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Arquivo mensal: abril 2012

A Universidade pública e o vírus do privatismo


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A Universidade pública e o vírus do privatismo

MARCOS DEL ROIO*

A Universidade pública viveu grande momento de expansão no decorrer da ditadura militar e isso por dois motivos principais: havia uma forte demanda reprimida de acesso a Universidade e havia também a necessidade de formação da força de trabalho segundo as exigências do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, o qual precisava de intelectuais técnicos e cientistas em condições de manejar o aparato produtivo implantado pelas grandes empresas imperialistas e seus associados brasileiros. No caso particular do estado de São Paulo, em meados dos anos 70, foram fundadas a UNICAMP e UNESP, que vieram a compor com a USP o sistema universitário público estadual.

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A USP fora fundada em 1934 com o fito de formar quadros técnico-científicos e intelectuais em condições de reproduzir a ordem social, como professores, juristas ou administradores da coisa pública. O vínculo de origem com as classes dirigentes agro-industriais do estado de são Paulo sempre foram patentes e aqui está a sua glória e o seu limite. A UNICAMP desde logo se envolveu com pesquisa cuja demanda era apresentada pelas grandes empresas estatais do capitalismo de Estado brasileiro, o que gerou um perfil que se espraiou em todas as áreas científicas e culturais, fazendo dessa Universidade um conjunto relativamente harmônico. Mais complicado era situação da UNESP, entidade universitária que surgiu da congregação de diversos institutos e faculdades espalhadas pelo estado, surgidas em momentos diferentes e em conjunturas diferentes. De modo geral, os objetivos desses pólos dispersos era o de formar quadros para as emergentes burguesias locais. As dificuldades de se formar quadros próprios de professores e pesquisadores fez da UNESP espécie de campo de estágio para outras Universidades, um ponto de passagem, um organismo periférico.

Quando a luta contra a ditadura militar se difundiu por todas as camadas sociais e profissionais, a Universidade pública, com seus professores, servidores e estudantes, se envolveu de forma resoluta. A luta pela democratização da vida social e política do País implicou a luta pela democratização da organização do saber e da apropriação do conhecimento, ou seja, pela democratização da Universidade Pública, tanto no seu processo institucional, como na sua relação com a destinação do saber nela produzido e com o acesso de novas levas de jovens estudantes e pesquisadores. A questão estava posta na efetivação do caráter público e autônomo da Universidade, de onde se desdobra a necessária democracia e alta qualidade cultural e científica da sua produção. O objetivo da Universidade pública no sentido mais estrito só pode ser o de desenvolver e promover um progresso intelectual de massas, ou seja, para o público, e promover a cultura, a ciência e tecnologia como bem comum da humanidade, como saber e conhecimento universais.

A fragilidade congênita da UNESP contribuiu para que fosse nela onde mais avançou o processo democrático interno e para que se configurasse como a menos burocrática do sistema. Apenas a democracia pode combater a burocracia e o particularismo. A luta das universidades paulistas culminou na conquista da autonomia de gestão em 1989. Os anos 90, no entanto, consignaram um crescente refluxo nas lutas democráticas gerais no Brasil (e no mundo). As classes dirigentes nacionais, que haviam atravessado a década de 80 tentando resistir à ascensão democrática e encontrar uma nova forma política e social de exploração do trabalho, finalmente, acabaram por acatar o globalismo neoliberal. Essencial nessa variante política e social do capitalismo é a nova apropriação do espaço publico pelo privado, pelo que tudo se transforma em mercadoria.

A prevalência do privatismo é tão generalizada que até a administração pública / estatal se privatiza por meio de seus interesses particularistas e por meio das práticas políticas, realizando assim um retorno à pura economia, ao puro jogo de interesses materiais e particulares, gerando uma crise enorme de representação democrática, submergida por manobras burocráticas obscuras. A nova regulamentação do comércio internacional, a privatização / internacionalização das empresas estatais, a retirada de direitos sociais e a diminuição de investimentos estatais em educação, saúde, habitação, transporte e outros serviços sociais fundamentais são instrumentos de uma engenharia social que visa difundir o individualismo egoísta e o privatismo, com a ruptura dos laços sociais de solidariedade horizontal. A reforma administrativa de 1997 incluiu no direito público brasileiro o preceito da “eficácia” em detrimento do público e do solidário, dando a chancela constitucional ao privatismo.

