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Arquivo mensal: junho 2012

Momento de incerteza nos BRICs


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Economia

BRICs Biggest Currency Depreciation Since 1998 to Worsen

Nelson Ching/Bloomberg

Dilma Rousseff, Brazil’s president

Momento de incerteza nos BRICs

Depois de anos de crescimento econômico, números de Brasil, China, Índia e Rússia começam a cair de maneira preocupante

Os maiores mercados emergentes, cujas economias cresceram em mais de 400% na última década, enfrentam os maiores declínios de suas moedas desde o fim dos anos 1990. Pela primeira vez em 13 anos, o real, a rúpia e o rublo estão entre as moedas que estão perdendo mais força, enquanto yuan perdeu mais valor do que qualquer outra moeda desde 1994.

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Líderes dos BRICs (acompanhados do sul-africano Jacob Zuma) em momento de celebração: futuro das economias emergentes pode estar ameaçado (Andres Leighton/AP Photo)

Leia Também: Reunião dos BRICS gera desconfiança no mundo

Investidores estão fugindo dos quatro maiores mercados emergentes, conhecidos como os BRICs, depois que a taxa de inadimplência dos consumidores brasileiros atingiu seu nível mais alto desde 2009. Além disso, os preços das exportações russas de petróleo estão em baixa há 18 meses; o déficit orçamentário da Índia aumentou; e os preços na China despencaram. Investidores estão se preparando para mais perdas à medida que o crescimento econômico diminui.

O real teve uma desvalorização de 12% nos últimos três meses, a maior queda entre as 31 moedas mais negociadas, de acordo com a Bloomberg. A queda de 11,5% do rublo e a de 10% da rúpia foram quase duas vezes maiores do que a do euro. O yuan, que se manteve intocável durante a crise financeira global de 2008 e 2009, caiu 1,2% desde que o governo expandiu os limites de flutuação monetária. Ainda assim, os países dos BRICs ainda são fortes o suficiente para corresponder a 80% do crescimento da Goldman Sachs, o quinto maior bancos de ativos dos Estados Unidos, afirmou o executivo-chefe Lloyd Blankfein, durante o Forum Econômico Internacional em São Petersburgo.

Moedas mais fracas estimularão a expansão econômica, tornando as exportações mais competitivas, diz Warren Hyland, um diretor financeiro de mercados emergentes na Schroder Investment Management, que controla cerca de US$ 319 bilhões ao redor do mundo. Ele vem comprando títulos de companhias russas. Mas estas mesmas moedas enfraquecidas estão prejudicando as companhias norte-americanas que dependem de receita das nações em desenvolvimento para reverter o quadro de baixo crescimento nos Estados Unidos, Europa e Japão.

“O que vemos aqui é um clássico problema de crédito”, afirma Amit Rajpal, que comanda fundos globais para a Marshall Wace LLP, de Londres. Ele prevê que o aumento da inadimplência no Brasil será semelhante à bolha imobiliária que estourou nos Estados Unidos há cinco anos. Na Índia, o primeiro-ministro Manmohan Singh está lutando contra déficits comerciais e orçamentários, escândalos de corrupção e disputas na coalizão que comanda o país, que pode ser o primeiro entre as nações dos BRICs a ter seu índice de investimento rebaixado.

Pela primeira vez desde 2005, a China diminuiu sua meta de crescimento de 8 para 7,5%, os valores imobiliários caíram em 54 das 70 cidades analisadas pelo governo em maio, e o crescimento da produção industrial atingiu seu nível mais baixo nos últimos três anos em abril. Na Rússia – um país cuja receita orçamentária tem 50% de sua origem no petróleo e no gás – o preço do petróleo cru dos Urais, o principal produto de exportação do país, caiu em 26% nesse trimestre.

Investidores continuam apostando nos ativos nas nações dos BRICS, mas se esquecem de que o peso da crise da dívida europeia cairá sobre as economias emergentes, diz Eric Fine, um diretor da Van Eck Global. “Elas irão ter desempenhos ruins quando o resto do mundo estiver tendo desempenhos ruins. Eu não acredito numa separação de resultados”.

“Ninguém sabe como tudo isso vai terminar”, declarou V. Ashok, chefe financeiro do Essar Group, diretamente de Mumbai. “A incerteza e a volatilidade são as principais preocupações”.

O depoimento de Marilena Chauí no ato pela criação da Comissão da Verdade na USP


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O depoimento de Marilena Chauí

no ato pela criação da Comissão

da Verdade na USP

               http://youtu.be/Uohv-lRw1O0        

Heleny Guariba, uma das desaparecidas pela ditadura militar

marilena chauí usp

(Foto: Arquivo Pessoal/Arte Jornal Brasil Atual)

*Boa noite a todos e a todas, obrigada pelo convite. Quero começar fazendo duas colocações. A primeira, certamente você sabe, mas sou avó, como alguns colegas de colegial e faculdade. Nós [ela e Heleny Guariba] estudávamos juntas, ela que escolheu o meu namorado, com quem eu casei. Estive com ela na véspera do dia da prisão, foi a minha casa e tivemos uma longa conversa, fizemos planos, íamos nos ver no dia seguinte, mas eu não a vi mais. Entendo o que a Vera [Paiva] diz, levei muitos anos para enterrar, não podia admitir.

