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Arquivo mensal: outubro 2015

Físicos chocam o mundo ao afirmarem que “nossos pensamentos afetam diretamente o mundo físico”


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“Eu considero a consciência como fundamental. Eu considero a matéria como um produto derivado de consciência. Não podemos ficar atrás da consciência. Tudo o que falamos, tudo o que nós consideramos como existente, postula a consciência.”- Max Planck, físico teórico que originou a teoria quântica, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1918. Além disso, décadas de pesquisa e experimentos dentro do reino da parapsicologia têm mostrado resultados bizarros, inexplicáveis, mas repetidamente observáveis ​​indicando a grande importância da consciência que nós não costumamos considerar, especialmente quando se trata de ciência. É algo que é comumente esquecido, mas talvez nós devemos prestar mais atenção a isso. Como pensamos, o que nós pensamos, como nós percebemos, e no que acreditamos parece ter um grande impacto sobre o tipo de existência que criamos para nós mesmos como uma raça, que influencia o tipo de experiência humana que promulga. Isso torna ainda mais importante para nós que nos perguntar, tanto a nível individual e colectivo, quem somos nós? Por que nós pensamos o que pensamos? Por que fazemos o que fazemos?

“Não foi possível formular as leis da mecânica quântica de uma forma plenamente coerente sem referência a consciência.” Eugene Wigner, físico teórico e matemático. Ele recebeu uma parte do Prêmio Nobel de Física em 1963. Uma questão que tem confundido os cientistas quando se trata de matéria é, pode a consciência (intenção humano direta) alterar diretamente o mundo físico que vemos ao nosso redor? Pode a mente, literalmente, influenciar? Qual é a relação entre mente e matéria e o que isso significa sobre a verdadeira natureza da nossa realidade? Onde é que esta questão vem?

mente-sobre-materia

É um conceito que os cientistas e filósofos ao longo da história têm pensado. “O conceito de que a mente é primária sobre a matéria está profundamente enraizado em filosofias orientais e crenças antigas sobre magia.” – (1) Dr. Dean Radin deixou uma grande citação “A conclusão fundamental da nova física também reconhece que o observador cria a realidade. Como observadores, estamos pessoalmente envolvido com a criação da nossa própria realidade. Os físicos estão sendo forçados a admitir que o universo é uma construção “mental”. O físico pioneiro Sir James Jeans escreveu: “O fluxo de conhecimento está caminhando em direção a uma realidade não-mecânica; o universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que como uma grande máquina. Mente já não parece ser um intruso acidental no reino da matéria, devemos saudá-la, em vez como o criador e governador do reino da matéria. Supere isso, e aceitar a conclusão é indiscutível. O universo é imaterial-mental e espiritual ‘”- RC Henry, Professor de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins,” O Universo Mental. “; Nature 436: 29,2005)

A citação acima está se referindo ao fato de que, na física, a verdade “inevitável” que o ato de observação muda a natureza de um sistema físico e pode significar que a consciência (ou fatores associados à consciência) pode ter um efeito ou realizar alguma grande importância quando se trata do que chamamos ‘mundo físico’. Uma revelação potencial desta experiência é, mais uma vez, que “o observador cria a realidade.” Um artigo publicado na revista científica  explica como este (o experimento de fenda dupla) tem sido utilizado várias vezes para explorar o papel da consciência para moldar a natureza da realidade física. O estudo constatou que os fatores associados com a consciência “significativamente” foram correlacionadas de um modo previstas com perturbações no padrão de interferência dupla fenda. Não há literalmente uma riqueza de análise científica e experimentação para que se deslocar através se interessado neste tópico. A verdade é, há mais de 60 anos de experiências e pesquisas disponíveis quando se trata de cientistas que examinaram a conexão mente-matéria.

É 2015, e a ciência agora mais do que nunca está começando a aceitar esses tipos de conceitos e explorá-las de forma mais aberta. Ao longo da história, os nossos sistemas de crenças têm nos impedido de explorar conceitos de nossa realidade que contrastavam os sistemas de crenças aceitas na época. Galileo é um grande exemplo, seu trabalho foi banido e proibido e há mais de 200 anos; ele foi condenado e colocado sob prisão domiciliar por mais de 200 anos. Estas experiências têm: “Produzido convincente evidência, consistente, replicado que a intenção mental está associada com o comportamento desses sistemas físicos.” (1) – Dean Radin Estas experiências, geralmente rotulados sob o domínio de estudos parapsicologia (ISP), cientistas mostraram que o fenômeno que eles têm sido capazes de observar repetidamente em um ambiente de laboratório, mas ainda estão longe da compreensão humana. Há algo acontecendo, independentemente de saber se podemos explicá-lo ou não. A evidência é tão clara que “os céticos informados estão reconhecendo que algo interessante está acontecendo.” – Dr. Dean Radin (1) Se você gostaria de continuar a sua pesquisa, para começar, recomendamos que você visite o Instituto de Ciências Noéticas (íons). IONS colabora na pesquisa de ponta para as potencialidades e poderes da consciência, explorando fenômenos que não necessariamente se encaixam modelos científicos convencionais, mantendo um compromisso com o rigor científico. IONS é conhecida por seu patrocínio e participação em pesquisa e publicação de artigos em revistas científicas originais. Eles cobrem tudo, desde a consciência e cura e transformação cosmovisão das capacidades humanas estendidas.

Fonte: Sempre Questione 

Diego Araújo

Empreendedor, Life Coach, Mentor e Palestrante. Criador do Método de Desenvolvimento Pessoal “Construção Consciente”. Instrutor Licenciado para aplicar os ensinamentos de Grabovoi no Brasil. Minha Missão é ter uma vida extraordinária e ser lembrado pelo impacto e mudança de vida no maior número de pessoas que eu conseguir.

Website: http://grabovoinapratica.com.br/

Os piores impactos da mudança climática estão começando de fato a acontecer e muito mais rápido do que os cientistas esperavam


As temperaturas da água no Pacífico Norte nunca foram tão altas por tanto tempo em uma área tão grande como tem sido observado em 2015 e isso está exercendo um profundo efeito sobre a vida marinha

  • Caminho sem voltaCorey Accardo/ Ap Photo/ Noaa
por ERIC HOLTHAUS

No futuro, é possível que historiadores olhem para 2015 como o ano em que a merda realmente começou a bater no ventilador. Alguns exemplos: nos últimos meses, ondas de calor recorde no Paquistão e na Índia mataram mais de mil pessoas. No Parque Nacional Olympic, no estado de Washington, nos Estados Unidos, a floresta pegou fogo pela primeira vez na história recente. Londres chegou a ter 36,5 °C durante o dia mais quente já registrado em um mês de julho no Reino Unido; o site do jornal britânico The Guardian teve de fazer uma pausa na cobertura ao vivo sobre a onda de calor porque os servidores superaqueceram. Na Califórnia, que sofre com a pior seca em um milênio, um incêndio em 20 hectares de mata aumentou sete vezes em questão de horas, atravessando um trecho da rodovia I-15, em Los Angeles, durante o horário de pico do trânsito. Dias depois, a região foi atingida por algumas das chuvas de verão mais intensas já vistas no local. Porto Rico está sob seu mais rigoroso racionamento de água da história enquanto um monstruoso El Niño se forma no Oceano Pacífico tropical, mudando os padrões meteorológicos no mundo inteiro.

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Enquanto os imponentes rios da Amazônia são ocupados por usinas hidrelétricas e tornam o Brasil a “Potência Energética do século 21”, o impacto dessas obras nas populações locais continua a ser ignorado.

Em 20 de julho, James Hansen, ex-climatologista da Nasa que voltou a atenção da sociedade para as mudanças climáticas em 1988, lançou uma bomba: ele e uma equipe de cientistas haviam identificado um mecanismo perto da costa da Antártida que sugere que os níveis médios do mar podem subir dez vezes mais rápido do que o previsto anteriormente – 3,05 m até 2065. Os responsáveis pelo estudo fizeram uma advertência arrepiante: se as emissões de carbono não forem cortadas, “o aumento de vários metros no nível do mar se tornará praticamente inevitável. Os problemas sociais e as consequências econômicas disso podem ser devastadores. Não é difícil imaginar conflitos surgidos de migrações forçadas, e o colapso econômico pode deixar o planeta ingovernável, ameaçando o cerne da civilização”.

Eric Rignot, cientista da Nasa e da Universidade da Califórnia (Irvine) e coautor do estudo encabeçado por James Hansen, afirmou que os novos dados não mudam necessariamente o pior cenário possível no aumento do nível do mar, só tornam mais urgentes a discussão e as ações sobre o tema, especialmente por parte de líderes mundiais. Em particular, diz Rignot, a nova pesquisa mostra que um aumento de 2 graus Celsius na temperatura global – o nível de mudança climática que anteriormente foi classificado como “seguro” – “seria uma catástrofe para o aumento no nível do mar”.

O estudo de Hansen também mostra o quão complicada e imprevisível a mudança climática pode ser. Mesmo com as temperaturas dos oceanos globais atingindo os mais altos níveis já registrados, algumas partes do oceano, perto de onde o gelo está derretendo com rapidez excepcional, estão na verdade se resfriando, desacelerando as correntes de circulação oceânica e bagunçando os padrões climáticos. Michael Mann, outro cientista proeminente, recentemente disse sobre a desaceleração repentina das correntes do Atlântico: “Esse foi mais um exemplo de que as conclusões baseadas nas previsões do modelo climático podem ser conservadoras demais quando se trata do ritmo em que certos aspectos da mudança climática estão ocorrendo”.

ESQUERDA

O aquecimento global causará o desaparecimento de ilhas como as Maldivas em um futuro não muito distante.

Como fenômenos envolvendo tempestades e correntes de ar nos Estados Unidos e na Europa são diretamente afetados pela variação das temperaturas oceânicas, a implicação de um trecho de resfriamento enquanto o resto do oceano esquenta é bastante grave. Tempestades deverão ficar mais fortes e o aumento no nível do mar mais acelerado.

Mas, segundo recentes descobertas, essas nem são as alterações mais perturbadoras ocorrendo com a biosfera da Terra. Para entender quais são elas, é preciso olhar não para o aumento nos níveis do mar mas sim para o que está realmente acontecendo dentro dos próprios oceanos. As temperaturas da água no Pacífico Norte nunca foram tão altas por tanto tempo em uma área tão grande como tem sido observado em 2015 – e isso já está exercendo um profundo efeito sobre a vida marinha.

Roger Thomas, de 80 anos, comanda passeios de observação de baleias a partir de São Francisco, na Califórnia. Em uma excursão neste ano, ele viu 25 baleias-jubarte e três azuis. Em 4 de julho, oficiais federais viram 115 baleias em uma hora perto das ilhas Farallon, na costa californiana – o suficiente para enviar um aviso aos navios. Baleias-jubarte às vezes são vistas na costa da Califórnia, mas raramente tão próximas à praia ou em grupos tão numerosos. Por que estão chegando tão perto? A água excepcionalmente quente tem concentrado o krill (espécies de pequenos crustáceos) e as anchovas das quais essas baleias se alimentam em uma faixa estreita de água costeira relativamente fria. As baleias estão fazendo a festa. “É inacreditável”, disse Thomas a um jornal local. “Elas estão em todo lugar.”

No inverno passado, no norte do Alasca, a mesma parte do Ártico onde a Shell está planejando perfurar para procurar petróleo, cientistas descobriram 35 mil morsas congregadas em uma só praia. Foi o maior “agrupamento fora d’água” de morsas já documentado e um sinal de que está ficando cada vez mais difícil de encontrar gelo, habitat preferido desses animais.

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Temperaturas nas alturas, aumento da extensão do deserto do Saara, inexistência de chuvas, incontáveis epidemias: como o Mali se tornou o país africano que mais sofre com os impactos do aquecimento global.

A vida marinha está se mudando para o norte, adaptando-se em tempo real ao oceano em aquecimento. Tubarões brancos foram vistos procriando perto da baía de Monterey, na Califórnia. Nunca haviam ido tão longe no sentido norte, pelo que se sabe. Um marlim-azul foi pego em meados do ano passado perto da ilha Catalina, em Punta Cana – 1.500 km ao norte de sua localização típica. Na Califórnia, foram avistados animais não nativos migrando para o norte, como caranguejos vermelhos.

Nenhuma espécie pode estar tão ameaçada quanto o salmão, uma das mais associadas ao noroeste do Pacífico. A cada duas semanas, Bill Peterson, oceanógrafo e cientista sênior no Northwest Fisheries Science Center da National Oceanic and Atmospheric Administration, no estado norte-americano do Oregon, vai ao mar para coletar os dados que usa para prever o retorno do salmão em meio aos ciclos de procriação. O que tem visto neste ano é profundamente perturbador.

O salmão é crucial para o ecossistema costeiro dele como poucas outras espécies no planeta. Uma parte considerável do nitrogênio nas florestas da Costa Oeste dos Estados Unidos é rastreada até o salmão, que pode viajar centenas de quilômetros rumo ao norte para depositar seus ovos. As maiores árvores da Terra não existiriam sem ele.

No entanto, a situação da espécie é precária. Em 2015, oficiais na Califórnia estão levando o salmão para o sul em comboios de caminhões, porque os níveis dos rios estão baixos demais e as temperaturas quentes em excesso para que esses peixes tenham uma chance razoável de sobrevivência (o salmão começa a vida em água doce, antes de migrar para o mar). Uma espécie, o salmão- -rei, está em um risco especialmente maior de declínio nos próximos anos se a água do mar continuar quente. “Você conversa com os pescadores e tudo o que dizem é: ‘Nunca vimos nada parecido’”, conta Peterson.

Cientistas acreditam cada vez mais que as águas excepcionalmente quentes dos últimos meses são as primeiras indicações de uma mudança de fase na Oscilação Decadal do Pacífico (PDO), um aquecimento cíclico do Pacífico Norte que ocorre algumas vezes a cada século. Fases positivas da PDO duram de 15 a 20 anos, durante as quais o aquecimento global pode aumentar com o dobro da velocidade do que ocorre nas fases negativas. Também tornam a ocorrência do fenômeno El Niño, como o deste ano, mais provável. A natureza das mudanças de fase da PDO é imprevisível – os especialistas simplesmente ainda não descobriram com precisão o que está por trás delas e por que ocorrem quando ocorrem. Não é uma mudança permanente – a temperatura do oceano provavelmente cairá depois dessas altas recordes, pelo menos temporariamente, nos próximos anos –, mas o impacto sobre as espécies marinhas será duradouro e cientistas têm indicado a PDO como uma prévia das consequências do aquecimento global.

“Os modelos de [mudança de] clima previam um aumento suave e lento na temperatura, mas o principal problema que enfrentamos nos últimos anos é a variabilidade muito alta. Como cientistas, não conseguimos acompanhar esse ritmo, e os animais também não”, afirma Peterson. Ele compara o fato a um boxeador sendo massacrado round após round: “Em certo momento, você o nocauteia e a luta acaba”.

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O Ártico está derretendo com mais rapidez do que o previsto – e a liberação de carbono e metano resultante pode se revelar catastrófica.

Nos últimos dois anos, uma mudança persistente nos ventos sobre o Pacífico Norte originou o que meteorologistas e oceanógrafos chamam de “bolha” – um trecho altamente anormal de água quente entre Havaí, Alasca e Baixa Califórnia que jogou o ecossistema marinho em uma espiral descendente. Em meio a temperaturas mais altas, a quantidade de plâncton despencou e diversas espécies que dependem dele migraram ou decresceram.

Ondas significativas de água quente rumo ao norte já foram registradas antes, com alguma frequência. O El Niño, por exemplo, faz isso de forma previsível, mas o que está ocorrendo este ano parece ser algo novo. Alguns cientistas acham que a mudança dos ventos está ligada ao rápido declínio do gelo no mar Ártico nos últimos anos, o que, como demonstrado por outra pesquisa, faz com que os padrões meteorológicos se percam.

O que é cada vez mais aceito entre os cientistas é o fato de que, em muitos ecossistemas, os impactos das atuais temperaturas anormais no Pacífico Norte perdurarão por anos. O maior oceano da Terra, o Pacífico, está exibindo variabilidade cíclica em extremos maiores do que outras bacias oceânicas. Embora o Pacífico Norte seja atualmente a área de mudança mais drástica nos oceanos do planeta, ele não está sozinho: globalmente, 2014 foi um ano recorde nas temperaturas oceânicas e 2015 está a caminho de bater esse recorde, impulsionado pelo El Niño no Pacífico. Seis por cento dos recifes do mundo podem desaparecer antes do final da década, talvez permanentemente, devido ao aquecimento das águas.

Como os oceanos mais quentes expandem em volume, isso também está levando a um grande aumento no nível do mar. Um estudo recente mostrou uma desaceleração nas correntes do Oceano Atlântico, talvez ligada ao derretimento glacial da Groenlândia, que causou um aumento de 10 cm no nível do mar ao longo da costa nordeste em apenas dois anos, entre 2009 e 2010. Parecia que esse aumento repentino e imprevisto seria apenas temporário, mas cientistas que o estudaram estimaram que é um evento que acontece a cada 850 anos. Ele seria capaz de causar uma aceleração da erosão nas praias “quase tão significativa quanto alguns furacões”.

Possivelmente pior do que as temperaturas crescentes nos oceanos é a acidificação da água. Ela tem efeito direto sobre moluscos e outros animais marinhos com carcaça dura: um estudo no ano passado mostrou que, ao longo da Costa Oeste norte-americana, as conchas de caracóis minúsculos já estão se dissolvendo, com consequências ainda desconhecidas para o ecossistema.

Uma das autoras do estudo, Nina Bednaršek, disse à revista Science que as conchas dos caracóis, danificadas pela acidificação do oceano, pareciam “couves-flores”. Um estudo igualmente impressionante conduzido por mais de uma dezena dos principais cientistas oceânicos do mundo afirmou que o ritmo atual de aumento nas emissões de carbono forçaria uma mudança “efetivamente irreversível” nos ecossistemas oceânicos ainda durante este século.