Nessa operação há a necessidade de uma força de trabalho correspondente: é preciso de intelectuais técnicos e científicos capazes de incorporar e manejar ciência produzida alhures, intelectuais técnicos apenas com capacidade de manipular máquinas complexas, mas é preciso também consumidores de mercadorias que exigem certa formação. Tudo no contexto do globalismo neoliberal, do mercado, do privatismo, da economia ela mesma. Nada de cultura, de autonomia, de subjetividades coletivas.

Nesse cenário é que navega a Universidade pública e a UNESP. Limitada na sua capacidade e decisão de aprofundar a democracia, ampliar a autonomia e o seu caráter público, o refluxo que alcançou a vida social e política do Brasil não poderia deixar de incidir sobre a vida universitária. O congelamento nos investimentos implicou gigantesca privatização da Universidade em termos de vagas oferecidas e formas de difusão do saber, com a abertura de sem número de empresas de ensino de baixa qualidade. A Universidade assim privatizada é instrumento decisivo de difusão ideológica do privatismo contra a esfera pública. Assim pressionada, sem verbas, acusada de ineficácia e sob cerco das empresas privadas de ensino, a Universidade Pública cede e se deixa privatizar ela mesma assim como permite a corrosão da sua autonomia. Os próprios profissionais que deveriam defender a Universidade como bem público e universal traem a sua missão.

Os Programas de Pós-Graduação começam a se expandir de modo exponencial a partir dos anos 90 e já sob uma lógica privatista e contraria a autonomia da produção saber. As políticas estatais para a cultura, ciência e tecnologia, por meio do financiamento público, endereçam a pesquisa científica para um ou outro rumo, mas sempre de acordo com os interesses privados representados no Estado. Por meio do Programas de Pós-Graduação penetra na Universidade a lógica da eficácia, da rentabilidade do investimento, do produtivismo. A fim de justificar o financiamento público é preciso produzir muito e em pouco tempo, mas importando menos a qualidade, a autonomia, a criatividade, a iniciativa. Por outro caminho, o pulular de cursos de especialização, durante certo período, também foi meio de privatismo, com cursos pagos e atendendo demanda de mercado. Outro elemento de contaminação privatista na Universidade tem sido as Fundações. Essas Fundações, no geral, são desnecessárias, seguem uma lógica privatista e passam por um controle muito superficial de seus projetos e orçamentos.

Em 2003, as Universidades paulistas definiram uma pauta de expansão de cursos e vagas. O caso da UNESP é o que mais chama atenção, menos pelo que mostra e mais pelo que oculta. A UNESP, que já tem problemas de multiplicação de cursos e de debilidades estruturais em algumas Unidades, resolveu fazer uma grande ampliação, sem garantia de recursos e sem qualquer planejamento razoável. Parece evidente que interesses privados se sobrepuseram ao público e a Universidade traiu a sua destinação. A democracia e a autonomia da Universidade foram colocadas em sacrifício em nome de acordos político com poderes locais e ambições pessoais. Não se nega a necessidade de crescimento de cursos, de vagas e de unidades da UNESP ou outra universidade, o problema está na lógica privatista, no vírus que corrói o espaço público.

Certo que acontecimentos como esse são possíveis somente quando o vírus do privatismo corroeu boa parte do organismo e que esse já não entende a sua vocação pública e começa a se colocar “dilemas” inteiramente falsos. Quando a Universidade começa a se gerenciar pela lógica privatista empresarial, começa a apertar seus vínculos com empresas privadas que induzem o que deve ser pesquisado ou produzido, cedendo a “pressões do mercado”, significa que a sua dimensão pública e universal esta seriamente debilitada.

A facilidade com que a autonomia (muito relativa) da Universidade foi comprimida com a criação da Secretaria estadual de Ensino Superior mostra muito da regressividade privatista do nosso tempo. Quando se questiona se a universidade pública deve produzir cultura, ciência, tecnologia para enriquecer a humanidade, se deve produzir seres humanos ricos de saber capacitados para disseminar esse saber pelo conjunto da vida social ou se deve produzir conhecimento para ser apropriado de maneira privada, a porta esta aberta para todo tipo de ataque contra a autonomia e contra a natureza pública da Universidade.