A segunda é de um outro colega meu, o [Luiz Roberto] Salinas, que não morreu na prisão, mas morreu por causa da prisão. Foi preso, torturado, e, na época, ele não fazia parte de nenhum movimento ou grupo, nada. Mas tinha feito muito antes, na altura de 64, e isso aconteceu no final dos anos 70. A esposa dele era jornalista e havia publicado uma matéria, os policiais, militares, não entenderam algumas palavras e interpretaram como um código. Foram ao apartamento deles e, como ela não estava, pegaram Salinas, que foi torturado no pau de arara dias a fio para dizer qual era o deciframento do código, das palavras do artigo da mulher dele.

Não era código, não havia o que dizer e ele foi estraçalhado. O resultado dessa prisão: foi anulado, evidentemente, o estado físico do Salinas e o seu estado psíquico. Foram anos para ele se refazer, e nunca conseguiu realmente se refazer. Teve trombose nas duas pernas, tendo que cortar dedos dos pés e morreu com uma síncope. Ou seja, foi morto pela tortura. Amigo meu do coração, entramos juntos no Departamento de Filosofia e, juntos, nos tornamos professores no departamento.

Gostaria de contar para vocês como foi entrar no campus da USP em 1969, logo depois de dezembro de 1968, quando foi promulgado o AI 5. Você vinha para cá e não tinha nenhuma garantia de que não seria preso e torturado, portanto, não sabia se seus alunos estariam na classe e, quando você se dava conta de que alguns não estavam, não ousava perguntar se tinham faltado na aula, se tinham partido para o exílio, se já estavam presos ou se já estavam mortos. E a mesma coisa com relação aos colegas. Tínhamos o pessoal do Dops à paisana nas salas de aula e escutas na sala dos professores e no cafezinho. Éramos vigiados noite e dia.

Eu me lembro que em 1975 a Unicamp fez um congresso internacional de historiadores, e convidou Hobsbawm, Thompson, enfim, a esquerda internacional. Houve as exposições dos brasileiros e os estrangeiros disseram: Nós não estamos conseguindo entender nada do que vocês dizem, não entendemos as exposições e sobretudo não estamos entendendo os debates entre vocês.

Então, nos demos conta que falávamos em uma língua cifrada para não sermos presos. A esquerda acadêmica criou um dialeto, uma linguagem própria na qual dizia tudo que queria dizer e não dizia nada que fosse compreensível fora do seu próprio circulo.

Foi uma forma de autodefesa e uma forma de continuar produzindo, pensando e discutindo. Ao mesmo tempo, essa forma nos fechou num circulo no qual só nós nos identificávamos com nós mesmos. Isso é uma coisa importante, que a Comissão da Verdade traga o fato de você criar um dialeto, criar um conjunto de normas, de regras, de comportamento em relação aos outros, tendo em vista não ser preso, torturado e morto, durante anos a fio.

Costumo dizer aos mais novos que eles não avaliam o que é o medo, pânico. Sair e não saber se volta, sair e não saber se vai encontrar seus filhos em casa, sair e não saber se vai encontrar seu companheiro, ir para a escola e não saber se encontrará seus alunos e colegas. Você não sabe nada. Paira sobre você uma ameaça assustadora, de que tem o controle da sua vida e da sua morte. Isso foi a USP durante quase dez anos, todos os dias. Além das pessoas que iam desaparecendo, desaparecendo… Ao lado das cassações.

Eu teria gostado que a [Eunice] Durham pudesse ter vindo, porque quando ela fez parte da Adusp na gestão do Modesto Carvalhosa, fez o chamado “Livro negro da USP”, que tem o relato de como foram feitas as cassações. As cassações não vieram do alto. As congregações de cada instituto, de cada faculdade, se encarregavam de denunciar, de delatar e de fazer a cassação.

Isso é uma coisa que a Comissão da Verdade precisa deixar muito claro, não foram forças lá de fora que fizeram isso, nem militares. Foram os civis acadêmicos, dentro da universidade, que fizeram uma limpeza de sangue. É uma coisa sinistra, mas foram nossos colegas que fizeram isto.

E, impávidos, quando começou a luta pela volta da democracia, quando começaram as greves no ABC, quando começaram as lutas pela diretas etc e tal, eu ia às assembleias da Adusp e do DCE e ficava lado a lado com muitos deles que estavam ali para fazer a defesa do retorno da democracia, quando eles tinham sido apoiadores da ditadura. E isto não pode ficar em branco. Uma Comissão da verdade tem que dizer isto.

E eu gostaria também, como uma contribuição ao trabalho da Comissão da Verdade, de retornar ao que o Eduardo e a Vera disseram, o fato de que a estrutura da nossa universidade, mais do que a estrutura de outras universidades que conseguiram se desfazer disso, é a mesma que a ditadura – através do MEC e do acordo MEC-USAID – introduziu no Brasil e aqui se cristalizou.

Primeiro, foi feita uma chamada reforma universitária, e essa reforma universitária introduziu a ideia de créditos, a ideia de disciplinas obrigatórias e disciplinas optativas. Como a sustentação ideológica da ditadura era a classe média urbana, era preciso compensar a classe média pela falta de poder econômico e político e a compensação foi através do prestigio do diploma, abriu-se a industria do vestibular, que veio por decreto.

Ou seja, a universidade que vocês frequentam, a universidade que vocês cursam, a universidade que nós damos aula, é a universidade que foi estruturada a partir do Ato Institucional número 5. Em outras universidades, houve força suficiente, do corpo docente, do corpo dicente, para derrubar muita coisa.