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James Lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível – e que mais de 6 bilhões de pessoas vão morrer neste século.

Devido à pressão que estamos exercendo sobre o ecossistema do planeta – aquecimento, acidificação e a boa e velha poluição –, os oceanos estão prestes a sofrer várias décadas de mudança rápida. Muita coisa pode ocorrer nos próximos anos.

A combinação de nutrientes excessivos do escoamento agrícola, padrões anormais de vento e aquecimento dos oceanos já está criando zonas mortas sazonais em regiões costeiras, quando brotos de alga sugam a maior parte do oxigênio disponível. A aparição de regiões pobres em oxigênio dobrou de frequência a cada dez anos desde 1960 e deve continuar crescendo nas próximas décadas a uma taxa ainda maior.

Até o momento, as zonas mortas permaneceram, na maior parte, perto do litoral, mas no século 21 zonas mortas no oceano profundo podem se tornar comuns. Essas regiões com pouco oxigênio podem gradualmente aumentar de tamanho – e ficar potencialmente com milhares de quilômetros –, o que forçaria peixes, baleias, basicamente todos os animais que vivem no fundo do oceano, a ir para cima. Caso isso ocorra, grandes partes dos oceanos profundos temperados sofrerão com o aumento da camada sem oxigênio, acelerando o aquecimento da superfície do oceano e prejudicando a chegada de água mais profunda e fria, rica em nutrientes, à superfície.

A maior evaporação dos oceanos mais quentes criará chuvas mais pesadas, talvez até desestabilizando o solo e as raízes de grandes florestas, e o escoamento acelerado despejará mais excesso de nutrientes nas áreas costeiras, aumentando ainda mais as zonas mortas. No último ano, tempestades já quebraram recordes em Long Island, Phoenix, Detroit, Baltimore, Houston e Pensacola.

Provas do potencial catastrófico desse cenário vêm também do que aconteceu há 250 milhões de anos, durante o que se chama de “A Grande Agonia”, quando mais de 90% de todas as espécies oceânicas pereceram depois que um jorro de dióxido de carbono e metano de fontes em terra iniciou um período de profunda mudança climática. As condições que ativaram “A Grande Agonia” levaram centenas de milhares de anos para se desenvolver, mas os humanos emitem dióxido de carbono a uma taxa muito mais rápida, então a atual extinção em massa só levou cerca de 100 anos para, acredita-se, começar.

Com todos esses fatores agravantes trabalhando contra, alguns dos ecossistemas mais ricos em espécies nos oceanos podem ser destruídos em algumas décadas. Um estudo recente conduzido por Sarah Moffitt, da Universidade da Califórnia (Davis), disse que o oceano pode levar milhares de anos para se recuperar. “Olhando para frente e pensando no meu filho, as pessoas no futuro não terão o mesmo oceano que tenho hoje”, afirma Sarah.

Como era de se esperar, o fato de terem ingressos de camarote para uma catástrofe ambiental global está sendo um fardo emocional cada vez maior para os cientistas e, em alguns casos, está os levando a se manifestar. Praticamente todos os cientistas entrevistados para esta reportagem – cerca de 20 profissionais – usaram linguagem apocalíptica em algum momento.

Katharine Hayhoe, cientista e evangélica, mudou-se do Canadá para o Texas com o marido, um pastor, exatamente por causa da vulnerabilidade desse estado norte-americano à mudança climática. Lá, ela envolve a comunidade evangélica na ciência, quase como uma missionária faria, mas já está planejando sua estratégia de fuga. “Se continuarmos na rota atual, o Canadá será nosso lar no longo prazo, mas a maioria das pessoas não tem uma estratégia de fuga… então, estou tentando ajudá-las.

E.J+

Em uma entrevista no Salão Oval da Casa Branca, o presidente discute guerra, economia e o que está em jogo no governo norte-americano.

James Hansen, o mais experiente dos cientistas especializados em mudanças climáticas, aposentou-se da Nasa em 2013 para se tornar ativista. Mesmo com toda a melancolia do relatório no qual acabou de colocar seu nome, ele na verdade está um tanto otimista. Hansen sabe que a mudança climática tem uma solução direta: acabar com o uso de combustíveis fósseis o mais rapidamente possível.

Se amanhã os líderes dos Estados Unidos e da China concordarem com um imposto sobre emissão de carbono suficientemente alto e também aplicado a importações, o resto do mundo não teria escolha a não ser adotá-lo. Essa ideia já foi levada várias vezes ao Congresso norte-americano, com apoio morno dos partidos. Embora um imposto sobre o carbono não seja uma grande probabilidade, para Hansen até a menor possibilidade de ações ousadas como essa saírem do papel já é suficiente para que dedique o resto de sua vida a isso. Em uma teleconferência com repórteres em julho, ele afirmou que um possível imposto conjunto sobre a emissão de carbono entre Estados Unidos e China é mais importante do que qualquer coisa que aconteça na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que será realizada entre novembro e dezembro, em Paris.

Um grupo que Hansen está ajudando é o Our Children’s Trust, uma organização de defesa jurídica que entrou com várias objeções em nome de menores de idade sob o pressuposto de que a mudança climática é uma violação da igualdade entre gerações – as crianças, argumenta o Our Children’s Trust, têm o direito legal de herdar um planeta saudável.

Outra objeção às leis dos Estados Unidos está sendo feita por um ex-cientista da Agência de Proteção Ambiental (EPA) do país, que alega que o dióxido de carbono não é apenas um poluente que pode se dissipar sozinho, mas uma substância tóxica. Em geral, essas substâncias têm ciclos de vida excepcionalmente longos no meio ambiente, causam um risco tremendo e, portanto, exigem uma solução. Nesse caso, a solução pode envolver o plantio de grandes quantidades de árvores ou a restauração de pântanos para enterrar o excesso de carbono. Mesmo se essas novas propostas tiverem
sucesso, levará anos até uma mudança ser notada na curva. Talvez isso seja suficiente. Quando tudo parecer perdido, salvar algumas espécies já será um triunfo.

Se a China não reduzir a quantidade de carvão que queima, nada do que for feito para estabilizar o clima adiantará.

Alteração em Cadeia
As mudanças no plâncton são o início de um desastre

Atualmente, registra-se uma queda impressionante na quantidade de plâncton – a base da cadeia alimentar oceânica. Em julho, um grande estudo concluiu que a acidificação dos oceanos provavelmente terá um impacto “bastante traumático” na diversidade do plâncton, com algumas espécies morrendo e outras prosperando. Quando os oceanos absorvem dióxido de carbono da atmosfera, ele se converte em ácido carbônico – e o pH da água salgada cai. Segundo a principal autora do estudo, Stephanie Dutkiewicz, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), essa tendência significa que “toda a cadeia alimentar será diferente”.

O estudo de James Hansen pode ter recebido mais atenção, mas o de Stephanie e outros como ele podem ter implicações ainda mais calamitosas para o nosso futuro. As mudanças rápidas observadas por Stephanie chocaram alguns cientistas e os fizeram pensar que sim, realmente estamos rumo ao pior cenário possível. O aquecimento e a acidificação dos oceanos representam um problema que parece ter dado início a uma extinção em massa que poderá decorrer nas próximas décadas.

Jacquelyn Gill, paleoecologista na Universidade do Maine, sabe muito sobre extinção – e o trabalho dela é mais relevante do que nunca. Essencialmente, Jacquelyn está tentando salvar espécies ao aprender mais sobre o que matou animais que já não existem. Os dados que ela estuda mostram “evidências realmente fortes de que pode haver eventos de mudança climática abrupta que aconteçam durante um período da vida de um ser humano. Estamos falando de menos de uma década”.

Mares Escaldantes
Mais de 90% do calor acumulado pelos gases de efeito estufa nas últimas décadas está armazenado nos mares. Este gráfico representa a quantia de energia presa nos oceanos. Para efeito de comparação, 25 x 1022 joules (o topo do gráfico) é cerca de 500 vezes mais energia do que todos os humanos da Terra consomem a cada ano. Isso mostra o poder do efeito estufa: o dióxido de carbono que emitimos acaba aprisionando o calor do sol com uma eficiência aterrorizante.

Grande Asteroide (recém descoberto) vai passar perto da Terra em 31/10


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meteoro-queda-NASAUm asteroide de grandes proporções vai passar perto da Terra às vésperas do Halloween, em 31 de outubro. Batizado como 2015 TB145, a rocha espacial foi descoberta apenas no último dia 10 de outubro e tem diâmetro estimado em cerca de 470 metros.

A ameaça de asteroides e cometas pode ser reduzida significativamente se for resolvido o problema principal – a detecção antecipada de corpos celestes perigosos com tamanho superior a 50 metros de diâmetro, bem como a avaliação do risco do seu impacto COM A TERRA.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Cientistas anunciam problema principal na luta contra a queda de corpos celestes. Grande asteroide passará perto da Terra antes do Halloween. Rocha espacial recentemente descoberta chegará a distância da Terra pouco maior que a distância para a Lua

Fonte:  http://br.sputniknews.com e http://oglobo.globo.com

“A experiência dos eventos de Chelyabinsk (a cidade russa que foi atingida pelo impacto da explosão de um meteorito em 15 de fevereiro de 2013) mostrou que é preciso detectar também os corpos celestes com tamanho em torno de 10 metros no espaço próximo da Terra a fim de evitar uma possível colisão com um grande centro urbano, com pelo menos, 3-5 horas antes de isso acontecer” diz-se no documento do Congresso sobre a estratégia global e nacional de gestão de riscos e desastres naturais realizado em Moscou, na Rússia.

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Anteriormente, foi relatado que, após a queda do meteorito em 15 de fevereiro de 2013 em Chelyabinsk, a área atingida pela onda de choque foi de 6,5 mil quilômetros quadrados, o que, por exemplo, é 2,5 vezes mais do que a área total da região metropolitana de Moscou.

A onda de choque depois da explosão quebrou as janelas de mais de 7 mil edifícios, mais de 1,6 mil pessoas foram feridas com os estilhaços de vidro e paredes de uma indústria desabaram. As perdas econômicas ultrapassaram a casa dos $ 1,2 bilhões de rublos.

Apenas 1% dos corpos celestes perigosos com tamanho superior a 50 metros é conhecido pelos especialistas, concluíram os participantes do Congresso sobre a estratégia global e nacional de gestão de riscos e desastres naturais realizado em Moscou.  Os cientistas ainda não sabem como lidar com o problema dos corpos celestes perigosos.

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De acordo com os cientistas, o problema principal é que as características do corpo ameaçador são pouco conhecidas e isso impede a avaliação com confiança das consequências da utilização de armas para destruir ou alterar a órbita de um corpo celeste prestes a entrar em nossa atmosfera cair no solo causando destruição.

Grande asteroide passará perto da Terra antes do Halloween

RIO – Um asteroide de grandes proporções vai passar perto da Terra às vésperas do Halloween. Batizada como 2015 TB145, a rocha espacial foi descoberta apenas no último dia 10 de outubro e tem diâmetro estimado em cerca de 470 metros. De acordo com os cálculos da NASA, o asteroide chegará à distância de 499 mil quilômetros do planeta, ou cerca de 1,3 vez a distância média da Lua, no ponto de maior aproximação, previsto para a madrugada do dia 30 para 31 de outubro, e não há perigo de colisão com a Terra.

Ainda segundo a NASA, o 2015 TB145 é a maior rocha espacial conhecida a se aproximar de nosso planeta até 2027, quando o asteroide 1999 AN10, estimado em mais de um quilômetro de diâmetro, poderá chegar a pouco mais de 30 mil quilômetros da superfície da Terra, mas também sem chance de impacto com o planeta.

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Embora o 2015 TB145 não represente perigo para o planeta nesta passagem, sua RECENTE descoberta tão próxima de sua aproximação mostra o quanto a Humanidade ainda está vulnerável a uma colisão com este tipo de objeto.

Isso porque, enquanto a grande maioria dos asteroides tem órbitas quase circulares próximas ao plano onde os planetas circulam em torno do Sol, o 2015 TB145 apresenta uma órbita extramente excêntrica, no formato de uma elipse, e altamente inclinada com relação a este plano, cerca de 40 graus, o que faz com que rochas espaciais como ele sejam muito difíceis de serem detectadas a tempo de se tentar impedir o choque com a superfície da Terra com as tecnologias atuais.

Mas apesar de ser relativamente grande, aproximadamente 28 vezes o tamanho do meteoro que explodiu sobre a cidade de em Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro de 2013, deixando cerca de duas mil pessoas feridas, o 2015 TB145 não é grande o bastante para provocar uma catástrofe de proporções globais como o asteroide com cerca de 10 quilômetros de diâmetro cujo impacto acredita-se ter levado à extinção os dinossauros há cerca de 65 milhões de anos.

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Atlântida e os deuses da Antiguidade, parte 2


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atlantida-vimanaOs deuses da Antiguidade e a Atlântida – Parte 2

A descrição da civilização de Atlântida fornecida por Platão, no livro “Timeo e Crítias”, pode ser assim resumida: 

No princípio dos tempos, os “deuses” dividiram a Terra entre si de acordo com suas respectivas dignidades, poderes e inclinações

Cada um se tornou divindade principal em seu território onde foram erguidos templos, símbolo da grandeza daqueles “deuses“; templos dirigidos por cleros de sacerdotes onde eram realizados rituais, entre os quais, os sacrifícios…

Atlantis and the Gods of Antiquity por Manly P. Hall – “In The Secret Teachings of All Ages”, 1928

Fonte: http://www.sacred-texts.com/eso/sta/sta 07.htm

Primeira parte em: http://thoth3126.com.br/atlantida-e-os-deuses-da-antiguidade/

ATLÂNTIDA é o tema de um artigo curto, mas importante que apareceu no Annual Report of the Board of Regents of The Smithsonian Institution [Relatório Anual do Conselho dos Regentes do Instituto Smithsonian] para o exercício findo agora no distante 30 de junho de 1915.

“A história da Atlântida”, escreve Inácio Donnelly, “é a chave da mitologia grega (e de todos os povos antigos). Não pode haver nenhuma dúvida de que esses deuses da Grécia eram seres humanos. A tendência para anexar atributos divinos para os importantes, antigos e históricos governantes terrestres esta profundamente implantada na consciência da natureza humana.

O mesmo autor sustenta seus pontos de vista, observando que as divindades do panteão grego nem eram vistas como criadores do universo, mas sim como regentes estabelecidos sobre ele pelos seus mais antigos (deuses) e originais fabricantes do universo material. O Jardim do Éden da qual a humanidade foi expulsa por uma espada flamejante é talvez uma alusão ao paraíso terrestre de Atlântida supostamente localizado a oeste das Colunas de Hércules (o atual Estreito de Gibraltar entre a Espanha (Europa) e Gibraltar (África)) e destruído por cataclismos vulcânicos e pelas águas. A lenda do Dilúvio pode ser atribuída também à inundação da própria Atlântida, durante o qual um “mundo” foi destruído pelas águas e pelo fogo (erupções vulcânicas).

Os mistérios e a religião dos Atlantes

Nas profundezas do oceano Atlântico, parece que jazem os restos de um continente. …Por todo o litoral atlântico ─ de ambos os lados do oceano (nas Américas do Sul, Central e Norte e na costa oeste da África e Europa) ─ tribos e nações não conseguiram esquecer a sua existência. …O nome, em grande número de línguas, quase sempre contém os sons A-T-L-N. …

Lembranças de um continente desaparecido parecem ser instintivamente compartilhadas até por animais. …Aves, em suas migrações sazonais da Europa para a América do Sul, ficam circulando por sobre a mesma área do Atlântico, talvez à procura, sem sucesso, do local onde seus distantes ancestrais um dia descansaram.

A raiz ATL também significa água em muitas línguas ancestrais. Também existe a Cordilheira do ATLAS, uma cadeia de montanhas no noroeste da África que se estende por 2.400 km através de Marrocos, da Argélia e da Tunísia, e ainda inclui Gibraltar. O pico mais alto é o Jbel Toubkal, com 4.167 m, localizado no sul de Marrocos. As montanhas do Atlas separam as margens do Mar Mediterrâneo e do oceano Atlântico do deserto do Saara.

Foi o conhecimento religioso, filosófico e científico possuído pelas artimanhas sacerdotais da antiguidade garantidos por Atlântida, cuja submersão obliterou todo vestígio de sua parte no drama do progresso do mundo? A adoração do sol pelos Atlantes tem sido perpetuada no ritualismo e cerimonialismo do catolicismo romano e do mundo pagão (Mitra e os adoradores do fogo da Pérsia). 

Tanto a cruz assim como a serpente eram emblemas da sabedoria divina na Atlântida. O “divino” (Atlante) progenitor dos Maias e Quíchuas da América Central coexistiam dentro do esplendor verde e azul do Gucumatz, a serpente “emplumada”. Os seis sábios nascidos do céu entraram à manifestação na matéria como centros de luz ligados entre si ou sintetizados pelo sétimo – e principal – de sua ordem, a serpente “emplumada”. (Veja o Popol Vuh .)

O título de “asas” ou de serpente “emplumada” foi aplicado a Quetzalcoatl, ou Kukulcan, no início dos povos da América Central. O centro da Religião-Sabedoria de Atlântida  era presumivelmente um grande templo piramidal em pé no topo de um planalto em ascensão no meio da Cidade das Portas Douradas. A partir daqui os Sacerdotes e Iniciados da religião da sagrada serpente saíram, levando as chaves da Sabedoria Universal e da doutrina secreta até os confins da terra.

As mitologias de muitas nações contêm relatos de deuses que “saíram das águas do mar.” Alguns xamãs entre os índios americanos falam de santos homens vestidos de penas e wampum (wampum são contas feitas de conchas de moluscos marinhos, tradicionalmente consideradas sagradas pelas tribos ameríndias da região nordeste do continente noete americano) que emergiram de entre as águas azuis e os instruíram (aos xamãs) nas artes e ofícios dos pássaros.

