuances – o mais profundo segredo por trás de Seu propósito? Isso dificilmente fará sentido para você e logo é descartado como um escrito simbólico que eu uso para tentar descrever o que é indescritível. Contudo, não estou escrevendo em símbolos, mas sim fazendo a exata descrição de um fato. À medida que a beleza em qualquer de uma suas maiores formas irromper na consciência humana, um pálido sentido é desse modo transmitido do ritual da vida diária de Sanat Kumara. Mais não posso dizer.

Aqui estão sugestões quanto ao propósito divino; cada uma das sete suplementa e completa as outras seis. Somente tentando apreender toda a síntese interna é que chegaremos à mais leve alusão à natureza daquela exaltada consciência que trouxe à existência nosso planeta e tudo que está dentro e sobre ele. (Os Raios e as Iniciações, pág. 240-247

RELAÇÕES DE ENERGIA

O sétimo reino da natureza é aquele constituído pelas Vidas Que participam em plena capacidade de entendimento do grupo de Seres Que formam o núcleo do Conselho em Shamballa. Este grupo gira ao redor do Senhor do Mundo. Suas consciências e estado de ser são apenas vagamente compreendidas pelos mais avançados Membros da Hierarquia, e a relação destas Vidas com o Senhor do Mundo é semelhante – e contudo, fundamentalmente diferente – da relação entre os Membros da Hierarquia e os três Grandes Senhores – o Cristo, o Manu e o Mahachohan. Através destes três Senhores flui a energia que jorra de Shamballa, transmitindo o propósito e motivando o plano de Sanat Kumara – Seu Plano de Vida. O que vocês chamam “o Plano” é a resposta da Hierarquia ao influxo da vontade e propósito do Senhor do Mundo.

Através de Sanat Kumara, o Ancião dos Dias, como Ele é chamado na Bíblia, flui a desconhecida energia da qual os três Aspectos divinos são a expressão. Ele é o Guardião da vontade da Grande Loja Branca de Sirius, e o fardo desta “intenção cósmica” é partilhado pelos Budas de Atividade e aqueles Membros do Grande Conselho Cuja vibração e consciência são tão elevadas que somente uma vez por ano – por intermédio de Seu emissário, o Buda, é seguro para Eles fazer contato com a Hierarquia. (Os Raios e as Iniciações, pág. 130)

No Festival de Wesak relacionam-se três fatores importantes para a humanidade:

1 – Pode-se entrar em contato com o Buda, que personifica ou é o agente das Forças da Luz, e apropriar-se conscientemente daquilo que estas forças tratam de transmitir à humanidade.

2 – Pode-se entrar em contato com o Cristo, que personifica o amor e a Vontade de Deus e o agente do Espírito de Paz, e treinar a humanidade para se apropriar deste tipo extraplanetário de energia.

3 – A humanidade pode estabelecer agora, por intermédio do Cristo e do Buda, uma estreita relação com Shamballa e fazer sua própria contribuição – como centro mundial – à vida planetária. Compenetrada pela luz e controlada pelo Espírito de Paz, a expressão da vontade para o bem da humanidade pode emanar poderosamente deste terceiro centro planetário. Então a humanidade iniciará, pela primeira vez, a tarefa que lhe foi designada como intermediária inteligente e amorosa entre os estágios superiores de consciência planetária, os estágios super-humanos e os reinos subumanos. Assim a humanidade chegará oportunamente a ser a salvadora planetária. (A Exteriorização da Hierarquia. pág. 162-163)

As massas humanas de todas as partes somente desejam tranquilidade. Não emprego a palavra “paz”, porque tem um significado equívoco.

Os homens e mulheres reflexivos de todos os países determinaram dar, se é possível, com maciça intenção esses passos que assegurarão a paz na Terra mediante a expressão da boa vontade. Observem esta fraseologia. Todos os discípulos ativos do mundo lutam com os meios disponíveis para difundir o evangelho do sacrifício, porque somente sacrificando o egoísmo pode estabelecer-se sem perigo a estabilidade humana. Estas palavras resumem o chamado que se faz àqueles cuja responsabilidade é determinar a política (nacional ou internacional) e dar esses passos que estabelecerão retas relações humanas. A Hierarquia permanece, não vigiando nem esperando, mas atuando hoje com a sabedoria impulsionadora e a intenção firme, a fim de fortalecer as mãos de Seus trabalhadores em todos os campos da atividade humana (político, educativo e religioso) para que possam empreender a correta ação e influir devidamente o pensamento humano.

Uma poderosa atividade de primeiro Raio – a atividade de vontade ou propósito – está entrando em ação. Cristo, como Guia das Forças da Luz, concedeu poder aos ashramas dos Mestres que pertencem a este primeiro Raio de poder, a fim de fortalecer as mãos de todos os discípulos nos campos governamental e político de cada nação; iluminar, se é possível, os diferentes legisladores nacionais, qualquer que for o meio necessário, para que o poder da sua palavra, a sabedoria do seu planejamento e a amplitude do seu pensamento, sejam tão efetivos que o “Ciclo de Conferências e de Concílios” que iniciam agora os estadistas do mundo, possa estar sob a guia direta (também se é possível) Daqueles que na Câmara do Conselho de Shamballa conhecem qual é a Vontade de Deus.

O egoísmo das pequenas mentes nas diferentes legislaturas do mundo deve ser combatido de alguma maneira. Tal é o problema.

Não esqueçam que a energia divina deve fazer impacto nas mentes humanas, mentes que no seu efeito em conjunto são o único instrumento disponível por intermédio do qual a Vontade de Deus pode expressar-se e que respondem necessariamente aos resultados estimulantes e energizadores desse impacto, e este evocará resultados adequados no tipo de mente afetada. A resposta será compatível com a qualidade e a intenção dessas mentes. (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 446-447)