A estrutura curricular não, continuamos Brasil afora com disciplinas obrigatórias, optativas, créditos, frequência… A introdução dos créditos significou a escolarização da vida universitária. Em uma universidade você pode fazer duas ou três matérias no máximo e você deve ter duas a três horas de aula por semana para cada uma delas, no máximo.

O ideal são duas matérias, cada uma delas com duas horas semanais para que você trabalhe o que ouviu em classe, vá para as bibliotecas e laboratórios, faça pesquisas e tenha efetivamente uma vida universitária. A reforma feita pela ditadura, ao escolarizar a universidade, transformou-a em um curso secundário avançado, em um colegial avançado. Isso a Comissão da Verdade tem que mostrar, mostrar as datas em que os decretos vieram, as datas de implantação, quem implantou tudo isso, não pode passar em branco também.

Uma outra coisa que é muito importante é o fato de que as contratações dos jovens professores naquele período não eram feitas nem pelos departamentos, nem pelos institutos, mas diretamente pela reitoria. Estou dizendo isso porque quero fazer um complemento depois a respeito da reitoria atual. Como é que a reitoria procedia?

Ela recebia o processo de contratação e mandava para o Dops, para a policia enviar a ficha policial do professor e saber se ele tinha participado de algum movimento. A reitoria queria a ficha policial, que era a ficha política do jovem professor. Em função disso, a reitoria dizia se contratava ou não contratava.

Eu posso fazer um depoimento junto à Comissão da Verdade, se ela quiser, da experiência direta que tive sobre isso. Eu era chefe do Departamento de Filosofia, havia o processo de contratação de um jovem professor e a contratação não saía, os papeis estavam na reitoria e pedi para ser informada do porquê de a contratação não acontecer. Fui empurrada de uma sala para outra sala, para outra sala, e ninguém respondia. Finalmente, fui levada a uma sala ao lado da sala do reitor. Esta sala não tinha janelas, tinha uma porta e duas cadeiras com uma mesinha.

Ali, um senhor, um civil, grisalho, muito bem afeiçoado, me mandou sentar e disse para mim: “Vou explicar para a senhora que esta sala não existe, eu não existo e a conversa que nós vamos ter nunca aconteceu. O professor não pode ser contratado porque ele esteve em um encontro estudantil terrorista, então ele não vai ser contratado, aqui está o processo.” E foi quando eu vi, estava tudo anotado a lápis, com as informações sobre ele vindas do Dops. Ainda me disse: “Eu sei que ele era um lambari, sei que não é um perigo para a segurança nacional, mas ele tem essa ficha e não vai ser contratado.”

E ele foi contratado, evidentemente vocês podem imaginar o barulho que nós fizemos, todo o escândalo que fizemos e o risco que se corria se ele não fosse contratado. Mas, era uma intimidação direta, não tinha algum esconderijo, era direto, na cara. Eu posso, eu tenho o poder, eu faço e você engole.

A manutenção da estrutura da Universidade de São Paulo tal como ela foi feita a partir do Ato Institucional número 5 pela ditadura é algo que tem que ser devassado se nós quisermos democratizar a universidade. Para democratizar nossa universidade, temos que desmontar aquilo que foi feito no final dos anos sessenta e no decorrer dos anos setenta, é uma tarefa imensa que tem que ser feita. E por que ela tem que ser feita? Porque, no momento que há uma hegemonia no estado de São Paulo de um pensamento privatista e de um pensamento neoliberal, a Universidade de São Paulo está sendo regida por estes princípios, por este reitor.

Não é só isso, esse reitor foi formado, teve o aprendizado dele, como dirigente, nesse caldo de cultura da ditadura. Portanto, é essa forma de gestão que explica essa coisa inacreditável, e isso nem a ditadura fez, de por a polícia dentro do campus para espancar os alunos.

E, para encerrar, me disponho a dar meus depoimentos para a Comissão da Verdade. Penso, como os que me precederam, que tem que ser apanhado um período longo, e penso que, como se trata da Comissão da Verdade da Universidade, no caso da Universidade de São Paulo, é preciso contar não só as histórias ligadas à violência de Estado, ao terrorismo de Estado sobre os professores e os alunos, mas a maneira pela qual a universidade foi estruturada para ser um órgão da violência, um órgão do autoritarismo.

Ela foi estruturada com a cabeça da ditadura e é por isso que ela é autoritária. E é isso que a Comissão da Verdade pode mostrar ao desvendar a maneira pela qual essa estrutura foi montada. E Salinas presente, Heleny presente.


* Ato por uma Comissão da Verdade da USP realizado dia 12 de junho na FEA-USP. Fonte: Resvista Fórum, disponível em http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9915. Leia também: “Chauí emociona público em ato pela Comissão da Verdade da USP”, por Carolina Rovai, disponível em http://www.spressosp.com.br/2012/06/chaui-emociona-publico-em-ato-pela-comissao-da-verdade-da-usp/

RESTAURANTE A MARISQUEIRA

Vintage “tudo como antigamente”

Local aconchegante.