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Entre as lendas dos caldeus existe uma sobre Oannes, uma criatura anfíbia, metade homem metade peixe, que saiu do mar e ensinou aos povos selvagens ao longo da costa a ler e escrever, cultivar o solo, cultivar ervas para a cura, estudar as estrelas, estabelecer formas racionais de governo, e tornar-se familiarizado com os mistérios sagrados.

Entre os Mayas, Quetzalcoatl, o deus salvador, que surgiu das águas e, depois de instruir as pessoas nos fundamentos da civilização, voltou para o mar em uma jangada de  serpentes magicas para escapar da ira do deus feroz do espelho ardente, Tezcatlipoca. Pode não ter sido estes semideuses de uma época fabulosa que, como Esdras, que saíram do mar, eram sacerdotes da Atlântida? 

Tudo o que o homem primitivo se lembrava dos atlantes era a glória de seus ornamentos de ouro, a transcendência de sua sabedoria, e a santidade de seus símbolos – a cruz e a serpente. Que eles chegaram em navios em sua terras logo foi esquecido, para as mentes ignorantes que consideravam até os barcos como sobrenaturais. Onde quer que os atlantes faziam proselitismo eles erigiram pirâmides e templos padronizados após o grande santuário na cidade das Portas Douradas (a capital de Atlântida, Poseidonis).

Essa seria a origem das pirâmides do Egito, da pirâmides do México e América Central. Os montes na Normandia e Grã-Bretanha, assim como as dos índios norte americanos, seriam remanescentes de uma cultura similar. No meio do programa da colonização e conversão do mundo por Atlântida, os cataclismos que afundaram o continente de Atlantida começou. O clero de sacerdotes iniciados da doutrina de Atlântida que haviam prometido voltar para seus assentamentos missionários nunca mais retornaram, e com a passagem dos séculos a tradição foi preservada apenas como estorias cada vez mais fantásticas “dos deuses” que vieram de um lugar onde somente existe o mar agora.

HP Blavatsky resumiu assim as causas que precipitaram o desastre da Atlântida: “Sob as insinuações do mal do demônio Thevetat, a raça Atlante tornou-se uma nação demagos negros (n.t. – No período bem próximo ao seu afundamento até mesmo sacrifícios humanos foram praticados). Em conseqüência disso, a guerra foi declarada, essa é uma história que levaria muito tempo para ser narrada, a sua substância pode ser encontrada nas alegorias desfiguradas da raça de Caim, os gigantes, e do justo Noé e sua família com o dilúvio. O conflito chegou ao fim pela submersão da Atlântida; que encontra a sua imitação nas histórias da Babilônia e no mosaico de contos mundiais de uma grande inundação global:

 ***os magos e gigantes e toda a carne morreu *** e todo homem e mulher.’

poseidonis-vulcãoExceto Ziuzudra (o herói mítico sumério referido comoUtnapishtim pelos babilônicos) e Noé, que são substancialmente idênticos com o grande Pai dos Thlinkithians no livro sagrado Popol Vuh, ou o livro sagrado dos guatemaltecos descendentes dos Maias, que também fala de sua fuga em um grande barco, como o hindu Noé – Vaiswasvata“. (Veja Ísis Sem Véu, de HP Blavastky ).

No RAMAYANA, no Mahabharata e nos Puranas, escritos sagrados muito antigos da ÍNDIA existem referências a Attala ─ a Ilha Branca ─ um continente localizado no oceano ocidental, e a guerra de RAMA contra os demônios Asuras, descrita no Ramayana (o Caminho de Rama) seria a narrativa de um grande conflito que houve entre o reino de Atlântida e o reino de Bharata  (como a ÍNDIA era conhecida naqueles tempos remotos).

Nas Américas Central e do Sul e parte do território do México, os nativos, astecas, se acreditavam originários de Aztlán, uma ilha que para eles situava-se no oceano oriental. A palavra ATL(N) significa água em várias  línguas nativas da África e das Américas. 

A partir dos atlantes o mundo recebeu não só a herança das artes e dos ofícios, filosofias e ciências, a ética e as religiões, mas também a herança de ódio, contenda e perversão. Os atlantes instigaram a primeira guerra, e foi dito que todas as guerras subseqüentes foram travadas em um esforço infrutífero para justificar a primeira e corrigir o erro que causou. Antes que Atlântida afundasse, seus Iniciados  iluminados espiritualmente, que perceberam que a sua pátria estava condenada porque tinha se separado do Caminho da Luz, retirou-se do continente malfadado.

Levando consigo a doutrina secreta e sagrada (cerca de cincoenta anos antes, os filhos da luz começaram a transferir o seu conhecimento de Atlântida para a região do delta do Rio Nilo, dando início ao que viria ser as bases da civilização egípcia dos Faraós) essas atlantes estabeleceram-se no Egito, onde eles se tornaram seus primeiros governantes “divinos”. Quase todos os grandes mitos cosmológicos que formam a base dos vários livros sagrados do mundo baseiam-se nos rituais e doutrina dos mistérios Atlantes mantidos pelos “Filhos da Luz”.

O mito do Deus Sacrificado

O mito de Tammuz e Ishtar é um dos primeiros exemplos da alegoria dos deuses moribundos, provavelmente datando de antes de 4.000 a.C. (Veja Babilônia e Assíria por Lewis Spencer.) A condição imperfeita dos tabletes sobre o qual as lendas estão inscritas torna impossível garantir mais do que um relato fragmentário dos ritos de Tamuz. Sendo o deus esotérico do sol, Tamuz não ocupa uma posição entre os primeiros deuses venerados pelos babilônios, que por falta de conhecimento mais profundo olhavam para ele como um deus da agricultura ou um espírito da vegetação. 

Originalmente, ele foi descrito como sendo um dos guardiões dos portões do submundo. Como muitos outros deuses salvadores, ele é referido como um “pastor” ou “o senhor do trono dos pastores”. Tamuz ocupa a posição de destaque do filho e marido de Ishtar, da deusa-mãe na Babilônia e na Assíria. A deusa Ishtar – a quem o planeta Vênus era consagrado – era a divindade mais venerada do panteão assírio e babilônico. Ela era uma deusa provavelmente idêntica com as deusas Ashtarot, Astarte e Afrodite. A história de sua descida ao inferno em busca  do elixir sagrado, o que por si só poderia restaurar Tammuz à vida é a chave para o ritual de seus mistérios. 

Tammuz, cujo festival anual ocorria pouco antes do solstício de verão, morreu em pleno verão, no antigo mês que levava o seu nome, e era lamentado com cerimônias elaboradas. O modo como le morreu é desconhecido, mas algumas das acusações feitas contra Ishtar por Izdubar (Nimrod) indicaria que ela, pelo menos indiretamente, contribuíu para a sua morte. A ressurreição do deus Tammuz era a ocasião de grande alegria, momento em que ele era saudado como um “redentor e salvador” de seu povo.

Com as asas abertas, Ishtar, a filha de Sin (a Lua), voa para baixo, para as portas da morte. A casa das trevas – a morada do deus Irkalla – é descrita como “o lugar de onde não se retorna.” É sem luz, é trevas, o alimento dos que nela habitam é poeira e sua comida é lama. Sobre as portas da casa de Irkalla existe poeira dispersa, e os guardas da casa são cobertos com penas, como pássaros.

A deusa Ishtar exige aos guardas para abrir os portões, declarando que se não o fizerem, ela vai quebrar as ombreiras, atacar as dobradiças, derrubar as portas e levantar os devoradores dos seres vivos. Os guardiões dos portões imploram para que ela seja paciente enquanto eles vão ter com a rainha do Hades (o inferno) buscando a permissão para admitir Ishtar, mas apenas da mesma forma como todos os outros que vieram para esta casa infernal. 

Ishtar por isso desce através das sete portas que levam para baixo nas profundezas do submundo. Na primeira porta a grande coroa é removida de sua cabeça, no segundo portão os brincos das orelhas, no terceiro portão o colar de seu pescoço, no quarto portão os ornamentos de seu seio, no quinto portão foi o cinto de sua cintura, no sexto portão as pulseiras de suas mãos e pés, e no sétimo portão o manto que cobre o seu corpo. 

Ishtar protesta quando cada artigo sucessiva de sua indumentária é retirado dela, Bur, um dos guardiões diz a ela que essa é a experiência de todos os que entram no domínio sombrio da morte. Enfurecida ao ver Ishtar em seus domínios, a Senhora do Hades inflige sobre ela todos os tipos de doenças e aprisiona-a no submundo.

Como Ishtar representa o espírito da fertilidade, sua perda impede a maturação das lavouras e o amadurecimento e a manutenção de toda a vida sobre a terra, que fica sob risco..

Neste contexto, a história é paralela à lenda de Perséfone. Os deuses, percebendo que a perda (a corrupção da divina energia feminina) de Ishtar esta desorganizando toda a Natureza, envia um mensageiro para o submundo e exige a sua libertação. A Senhora do Hades é obrigada a cumprir a ordem, e a água da vida é derramada sobre o corpo de Ishtar. Assim curada das enfermidades infligidas, ela refaz seu caminho para o mundo da superfície, através dos sete portões, em cada um dos quais ela é novamente reinvestida com as suas dignidades, representadas pelas peças e artigos de vestuário que os guardiões haviam lhe removido. No registro não esta gravado que Ishtar garantiu a água da vida que mais tarde teria proporcionado a ressurreição de Tammuz.

O mito de Ishtar simboliza a descida do espírito humano através dos sete mundos ou esferas dos planetas sagrados, até que finalmente, privado de seus adornos espirituais, a ALMA humana encarna no corpo físico – o Hades e as suas sete portas (alegoria dos sete chakras do corpo humano)- onde a Senhora (a mente inferior) que domina o corpo inflige todas as formas de sofrimento e miséria sobre a consciência aprisionada. As águas da vida – a doutrina secreta que liberta a alma aprisionada – desenvolve a sabedoria e cura todas as doenças da ignorância, que causam a corrupção do espírito, ascendendo novamente à sua fonte divina, e assim recupera os seus adornos dados por Deus, a fonte de onde se origina, na medida que ascende novamente sobre e através dos anéis dos SETE planetas.

Outro mistério ritual entre os babilônios e assírios era o de Merodach e o dragão. Merodach, o criador do universo inferior, mata um monstro horrível e de seu corpo forma todo o universo. Aqui está a fonte provável da conhecida alegoria católica de São Jorge e o Dragão.

Os Mistérios de Adonis , ou Adoni , eram comemorados anualmente em muitas partes do Egito, Fenícia e Biblos. O nome Adonis , ou Adoni , significa “Senhor” e era uma designação aplicada ao deus sol e depois foi emprestado (entre tantas outras tradições) pelos judeus como o nome exotérico do seu Deus e chamado de ADONAI. Esmirna, mãe de Adonis, foi transformado em uma árvore pelos deuses e depois de um tempo, a casca se abriu e a criança, o Salvador nasceu. 

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De acordo com um relato, ele foi libertado por um javali selvagem que dividiu a madeira da árvore materna com as suas presas. Adonis nasceu à meia-noite do dia 24 de dezembro, e através de sua morte infeliz um rito de mistérios foi estabelecido que operou a salvação de seu povo. No mês judaico de Tammuz (outro nome para esta divindade, Adonis), ele foi ferido até a morte por um javali enviado pelo Deus Ars (Marte). As Adoniasmos eram as cerimônias que ocorriam para lamentar a morte prematura do deus assassinado.

Em Ezequiel VIII, 14, está escrito que as mulheres choravam por Tamuz (Adonis) no portão norte da Casa do Senhor em Jerusalém. Sir James George Frazer cita Jeronimo assim:

“Ele nos diz que Belém, berço tradicional do Senhor, foi posta à sombra de um bosque dedicado ao velho Senhor sírio, Adonis, e que, quando o menino Jesus ali chorou, o amante de Vênus foi lá e se lamentou. ” (Veja The Golden Bough .)

A efígie de um javali selvagem é dito ter sido entalhada sobre uma das portas de Jerusalém em honra de Adonis, e seus ritos celebrados na gruta da Natividade, em Belém. Adonis como o homem “ferido” (ou “deus”) é uma das chaves para o uso do “javali” por Sir Francis Bacon em sua obra, em seu simbolismo esotérico e enigmático.


{n.t.:  Nos registros de um antiquíssimo Templo budista em LHASA, no TIBETE, há para ser visto uma antiga inscrição caldeia inscrita cerca de 2.000 anos a.C. (ou mais antiga ainda…) onde se pode ler:

Quando a estrela Baal caiu sobre o lugar onde agora é só mar e céu, -Atlântida – as sete cidades com suas portas de ouro e seus templos transparentes tremeram e balançaram como as folhas de uma árvore na tempestade. E eis que um dilúvio de fogo e fumaça surgiu a partir dos palácios, a agonia e os gritos da multidão preencheram o ar. Eles procuraram refúgio em seus templos e cidadelas e o sábio Mu, o hierático sacerdote de Ra-Mu, se levantou e lhes disse:

“Será que eu não previ tudo isso”?

E as mulheres e os homens em suas roupas brilhantes e pedras preciosas se lamentavam:

“Mu, salve-nos.”

E Mu respondeu:

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“Vocês morrerão junto com os seus escravos e suas riquezas materiais e de suas cinzas surgirão novas nações (nossa atual “civilização”). E se eles também se esquecerem que são superiores, não por causa do que eles usam ou possuem, mas do ( bem e a Luz) que eles colocarem para fora de si mesmos, A MESMA SORTE VAI CAIR SOBRE ELES!”

As chamas e o fumo sufocaram as palavras de Mu. A terra das sete cidades e seus habitantes foram despedaçados e engolidos para as profundezas do oceano revolto em poucos dias”.} Parte 2 de 3.

(Continua, atendendo os pedidos dos leitores…)


Deus é a Verdade e a Luz é Sua sombra.  Platão

Revelação Templária – 11


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As inexatidões dos Evangelhos

Alquimia-johfraCAPÍTULO XI – AS INEXATIDÕES DOS EVANGELHOS

Pela Páscoa de 1996, os meios de comunicação britânicos dedicaram muita atenção ao que parecia ser  uma descoberta espantosa – a de ossários, encontrados em Jerusalém, que continham as  ossadas de um pequeno grupo de pessoas, entre as quais estava«Jesus, filho de José».

As  outras eram duas Marias (uma, cuja inscrição estava em grego) – neste contexto,  possivelmente a Virgem e Madalena -, um José, um Mateus e um «Judas, filho de Jesus».

Capítulo 11 – AS INEXATIDÕES DOS EVANGELHOS  – Livro “The Templar Revelation – Secret Guardians of the True Identity of Christ”, de  Lynn Picknett e Clive Prince.

http://www.picknettprince.com/

CAPÍTULO XI – AS INEXATIDÕES DOS EVANGELHOS:

Obviamente que estes nomes, encontrados todos juntos, desta maneira, provocaram alguma  excitação entre os cristãos, embora as implicações desta descoberta não fossem necessariamente do seu agrado – afinal, o próprio cristianismo fora fundado sobre a ideia de  que Jesus ressuscitou dos mortos e ascendeu corporalmente ao céu. Encontrar as suas  ossadas seria devastador. Mas eram, de fato, as suas – e as da sua família?

Tem de se admitir que, com toda a probabilidade, não eram. Pode ter sido mera  coincidência que os nomes tivessem particular ressonância para os cristãos, porque eram  todos nomes comuns na Palestina do primeiro século. Mas a razão por que esta descoberta foi importante deveu-se à simples dimensão e intensidade do debate que ela provocou. Os  programas de televisão e os jornais de qualidade agarraram-se à pergunta: se pudesse ser  provado que elas eram aquelas ossadas específicas, qual seria o seu significado para o cristianismo? Para nós, um dos aspectos mais reveladores da questão foi o espanto e a indignação de muitos cristãos quando confrontados com a ideia de que Jesus possa ter sido  um homem normal. Para muitos, foi mesmo uma surpresa que o seu nome fosse comum.

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Apesar de ser compreensível que cristãos confessos desejassem manter o seu conceito de Jesus como (único) Filho de Deus e talvez decidir, por uma questão de estratégia, ignorar o que  pessoas alheias pudessem dizer sobre ele, é estranho que tantos cristãos não saibam, de fato, até que ponto se provou que o relato do Evangelho é inexato. Nunca houve acesso a tanta informação: escreveram-se livros, nos últimos  cinquenta anos, que adotaram um largo âmbito de perspectivas sobre Jesus e o seu  movimento e apresentaram muitas teorias diferentes (e, por vezes, divertidas).

Entre elas,  surgiram idéias como a de Jesus ser um pai divorciado, com três filhos, um maçônico, um  budista, um mágico, um hipnotizador, o progenitor de uma dinastia de reis (Merovíngios) franceses, um  filósofo cínico, um cogumelo alucinogéneo – e mesmo uma mulher! Esta explosão de ideias  estranhas e prodigiosas pode ser, em parte, uma consequência da tendência moderna para levantar questões, mas a razão por que estas ideias possam ter surgido deve-se ao fato dos estudos recentes terem revelado que a tradicional história de Jesus está radicalmente deturpada e, portanto, é pouco consistente. Mas, apesar de estas idéias florescerem porque  este vácuo existe, elas dependem do fato de os Evangelhos terem de ser não só  reinterpretados como virtualmente reescritos.

Este vácuo só pôde ser discernido quando a pesquisa de fundo apresentou um contexto para a história. Descobertas arqueológicas, como os textos de Nag Hammadi e os manuscritos  do Mar Morto, revelaram muito mais sobre a época e a cultura em que Jesus viveu – e, de  súbito, parece que muitos aspectos do cristianismo, habitualmente considerados únicos, não  eram assim como foram contados. Mesmo os mais tradicionais e familiares conceitos cristãos são agora considerados como tendo um significado completamente diferente, no contexto da Palestina  do primeiro século.