A obsessão pelos “cursos de ensino a distância” é mais uma manifestação do vírus privatista regressivo. Uma Universidade que deve ter por meta a formação de pesquisadores educadores capazes de incidir virtuosamente na riqueza socialmente produzida pelo trabalho humano tem que necessariamente passar por experiência de formação humana, além de científica e técnica. Nada substitui o convívio universitário.

Uma Universidade como a UNESP tão bem vocacionada para a formação de pesquisadores educadores em seus muitos cursos de dupla modalidade, bacharelado / licenciatura, não pode se render a pseudocursos à distância, com carga horária diminuta e sem convívio universitário. Assim não se formam pesquisadores educadores, mas apenas péssimos reprodutores de conhecimento reproduzido, reprodutores acríticos de uma vida social regressiva e privatizada. Esse tipo de curso não só rebaixa a qualificação dos estudantes com efetiva vida acadêmica, como cria uma hierarquia de saberes que tendem a se reproduzir na vida social.

Grave nesse e em muitos outros casos é que a tecnologia é usada apenas para aumentar a exploração de professores e servidores, nunca para gerar tempo livre criativo para a produção cultural e científica e para a vivência no espaço público e na gestão dos bens comuns. A tecnologia não carrega em si mesma algum valor. Pode ser útil na execução de mini-cursos ou conferências em nível de Pós-Graduação, mas jamais poderá substituir ou complementar um curso de Graduação e não pode servir de propagação de interesses privados na Universidade. Ou a tecnologia serve ao público ou é regressiva e deletéria, como mostra a monstruosa crise ambiental.

Embora a síndrome do privatismo tenha muito se propagado não é aceitável desistir da defesa do caráter publico e universalizante da produção do saber e de sua disseminação. Há que se compreender que a Universidade é apenas um pequeno, mas crucial elemento na vida do País, pois é nessa instância que, em grande medida, se produz conhecimento e se reproduz conhecimento, se qualifica para o trabalho social e para a vida pública. Se não predomina no seio da Universidade a visão de um espaço público e democrático dotado de normas, e voltado pra os interesses gerais da humanidade, pouco pode ser feito. Mas se essa for a concepção geral, a luta pela autonomia e por verbas públicas deve ser um objetivo permanente, sem o que a universidade não cumpre o seu escopo de produzir cultura, ciência, tecnologia e pesquisadores educadores.

Mas a defesa e a existência de uma universidade pública dependem, e muito, das políticas educacionais do Estado, que implica investimento massivo em educação e saúde desde a infância. Decorre sempre que uma boa universidade pública exige uma escola pública de igual qualidade para todos, com professores bem formados, sempre atualizados, bem remunerados. Sem isso a síndrome do privatismo tomará conta de todo o organismo em beneficio do privado, do “mercado”, e se estabelecerá uma nova hierarquia de saberes e poderes em detrimento do público, do universal, da humanidade.


* MARCOS DEL ROIO é Doutor em Ciência Política (USP), especialização em Política Internacional na Universidade de Milão e Pós-Doutorado na mesma universidade de Milão e na universidade de Roma; é professor livre-docente em Ciências Políticas na UNESP – FFC (Campus de Marília). Publicado na REA, nº 87, agosto de 2008, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/087/87roio.htmFicheiro:Entrada Unicamp 2.jpg

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O fiasco da política externa


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Coluna Esplanada

Sério risco de fracasso na Rio+20 (Fonte: Reprodução/PR)

O fiasco da política externa

Governo coleciona seguidas derrotas no campo internacional desde a gestão de Luiz Inácio.

Por Leandro Mazzini

Apesar do bom momento, o governo coleciona seguidas derrotas no campo internacional desde a gestão de Luiz Inácio. Corre sério risco de fracasso na Rio+20. Só Ho Jintao, presidente da China, confirmou presença entre os grandes países. Isso pode engrossar o rol de outros tropeços diplomáticos: o presidente Evo Morales, da Bolívia, nacionalizou a Petrobras. Hugo Chávez, da Venezuela, deu calote na sociedade prometida na refinaria Abreu e Lima (PE). E Cristina Kirchner, da Argentina, retém em seus portos há meses milhares de produtos brasileiros.