Há 58 anos servindo os frutos do mar

Rua Barata Ribeiro, 232

 Copacabana Rio de Janeiro- Brasil

Óleo de coco faz perder a barriga


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Óleo de coco faz perder a barriga

Óleo de coco e suas propriedades. Veja como emagrecer e diminuir

a gordura abdominal com quatro colheres diárias desse líquido

Suzana DiaS

Óleo de cocoÓleo de coco Foto: Getty Images

Já ouviu falar no óleo de coco? Pois esse produto, à venda em lojas de alimentos naturais, virou febre nos Estados Unidos desde que se descobriu que ele é capaz de auxiliar na queima de gorduras. Em um estudo realizado nos EUA, ficou constatado que o líquido extraído do fruto do coqueiro pode dobrar o número de quilos perdidos durante uma dieta.
Esse óleo é milagroso Na pesquisa, realizada na Universidade de Columbia, o óleo de coco foi adicionado à massa do muffin (um bolinho muito consumido pelos americanos) e sobre os pratos de comida das principais refeições dos participantes, que acabaram emagrecendo bem mais do que o esperado pelos próprios pesquisadores. Na barriga, então, o resultado foi incrível: sete vezes mais perda de medidas do que em uma dieta comum!
Se você também quer emagrecer com essa poderosa novidade, deve consumir de três a quatro colheres de sopa por dia de óleo de coco. Uma boa ideia é misturá-lo com sucos e vitaminas, mas ele também pode ser derramado sobre a salada durante as refeições ou mesmo tomado de colherada, já que tem um sabor agradável. Outra boa sugestão é usá-lo como um substituto da margarina e da manteiga na culinária, como no bolo cuja receita você confere na página ao lado. O frasco contendo 200 ml de óleo de coco custa cerca de R$ 30.
Comparado ao azeite de oliva extravirgem, também um excelente óleo para a saúde, o de coco provou ser mais eficiente para quem quer emagrecer. A diferença entre eles está nas moléculas, as estruturas minúsculas que formam as substâncias.

Enquanto o azeite de oliva é composto por moléculas de cadeia longa, o óleo de coco tem alto teor de triglicerídeos de cadeia média (TCM), o que torna a digestão de cada um diferente.
“A vantagem do óleo de coco é que ele é facilmente absorvido e transformado em energia no fígado, não se acumulando como gordura, ao contrário dos outros tipos de óleo”, esclarece a nutricionista Bruna Murta, da rede Mundo Verde. Algumas pesquisas têm demonstrado que a gordura do coco funciona até mesmo para pessoas diabéticas ou com problemas de tireoide. Uma excelente novidade!

José Bonifácio, um pioneiro


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José Bonifácio, um pioneiro

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                                                                                                                     José Bonifácio

Em 13 de junho de 1763 nasce José Bonifácio de Andrada e Silva,

estadista brasileiro conhecido como “o Patriarca da Independência”

O início das preocupações com a ecologia e o meio ambiente no Brasil foi marcado formalmente pelo chamado movimento verde, que se deu com os alemães em 1980. No entanto, um século e meio antes, o estadista brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva – cognominado o Patriarca da Independência – já demonstrava preocupação em relação a uma utilização racional do território do país. Ele nasceu em Santos, São Paulo, em 1763, e viveu até 1838.

Em entrevista dada em 2001 à revista Época, o historiador José Augusto Pádua ressaltou a importância de José Bonifácio para as questões ambientais afirmando que, em 1823, ele já previa a falta de chuvas que poderia ocorrer se os montes e as encostas fossem sendo escalvados diariamente, de acordo com palavras do próprio Bonifácio.

Na ocasião o historiador também comentou que, depois da difusão das idéias do Patriarca da Independência, o debate sobre o mau uso dos solos dividiu-se em duas frentes diferentes. Bonifácio era contra o escravismo e dizia que a oligarquia estulta era responsável por reduzir este país fertilíssimo a um estéril deserto. Uma das correntes, herdando os ideais de Bonifácio, era a do anti-escravismo, cujos principais nomes eram os abolicionistas Nicolau Moreira, Joaquim Nabuco e André Rebouças.

Já a outra frente, apesar de condenar o uso mal feito dos solos, evitou se mostrar contra a escravidão, com o objetivo de não desagradar dom Pedro II. Muitos desses autores, como o botânico Francisco Freire Alemão, eram próximos do imperador.

Patriarca da Independência

Bonifácio era formado em Direito Civil e em Filosofia pela Faculdade de Coimbra, em Portugal. Foi membro da Academia de Ciências de Lisboa. Passou 36 anos na Europa se especializando em áreas como mineralogia, siderurgia, química e metalurgia. Voltou para o Brasil em 1819, quando iniciou sua participação em movimentos políticos. Em 1821 tornou-se vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo. Entre suas idéias, sempre consideradas avançadas para a época, estavam não só a defesa da reforma agrária, a preservação das matas e rios e o fim da escravidão como a defesa dos direitos de voto para os analfabetos.

Ele foi o primeiro brasileiro a ocupar um ministério, o do Reino, em janeiro de 1822. Tornou-se, junto a Dom Pedro, o principal obreiro da Independência. No entanto, em 1823 – quando ocupava a Pasta do Império – com seu irmão Martim Francisco, começou a se afastar dos Conselhos da Coroa e a se opor a D. Pedro I. Foi eleito para a Assembléia Constituinte de 1823, ano em que teve sua prisão e deportação para a Europa ordenadas pelo imperador.