Por exemplo, um lema que os cristãos evangélicos gostam particularmente de exibir no  exterior das suas igrejas é «Jesus Cristo é o Senhor». Para eles, esta frase encerra a ideia de  que Jesus era literalmente divino – o Senhor, Deus encarnado. Foi extraída dos Evangelhos,  na crença de que era um título concedido a Jesus pelos seus discípulos, em reconhecimento  da sua posição única. Mas, como demonstrou Geza Vermes, o conceituado estudioso da  Bíblia, esse título era apenas um termo respeitoso comum, como o que as crianças dirigiam  ao pai ou uma esposa ao seu marido – o equivalente a «senhor». Não implica nada mais do que um simples costume e, certamente, nada de espiritual ou divino. Mas, ao longo dos séculos,  esta frase adquiriu vida própria e é considerada quase como prova de que Jesus é o Senhor  universal.

Outro exemplo de como a tradição cristã se transformou em fato histórico é o das  principais festividades, como a Páscoa e o Natal. Todo os anos, milhões de cristãos de todo  o mundo celebram o nascimento do Menino Jesus, a 25 de Dezembro. A história da  Natividade é a mais familiar do mundo: Maria era uma Virgem, que concebeu pela intervenção do Espírito Santo; na estalagem, não havia quarto para ela e para o seu marido José, por isso a criança nasceu num estábulo (ou numa  caverna, segundo outras versões), os magos e os pastores vieram adorar o Salvador recém-nascido. Esta história pode não ser aprovada por cristãos mais sofisticados e pelos teólogos,  Mas é uma das primeiras histórias que se contam às crianças e, na primeira infância, ela  transforma-se em «Evangelho».

Quando o papa julgou prudente explicar que Jesus não nascera, de fato, a 25 de Dezembro,  mas que essa data fora escolhida porque já era uma festividade pagã romana do solstício (Sol Invictus) de inverno no hemisfério norte, este anúncio causou alguma sensação. Para a maioria dos cristãos comuns, este anúncio foi uma  grande revelação. Que este anúncio tivesse sido feito apenas em 1994 é quase incrível.  Contudo, ele é apenas a ponta do icebergue porque os teólogos sabem há muito que toda a história do Natal é apenas um mito solar.

O grau em que a maioria dos católicos é mantida deliberadamente na ignorância é maior,  muito maior: a data do Natal, a 25 de Dezembro, não é apenas a do alegado nascimento de  Jesus; foi também a de muitos deuses pagãos, como Osíris, Átis, Tamuz, Adónis, Dionísio e muitos outros. Também eles nasceram em lugares humildes como cavernas, pastores  acorreram ao lugar do seu nascimento, que fora anunciado por sinais e maravilhas,  incluindo o aparecimento de uma nova estrela. E entre os seus múltiplos títulos contavam- se o de «Bom Pastor» e de «Salvador da Humanidade».

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Quando confrontado com a evidência de Jesus ser apenas um de uma longa série de  tradições de «deuses que morrem e ressuscitam», o clero tem tendência para se refugiar no conceito insatisfatório de que os pagãos da antiguidade, de certo modo, se aperceberam  indistintamente de que, um dia, haveria um verdadeiro Deus salvador, mas tiveram de se  limitar a um arremedo grotesco do futuro cristianismo.

Embora as verdadeiras origens do cristianismo sejam examinadas em pormenor, mais tarde,  é suficiente dizer que a data comum do nascimento a 25 de Dezembro não é a única  semelhança entre a história de Jesus e a dos deuses pagãos. Osíris, por exemplo – consorte  de Ísis -, morreu às mãos dos perversos a uma sexta-feira e foi magicamente «ressuscitado», depois de estar três dias no Mundo dos Mortos. E os mistérios de Dionísio  eram celebrados pela ingestão do Deus através de uma refeição mágica de pão e vinho,  simbolizando o seu corpo e sangue. Estes «deuses-que-morrem-e-ressuscitam» há muito que foram reconhecidos como tal por teólogos, historiadores e estudiosos da Bíblia, mas  parece ter havido uma conspiração tácita para ocultar esta informação ao «rebanho» (ignorante) da  Igreja.

Com toda a confusão de novos elementos que estão a emergir sobre as origens do  cristianismo, é demasiado fácil ser levado pelo entusiasmo e abraçar uma determinada ideia  sem a cautela e o discernimento necessários. Se a fonte material é mal interpretada, as conclusões alcançadas  podem estar muito longe da verdade. Por exemplo, muitas palavras foram dedicadas aos  manuscritos do Mar Morto, que foram descobertos em 1947; alguns deles parecem lançar  nova luz sobre o primitivo cristianismo. Certas passagens dos manuscritos convenceram  muitas pessoas de que Jesus e João Batista eram membros dos essênios, uma seita baseada em Qumran, junto do Mar Morto. Não é exagero dizer que esta convicção é agora julgada  por muitas pessoas como estando irrefutavelmente provada.

De fato, não existe nenhuma prova de que os próprios manuscritos fossem de origem  essênia – esta foi simplesmente a suposição imediata quando eles foram encontrados. Há uma hipótese: que os documentos fossem os escritos de uma única seita, quer dos essênios  quer de uma das muitas seitas que se sabe terem-se retirado para aquela área. Contudo, o  eminente professor de História Judaica Norman Golb, que analisou cuidadosamente a descoberta dos manuscritos do Mar Morto e o desenvolvimento do seu estudo, contestou,  recentemente, esta hipótese.

Demonstrou que a suposição de eles terem origem numa única  comunidade – ou mesmo que alguma comunidade religiosa lá tivesse existido – não é apoiada pela evidência arqueológica nem pela evidência dos próprios manuscritos. Golb pensa que os manuscritos faziam, de fato, parte da biblioteca do Templo, que fora  escondida lá durante a Revolta judaica de 70 d.C. Se Golb tiver razão, e tudo indica que tem, então, virtualmente todos os livros escritos sobre os manuscritos do Mar Morto são redundantes.

Essencialmente, o que muitos  eruditos fizeram foi tentar reconstituir as crenças de uma hipotética seita a partir de uma coleção de textos que, de fato, tiveram a sua origem entre uma variedade de grupos  diferentes. É como deduzir as crenças de alguém a partir dos livros que se encontram nas  suas estantes: a nossa biblioteca pessoal, por exemplo, revela facilmente o nosso interesse  por assuntos religiosos e esotéricos, mas, como os nossos livros abrangem uma variedade  de perspectivas – céticas, racionais, crédulas -, não podem representar aquilo em que nós, de fato, acreditamos. (Por comparação, os textos de Nag Hammadi nunca foram  considerados produto de uma única seita.)

Embora a ligação «essênia» dos manuscritos do Mar Morto seja falaciosa, apesar da sua  categoria de mito moderno, eles permanecem de profunda importância histórica para a  compreensão do judaísmo daquela época. Mas, como é pouco provável que sejam de grande utilidade para qualquer estudo das origens do cristianismo, os manuscritos não terão  grande importância nesta investigação.

Os perigos de basear conclusões generalizadas em premissas imperfeitas são exemplificados por “The Hiram Key” (A Chave de Hiram) de Knight e Lomas. De acordo com o  seu argumento, alguns dos manuscritos do Mar Morto contêm idéias que são semelhantes  às da maçonaria, e, como eles afirmam «que os autores dos manuscritos do Mar Morto…  eram essênios, está agora fora de dúvida», então concluir-se-ia que os essênios foram os  precursores da Maçonaria. Se acrescentarmos a isto a certeza dos autores de que Jesus era  essênio, a conclusão é evidente: Jesus era maçônico!

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Contudo, como vimos, os manuscritos não foram escritos pelos essênios e não se provou  que Jesus fosse membro dessa seita, portanto todo o argumento se desmorona. Pelo menos,  oferece ao investigador demasiado entusiasta um exemplo admonitório.

Tínhamos atingido o ponto em que compreendemos que uma reavaliação radical da posição  de João Baptista e de Maria Madalena devia ter sido feita há muito tempo. Afinal, parecia  que estas duas figuras históricas tinham algum direito convincente a serem consideradas muito a sério – pelo menos, por um persistente movimento secreto da Europa que incluíra  algumas das mentes mais brilhantes de todos os tempos.

O tema dominante do que designamos pela Grande Heresia Européia era a inexplicável veneração – atingindo, nalguns casos, a verdadeira adoração – de Maria Madalena e de João  Batista. Mas isso representava alguma coisa mais do que um genero de não-ortodoxia  deliberada, uma persistente rebeldia contra a Igreja, sem nenhum fundamento? Existia  alguma coisa substancial por detrás destas heresias? Para descobrir se havia alguma base factual para estas crenças, recorremos ao Novo Testamento, e em particular aos quatro Evangelhos canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

Admitimos um espanto inicial por esta associação «herética» entre Batista e Madalena.  Não apenas não existia nada na versão do cristianismo, reconhecida pela Igreja, que os associasse – além da sua aparente devoção a Jesus -, mas uma investigação superficial das próprias heresias também não conseguiu apresentar qualquer causa comum plausível. As  suas imagens eram pólos opostos. João Batista surge como um asceta que morreu devido  aos padrões morais inflexíveis, embora, talvez notavelmente, ele não morresse como um  mártir cristão. (De fato, não existe nenhuma sugestão de que ele invocasse os ensinamentos ou a moral de Jesus quando tomou a sua posição fatal contra Herodes  Antipas.)

E, por outro lado, julga-se que Madalena tenha sido uma prostituta, embora, de  acordo com a história tradicional, ela se tivesse convertido e passasse o resto da sua longa vida como penitente. De certo modo, João e Maria não parecem ter sido verdadeiros aliados: segundo os Evangelhos, certamente, não há nenhuma sugestão  de que eles se tivessem conhecido. No entanto, há indicações de que, provavelmente, eles tinham conhecimento um do outro.  Os eruditos reconhecem que Batista tinha uma grande fama de pregador íntegro, na sua época e lugar, que viera do deserto para chamar os homens ao arrependimento, enquanto Maria era uma das discípulas de Jesus, desempenhando um papel importante no seu  movimento.

E, segundo se pensa, Jesus e João eram primos, ou, pelo menos, pertenciam à  mesma família. Lendo nas entrelinhas, pode imaginar-se que João tinha conhecimento de  Maria Madalena como alguém que lavava os pés dos homens, lhes trazia toalhas limpas e  lhes preparava as refeições. Talvez tivesse um conhecimento vago da sua antiga reputação e desaprovasse a sua presença «impura» – a não ser, claro, que ele a tivesse baptizado. Não  existe nenhum registro disso, mas também não há registros de que os apóstolos, como S.  Pedro, tivessem sido batizados.

Contudo, uma investigação mais profunda do ambiente da história da Bíblia dá algumas indicações sobre a ligação entre Madalena e Batista. O primeiro elo de ligação importante é o dos seus papéis complementares na carreira de Jesus como pregador. É João quem  representa o seu princípio e Maria Madalena quem simboliza o seu fim.

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É João quem inicia o ministério de Jesus através do rito do batismo. E Maria que é central  para os acontecimentos que rodearam a sua morte e ressurreição. A grande associação é que  eles celebraram uma espécie de «sagração». O batismo com a água, celebrado por João, é  claramente análogo à unção com o óleo de nardo celebrada por Maria de Betânia, que é  geralmente se supõe que seja a mesma que Maria Madalena, e foi a última quem ungiu o  corpo morto de Jesus com mirra e aloés, para ser enterrado.

A grande semelhança entre estas duas personagens curiosamente fascinantes, no entanto,  reside no fato de, apesar de ambos terem obviamente desempenhado uma importante função ritual na vida de Jesus, eles apenas foram incluídos na história do Evangelho por  tolerância.

Eles surgem e desaparecem das páginas da Bíblia com tal brusquidão que criam uma nota particularmente discordante. Por um lado, os Evangelhos referem a execução de João às mãos dos soldados de Herodes, mas, por outro, não há nenhuma palavra sobre o pesar de Jesus por este fato ou de como exortou os seus discípulos a manifestar reverência pela  memória de João.

Madalena, de súbito, surge na história no momento da Crucificação, num  papel que é claramente de alguma intimidade com Jesus, e é a primeira pessoa a  testemunhar a Ressurreição – todavia, por que não é ela específica e anteriormente  mencionada? Talvez porque os evangelistas foram obrigados a admitir que tanto João como Maria Madalena desempenharam papéis tão centrais na história de Jesus que não podiam ser totalmente excluídos da narrativa, mas, caso contrário, nunca teriam sido mencionados. Então, que havia em João Baptista e em  Maria Madalena que era tão ofensivo para os evangelistas e os primeiros padres da Igreja?

É fácil compreender esta deliberada marginalização no caso de Madalena. Por um lado, ela  é claramente importante na história de Jesus, mas, por outro, não existe virtualmente nenhuma informação sobre ela nos Evangelhos. Excetuando uma única referência, em Lucas, por exemplo, ela faz a sua primeira verdadeira aparição como testemunha da crucificação. Não sabemos como ela se tornou discípula, exceto a implicação da história  de «expulsão de sete demônios» de que ela, em dada altura, teria sido curada por Jesus. Nem somos informados de qual era o seu exato papel, especialmente no enterro de Jesus.

De início, supusemos ingenuamente que qualquer discípula teria recebido este tratamento desdenhoso simplesmente porque era mulher e, portanto, cidadã de segunda-classe no que  dizia respeito aos judeus do século I. Mas, nesse caso, as coisas deviam ter mudado desde a  época de Rute e Naomi, cujas vidas estão tão bem relatadas no Antigo Testamento. E há  também a curiosa insistência no apelido ou título de Maria Madalena.

Embora a sua derivação seja discutida mais tarde, é possível ver, no próprio fato de ele ser  usado pelos evangelistas, uma indicação de que ela era uma mulher de recursos próprios.  Todas as outras mulheres dos Evangelhos são definidas pela sua posição de esposa, mãe ou  irmã de algum homem importante. Mas, aqui, temos simplesmente Maria Madalena. É  como se os evangelistas imaginassem que os seus leitores soubessem quem ela era.

Referindo-se às discípulas de Jesus, os Evangelhos dizem que elas «o serviam com os seus  haveres» – indicando que elas tinham alguns haveres para o servir. Fazia ela parte de um  grupo de mulheres independentes, com alguns meios, que sustentavam o grupo de Jesus?  Certamente, muitos eruditos acreditam que era este o caso. Maria Madalena, quando é referida pelo nome, está sempre no topo da lista, mesmo antes de Maria, a Mãe – exceto  quando há uma razão específica para colocar a Virgem em primeiro lugar.

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O Priorado de Sião acredita que Maria Madalena e Maria de Betânia são uma e a mesma  pessoa, a irmã de Lázaro e aquela que unge os pés de Jesus. Se for este o caso, então o  tratamento brusco que lhe dão os evangelistas torna-se ainda mais evidente. Eles parecem  ter tornado, de forma deliberada, a sua identidade e o seu papel ainda mais difícil de se determinar. Os Evangelhos Sinópticos vão ao ponto de tornar anônima a mulher que unge Jesus, embora seja muito provável que os evangelistas soubessem quem ela era e por que razão era importante.

Este processo de marginalização parece também ter sido aplicado a João Baptista. Os  modernos estudiosos do Novo Testamento reconhecem que a exata relação entre João e Jesus é difícil de definir. Muitos deles apontam para a aparente e excessiva insistência de  João no seu papel de simples precursor, sugerindo que ele «protesta de mais». De forma  significativa, o Evangelho de Marcos – que foi provavelmente o primeiro, e aquele em que  Marcos e Lucas se basearam – é menos insistente no papel subordinado de João que os  textos posteriores. Isto levou muitos estudiosos a concluir que a subserviência de João a Jesus, que é repetida ad nauseam, era, de fato, uma cobertura para a rivalidade entre os  dois homens e os respectivos grupos de discípulos.

O escrutínio minucioso dos próprios Evangelhos revela indicações dessa rivalidade. Para começar, uma leitura imparcial revela que muitos dos primeiros – e mais famosos –  discípulos de Jesus vieram das fileiras dos discípulos de João. Por exemplo, o jovem João, o discípulo Amado (que, como vimos, era central para muitas crenças «heréticas») é reconhecido  como tendo sido um dos acólitos de João e podia mesmo ter adotado o seu nome como um  sinal de respeito por ele. Os discípulos de João, depois da decapitação do seu líder,  continuaram como um grupo distinto: dizem-nos que alguns deles foram buscar o seu  corpo, e há passagens do Novo Testamento em que os discípulos de Jesus discutem com os  de João sobre as respectivas maneiras de viver.

Contudo, com maior significado, a história registra que João Batista teve dúvidas sobre Jesus como Messias – numa passagem a que, sem surpresa, a Igreja dá pouca divulgação. Quando João está encarcerado na prisão de Herodes, ele envia dois dos seus discípulos para interrogar  Jesus: «És tu o que devia vir ou temos de esperar por outro? Este episódio é particularmente embaraçoso para os teólogos. Por um lado, eles consideram João Batista o enviado de Deus para preparar o caminho do Messias e indicá-lo como tal às multidões,  reconhecendo também nele, deste modo, alguma medida de orientação divina – mas o  «precursor» interroga-se, depois, se fez ou não a escolha certa!

Há alguns sinais menos óbvios, mas igualmente notáveis, da rivalidade que existia entre os  dois homens, nas palavras de Jesus que a história registrou. O primeiro encontra-se na  famosa passagem em que Jesus parece elogiar João perante as multidões, dizendo-lhes que:  «Não se levantou entre os homens nascidos de mulher maior que João Batista». Contudo acrescentou a intrigante reserva: «O menor do reino dos Céus é maior que ele.» O exato significado desta afirmação tem sido  tema de muito debate. O eminente estudioso do Novo Testamento Geza Vernes comparou  este uso da frase «o menor do reino dos Céus» com outros exemplos e concluiu que era um  circunlóquio – uma frase formal e impessoal – que simboliza o próprio orador. Por  outras palavras, Jesus dizia à multidão «João pode ter sido um grande homem, mas eu sou  maior».