Come here

A presidente Dilma tem se esforçado nos convites, em especial para convencer o presidente Barack Obama a comparecer. Só sua presença anularia muitas críticas.

Apesar de tudo

Em artigo publicado na quarta, 25, no site do Financial Times, o professor brasileiro da Universidade Columbia Marcos Troyjo comemora um fato: a ‘Brasilmania’.

Pacotão Delta-Cachoeira

Crescem em Brasília os rumores de políticos que já tiveram acesso a parte do inquérito – textos e áudio – da Operação Monte Carlo, que pode contribuir para a CPI mista. Previsão de um parlamentar: a CPI pega três governadores, um ex-governador, mais dois senadores e uma penca de deputados. Todos através da Delta.

Revolta na enfermaria

O Conselho Federal de Medicina reclama de faculdades que proliferaram em dez anos. Muitas delas não têm nem hospital escola. Outro protesto é a possível autorização do governo para que médicos estrangeiros atuem no Brasil, sem testes prévios.

‘Facada’ petista

O prefeito de Campina Grande, Veneziano, se diz ‘apunhalado pelas costas’ pelo PT. O ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) lançará ao cargo sua irmã e deputada Daniela Ribeiro. O PT, até há pouco com o prefeito, pulou para o colo do PP do ministro.

Mais previsões

Há quem diga no Congresso que a CPI do Cachoeira não derruba apenas a Delta Construtora. Respinga um pouco na co-irmã, a poderosa Queiroz Galvão.

Terra sem lei

Faroeste na cidade de Buerarema, Sul da Bahia, com 20 mil habitantes. As três principais autoridades da cidade foram embora: delegado, promotor e juiz.

Calma, doutor

O médico e governador Tião Viana (PT), do Acre, anda com a pressão alta. Recebe pesadas críticas nas redes sociais pela forma como criticou a jornalista e a publicação de matéria na TV Gazeta sobre o índice de criminalidade no estado.

Sustinho

Assim que soube pela coluna, na semana passada, que o dono da Delta, Fernando Cavendish, concederia entrevista exclusiva à Folha de S. Paulo, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) arregalou os olhos e ficou mudo.

Longe de Brasília

O senador João Durval (PDT-BA) mantém segredo sobre o apoio às eleições em Feira de Santana, sua terra. Está brigado com o prefeito Tarcísio Pimenta, que assumiu o controle do PDT. Durval em troca deve apoiar Zé Ronaldo, do… DEM.

Só no vento

A ANTT, como fiscalizadora das empresas de transportes, não tem regulamentação até hoje para punir companhias de ônibus. Muitas empresas vendem passagens mais caras para veículo ‘executivo’ que não possuem ar condicionado.

Homenagem

O movimento ‘Amigos e leitores de Décio Sá’ realiza na terça, às 10h, na Av. Litorânea em São Luís, homenagem ao jornalista assassinado semana passada.

Nepotismo oficial?

Apesar da gritaria contra tráfico de influência, a mulher do governador Wilson Martins (PSB), do Piauí, deputada estadual Lilian Martins, foi eleita para conselheira do TCE.

Ponto Final

“O Carlinhos que eu conheço faz caridade, doa caminhão de macarrão para creche, doa caminhão de brinquedo”. Da esposa do contraventor preso, Andressa, que não entendeu ainda a prisão dele.

Com Gilmar Correa

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* É proibida a reprodução total ou parcial da coluna sem a prévia autorização do editor da Esplanada.

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Mineração em asteróides: muito além da ficção científica


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No espaço

EUA traçaram estratégia para tirar mineração da órbita da Terra (Reprodução/Internet)

Mineração em asteróides: muito além da ficção científica

Custos de lançamento e recuperação dos asteróides pode ser maior obstáculo para a ideia

Uma nova empresa de mineração quer enviar robôs para o espaço para procurar metais preciosos em asteróides. Essa é a configuração básica de Blade Runner, o épico filme de ficção cientifica que completa 30 anos em junho deste ano. É também o plano de negócios para recursos planetários, uma estratégia que os Estados Unidos delinearam para tirar a indústria de mineração da órbita da Terra. Para a economia, é um olhar desafiador, para dizer o mínimo. Mas a ideia não é completamente maluca.