Tendo voltado ao Brasil em 1829, foi residir na Ilha de Paquetá, de cujo retiro saiu apenas para assumir a cadeira de Deputado pela Bahia, como suplente, nas sessões legislativas de 1831 e 1832.

Reaproximou-se de D. Pedro I que, ao abdicar da Coroa em 1831, o indicou para tutor de seu filho – o futuro Dom Pedro II. Foi destituído da tutoria, pela Regência, em setembro de 1833. Ficou em prisão domiciliar até 1835, quando terminou o processo-crime instaurado contra ele por conspiração e perturbação da ordem pública. Apesar da grandiosidade e do pioneirismo desse brasileiro, especialistas acreditam que ele poderia receber mais destaque e ser melhor estudado. É o que pensa José Geraldo Gomes Barbosa, advogado e integrante do Movimento Pró-Memória de José Bonifácio.

                    

          Hélio Araújo Silva

Carrotmob: a nova estratégia do ativismo ecológico


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Ecologia

Capture d'écran du site carrotmob.org
Capture d’écran du site carrotmob.org

Créé aux Etats-Unis en 2008,

Carrotmob: a nova estratégia do ativismo ecológico

Movimento usa armas do capitalismo e o poder do consumidor para promover mudanças ecológicas nos estabelecimentos

Nem só de boicotes vive a luta pela proteção do meio ambiente. Iniciativas divertidas como a que foi idealizada pelo norte-americano Brent Schulkin também podem ser eficazes. Esse ex-funcionário do Google criou o conceito do Carrotmob em 2008 em São Francisco.

“Escolhemos o nome porque utilizamos a cenoura (em inglês, carrot) ao invés da vara (há um ditado diz que existem duas formas de fazer um burro andar para frente: pendurando uma cenoura na sua frente ou batendo com uma vara no seu traseiro). Mas do que os tradicionais ataques ou ameaças, nós acreditamos que as pessoas podem ter mais influência sobre as empresas dando a elas uma boa razão para mudar: nosso dinheiro”, explica Schulkin. O método é uma forma de jogar o mesmo jogo do capitalismo através de um consumo direcionado e responsável.

O Carrotmob funciona da seguinte maneira: os consumidores vão a um estabelecimento, compram uma grande quantidade de itens, e em troca o gerente se compromete a usar uma parte do lucro na reestruturação ecológica daquele comércio. Restaurantes, mercearias, bares e lojas são pré-selecionados pelo grupo. Eles são então convidados a participar de leilões nos quais o estabelecimento que propuser a maior porcentagem de lucros reinvestidos ganha.

O primeiro Carrotmob aconteceu em 2008 em um mini-mercado de São Francisco. Schulkin reuniu 23 estabelecimentos do seu bairro e lhes apresentou seu projeto. O leilão acabou sendo vencido pelo K&D Market, que prometeu reaplicar 22% do lucro gerado pelo projeto em reformas de ordem ecológica. Um especialista em energia fez um diagnóstico do local para avaliar os trabalhos a serem feitos. No dia D, centenas de pessoas participaram gerando um lucro de mais de 9 mil dólares em apenas duas horas. Com esse dinheiro, todo o sistema de iluminação do mercado foi renovado.

O Carrotmob é vantajoso para todos, por isso fez sucesso. Com o lucro das receitas geradas na operação, os comerciantes têm condições de fazer as modificações eco-responsáveis, geralmente caras, e ainda cultivam uma imagem positiva diante de sua clientela. Os participantes ganham a satisfação de contribuir para o bem do planeta e os organizadores aproveitam a popularidade do evento para expandir sua rede e convidar novas equipes a se formar em outros lugares.

Fontes:Les Inrocks – Carrotmob, le mouvement écolo et atypique de l’anti-boycott,

Carrotmob.org – Frequently Asked Questions

“Nova fronteira da era digital: “Cloud Compunting


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Cloud Compunting: A economia está nas nuvens

Por: Ana Paula De Souza |

Praticidade e mobilidade são as tendências das corporações em 2011 e, para controlar rigorosamente os custos, as organizações estão à procura de tecnologias que poupem dinheiro, aumentem a produtividade e resolvam problemas de segurança.

Cloud Compunting – computação em nuvem – é a utilização de aplicativos disponibilizados em servidores compartilhados por meio da Internet para que possam ser acessados de qualquer lugar e hora do mundo, não havendo necessidade de instalação de programas, pois os serviços e arquivos já estão na rede – daí a alusão à nuvem, onde o ambiente é mais viável do que o uso de unidades físicas.

O Brasil está atento à Cloud Computing, já que hoje, ela é o futuro da computação. Acredita -se que as organizações farão investimentos bem direcionados em tecnologias emergentes para usos práticos em sistemas de negócios.  Nos próximos meses, as empresas deixarão de fazer projetos-pilotos com nuvens privadas, para começar a implementar e executar ambientes restritos de Cloud Computing.

De acordo com a Unisys – Empresa Mundial de Serviços e Soluções de Tecnologia da Informação a Cloud Compunting será um grande avanço, pois os clientes irão aproveitar para economizar de forma rápida e eficiente e a segurança de dados na nuvem será fundamental e irá gerar grande crescimento na área de tecnologia de “segurança da Cloud Compunting”.

Google, IBM e Microsoft foram as pioneiras nos serviços em “nuvem” hoje considerada uma “nova fronteira da era digital” que vai deixando de ser utilizada apenas em laboratórios para ingressar nas empresas e, em breve, em computadores domésticos.