Há, no entanto, outra interpretação muito mais óbvia, que nunca vimos discutida por  nenhum estudioso da Bíblia. Admite-se que a frase «nascido das mulheres» pudesse ser  tomada como um insulto porque implicava fraqueza – nesse caso, toda a passagem  adquire uma tonalidade completamente diferente. Talvez a declaração de Jesus «entre os  homens nascidos de mulheres não se levantou maior que João Batista» possa ser tomada  como um insulto direto. Este insulto parece ser reforçado pelo comentário seguinte – «o  menor do reino dos Céus é maior que ele». Se Geza Vernes tiver razão, e Jesus estava a  afirmar que ele era maior, então dificilmente era um elogio a João Batista. Mas pode ter  sido um insulto maior, significando «mesmo o menor dos meus discípulos é maior que  ele».

Tem sido sugerido que há outra ofensa mal velada a João – que teria sido óbvia para os  judeus do século I – nos comentários de Jesus, durante uma discussão entre os seus  discípulos e os de João: «Nenhum homem ponha vinho novo em odres velhos.» Nessa  época e lugar, o vinho era geralmente transportado em «garrafas» feitas de peles de animal  – e João andava vestido com peles de animais… No contexto desta particular discussão, é  muito provável que este comentário se referisse a João.

É evidente que esta rivalidade era bem conhecida dos evangelistas, pelo menos cinquenta anos depois da crucificação (a época aproximada em que os livros foram escritos). Talvez  os quatro Evangelhos fossem, de fato, escritos com a ideia oculta de minimizar esta  vergonhosa rivalidade e de assegurar que Jesus levasse a vantagem. De fato, não há  dúvidas de que os evangelistas se teriam sentido muito mais felizes se pudessem ter excluído totalmente João.

Assim, é evidente que Batista e Madalena – aquele que batizou Jesus e aquela que foi a  primeira testemunha da parte principal do cristianismo, da ressurreição – estão unidos pelo fato de os evangelistas se sentirem, no mínimo, constrangidos em relação a eles. Mas é possível descobrir porquê, reconstituir os seus verdadeiros papéis e restabelecer a sua  importância original?

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O principal problema é que os livros do Novo Testamento são uma fonte de informação  muito duvidosa. Como todos os textos Antigos, foram, certamente submetidos a um processo incessante de edição, seleção, tradução e interpretação. Ao longo dos séculos, foram feitos aditamentos às obras originais, que são, por vezes, irrelevantes, mas, ocasionalmente, são muito significativas. Por  exemplo, na Primeira Epístola de João, a frase «Porque há no céu três que dão testemunho,  o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um» sabe-se ter sido posteriormente acrescentada. Também a história da mulher «surpreendida em adultério» surge apenas  no Evangelho de João – e as suas primeiras versões conhecidas não incluem este episódio. Se ele é ou não autêntico tem sido tema de grande debate.

Um exemplo importante da confusão provocada pelos caprichos da tradução é o da ideia  errada de que Jesus era um humilde carpinteiro. A palavra aramaica original era naggar,  que pode significar quer um trabalhador de madeira quer um estudioso ou um homem  erudito. No contexto, o último faz mais sentido porque não há nenhuma sugestão, em  parte alguma, de que Jesus fosse um artesão de qualquer natureza – e a sua erudição  provocou os comentários daqueles que o ouviam: a palavra naggar apenas é usada quando  as pessoas discutem especificamente a erudição de Jesus. Mas a ideia de que Jesus era  carpinteiro está agora tão indelevelmente gravada na história cristã como o fato de que ele nasceu a 25 de Dezembro.

As datas em que os Evangelhos foram escritos têm sido tema de grande debate e controvérsia. Como escreve A. N. Wilson:

“Uma das características mais curiosas do conhecimento do Novo Testamento é o fato de  que, apesar de homens eruditos se terem debruçado sobre documentos durante séculos,  nunca conseguiram determinar, sem margem para dúvida, questões tão simples como: onde  foram escritos os Evangelhos, ou quando foram escritos, e, ainda menos, quem os escreveu”.

Os manuscritos mais antigos que se conhecem datam do século IV, mas são claramente  cópias de textos mais antigos. Assim, os estudiosos tiveram de tentar determinar a sua proveniência, analisando a linguagem dos fragmentos dos Evangelhos que subsistem.  Embora a questão não tenha sido resolvida de forma conclusiva, o atual consenso é que o  Evangelho de Marcos é o mais antigo, tendo sido escrito talvez em 70 d.C. Também há  consenso quanto a Mateus e Lucas se terem baseado largamente em Marcos, e, por isso,  devem ter sido compostos mais tarde, embora incorporem material de outras fontes.

O  Evangelho de João é considerado como sendo o último a ter sido escrito – talvez entre 90 e  120 d.C. O quarto Evangelho – o de João – sempre teve alguma coisa de enigmático. Mateus, Marcos e Lucas, conhecidos coletivamente como Evangelhos  Sinópticos, narram mais ou menos a mesma história, apresentando os acontecimentos quase  pela mesma sequência e representando Jesus de maneira semelhante – embora ainda existam discrepâncias e inconsistências em episódios individuais. Um bom exemplo disto é  o número e os nomes diferentes das mulheres que visitaram o túmulo de Jesus, segundo os  três autores. O Evangelho de João, no entanto, narra a história de Jesus por uma ordem  muito diferente e também inclui acontecimentos que os outros não referem.

Dois exemplos são as bodas de Canaã, em que Jesus realiza o seu primeiro milagre –  transformando a água em vinho -, e a ressurreição de Lázaro, que se transforma, no evangelho de João, num dos acontecimentos principais. Que os outros cronistas tivessem desconhecido  episódios tão importantes sempre intrigou os historiadores bíblicos.

Contudo, o Evangelho de João também difere na imagem que apresenta de Jesus. Enquanto  os Evangelhos Sinópticos narram a história de um mestre religioso e taumaturgo, que se ajusta perfeitamente a um enquadramento judaico, o Evangelho de João tem uma atitude mais mística e mais gnóstica, atribuindo maior importância à divindade de Jesus. Também  tenta explicar o significado implícito na história à medida que ela se desenrola.

Atualmente, a opinião corrente é que Jesus era um líder religioso judaico, que foi  sobretudo rejeitado pelo seu próprio povo. Muitos analistas modernos nem consideram que ele  planejasse fundar uma nova religião e que o cristianismo aconteceu quase acidentalmente, porque os ensinamentos de Jesus vingaram no resto do Império romano. Isto explica,  segundo afirmam, ideias como a deificação de Jesus: ele tinha de se tornar conhecido como  o Filho de Deus – literalmente Deus encarnado – para apelar ao mundo romanizado, que  estava habituado à idéia de que os seus governantes e heróis se tornavam deuses.

Como o  Evangelho de João insiste nestes temas, partiu-se do princípio de que ele fora escrito numa fase mais tardia do progresso do cristianismo, quando a nova religião começava a dar os  primeiros passos no contexto mais vasto do Império romano. O problema é que o Evangelho de João é o único que, de fato, reivindica ser baseado no testemunho ocular de alguém (o próprio João) que assistiu aos principais acontecimentos da vida de Jesus –  o «discípulo amado» que, tradicionalmente, é considerado ser o jovem João, daí a  atribuição do Evangelho.

Certamente que o Evangelho de João contém os pormenores mais circunstanciais, como a  atribuição de nome a indivíduos que surgem anonimamente nas outras versões. Assim,  alguns eruditos argumentam que João é o primeiro Evangelho, embora haja outras interpretações, que vão desde a ideia de que João era o mais imaginativo, até à de que usou  testemunhos em primeira-mão, mas acrescentou, depois, a sua própria interpretação.

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O Evangelho de João é, segundo qualquer critério, muito estranho, Tem confundido mesmo  os estudiosos mais eruditos, devido às suas confusas mensagens: de fato, o seu tom – que é  inconfundível – é redondamente contrariado pelos fatos que tem o cuidado de apresentar  ao leitor. Devido à pormenorizada informação que oferece, o Evangelho de João é  reconhecido como o de maior valor histórico, contudo, também considerado como o mais  distante no tempo em relação à vida de Jesus.

Revela um conhecimento mais preciso das  práticas religiosas judaicas, mas é o menos judaico e o mais helenista (Gnóstico) na perspectiva  adotada. É indiscutivelmente o mais hostil aos judeus – as suas diatribes contra eles revelam verdadeiro ódio -, mas deixa mais claro que os outros Evangelhos que foram os  romanos, não os judeus, os responsáveis pela execução de Jesus. É também o mais  estridente na sua marginalização de João Baptista, dedicando muitas palavras à sua  aparente inferioridade e ignorando completamente o destino subsequente de Baptista –  todavia, ao contrário dos Evangelhos Sinóticos, revela-nos que Jesus recrutou os seus  primeiros discípulos entre o grupo de João e que os apoiantes de ambos os líderes  continuaram a ser rivais, revelando assim que João era importante por direito próprio.

Mas esta evidente confusão é facilmente explicada pelas múltiplas fontes que foram usadas  para compilar o Evangelho de João – incluindo o seu relato de testemunha ocular da missão  de Jesus. E, como veremos, algumas destas fontes são particularmente reveladoras.

Muitos cristãos modernos acreditam que o Novo Testamento foi, de algum modo,  divinamente inspirado. Contudo, os fatos contrariam esta idéia: foi apenas em 325 d.C.  que o Concilio de Niceia se reuniu para discutir quais os livros que seriam incluídos no que  viria a ser o Novo Testamento e a Bíblia. Não há dúvidas de que os homens presentes no Concílio incluíram na incumbência os seus próprios preconceitos e agendas, cujo triste fruto ainda  estamos a colher. Eventualmente, o Concílio determinou que apenas quatro Evangelhos  seriam incluídos no Novo Testamento e rejeitou, definitivamente, mais de cinquenta outros  livros, com maior ou menor ou igual pretensão a serem considerados autênticos e que hoje são chamados de Evangelhos Apócrifos..

Num só rasgo, as idéias expressas, implícita ou explicitamente, no material rejeitado  tornaram-se sinônimo de heresia. (De fato, a palavra heresia significava originalmente escolha.) Em certo sentido, o mesmo gênero de processo de seleção, semelhante ao que foi empreguado pelo Concilio de  Niceia, continua até hoje. O público, em geral, não está autorizado a decidir sobre os textos que restaram. Por exemplo, o Evangelho de Tomás, cuja existência há muito era conhecida, só foi descoberto na sua versão completa quando os textos de Nag Hammadi foram  desenterrados, em 1945.

Mas qualquer regozijo pela sua descoberta deve ser moderado pelo  reconhecimento da razão da sua aceitação pelos teólogos: está em concordância com os  quatro Evangelhos existentes, e foi essa a razão por que foi permitida a sua inclusão no  cânone não oficial (embora a própria Igreja Católica o declarasse herético). Outros textos,  datando aproximadamente da mesma época, foram rejeitados porque os seus conceitos  religiosos não estão em harmonia com o Novo Testamento. De modo geral, estes são textos  que têm uma perspectiva gnóstica.

Os cristãos são educados no conceito de «verdade evangélica», significando que os fatos  são literal, inequívoca e divinamente inspirados. Muito poucos eruditos modernos, no entanto, aceitam que o Novo Testamento seja a palavra de Deus, porque sabem que as  palavras do Novo Testamento não são mais nem menos válidas do que qualquer outro  relato publicado cinquenta ou mais anos depois dos acontecimentos que descrevem.

É coincidência que os Evangelhos apenas fossem escritos depois do primeiro missionário, Paulo, ter evangelizado muitos países do Mediterrâneo oriental? É certo que nas cartas Paulo não dá nenhuma indicação de que tinha conhecimento de alguma coisa da vida e dos fatos de Cristo, além de que fora morto e ressuscitara. Assim, os Evangelhos foram criados para reforçar a sua versão do cristianismo ou para a contradizer? Os seus autores  dificilmente podiam ter desconhecido o ministério de Paulo.

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Os relatos dos Evangelhos foram, como vimos, escritos pelo menos quatro décadas depois  da crucificação, e as coisas tinham mudado desde então – pelo menos porque a «vinda do  reino de Deus», como Jesus prometera, não se tinha, de fato, concretizado. Este próprio  espaço de tempo, certamente, apresenta enormes problemas na avaliação da autenticidade dos Evangelhos, porque não há maneira de distinguir as passagens que se baseavam em verdadeiros fatos históricos, em boatos ou em extrapolações de boatos – ou em completa  invenção.

Muitas das palavras que agora consideramos como tendo saído da boca de Jesus podem não ter sido registradas textualmente ou podem nunca ter sido proferidas por ele ou por ninguém. Algumas delas podem ter sido erradamente relembradas, mesmo pelos seus  discípulos (embora seja possível que povos com uma tradição oral, como os judeus, as conservassem consideravelmente «mais puras», durante mais tempo, do que nós o faríamos atualmente), e palavras de alguém completamente diferente possam ter sido atribuídas a Jesus. Ironicamente, todavia, uma das poucas maneiras de verificar se uma palavra é genuína é o «princípio da dissimilaridade»: isto é, verificando se ela contradiz a mensagem  global dos Evangelhos. Afinal, se ela vai contra o espírito da maioria dos textos, é improvável que o autor a tenha inventado.

Durante a maior parte dos dois últimos milênios, supôs-se que os Evangelhos tinham sido  divinamente inspirados e que continham a verdade autêntica sobre Jesus, os seus  ensinamentos e mensagem para a Humanidade. Ele era, subentendia-se, o Filho de Deus,  enviado para libertar o Homem dos seus pecados por um ato supremo de sacrifício e para  instituir uma nova Igreja que suplantasse a religião do Antigo Testamento – e, por  implicação, a de todos os pagãos do mundo grego e romano. É apenas nos últimos duzentos  anos que a Bíblia tem sido submetida ao mesmo escrutínio crítico de outros documentos  históricos e que se fez uma tentativa de enquadrar a vida e os ensinamentos de Jesus no  contexto da sua época.

Podia esperar-se que este processo tivesse clarificado grande parte do caráter e da  motivação de Jesus. De fato, verificou-se o contrário. Embora este método tenha revelado  que muitas suposições estão erradas – por exemplo, Jesus não foi executado por iniciativa  dos líderes religiosos judaicos mas porque foi acusado de intriga política pelos romanos -, falhou totalmente nas respostas a algumas das perguntas mais fundamentais acerca  dele. Podemos afirmar o que Jesus não era, mas ainda é difícil afirmar o que ele era.

O resultado disto é que, hoje, o estudo do Novo Testamento está em crise. É incapaz de  chegar a acordo sobre questões fundamentais como: Jesus proclamou ser ele o Messias?  Proclamou ser o Filho de Deus? Proclamou-se rei dos judeus? E é completamente incapaz  de explicar o significado de muitos dos seus atos. Nem mesmo consegue apresentar uma  explicação convincente para a sua crucificação, porque não há nada que Jesus tenha dito ou  feito – segundo o relato dos Evangelhos – que tivesse ofendido quer os líderes religiosos judaicos quer os senhores romanos, a ponto de eles terem desejado o seu sangue”. Muitos  dos seus atos simbólicos, como o derrubar das mesas dos cambistas do templo ou mesmo o acontecimento crucial da instauração da eucaristia na última Ceia, não têm qualquer  relação com o judaísmo.

O mais espantoso, no entanto, é o fato do estudo do Novo Testamento ter grande  dificuldade em explicar, em primeiro lugar, por que devia uma religião ter sido fundada em nome de Jesus. Se Jesus, de fato, fosse o tão esperado Messias judaico, então ele fracassou nesse papel, porque foi humilhado, torturado e morto. E, todavia, os seus discípulos continuaram não só a venerá-lo mas também foram levados, pela sua devoção  por ele, a declararem-se diferentes dos outros judeus.

Um bom exemplo desta confusão acade mica encontra-se nas obras de dois dos mais  eminentes estudiosos do Novo Testamento dos tempos recentes, Hugh Schonfield e Geza  Vermes. Os paralelos entre os dois professores são espantosos. Ambos eram eruditos judeus que, desde muito cedo, se começaram a interessar pelas origens do cristianismo e  dedicaram a maior parte das suas vidas ativas a esta questão. Ambos compreenderam que  a maioria dos eruditos cristãos não tinha chegado a situar a investigação sobre o Jesus  histórico no contexto mais amplo da cultura judaica da sua própria época e lugar.

Ambos  esperavam encontrar a resposta por meio de uma cuidadosa comparação dos relatos dos  Evangelhos com o judaísmo da época de Jesus e ambos, além das suas várias obras  acadêmicas, publicaram livros que tiveram enorme sucesso popular e que apresentavam o  resultado do trabalho das suas vidas – Schonfield com o seu The Passover Plot (1965) e  Vermes com Jesus the Jew (1973). No entanto, as conclusões a que chegaram dificilmente  podiam ter sido mais diferentes.

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Vermes apresenta Jesus como um hassidiano – um dos herdeiros, muito semelhante aos  xamãs, dos profetas do Antigo Testamento, que se distinguiram pela sua independência do  judaísmo institucional e pelos seus milagres. Ele demonstra que não há nada no Novo  Testamento que sugira que Jesus alguma vez proclamasse ser o Messias, ainda menos o  Filho de Deus – estes títulos foram-lhe atribuídos, retrospectivamente, pelos seus discípulos. Schonfield, por outro lado, apresenta Jesus como uma figura essencialmente política, partidário da independência da Palestina relativamente a Roma e que conscientemente planejou a sua própria carreira para a adaptar à do esperado Messias, mesmo até ao ponto de, voluntariamente, engendrar a sua própria morte por crucificação.

The Passover Plot de Hugh Schonfield revelou ainda outras razões para aceitar a «verdade  evangélica» com cautela. A sua obra demonstrou que, por detrás de Jesus e dos seus  adeptos conhecidos, existia um outro grupo misterioso, com a sua agenda e interesses  próprios na manipulação da sua história. Embora este argumento seja conhecido, vale a  pena fazer aqui um breve resumo.