Financiadores da empresa, chamada Planetary Resources Inc, incluem o fundador do Google, Larry Page, e o diretor de Titanic, James Cameron; porém, eles não são os primeiros tecnólogos excêntricos a pensar nisso. A mineração de asteróides foi um marco do pensamento futurista: o pioneiro na proposta foi o engenheiro de foguetes russo Konstantin Tsiolkovsky Eduardovich, em 1900.

O rápido avanço de um século, altos preços das commodities, um mini-boom dos voos espaciais privados, o aumento do trabalho dos mineiros e os custos de energia, se uniram para revigorar o interesse em explorar os vastos recursos do espaço.

O custo da platina está aumentando de 16% a 20% por ano. A Anglo American, maior produtora do mundo de platina, estima que a produção de cerca de metade do total global é inútil ao preço de hoje, cerca de US$ 1.500 por onça.

Supondo que eles poderiam ser economicamente colocados em órbita, a navegação espacial de robôs equipados com painéis solares ou de pequenas usinas nucleares seria em grande parte imune a pressões dos custos  – e não entraria em greve também. Peter Diamandis, um dos co-fundadores, estima que um único asteróide de 30 metros de diâmetro pode conter até US$ 50 bilhões em platina. São esperados que centenas de milhares de tais objetos estejam a um alcance relativamente fácil da Terra.

O lançamento e os custos de recuperação podem ser maiores obstáculos para uma indústria vibrante da mineração de asteróides. A Planetary Resources diz que sua prioridade será o desenvolvimento de tecnologias mais baratas de lançamento. No entanto, mesmo se pudesse pousar um robô mineiro em uma rocha em órbita por uma fração do preço atual de missões espaciais modernas, recebendo material extraído com segurança de volta para a Terra, o custo poderia se revelar alto.

Ainda assim, há maneiras piores de bilionários gastarem o seu dinheiro. Mesmo se o projeto não conseguir retornar com uma única rocha para a Terra, seus apoiadores podem se beneficiar se as tecnologias da empresa tiverem aplicação em turismo especial de mineração ou terrestre – para não mencionar o estranho roteiro de Hollywood.

Fontes:Slate – Space Mining Plan More Than Just Sci-Fi Fantasy

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Eric Hobsbawn: Ninguém fez tanto pelos pobres…


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Eric Hobsbawn: Ninguém fez tanto pelos pobres…

Written By ronaldo

…quanto Lula.

por Martin Granovsky (*) Em junho ele completa 92 anos. Lúcido e ativo, o historiador que escreveu “Rebeldes Primitivos”, “A Era da Revolução” e a “História do Século XX”, entre outros livros, aceitou falar de sua própria vida, da crise de 30, do fascismo e do antifascismo e da crise atual. Segundo ele, uma crise da economia do fundamentalismo de mercado é o que a queda do Muro de Berlim foi para a lógica soviética do socialismo.

Hobsbawm aparece na porta da embaixada da Alemanha, em Londres. São pouco mais de três da tarde na bela Belgrave Square e se enxergam as bandeiras das embaixadas por trás das copas das árvores. De óculos, chapéu na cabeça e um casaco muito pesado, cumprimenta. Tem mãos grandes e ossudas, mas não parecem as mãos de um velho. Nenhuma deformação de artrite as atacou. Rapidamente uma pequena prova demonstra que as pernas de Hobsbawm também estão em boa forma. Com agilidade desce três degraus que levam do corrimão a calçada. Parece enxergar bem. Tem uma bengala na mão direita. Não se apóia nela, mas talvez a use como segurança, em caso de tropeçar, ou como um sensor de alerta rápido que detecta degraus, poças e, de imediato, o meio-fio da calçada. Hobsbawm é alto e magro. Uns oitenta e bicos. Não pede ajuda. O motorista do Foreign Office lhe abre a porta esquerda do jaguar preto. Entra no carro com facilidade. O carro é grande, por sorte, e cabe, mas a viagem é curta. – Acabo de me encontrar com um historiador alemão, por isso estou na embaixada, e devo voltar – avisa. Ele chegou de visita a Londres e quis conversar com alguns de nós. Sei que vamos a Canning House. Está bem. Poucas voltas, não?