Exemplo prático desta nova realidade é o Google Docs, serviço onde os usuários podem editar textos, fazer planilhas, elaborar apresentações de slides, armazenar arquivos, entre outros, tudo pela internet, sem necessidade de ter programas como o Microsoft Office ou OpenOffice.org instalados em suas máquinas.

 

Entre a Eco92 e a Rio+20, o que foi aproveitado?


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Tendências e debates

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Mobilização durante a Eco92: evento popularizou o desenvolvimento sustentável, mas metas não foram cumpridas

Entre a Eco92 e a Rio+20, o que foi aproveitado?

Entre os vinte anos que separam as duas conferências no Rio de Janeiro foram muitos acordos para preservar o meio ambiente, mas poucas medidas efetivas

por Bolívar Torres

Durante a Eco 92, primeira conferência sobre o meio ambiente desde Estocolmo 72, representantes de 108 países reuniram-se no Rio de Janeiro para tentar diminuir a degradação ambiental. O encontro trouxe esperança de mudanças significativas para o futuro do planeta. Vinte anos depois, quando a cidade está prestes a receber mais uma Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, fica a pergunta: o que realmente mudou entre as duas reuniões? Que efeitos práticos resultaram da Eco 92 e o que esperar da Rio+20?

O especialista do Instituto Millenium, Mario Ernesto Humberg, consultor e palestrante sobre mudanças empresariais, gestão de crises, comunicação e ética empresarial e coordenador do PNBE Pensamento Nacional das Bases Empresariais, esteve na Eco 92. Para ele, a principal mudança foi uma maior conscientização da sociedade em relação a questões ambientais.  Afinal, foi a Eco 92 que popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para disseminar a ideia de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos.

“Houve de fato uma conscientização em torno de temas como economia de energia, reciclagem, proteção das florestas”, lembra Humberg. “Mas do ponto de vista de mudanças no mundo, creio que se avançou muito pouco em relação ao que foi discutido, principalmente na redução do consumo de combustíveis fosseis e gás carbônico”.

Na época, os Estados Unidos, maiores consumidores de combustível no mundo, não desejaram fazer nenhum acordo e, portanto, não houve esforço para reduzir a emissão de gás carbônico. “Houve apenas acordos pontuais, como a redução de descarga de resíduos no mar, sendo que os oceanos precisavam de algo mais efetivo”.

Por outro lado, Humberg viu um grande avanço na legislação da maior parte dos países, principalmente no setor privado. “Hoje são raros os problemas das áreas industriais. De vez em quando há vazamentos, mas a maior parte toma cuidado”.

A necessidade de fazer um balanço dos últimos vinte anos é um dos pontos que sustentam as conferências ambientais. O advogado e professor na Universidade Estácio de Sá, André Esteves, acredita que o legado da Eco 92 precisa ser discutido na Rio+20.

“Uma das propostas desse evento deveria ser discutir o que aconteceu 20 anos atrás, o que andou bem ou não, para gerar um documento para que a Rio+20 tivesse um ponto objetivo para validar e reorganizar a questão ambiental”, diz. “Trazer à tona questões ligadas a questões climáticas, crescimento da população etc. A questão da economia verde é fundamental na medida em que ela precisa encontrar soluções para compatibilizar economia e ecologia, de que maneira conseguimos fazer a economia crescer conciliando com a questão ambiental”.

Já para Fernando Lyrio, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MMA, a Eco 92 foi um momento de conjunção política muito forte. “Embora haja dificuldade de se implementar as propostas, o evento é até hoje referência dos processos políticos e isso não está perdido. Os tratados e convenções são bons mas faltam ser cumpridos. A Rio+20 se propõe a fazer o balanço dessas lacunas”, destacou ao site Planeta Sustentável.

Lyrio acredita que os tratados e convenções discutidos nos últimos 20 anos foram bons, mas faltam ser cumpridos. “A Rio+20 se propõe a fazer o balanço dessas lacunas”, afirmou.

Então, o que fazer para que, dessa vez, os tratados sejam cumpridos?

“A única coisa que pode despertar é a pressão dos cidadãos”, avalia Humberg. “Não há órgão superior com força de decisão unilateral para fazer cumprir um acordo internacional. Só a pressão dos cidadãos é que conseguiria”.

A metodologia da ONU, que dá aos países com dimensões diferentes capacidade iguais de votação, dificulta a implementação rápida dos acordos, acredita André Esteves. “São 194 países, é muito difícil buscar o consenso nesses países com realidades e condições ambientais diferentes e uma metodologia que tem mudado pouco.  Alguns países tem grande influência na organização do evento, mas não tem interesse em mudar as coisas”, explica.

A crise mundial também tem chances de impedir resultados mais efetivos na Conferência. “Tenho impressão de que os resultados da Rio+20 serão menos importantes do que da Eco 92, porque momentos de crise não são muito favoráveis para tomadas de decisões e novos paradigmas. Não tenho expectativas de resultados, mesmo que sempre se consiga algo. Minha expectativa é a educação e a consciência de preservação. É mais o aspecto da sociedade do que das convenções”.

Às vésperas da Rio+20, um grito de alerta


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Economia verde

L'exposition "Cool globes" lors du sommet de Copenhague sur le réchauffement climatique en 2009.