Em todas as histórias dos Evangelhos, Jesus defronta-se repetidamente com certas pessoas, que não são os seus discípulos mais próximos nem fazem parte do conjunto dos seus  seguidores e que são geralmente pessoas abastadas – como José de Arimateia, que surge  abruptamente, não se sabe de onde, para monopolizar os preparativos para o enterro de Jesus. As figuras centrais desta organização eram as do  grupo de Betânia, a qual Schonfield denomina a «base de operações» de Jesus.

Este grupo parece ter assegurado que Jesus desempenhasse o papel do Messias esperado,  especialmente a entrada em Jerusalém. O jumento que montava, cumprindo, assim, a  profecia de Zacarias (9:9), fora previamente reservado, incluindo a senha para que fosse entregue – embora os discípulos de Jesus desconhecessem tudo. Também a sala para a última Ceia já está preparada, embora fosse a época do ano de maior movimento e Jerusalém estivesse apinhada de gente. Jesus manda os discípulos irem à cidade e procurar um  homem que levava um cântaro com água (o que constituiria um espetáculo notório, porque  apenas as mulheres realizavam essas tarefas subalternas); de novo seriam trocadas senhas e  o homem conduzi-los-ia, então, à sala do andar superior.

Isto indica que os discípulos não tinham conhecimento de grande parte do que, de fato, se  passava e que Jesus agia segundo um programa pré-delineado, no qual os membros da  família de Betânia eram os principais protagonistas. Este é outro exemplo de que os  Evangelhos não apresentam um quadro completo da história de Jesus. Muitas pessoas, atualmente, têm conhecimento de que foram atribuídos a Jesus motivos  políticos. Hoje sabe-se que os seus discípulos incluíam membros de diferentes facções – alguns deles eram tão radicais que, hoje, lhes chamaríamos terroristas. A maioria dos  eruditos considera que o apelido de Judas, geralmente indicado como «Iscariotes», deriva  de sicarii, o nome de um desses grupos. Simão, o Zelota, é outro exemplo de como homens  de violência estavam próximos de Jesus.

As obras de Schonfield e de Vermes são relativamente famosas e de fácil acesso. A obra de  outro investigador bíblico, no entanto, apesar de merecer uma audiência muito mais vasta,  teve, de fato, uma aceitação bastante menor. Uma descoberta muito importante foi feita em 1958 pelo Dr. Morton Smith (subsequentemente professor de História da Antiguidade na Universidade de Colúmbia,  Nova Iorque) na biblioteca de Mar Saba, uma comunidade fechada e isolada da Igreja  Ortodoxa Oriental, a cerca de doze milhas de Jerusalém. Smith já estivera no mosteiro  durante a segunda guerra mundial quando, como estudante, ficara sem recursos na Palestina. Compreendendo a potencial importância dos documentos que se tinham acumulado naquela biblioteca, ao longo dos séculos, Smith voltou ao mosteiro em 1958.

A sua descoberta mais importante em Mar Saba foram alguns fragmentos de um  «Evangelho Secreto» que se supunha ter sido escrito por Marcos. O que ele, de fato,  encontrou foi a cópia de uma carta de um sacerdote da Igreja do século II, Clemente de Alexandria. A cópia datava,  no mínimo, da segunda metade do século XVII e fora escrita na capa de um livro que  datava de 1646 (uma prática comum quando os documentos muito antigos se começavam a  deteriorar). Contudo, da análise do estilo – que continha muitas das conhecidas  idiossincrasias de Clemente -, os paleógrafos concluíram que o original devia ter sido realmente escrito por ele.

Há também peculiaridades nos extratos deste «Evangelho  Secreto» citados na carta que tornam provável que eles sejam genuínos. (Por exemplo, descreve Jesus sendo dominado pela cólera.) De todos os Evangelhos canônicos, apenas o de  Marcos atribui emoções humanas a Jesus – os restantes extirparam estes elementos dos seus  relatos, e é algo que, dificilmente, padres da Igreja, como Clemente, tivessem inventado.

A carta de Clemente é uma resposta a alguém chamado Teodoro, que lhe tinha escrito,  aparentemente para lhe pedir conselho sobre a maneira de lidar uma seita herética  conhecida como os carpocratianos (segundo o nome do seu fundador, Carpocrates). Este  era um culto gnóstico cujas práticas incluíam ritos sexuais, que foram, naturalmente, condenados por Clemente e por outros padres da Igreja. As doutrinas desta seita pareciam  basear-se num outro Evangelho de Marcos.

Nesta carta, Clemente admitia que este  Evangelho existia e que era autêntico – embora acusasse os carpocratianos de má  interpretação e de falsificação de parte dele – e que representava um Evangelho escrito por  Marcos, que continha os ensinamentos esotéricos de Jesus, que não se destinavam a ser  revelados aos cristãos comuns. Este «Evangelho Secreto de Marcos» é muito semelhante à  mais conhecida versão canônica, exceto por conter, no mínimo, duas passagens que foram  deliberadamente extirpadas para não serem reveladas aos «não-iniciados».

Esta descoberta é importante por três razões. Em primeiro lugar, pelo conhecimento que  revela dos anos de formação da Igreja Católica e dos métodos usados pelos padres da Igreja  para instituírem o cânone do dogma cristão. Revela que os textos eram editados e  censurados e que mesmo obras reconhecidas como tendo valor igual aos Evangelhos  canônicos eram negadas aos crentes comuns. Além disso, revela que figuras respeitáveis,  como Clemente, estavam dispostas a mentir para impedir que esse material se tornasse mais  conhecido: embora confesse a Teodoro que o Evangelho Secreto de Marcos existe,  aconselha-o a negá-lo a toda a gente.

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O segundo aspecto importante é a confirmação de que os Evangelhos Canônicos e os outros  livros do Novo Testamento não apresentam um quadro completo das doutrinas e motivação  de Jesus e que (como é sugerido por alguns relatos das suas palavras nos Evangelhos canônicos) havia, pelo menos, dois níveis de doutrina. Um era o exotérico,  destinado aos discípulos comuns, e o outro era o esotérico, para os discípulos especiais – ou  o verdadeiro círculo interno de iniciados.

O terceiro ponto importante da descoberta do Evangelho Secreto de Marcos – e um de  particular relevância para a nossa investigação – é a natureza das duas passagens que  Clemente cita na carta.

A primeira é um relato da ressurreição de Lázaro, embora nesta versão ele não seja  designado pelo nome, sendo descrito apenas como um «jovem» de Betânia. A narração é  muito semelhante à do Evangelho de João, exceto que, nesta versão, há um seguimento do  milagre efetivo – revela que, seis dias depois, o jovem aproximou-se de Jesus «trazendo  um pano de linho a cobrir-lhe o corpo nu» e permaneceu com ele uma noite, durante a qual  «lhe foi revelado.. o mistério do reino de Deus».

Mais do que uma ressurreição  milagrosa, portanto, a ressurreição de Lázaro parece ter feito parte de algum gênero de rito  iniciatório em que o iniciado sofre uma morte e um renascimento simbólicos antes de lhe  serem reveladas as doutrinas secretas. Um rito desta natureza é uma parte comum de muitas das religiões de mistério, que eram largamente praticadas nos mundos grego e romano –  mas, como alguns leitores podem deduzir, ele não incluía também uma iniciação  homossexual?

É certo que Morton Smith especulava que isto podia ter sido assim, a julgar pela alusão  específica a um simples pano que cobria a nudez do jovem e pelo fato de ter passado uma  noite sozinho com o seu mestre, Jesus. Na nossa opinião, contudo, parece-nos uma  interpretação demasiado moderna – e demasiado apressada, porque as escolas de mistério  implicavam habitualmente nudez e longas horas de isolamento com o iniciador, sem que  isso envolvesse necessariamente qualquer atividade sexual.

O fato de este relato ser o da ressurreição de Lázaro é também importante. Como vimos,  este é um dos episódios do Evangelho de João que não aparece em qualquer dos outros três evangelhos, e é  citado pelos críticos como prova de que o Evangelho não é autêntico. O próprio fato de que apareceu uma vez, pelo menos, num dos outros Evangelhos, mas foi, depois, deliberadamente suprimido, apoia a autenticidade de João e explica por que foram  censurados estes episódios relevantes, que davam indicações de uma doutrina secreta que  fora reservada para o círculo interno de Jesus.

A outra passagem, mais curta, citada por Clemente, também é interessante porque preenche  uma conhecida lacuna da história, que já foi reconhecida pelos eruditos. No Evangelho canônico de Marcos (11:46) lemos a curiosa afirmação: «E eles [Jesus e os seus discípulos]  chegaram a Jericó: e quando ele saía de Jericó, acompanhado pelos seus discípulos e por um grande numero de pessoas, o cego Bartimeu, filho de Timeu,  estava sentado junto da estrada, a mendigar.» Como não havia nenhum motivo para nos informar de que Jesus chegou a Jericó e partiu imediatamente, é óbvio que alguma coisa  desapareceu deste relato. A carta de Clemente confirma que foi este o caso, ao revelar a  passagem censurada, que é a seguinte:

E a irmã do jovem que Jesus amava, a mãe de Jesus e Salomé estavam lá, e Jesus não as  recebeu.

O versículo omitido parece bastante inócuo, e não despertou o interesse da passagem de  «Lázaro» – mas é, de fato, muito mais importante do que primeiramente parece. O «jovem  que Jesus amava» é Lázaro, porque ele é referido por esta frase no Evangelho de João. (E, como a frase também é usada para o discípulo, em cujo testemunho o Evangelho se baseia –  «João» -, há, pelo menos, um bom argumento para supor que o «discípulo amado» e Lázaro  são a mesma pessoa.) As irmãs de Lázaro são Maria e Marta de Betânia, e, se aceitarmos  que esta Maria é a mesma que Maria Madalena, então ela seria uma das três mulheres que  Jesus evitou em Jericó.

Dada a sua brevidade, esta passagem não contém as implicações teológicas do relato mais  longo, sobre Lázaro, acima citado. O que é importante, no entanto, é que, por alguma razão,  esta frase aparentemente inofensiva devesse ter sido suprimida tão cedo. Que possível razão  podiam ter tido os padres da Igreja para negarem aos seus adeptos o conhecimento de que  existira algum gênero de situação que envolvia Jesus e a irmã de Lázaro – possivelmente  Maria Madalena -, a mãe de Jesus e uma mulher chamada Salomé?

Os eruditos reagiram a este material, descoberto por Smith, ignorando as implicações e  declarando-o demasiado insubstancial para ser devidamente analisado. Mas, na nossa  opinião, ele levanta algumas questões interessantes.

Clemente acreditava que Marcos escrevera este «Evangelho Secreto» quando vivia na  cidade egípcia de Alexandria. Considerando que o «mito da fundação» do Priorado de Sião e do Rito de Mênfis associa o sacerdote egípcio Ormuz a S. Marcos, podia ele ser uma  alusão velada a esta tradição secreta?

A descoberta do Evangelho Secreto de Marcos confirma que os livros do Novo Testamento,  tal como os conhecemos hoje, não são registros verdadeiros e imparciais de Jesus e do seu  ministério. Até certo ponto, são obras de propaganda. Podia parecer impossível esperar  reconstituir um quadro exato dos primeiros tempos do cristianismo a partir das suas páginas. A propaganda pode ser usada para tirar conclusões racionais, contanto que ela seja reconhecida como tal. Pode ser  forçada a revelar o que começou por esconder, se for cuidadosamente analisada – por exemplo, passagens suspeitas são aquelas onde existem ofuscações que são óbvias ou onde  são omitidos nomes sem nenhuma razão aparente.

É encorajador, no entanto, saber que grande parte do material «proibido», que foi eliminado  dos textos originais do Novo Testamento ou que aparecia nos Evangelhos completos que  foram rejeitados pelo Concílio de Niceia, tem sido conservado secretamente pelos  chamados «heréticos», cuja heresia, em muitos casos, se devia simplesmente ao fato de  conhecerem a verdade sobre as passagens censuradas. Que poderia conter este material  editado que fosse tão potencialmente prejudicial para a Igreja, que aqueles que o conheciam  foram impiedosamente perseguidos e condenados à fogueira?

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Seguindo as indicações resultantes da nossa investigação sobre os movimentos secretos  europeus, iniciamos a reavaliação da história de Jesus e das suas doutrinas. Durante anos,  tínhamo-nos debatido com o conjunto de informação diversa que tínhamos reunido a partir  de diversas fontes – tudo, desde textos teológicos clássicos a entrevistas com os próprios  «heréticos», desde as páginas do Novo Testamento e de textos apócrifos e gnósticos às  obras de alquimistas e herméticos. Um padrão começou, eventualmente, a emergir – e era  tão espantoso, tão diferente da versão dos acontecimentos ensinada nas igrejas que, de  início, duvidamos das nossas conclusões.

E se muitos dos chamados «heréticos», com o seu conhecimento secreto da história original  de Jesus, fossem, de fato, os verdadeiros cristãos? Uma análise verdadeiramente imparcial  da história de Jesus pode revelar-nos os graves acontecimentos da Palestina do século I?  Era (É) tempo de abandonar os antolhos de preconceito e olhar para além do mito.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Zizek: superar capitalismo, ou viver em mundo triste


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Para filósofo, nada garante que revoluções derrubarão ordem atual: tudo depende de nossos gestos. E ações mais radicais são, às vezes, as que parecem menos heróicas

Entrevista a Michel Schulson, no Salon | Tradução: Antonio Martins

À medida que as disciplinas acadêmicas tornam-se mais especializadas, o filósofo esloveno Slavoj Žižek flerta na linha entre memória e rebeldia. Seus interesses são descaradamente amplos – de Hegel à psicanálises, de cinema à cultura pop. E seus temas são indesculpavelmente vastos: o futuro do capitalismo global; a natureza da ideologia; a experiência da realidade.

Žižek escreveu mais de 60 livros, e estrelou uma longa sequência de documentários. Em “Problemas no Paraíso”, lançado este ano no Brasil, o autor busca maneiras de “pensar além do capitalismo e da democracia liberal como a estrutura final de nossas vidas”. Seu principal tema é a fusão do capitalismo com várias formas de autoritarismo – e os tipos de descontentamento que podem emergir contra esta fusão. No estilo típico de Žižek, o livro também inclui uma exegese de O Cavaleiro das Trevas, meditações sobre a Coreia do Norte e dezenas de piadas.

Em Problemas no Paraíso, você fala de revolução – de um “autêntico processo emancipatório”. De onde isso virá?

Talvez não venha. Sou muito claro quanto a isso, e talvez um pessimista.

É verdade?

TEXTO-MEIONão vejo garantia histórica alguma de que algum grande evento revolucionário ocorrerá. Mas estou certo de que, se nada ocorrer, vamos nos aproximar, pouco a pouco, talvez não de uma catástrofe global, mas de uma sociedade extremamente triste. Muito mais autoritária, com novos apartheids internos, claramente dividida entre os que estão dentro e os que estão fora.

Talvez eu devesse ter perguntado: de onde este processo viria, se fosse ocorrer?

Não virá de um lugar específico. Vejo espaços potenciais de tensão. Por exemplo, há literalmente centenas de milhares, talvez milhões, de estudantes na Europa em meio a seus cursos. Eles estão cientes de que, em inúmeros casos, não terão chance alguma de um emprego correspondente. Este é um grupo.

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Penso, cada vez mais, neste problema da Europa: deveria haver um muro? Aqueles que vêm de fora da União Europeia (UE) – imigrantes, refugiados – deveriam ser autorizados a entrar no continente? Não sou um liberal de esquerda estúpido, dizendo: “Oh, que horror, as pessoas estão se lançando ao Mediterrâneo a partir da África, deveríamos abrir nossas portas para elas”. Não, isso é estupidez. Se a Europa abrisse totalmente suas fronteiras, teríamos em meio ano uma revolução xenófoba anti-imigrante. O que estou dizendo é que o problema vai se agravar – a divisão entre os que estão dentro e os que estão fora.

De fato, parece haver um tipo de levante em gestação.

Não tenho esperanças muito grandes. Não sou como aqueles velhos pseudo-marxistas que clamam: “Estamos no começo, temos apenas que esperar. Os povos, as massas, irão se organizar por si mesmas”. Não é possível vencer o capitalismo desta maneira arcaica.

Você tem falado sobre a ideia de “capitalismo com valores asiáticos”, que desafia a velho conceito segundo o qual capitalismo e democracia são, reciprocamente, os dois únicos possíveis parceiros.

Não significa apenas que teremos mais Estados como a China e Singapura, ou seja capitalismo autoritário. Penso que mesmo no Ocidente, onde temos algum tipo de democracia – o que, admito, é uma conquista real, algo bem melhor que alguns regimes ditatoriais – a ameaça está se tornando cada vez mais presente.

Aí está, para mim, a importância de acordos internacionais como oTiSA e outros semelhantes. São acordos que determinarão, nas próximas décadas, as coordenadas básicas de nossa vida econômica e social – inclusive os fluxos de capital, de informação. E são negociados em sigilo: ninguém os conhece ou controla. Veja, é neste rumo que estamos caminhando. As grandes decisões são tomadas de forma altamente secreta. Não são sequer debatidas. E o que estão fazendo os políticos? Estão travando guerras cosméticas, enquanto as grandes decisões econômicas são tomadas por “especialistas”, nas nuvens…

Você acha que há casos em que os eleitores têm opções genuínas?

Minha observação irônica é de que quando os eleitores têm escolhas reais, este fato é visto como uma “crise da democracia”…

Por exemplo, os eleitores gregos tiveram um tipo de escolha, ao votar no Syriza ou contra o acordo com os credores. Isso gerou um enorme pânico.