                                                                                                                                        AFP/OLIVIER MORIN
 

Às vésperas da Rio+20, um grito de alerta

Iniciativas locais para proteger o meio ambiente não são levadas à nível mundial por causa da concorrência global e falta de lideranças

Há duas semanas da abertura da Rio +20, o United Nations Environment Programme (UNEP) quer colocar pressão sobre os políticos. “Se nada for feito para inverter esta tendência, os governos deverão assumir a responsabilidade de um nível de degradação e impacto sem precedentes”, disse na quarta, 6, Achim Steiner, Diretor Executivo da UNEP, ao apresentar um relatório sobre “o futuro da sustentabilidade ambiental”, Geo-5. Este cenário dramático é conhecido e refletido em inúmeros relatórios da ONU, WWF, OCDE, etc. : com o desenvolvimento demográfico da Terra, que precisará acomodar e alimentar 9 bilhões de pessoas, e a escassez de recursos naturais, o estado do planeta está se deteriorando em alta velocidade, diz o UNEP.

Mas este quadro destinado a 20 participantes no Rio não é apenas um grito de alarme e uma confissão de impotência. Em vez disso, dizem os funcionários do UNEP, os exemplos de políticas voluntaristas são numerosos, a nível de Estados, regiões ou mesmo cidades: política de água gratuita na África do Sul, fiscalização de carbono introduzida no Canadá, detecção e redução de perdas no sistema de distribuição de água no Bahrein, taxas de congestionamento em Estocolmo ou programas nas Maldivas, ameaçada pela elevação dos mares, para atingir a meta de emissões de carbono em 2019 .

A multiplicidade dessas iniciativas é impressionante. Mas não pode mascarar a inércia que predomina mundialmente. “Há uma dicotomia entre a preguiça ambiente e o fato de que vários países estarem se mexendo, sem esperar, cada um no seu canto”, disse Sylvie Lemmet, Diretora da Divisão de Tecnologia, Indústria e Economia do UNEP. Esta dicotomia também se traduz em nível estadual. Maior produtor chinês de painéis fotovoltaicos no mundo, campeã de investimentos em economia verde… e também o primeiro país emissor de CO2! A China pode se mostrar um país muito dinâmico para transformar a sua própria economia, mas recusa restrições a nível mundial.

“Os países pretendem permanecer soberanos em seu modo e sua capacidade de crescimento”, explica Sylvie Lemmet. Como explica Steven Stone, chefe de Economia e ramo de comércio de UNEP, ” alguns governos têm programas excelentes para o desenvolvimento de empregos verdes, mas que não são levados a nível mundial, porque em função da concorrência exacerbada pela globalização, surgem problemas de liderança”.

Isso reduz as chances de progresso e de acordo no Rio +20. O UNEP quer acreditar que a Conferência será uma oportunidade “para avaliar as conquistas e fracassos, e para incentivar a implementação de medidas para mudar o mundo”. “Chegou a hora de ir além da paralisia da indecisão, a reconhecer os fatos e enfrentar a humanidade coletiva que une as pessoas”, insiste Steiner.

HOJE É DIA DO MEIO AMBIENTE: CEDRO REI


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CEDRO REI

Hélio Araújo Silva

Tinha uma árvore linda na fazenda do meu avô. Não sei qual era o tamanho da árvore na época, mais tinha uma grande altura. Era majestosa e dez pessoas não conseguiam abraçá-la, era imensa. Quando tinha aulas de História fica só imaginado: será que na época em que os portugueses invadiram as terras do que hoje chamamos de Brasil, será que o meu Cedro Rei já existia?  Será que esta árvore foi uma testemunha ocular deste acontecimento?

Eu o adorava. Parecia tocar o céu. Sempre saia correndo para ver o meu Cedro Rei. Com três copas, tão frondosas! Tinha um cheiro adorável. Ele se localizava  no mangueiro vizinho do curral. Apesar do cheiro de estrume das vacas, tudo era belo! E tudo vem tão fácil em minhas lembranças! Além de tudo, eu também tinha os meus avós, os meus tios, a minha grande família.

Mas, naquela região, existia também uma empresa, a BRASIL HOLANDA, que comprava as madeiras da terra. Esta empresa estava instalada na cidade de Nanuque, em Minas Gerais, próximo ao Rio Mucuri. Com as madeiras retiradas desta região eram feitas as pranchas, que logo se transformavam em compensados e derivados. Depois, era só levá-los no além-mar para a Holanda através do Porto de Caravelas, na Bahia. O carregamento era, inclusive, feito através da estrada de ferro Bahia e Minas.

Esta empresa, infelizmente, terminou contribuindo para acabar com o meu sonho. Um belo dia, a minha árvore sumiu. Assustado,  eu perguntei para o meu avô: onde é que foi parar o meu pé de Cedro Rei? Desta vez, ele ficou muito sem graça e bastante envergonhado. – Eu vendi, respondeu. Um punhal cravou imediatamente em meu peito. Uma dor profunda me invadiu e os meus olhos se encheram de lágrimas.

Eu pensei cá comigo. Tenho de sair daquele lugar para não chorar. Naquele instante o meu tio, notando a gravidade da situação, me avisa que tem umas laranjeiras carregadas.  E sai correndo para o quintal. O meu tio, com todo orgulho, ainda tentava justificar aquele gesto insano do meu avô: – houve necessidade de cinco carretas para transportar o seu Cedro. Eu, de minha parte, nem queria ouvi-lo falar, nem tampouco acreditar no que ouvia. Precisava me esforçar muito para não cair no pranto. Minha dor no peito aumentava, enquanto ele, todo feliz, continuava a narrar aquela estória maldita. Pela primeira vez, eu tinha ódio no coração. Eu não sabia direito se odiava o que o meu avô falava ou a Bralanda, aquela empresa estranha que me roubou o meu sonho de criança.

Quando fui à escola, eu tinha de passar ao lado daquele diabo. Eu passei a odiar profundamente aquela serraria. E hoje eu sei: grande parte da Mata Atlântica, que é um bioma presente na maior parte no território brasileiro, foi devidamente desmatada pela BRASIL HOLANDA. Esta empresa cometeu um crime impagável.

Se ambientalistas querem fazer justiça hoje, eles têm de cobrar dessa empresa historicamente desmatadora. É certo, eu bem sei que a WWF ou Greenpeace, por exemplo, têm outros interesses na políticos… e questões como estas não cabem em suas Agendas. Mas a dívida com a Natureza brasileira não pode passar em brancas nuvens. Hoje, tenho 60 anos de idade e ainda não consigo esquecer essa maldade. Na verdade, os meus olhos ficam cheios de lágrimas quando me lembro do meu lindo Cedro Rei…

HOJE É DIA DO MEIO AMBIENTE.

POR FAVOR, NÃO COMETAM CRIMES COMO ESTE!

OS NOSSOS FILHOS E NETOS IRÃO NOS AGRADECER NO FUTURO…

Ilha das Cinzas é exemplo de sustentabilidade


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Equilíbrio

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Em 2011, a comunidade recebe prêmio de melhor ‘inovação tecnológica e social’ (Reprodução/Internet)

Ilha das Cinzas é exemplo de sustentabilidade

Jornal ‘Le Monde’ faz matéria destacando equilíbrio da população local com a natureza

Uma pequena ilha situada no meio do rio Amazonas que possui tudo do paraíso original. É assim que uma matéria do Le Monde, publicada nesta sexta-feira, 1, descreve a Ilha das Cinzas situada na fronteira entre o Pará e o Amapá.

O jornal destaca a sustentabilidade do local, onde o homem soube viver em equilíbrio com a natureza, mantendo a floresta intacta, onde a água é filtrada e reciclada e a agricultura é coordenada e supervisionada. “A Ilha das Cinzas poderia ser o exemplo do casamento de sucesso entre a atividade humana e seu santuário”, escreve o Le Monde.

O artigo conta que a ocupação do local se deu por volta dos anos 20 ou 30, quando algumas famílias chegaram para ocupar partes da terra sem documentos ou títulos de habitação, atraídas pelos recursos da ilha: o comércio de madeira e, sobretudo, a pesca. A comunidade local cresceu e hoje possui cerca de 350 pessoas. No início, a economia era voltada para a cultura de camarões brancos dos manguezais e a venda de palmitos de açaí complementava a renda.

No começo dos anos 90, a economia da ilha enfrenta problemas devido à queda de produção do camarão, que se reproduz pouco, e com as quedas nos preços do palmito e na popularidade do suco de açaí. A instalação de uma grande madeireira colocou em risco o equilíbrio do local, mas ela acabou fechada por fraude em contratos. Com a Cúpula da Terra em 1992, a ideia de desenvolvimento sustentável se consolida e ONGs investem em iniciativas do sustentáveis.

Jorge Pinto, um engenheiro agrônomo, visita a ilha em 1996 para estudar a atividade agrícola e desenvolve um programa especializado junto com a FASE, ONG ambientalista da qual faz parte. Ao fim de um ano, a comunidade local decide fazer uma modificação nos macapis, estruturas usadas para a criação dos camarões, que permitiu uma melhor reprodução da espécie.

Além disso, adotaram uma diminuição do número de macapis por família, de 120 para 75 que não diminuiu a colheita e permitiu um ganho de 20% no tempo de trabalho, que passa a ser utilizado então para a colheita de açaí. A exploração de madeira também passa por melhorias, sendo organizada de acordo com regras que levam em conta o tamanho, o diâmetro e o espaçamento das árvores. “Nosso modo de vida se tornou muito organizado”, ressalta  Francisco, nativo da ilha diplomado por curso à distância em gestão financeira.

Com o aumento da popularidade do açaí nos anos 2000, os preços aumentam e o cultivo passa a garantir a sobrevivência dos habitantes da ilha. “Hoje com todas as atividades juntas, nós ganhamos cerca de 1400 reais por mês”, conta Neide Maledos, uma das líderes da região. Todas as decisões da comunidade são tomadas coletivamente.

A criação de uma associação para interlocução privilegiada junto às autoridades leva, depois de muitas negociações, à concessão do direito de uso das terras aos habitantes de ilha em 2007. A decisão, sublinha o Le Monde, é importante e muito simbólica. “Não confere o título de propriedade, mas assegura o reconhecimento do trabalho dos habitantes e de sua existência na ilha”. Em 2011, a comunidade recebe das mãos da presidente Dilma Rousseff o prêmio de melhor “inovação tecnológica e social”.

O jornal termina ressaltando a existência de regras coletivas sobre a terra de uso comum, ainda que eles não façam negócios coletivamente. “É um equilíbrio frágil”, afirma Jorge Pinto.