Na Europa, comentários a este respeito são feitos de forma cada vez mais aberta. Citei há alguns dias um comentário no Financial Times,em que alguém dizia: “O grande problema da Europa são os eleitores”. Porque eles não compreendem realmente a necessidade de certas decisões etc. Se isso se confirma, que ocorrerá com a democracia? Signfica que estamos, basicamente, regredindo para tempos pré-democráticos, no sentido de que, segundo certas concepções, não é possível acreditar na decisão das maiorias.

Vivemos de fato numa era de ideologia. O neoliberalismo é um mito. O papel dos aparatos estatais, das intervenções estatais na economia, é cada vez mais importante. Vi um relatório sobre o Mali, um país centro-africano. Eles produzem excelente algodão e o preço, é óbvio, é baixo. Eles não podem romper esta situação – e por que? Porque os Estados Unidos gastam mais dinheiro, para subsidiar seus próprios produtores de algodão, que todo o orçamento estatal do Mali.

Li anos atrás, na CNN, uma entrevista maravilhosa do ministro das Finanças do Mali, que dizia: “Por favor, não precisamos de uma ajuda socialista. Deem uma chance ao mercado. Para de apoiar de modo injusto seus fazendeiros, e o Mali estará salvo economicamente”. E a resposta da embaixadora norte-americana no Mali foi incrível: “Não é tão simples assim, também existe a corrupção, blá, blá, blá”. A embaixadora era totalmente sem noção. Mas é assim que funciona hoje o capitalismo real. Todo mundo está violando as regras

Ou todo mundo fala sobre um conjunto de regras, mas na verdade segue outras.

Há certas regras, mas ninguém espera que sejam seguidas. Há regras que, espera-se, serão violadas. E – trata-se aqui de algo que me interessa ainda mais – há coisas que são proibidas, mas espera-se que as pessoas silenciosamente violem a interdição.

É muito específico, culturalmente. Digamos, por exemplo, que você seja uma pessoa rica e eu, pobre. Eu te convido para jantar. Na Europa, ao menos, é costume que, quando a conta chega, embora nós dois saibamos que eu pagarei, você precisa fingir: “Não, não, eu pago” e assim por diante. É preciso executar esta performance, embora nós dois saibamos exatamente o que ocorrerá, ou seja, eu pagarei.

Esta parece uma premissa básica em muitas pesquisas etnográficas.

Vou contar outra história de horror. Há hoje, nos Estados Unidos, uma loucura em torno da expressão “yes means yes? [“sim signfica sim?”]. A ideia é que, quando duas pessoas conversam sobre ter sexo, não basta haver um não não. É preciso que haja um sim reiterado. E mesmo neste caso, de modo um pouco irônico, é claro, há certo tipo de contratos, ou você tira uma foto…

Não se trata apenas de ironizar tudo isso, mas de entender que é exatamente assim que não funciona a sedução sexual. Vou dar um exemplo um pouco chauvinista. Você está seduzindo uma mulher. Ele pode gostar da ideia. Mas se você perguntas abertamente: “Bom, agora posso te comer?”, seria muito humilhante para ela. Não estou dizendo que é possível abusar das pessoas – apenas que as coisas são muito mais sutis.

Não acho que seja para isso que servem as regras e normas… mas entendo o que você está dizendo.

Não, não, não – quero ser bem específico aqui. Sou brutalmente contra os abusos, a exploração sexual e práticas semelhantes. O que estou dizendo é que o flerte, a sedução e tudo isso é estruturado de forma totalmente oposta à sua tradução em regras explícitas.

E é o que ocorre no comércio de algodão entre o Mali e os EUA, certo? Em vez de Washington dizer explicitamente: “Vamos adotar políticas protecionistas e esmagar vocês”, há um delicado vaivém por meio do qual esta relação de poder acaba se expressando.

Ao contrário do sexo, numa economia de mercado deveríamos desejar um pouco mais de regras explícitas. Se você faz o mesmo jogo na economia, significa simplesmente que você ignora certas relações de poder muito brutais.

Pela primeira vez em décadas, os EUA têm um candidato socialista competindo a sério para a Presidência. Você acha que Bernie Sanders oferece um crítica válida do sistema político e econômico?

É claro que simpatizo com ele. Mas nesse caso, sou pessimista. Ele pode jogar um papel positivo. Mas não vejo o início de algo que conduza a mudança real. Talvez seja preciso começar com pouco. Por exemplo, como sempre enfatizo em meu livro, ainda mantenho alguma simpatia por Obama. Não compro o discurso da velha esquerda, segundo o qual Obama traiu. O que eles esperavam: que Obama introduzisse o comunismo nos Estados Unidos? O que me agrada nele é ter introduzido o direito universal aos tratamentos de Saúde. Ele desafiou a ideologia norte-americana num ponto muito importante.

Em qual ponto?

Parace óbvio, porque certos republicanos inclusive quiseram levá-lo à Suprema Corte. O que estou dizendo é que há um caminho a seguir. Não basta dizer “a grande revolução”. Você pode, em vez disso, escolher um ponto de mudança que pode parecer muito modesto. Nada especial. Ninguém pode acusar Obama de comunismo, meu Deus. O Canadá oferecer direito universal à Saúde; a maior parte da Europa Ocidental, também. Penso que este exemplo oferece um bom caminho. Ao invés de sonhar com uma revolução, toque nos pontos dramáticos que podem afetar o sistema.

Pílula capaz de “turbinar” o cérebro e aumentar o QI em 47% é lançada no Brasil


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Fórmula que inspirou o filme “Sem Limites”, usada por megaempresários e gênios do mercado financeiro, agora está disponível para o público em geral. Bom demais pra ser verdade? Confira nesta matéria!

 

 
Pílula capaz de “turbinar” o cérebro e aumentar o QI em 47% é lançada no Brasil

Brasil (In Shape) – Nesta semana, uma nova pílula tem causado muita controvérsia na indústria médica e farmacêutica. Chamada por alguns cientistas de “Viagra para o cérebro”, o suplemento que inspirou o filme “Sem Limites” acabou de ser legalizado no Brasil.

No filme, o ator Bradley Cooper vive um escritor que descobre uma droga capaz de aumentar seu foco e inteligência, dando-lhe uma vantagem sobre todo mundo. Na versão do cinema, a pílula vem acompanhada de efeitos adversos, que foram adicionados para dar mais emoção à trama. Na vida real, o suplemento (vendido aqui no Brasil sobre o nome de Focus X) não possui nenhum efeito colateral, pois seus ingredientes são 100% naturais.

Nos Estados Unidos a pílula já deu muito o que falar, sendo utilizada por megaempresários e cientistas proeminentes. Alguns cientistas chegaram a afirmar que a pílula dá uma vantagem injusta àquelas pessoas que a tomam, e querem que o suplemento seja proibido. Ainda nos EUA, estudantes das melhores universidades do país, como Harvard e Stanford, afirmam que fazem uso diário do suplemento para aumentarem seu desempenho.

O suplemento tem seu efeito mais pronunciado nos homens, devido à reação dos ingredientes do suplemento a um gene chamado NRXN3, presente apenas no DNA masculino. A maioria diz ficar com capacidades de memória elevados, super-focados e com altos níveis de energia. Alguns usuários também relatam diminuição dos níveis de stress associados ao alto volume de trabalho.

A revista americana Forbes (responsável por divulgar a lista das pessoas mais ricas do mundo) fez uma matéria especial sobre Focus X, chamando-o de “Viagra para o cérebro”.

Após realizar testes com mais de 2000 indivíduos, o Instituto de Neurociências da Universidade de Miami, nos EUA revelou que Focus X aumentava a atividade cerebral ligada à memória em 138%, e àquela ligada ao raciocínio lógico em 85%.

Participantes realizaram testes de QI antes e depois de tomarem a pílula, e na média viram um aumento de 42 pontos no seu QI (a média brasileira é de 86). Ou seja, a maioria das pessoas consegue aumentar o seu QI em quase 50%!

O Instituto de Neurociências da Universidade de Miami realizou um teste com mais de 2000 indivíduos do sexo masculino. 97% deles apresentaram resultados similares aos mostrados na foto, com a ativação das áreas cerebrais ligadas à memória, raciocínio e pensamento lógico.

Para medir o desempenho dos participantes, foram realizados diversos testes de lógica, memória e raciocínio. Dos participantes que tomaram Focus X, 97% tiveram uma melhora no seu desempenho. A maioria relatou sentir-se relaxado, focado e à vontade durante a bateria de testes que duraram até 6 horas.

Ficou clinicamente comprovado que Focus X:

  • Acelera o raciocínio em 85%
  • Aumenta o QI em média em 47%
  • Inibe a atividade nas áreas do cérebro relacionadas ao stress e cansaço
  • Aumenta a capacidade de memorização em 138%

Nós fizemos o teste: Focus X é tudo isso mesmo?

Com tantos elogios da mídia e diversas opiniões de pessoas que usaram e aprovaram Focus X, nós aqui da revista decidimos verificar se o suplemento realmente era aquilo tudo que prometia ser. Achar voluntários não foi difícil, pois quase todos os homens da redação se ofereceram pra testar. No final, resolvemos escolher nosso editor-chefe, Carlos Ferreira, para ser a cobaia. Abaixo segue o relato dele após 2 semanas tomando Focus X:

Para começar nosso estudo, a primeira tarefa foi encontrar um frasco de Focus X. Devido à grande procura, nós tivemos de esperar 2 semanas para conseguir comprar, pois estava esgotado no site oficial.

No primeiro dia, eu tomei uma pílula de manhã ao chegar ao escritório, e segui minha rotina normal. Talvez uns 20 a 30 minutos depois, comecei a sentir uma sensação diferente. Eu só posso descrever se minha mente estivesse muito calma, em silêncio. Era como se eu recém tivesse acordado, um pouco zonzo, mas era muito diferente. Estava zonzo, mas ao mesmo tempo super focado. Comecei a me sentir muito bem, e dei conta de todos os meus emails que tinham acumulado durante a semana em menos de 45 minutos.

O tempo parecia passar de uma forma diferente, e eu já tinha terminado todas as minhas tarefas para aquele dia antes mesmo das duas. Comecei a trabalhar em uns projetos pessoais, e me sentia tão revigorado que resolvi ir à academia, coisa que já não fazia há meses.

Durante os outros dias que tomei Focus X, os efeitos foram os mesmos: meu tempo na redação era muito produtivo, eu conseguia pensar com muita clareza e resolver problemas difíceis em poucos minutos. Todo mundo ficou impressionado com meu desempenho, e alguns dos meus colegas começaram a tomar também logo que viram o efeito que Focus X teve em mim.

Após 2 semanas tomando Focus X, eu posso dizer que ele é realmente tudo o que promete ser, e mais. Eu particularmente já havia tomado modafinil (um remédio controlado) para o mesmo fim, mas Focus X é de longe a melhor coisa que já experimentei, e o melhor de tudo, sem efeitos colaterais.

Focus X é seguro?

Quando as pessoas ouvem falar dos efeitos de Focus X, muitos se perguntam quanto aos efeitos colaterais de um suplemento com tamanho poder. Afinal, estamos acostumados ao fato de que drogas que aumentem a capacidade humana (tanto física quanto mental) tenham algum tipo de prejuízo para saúde.

Felizmente, este não é o caso com Focus X. As substâncias contidas no suplemento são de origem 100% natural, e já vêm sido usadas isoladamente há séculos, sem nenhum prejuízo. Além disso, após diversos testes clínicos, nenhum paciente apresentou sinais de efeitos colaterais.

Apesar disso, é importante dizer que trata-se de um suplemento poderoso, e o fabricante recomenda não ultrapassar a dose diária de UMA pílula ao dia.

 

APÓS SER EXPULSA DO HOSPITAL A INDÍGENA TEM SEU FILHO NO JARDIM


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Com dores de parto , Irma veio para o Centro de Jalapa Diaz de Saúde , quando ainda era noite, acompanhada pelo marido. A clínica estava parcialmente parada, porém teria uma equipe de emergência. Então para os poucos que estavam trabalhando disse-lhes que estava prestes a dar à luz. A paciente relatou que estava a horas tendo contrações e estava completamente dilatada.Os médicos fizeram -lhe algumas perguntas , mas não a atenderam argumentando que a  indígena não fala espanhol perfeitamente e que não a compreenderam. Ou que , como havia sido assistido por parteiras durante a gravidez , eles não tinham certeza do que estava acontecendo. Como era, eles decidiram que não entendia e ignorou o óbvio : a mulher precisava de ajuda. Irma López Aurelio esperou mais de duas horas. Tentou obter o apoio de enfermeiros e pessoal administrativo , mas ninguém a internou, ou se quer deu-lhe atenção.Assim, nas primeiras horas da quarta-feira passada , quando o sol tinha acabado de sair , foi para o jardim do centro de saúde , e lá, sem assistência , deu à luz a uma criança de 2 quilos 400 gramas, só então a socorreram .

A polêmica

Um cidadão que estava no local tirou uma foto do que aconteceu, logo após o parto . Ele a vê de cócoras mulher e criança na grama, ainda ligado pelo cordão umbilical.A partir da sua conta do Facebook, Eloy Pacheco Lopez explicou: ” Depois de esperar atenção por duas horas deu à luz no pátio do hospital depois de ser ignorada pela equipe sob a direção do médico curso Adrian Rene Cruz Cabrera ” (sic) .A imagem foi tirada pelo Portal Route 35 e começou a se espalhar no Twitter, onde se multiplicavam comentários a condenar a conduta da equipe médica do hospital eo secretário de saúde , Germán Tenório Vasconcelos .O governo do Estado , em resposta , emitiu um boletim afirmando que ordenou ” uma imparcial e completa equipe médica do Centro de Saúde de Jalapa Diaz, para determinar responsabilidades sobre a suposta negligência médica no processo de Irma cuidado Aurelio Lopez, que deu à luz uma criança na manhã de quarta-feira 03 de outubro . “No entanto, o secretário de saúde tentou voltar-se contra os holofotes. Comunicado do governo diz: “Falha de que este crime tenha sido utilizado para fins de curiosidade por meio de redes sociais, prejudicando a imagem da mulher e de seu filho , em primeiro lugar , e em segundo lugar , afetando a imagem dos trabalhadores da saúde ” .A irritação oficial aumentou porque o internauta que subiu a foto também tinha adicionado em sua publicação : ” ENQUETE : Você acha que o governo está cumprindo a sua oferta de mudança para melhorar o sistema de saúde em Oaxaca ? ” (Sic). As respostas para a pergunta induzida foram esmagadoramente contra o governo.

Sim não

Os funcionários que trabalharam no Centro de Saúde Rural “C” do município se deu conta da falta de material e humano com quem deve atender às mulheres que vêm para a prestação de cuidados .Para clínica rural , não têm o suficiente quartos expulsão e muitas vezes drogas escassos como a oxitocina , substância aplicada para iniciar ou acelerar concentrações uterinas.Contrariamente a esta informação , a Secretaria de Saúde informou através de um comunicado de imprensa que a mulher foi apresentada ao Centro de Jalapa Diaz entrega prazo de dilatação e avançado de saúde , resultando na expulsão do bebê antes de entrar na unidade de saúde para atendimento.Ele disse que o incidente ocorreu ” na manhã de quarta-feira 03 de outubro “, e não se refere ao meio-dia como usuário do Facebook . O problema é que em 3 de outubro foi uma quinta-feira.”O progresso do trabalho das mulheres e, juntamente com a falta de pessoal noite no Centro de Jalapa Diaz de Saúde fez com que a mãe de ter seu filho em condições precárias . “

Ele explicou que, segundo a equipe de plantão Centro de Saúde de Jalapa Diaz, na quarta-feira a mulher foi com o marido para a unidade médica para ser atendida, pelo qual recebeu instruções precisas para a preparação para o parto, tudo ao apresentar um estado de trabalho muito avançado .

Guerra contra o Planeta Terra


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A GUERRA contra o Planeta TERRA (Gaia) 

No livro “A Zona Verde: os custos ambientais do militarismo”  Barry Sanders escreve que, assim como outras instituições capitalistas, cada força militar (marinha, aeronáutica e exército)… deve crescer mais e mais o seu gordo orçamento a cada ano, o movimento expansionista é o sangue da vida do imperialismo.” Além disso, afirma Sanders, “O militar não pode admitir limitação de nenhum tipo que seja. … O Pentágono conduz seus negócios por trás de espessas e muito bem fechadas portas …

A GUERRA contra o Planeta TERRA – Linda Greene –  Bloomington Alternative

Fonte: http://www.bloomingtonalternative.com/node/10311

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…Os militares escrevem as suas próprias regras e nem as seguem ou violam  todas, dependendo da situação e de seus interesses (n.t. Ou de quem dele se utiliza para implementar sua agenda nos EUA e no Planeta inteiro, lentamente) 

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O Livro “The Green Zone”, de Barry Sanders, (“A Zona Verde”-O Custo do Militarismo ao Meio Ambiente)Use muitas lâmpadas de baixa energia, como você gosta, desligue o termostato do aquecedor e dirija um carro híbrido, mas o que você faz como um indivíduo – de fato, a soma do que todos nós poderíamos fazer para o meio ambiente – não reduz em quase nada para aliviar a destruição daquilo que as forças militares dos EUA causam ao Planeta Terra.  

Quase todos os “números dos orçamentos militares permanecem fora dos relatórios oficiais, permanecem secretos e fora da vista do público.” Sanders obteve as informações que ele cita no livro, recolhendo o que ele pode a partir de “relatórios misteriosos” e obscuros de sites pertencentes ao DoD-Departamento de Defesa e do Escritório de Contabilidade do Governo, dos EUA, além de livros e artigos. 

Sanders descreve, em detalhes horripilantes, como os militares SÃO “a maior fonte de poluição no país e no mundo: os militares dos Estados Unidos – em especial os militares em seu modo mais feroz de estado de prontidão – a saber, os militares em combate, lutando uma guerra. ” Ele prossegue dizendo:

“Quando nós declaramos guerra a uma nação estrangeira, agora também declaramos guerra ao Planeta Terra inteiro, ao solo, às plantas, animais, a água, ao vento (e atmosfera) e os seres humanos do pais/região invadidos e/ou que são alvos, essa declaração de guerra é da forma mais abrangente e profundamente infectante.”

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Uma maneira de poluição provocada pelos militares em combate é através do seu uso impressionante de combustível fóssil, a partir do qual se criam enormes quantidades de gases tóxicos que contribuem na geração do efeito estufa. 

Por exemplo, o uso militar de veículos blindados, aviões e aviões de luxo, sozinhos consomem perto de 2 milhões de galões (7,56 milhões de LITROS) de combustível a cada dia. Sanders dramatiza esse ponto, observando que o Pentágono “usa bastante óleo em um ano para abastecer todos os sistemas de trânsito nos Estados Unidos de 14 a 22 anos.” 

Os contribuintes pagam uma média de US$ 3 dólares por galão pelo mesmo combustível. “Sanders descreve, em detalhes, como os militares são a maior fonte de poluição nos EUA e no mundo todo“.  

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Um tanque blindado Abrams faz apenas 0,2 milhas por um galão de consumo ( n.t. – Percorre apenas 322 metros com 3,78 litros de combustível, média de, pasmem, 85 metros por cada LITRO de combustível !!!). Um porta-aviões consome 100 mil litros por dia, quando estacionado em uma costa. 

Metade do combustível vai para as aeronaves (aviões de caça) a bordo do navio. O B-52 Stratofortress, um bombardeiro da USAF, usa 500 galões (1.890 litros) de combustível por minuto, enquanto que um motorista americano normal médio consome cerca de 600 galões (2.268 litros) por ano, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). 

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A construção de bases militares utiliza uma grande quantidade de combustível, e operá-las também requer aparelhos de ar condicionado poderosos que expelem enormes quantidades de CO2 e outros poluentes na atmosfera contribuindo para o aumento do efeito estufa. A poluição militar por um ano “é igual ao que 14,6 milhões de veículos produzem no mesmo período”, segundo Sanders. Todos os relatórios e propostas sobre a redução do aquecimento global, contudo, ignoram a contribuição dos militares de todos os países para a poluição do planetae, portanto, estão fatalmente errados. 

Depois, há as bombas. Elas contaminaram (intencionalmente planejado) grande parte do Iraque com Urânio  Empobrecido (Depleted Uranium-DU). Nos dois primeiros dias da “Operação Choque e Pavor”  em Março de 2003, os militares norte-americanos bombardearam o Iraque com 320 toneladas de urânio empobrecido, substância radioativa que tem uma meia-vida de 4,7 bilhões de anos.  ( http://en.wikipedia.org/wiki/Shock_and_awe )

Somente uma dos muitos tipos de bombas usadas pelos EUA, a GBU sozinha produz 1,5 toneladas métricas de partículas de aerossol de DU (Depleted Uranium-Urânio empobrecido) radioativo que podem causar mutações genéticas e morte por todos esses anos. (O que vem ocorrendo em larga escala no IRAQUE nesses últimos 11 anos após o bombardeio sofrido durante a invasão pelos EUA do país em 2003. O Urânio Empobrecido já vem agindo há onze anos sobre a população e os efeitos são devastadores como se pode observar na foto a seguir). 

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Sem falar na poluição dos residentes nos EUA com o perclorato, um material tóxico usado no fabrico de bombas e o uso de fósforo branco durante a guerra (proibidos por diversos tratados internacionais e pela convenção de Genebra), as bombas de fragmentação, e uma nova e mais “eficaz”, bomba de napalm (incendiárias).  

A guerra do Afeganistão recebe um capítulo inteiro do seu livro. Sanders aponta que “mais da metade do total de bombas lançadas por parte dos Estados Unidos nos últimos três anos foram usadas em bombardeios contra a região do interior do Afeganistão em 2006.” 

De acordo com um relatório da Human Rights Watch, apenas duas das 29 províncias do Afeganistão estiveram livres de minas terrestres. “Nos primeiros dois dias da “Operação Choque e Pavor” os militares bombardearam o Iraque com 320 toneladas de urânio empobrecido, um elemento pesado que tem uma meia-vida de 4,7 bilhões de anos.”

“A guerra esta tão profundamente enraizada no sistema “democrático” – que de fato, em muitos aspectos, é o próprio sistema – que nós temos que agarrá-lo onde e do que ele vive, e causar a sua morte, que é ao nível do dinheiro”, no orçamento para seus enormes custos e gastos,  Sanders escreveu. 

E ele defende com veemência, eliminar o seu financiamento e a fonte de seus recursos como sendo necessária para deter esse sistema HOMICIDA dos militares, matando todas as coisas vivas, usando o dinheiro de nossos impostos. 

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A partir de 15 de fevereiro, Tom Hayden relatou para a Peace and Justice Resource Center, que a administração OBAMA solicitou mais US$ 159 bilhões de dólares para manter a guerra no Iraque e Afeganistão, além de mais US$ 33 Bilhões de dólares  para cobrir o custo do recente aumento de tropas (mais soldados). 

O Orçamento Militar Oficial aprovado pelo Congresso diz que o custo total das guerras agora chega a fantásticos US$ 1,080 TRILHÕES de dólares, incluindo US$ 748 BILHÕES DE dólares para o Iraque, US$ 340 BILHÕES DE dólares para o Afeganistão e US$ 29 bilhões para “melhorar a segurança interna” dos EUA. 

A Deputada Barbara Lee, Democratas-Califórnia, escreveu a HR 3699, uma lei que corta US$ 33 bilhões em financiamento para o aumento de tropas no Afeganistão. O deputado Dennis Kucinich apresentou uma “resolução privilegiada” para forçar a votação do Congresso sobre as guerras no Afeganistão e Paquistão, de acordo com os mandatos da Lei dos Poderes da Guerra do Congresso.  

Sanders tem uma solução para a devastação ambiental das causas militares: A proibição da guerra. “No século 21”, diz ele, “dado o estado precário de nosso planeta, devemos começar a ver a guerra como um método antiquado de resolver (ou de criar) problemas políticos… 

O movimento anti-guerra deve tornar-se um movimento Não à Guerra, conosco trabalhando ao lado daqueles que acreditam que, se agirmos agora e com determinação e sem equívocos, pode ainda ser possível se viver neste planeta por décadas e até séculos a partir de hoje.

“Esta meta, diz Sanders, pode ser alcançada se “os nossos esforços … se expandirem de forma exponencial, em um movimento comunitário em todo o mundo, do tipo que ninguém jamais testemunhou antes, que se recusa a fazer concessões sobre uma relação básica COM a vida.” 

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 Como Sanders escreve: “No século 21 os militares ainda são a instituição mais sagrada do nosso país.” Até agora, quase ninguém se atreveu a criticar suas políticas e práticas, e muito menos o seu orçamento. Esse silêncio, Sanders insiste, tem de acabar. Sanders afirma que “muito poucas pessoas vão falar pelo planeta, pelos indefesos que não tem voz.” 

Uma dessas raras pessoas é o próprio Sanders, que escreve de forma persuasiva e eloqüente sobre a necessidade urgente de se desmilitarizar o planeta e se desarmar os fazedores de guerra, caso contrário a nossa biosfera NÃO vai sobreviver.

EUA: Superbomba’ (13.608 quilos) bunker-buster pronta para uso 

http://www.rt.com

Tradução e imagens: Thoth3126@gmail.com

A maior bomba convencional já desenvolvida em todos os tempos no planeta já está pronta para causar destruição sobre os “inimigos dos EUA“.

O Secretário da Força Aérea dos EUA, Michael Donley disse que a superbomba tamanho recorde,  MOP-bunker buster tornou-se operacional depois de anos de testes. “Se ela precisasse ser usada hoje, estaria pronta para uso imediato“, disse Donley ao jornal da Força Aérea. 

Continuamos a fazer o testes na bomba para aperfeiçoar as suas capacidades, o que está em curso. Nós também temos a capacidade de usá-la com a configuração existente hoje.” 

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O Pentágono gastou US$ 330 milhões para desenvolver e entregar mais de 20 unidades da bomba teleguiadas MOP-Massive Ordnance Penetrator, a bunker-busters, com a precisão de que é projetada para acabar com até 200 metros de concreto maciço. Embora tenha sido também um grande dispositivo nuclear, o novo foguete convencional tem seis vezes o peso do anterior bunker-buster usado pela Força Aérea dos EUA, e carrega uma carga explosiva de 5.300 libras (2.404 quilos de explosivos). 

Os Chefes militares dos EUA admitiram abertamente que a arma foi construída para atacar as instalações nucleares fortificadas de “estados párias” como o IRÃ e a Coréia do Norte. Embora o Pentágono insista que não se destina a uma ameaça específica, os funcionários não identificados dentro do ministério da defesa têm repetidamente afirmado que a bomba está sendo feita sob medida para desativar as instalações nucleares iranianas em Fordo, ou pelo menos para intimidar Teerã. 

O IRÃ está trabalhando em velocidade alucinante para expandir sua instalação de enriquecimento de urânio em Fordo, que é construída dentro de uma montanha, no coração do país, e já havia sido declarada como “inexpugnável” por altos funcionários de Teerã. O IRÃ frequentemente desfila o seu rápido avanço de seu programa nuclear, apesar de negar que pretende construir uma bomba nuclear. No início deste ano, o Pentágono rapidamente desviou US$ 120 milhões em dois períodos distintos de outros programas de armas para utilização no desenvolvimento da superbomba MOP. 

O dinheiro foi transferido para significativamente redesenhar e atualizar o míssil teleguiado com precisão para fornecer “uma maior e melhor resposta à ameaças” contra os “bunkers subterrâneos mais profundos.” A reivindicação de Donley pode ser lida como uma reafirmação da determinação dos EUA em frustrar as ambições nucleares iranianas. 

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Se essa superbomba MOP seja capaz de destruir realmente as instalações de Fordo esta aberta ao debate e pode não ser ainda conhecido por qualquer um dos lados. A eficácia da bomba bunker-buster depende da força do solo em que se mergulha, como ela entra em contato, e da estrutura interna das instalações. No caso de Fordo, os EUA só pode ter uma idéia superficial de seu layout.

Na melhor das hipóteses, os EUA acreditam que um ataque bem-sucedido pode redefinir o programa iraniano e atrasá-lo de volta em vários anos, e, na pior das hipóteses, pelo menos, o colapso das passagens e acessos para a instalação e a substancial força de trabalho da sua reconstrução.

Duas bombas podem ser montadas simultaneamente em uma versão modificada do bombardeiro B-52, e uma autoridade dos EUA afirmou anteriormente que a eficácia de qualquer operação vai depender de quantos “acertos nos alvos”, os bombardeiros norte-americanos obtenham.

No entanto, mesmo que a superbomba MOP possa ser de eficácia limitada contra o IRÃ, os Estados Unidos têm pouca alternativa válida. A única outra arma capaz de destruir uma instalação nuclear desse tipo a partir de ataque aéreo  seria ummíssil (com uma BOMBA) tático nuclear. Postado originalmente em setembro/2012.

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Nosso Sol poderia ser um sistema binário?


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UM CORPO CÓSMICO GIGANTE E INVISÍVEL, um COMPANHEIRO DE NOSSO SOL, que poderia ser um sistema Binário?

Os cientistas já propuseram que uma estrela escondida, invisível,  que eles chamam de “Nemesis” (uma estrela escura que não emite luz) poderia esconder-se a um ano-luz, ou mais, de distância de nosso sol.  

Fonte:  Mais sobre o assunto em: http://www.space.com   e  NASA – SPACE.COM         

Por Charles Q. Choi, SPACE.com – NASA Contributor

Eles sugerem que durante a sua órbita, esta Estrela Anã Marrom (Brown Dwarf), regularmente, entraria na nuvem de Oort, empurrando as órbitas de muitos cometas e outros pedaço de rochas (meteoros, asteroides e cometas) levando alguns a vir em direção ao centro do sistema solar, sendo que alguns poderiam se chocar com a Terra. 

A existência de um PLANETA GIGANTE E INVISÍVEL, companheiro de nosso SOL PODERIA EXPLICAR OS COMETAS e ASTEROIDES (esta havendo um aumento considerável da queda de detridos espaciais na Terra) ORIUNDOS DOS LIMITES DO SISTEMA SOLAR e transformaria o nosso sistema em um sistema de SÓIS DUPLOS, BINÁRIO, um fato muito comum no Universo.

Nosso sol pode ter um companheiro (n.t. E tem, ele já foi descoberto pela NASA, fato mantido em segredo, é uma estrela Ana Marrom-Brown Dwarf) que perturba os cometas a partir da borda limítrofe do nosso sistema solar? Um planeta gigante com até quatro vezes a massa de Júpiter (O QUE SERIA UM CORPO CELESTE ENORME), os investigadores sugerem.

Um telescópio espacial que a NASA lançou (WISE) no ano passado, em breve poderá detectar esse companheiro invisível do nosso Solse ele realmente existir, no distante reino de gelo da nuvem de Oort, o berçário e sala de parto de todos os cometas que penetram o nosso sistema estelar local e que circunda e envelopa o nosso sistema solar, com bilhões de objetos gelados dos mais variados tamanhos.

O potencial gigantesco Júpiter provavelmente seria um mundo muito frio e difícil de ser identificado, disseram os pesquisadores. Ele pode ser encontrado até 30.000 unidades astronômicas do sol. Uma U.A. é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 93 milhões de milhas (150 milhões de km).

A maioria dos sistemas solares com estrelas como o nosso Sol chamado de estrelas classe G possuem companheiros, são sistemas solares binários, isto é POSSUEM DOIS SÓIS. Apenas um terço são sistemas solares de estrela única, sistemas como o nosso sistema solar, caso o nosso sol não possua um companheiro.

Não é um inimigo

Os cientistas também já propuseram que uma estrela escondida, que eles chamam de “Nemesis”, poderia esconder-se a um ano-luz, ou mais, de distância de nosso sol. Eles sugerem que durante a sua órbita, esta Estrela Anã Marrom (Brown Dwarf), regularmente, entraria na nuvem de Oort, empurrando as órbitas de muitos cometas e outros pedações de rochas (Meteoros e Asteróides) levando alguns a cair em direção ao centro do sistema solar, sendo que algum poderia se chocar com a Terra. Isso seria dar uma explicação bem plausível cientificamente para o que parece ser um ciclo de extinções em massa aqui no nosso planeta (n.t. e no aumento da incidência da queda de meteoros como o que aconteceu na Rússia em 15/02/2013). 

Ainda assim, outros astrônomos descobriram recentemente que se Nemesis existir, a sua órbita poderia não ser tão estável como é alegado. Agora os investigadores apontam evidências de que o nosso sol pode ter um tipo diferente de companhia.

Para evitar confusão com o modelo de Nêmesis, os astrofísicos John Matese e Daniel Whitmire da Universidade da Louisiana em Lafayette criaram uma conjectura nova com o nome do objeto “Tyche“. A boa irmã da deusa Nêmesis na mitologia grega, é um nome proposto por cientistas que trabalham no telescópio espacial em infravermelho da NASA- Wide Field Infrared Survey Explorer (WISE).

É sabido que o observatório, usando seu olho infravermelho que tudo vê, tem mais chances de encontrar Tyche, se esse companheiro para o nosso sol existir, disseram os pesquisadores. [ O telescópio WISE fez imagens incríveis ] Matese e Whitmire detalharam sua pesquisa dia 17 de novembro, na edição online da revista Icarus.

Cometas e METEOROS arremessados pelo companheiro do nosso Sol

Os pesquisadores notaram que a maioria dos cometas que voam para o interior do sistema solar parecem vir da região externa da nuvem de Oort. Seus cálculos sugerem que a influência gravitacional de um planeta (ou uma Estrela Anã Marrom) de 1-4 vezes a massa de Júpiter nesta área podem ser responsáveis por tal fato.

Dois séculos de observações indicaram uma anomalia que sugere a existência de Tyche, Matese disse. “A probabilidade de que poderia ser causado por um acaso estatístico ficou muito pequena”, acrescentou. O puxão de Tyche poderia também explicar por que o planeta anão Sedna tem sua incomum órbita alongada, acrescentaram os pesquisadores.

Se Tyche existisse, provavelmente seria muito frio, cerca de menos 100 graus Fahrenheit (-73 graus C), eles disseram, o que poderia explicar por que tem escapado à detecção dos telescópios por tanto tempo? A sua frieza significa que ele não iria irradiar qualquer calor que os cientistas e seus telescópios pudessem facilmente perceber, e sua distância a partir de qualquer estrela significa também que ele não iria refletir muita luz.

“A maioria dos cientistas planetários não ficaria surpreso se o companheiro de nosso sol fosse do porte ou menor do que Netuno, mas um objeto do tamanho de 1 a 4 vezes a massa de Júpiter seria uma surpresa”, disse Matese à SPACE.com“Se a conjectura for verdade, as implicações importantes serão às que dizem respeito à forma como ele chegou lá. Tocando e penetrando no ambiente interno do nosso sistema solar? E como isso pode ter afetado as distribuições a posteriori dos cometas, asteróides e, em menor escala, dos planetas conhecidos.”

Tyche realmente existe?

O fato da existência de Tyche ser provável é questionável, uma vez que o padrão observado no exterior da Nuvem de Oort não é visto no seu interior. “A sabedoria convencional diz que os padrões devem tender a se correlacionar, e eles não estão se correlacionando”, disse Matese.

Se a equipe do Telescópio WISE tiver sorte, obterá provas para a existência do companheiro solar Tyche duas vezes antes  da missão do observatório espacial terminar em outubro. Isso poderia ser suficiente para corroborar a existência do objeto dentro de alguns meses assim que pesquisadores finalizem analise dos dados do WISE.

Mas se o WISE detectou sinais de Tyche apenas uma vez (ou nenhuma), os pesquisadores teriam que esperar anos por outros telescópios para confirmar ou negar a existência do companheiro potencial do nosso sol, disse Matese.

NASA – SPACE.COM