O carro dá meia volta na Belgrave Square e pára na frente de outro palacete branco de três andares, com uma varanda rodeada de colunas e a porta de madeira pesada. Por algum motivo mágico o motorista de cabelos brancos com uma mecha sobre o rosto, traje azul e sorridente como um ajudante do inspetor Morse de Oxford, já abre a porta a Hobsbawm. Entre essas construções tão parecidas, a elegância do Jaguar o assemelha a uma carruagem recém polida. O motorista sorri quando Hobsbawm desce. O professor lhe devolve a simpatia enquanto sobe com facilidade num hall obscuro. Já entrou em Canning House e à direita vê uma enorme imagem de José de San Martin. À esquerda do corredor, uma grande sala. O chá está servido. Quer dizer, o chá, os pães e uma torta. Outro quadro do mesmo tamanho que o de San Martin. É Simon Bolívar. E também é Bolívar o cavalheiro do busto sobre o aparador.

Quanto chá tomaram Bolívar e San Martin antes de saírem de Londres para a América do Sul, em princípios do século XIX, para cumprir seus planos de independência?

Hobsbawm pega a primeira taça e quer ser quem faz a primeira pergunta.

– Como está a Argentina? – interroga mas não muito, porque não espera e comenta – No ano passado Cristina esteve para vir a Londres para uma reunião de presidentes progressistas e pediu para me ver. Eu disse sim, mas ela não veio. Não foi sua culpa. Estava no meio do confronto com a Sociedade Rural.

Hobsbawm fala um inglês sem afetação nem os trejeitos de alguns acadêmicos do Reino Unido. Mas acaba de pronunciar “Sociedade Rural” em castellhano.

– O que aconteceu com esse conflito?

Durante a explicação, o professor inclina a cabeça, mais curioso que antes, enquanto com a mão direita seu garfo tenta cortar a torta de maçã. É uma tarefa difícil. Então se desconcentra da torta e fixa o olhar esperando, agora sim, alguma pergunta.

– O mundo está complicado – afirma ainda mantendo a iniciativa. Não quero cair em slogans, mas é indubitável que o Consenso de Washington morreu. A desregulação selvagem já não é somente má: é impossível. Há que se reorganizar o sistema financeiro internacional. Minha esperança é que os líderes do mundo se dêem conta de que não se pode renegociar a situação para voltar atrás, senão que há que se redesenhar tudo em direção ao futuro.

A Argentina experimentou várias crises, a última forte em 2001. Em 2005 o presidente Néstor Kirchner, de acordo com o governo brasileiro, que também o fez, pagou ao FMI e desvinculou a Argentina do organismo para que o país não continuasse submetido a suas condicionalidades.

– É que a esta altura se necessita de um FMI absolutamente distinto, com outros princípios que não dependam apenas dos países mais desenvolvidos e em que uma ou duas pessoas tomam as decisões. É muito importante o que o Brasil e a Argentina estão propondo, para mudar o sistema atual. Como estão as relações de vocês?

– Muito bem

– Isso é muito importante. Mantenham-nas assim. As boas relações entre governos como os de vocês são muito importantes em meio a uma crise que também implica riscos políticos. Para os padrões estadunidenses, o país está girando à esquerda e não à extrema direita. Isso também é bom. A Grande Depressão levou politicamente o mundo para a extrema direita em quase todo o planeta, com exceção dos países escandinavos e dos Estados Unidos de Roosevelt. Inclusive o Reino Unido chegou a ter membros do Parlamento que eram de extrema direita [e começa a entrevista propriamente].

– E que alternativa aparece?

– Não sei. Sabe qual é o drama? O giro à direita teve onde se apoiar: nos conservadores. O giro à esquerda também teve em quem descansar: nos trabalhistas.

– Os trabalhistas governam o Reino Unido.

– Sim, mas eu gostaria de considerar um quadro mais geral. Já não existe esquerda tal como era.

– Isso lhe é estranho?

– Faço apenas o registro.

– A quê se refere quando diz “a esquerda tal como era”?

– Às distintas variantes da esquerda clássica. Aos comunistas, naturalmente. E aos socialdemocratas. Mas, sabe o que acontece? Todas as variantes da esquerda precisam do Estado. E durante décadas de giro à direita conservadora, o controle do Estado se tornou impossível.

– Por que?

– Muito simples. Como você controla o estado em condições de globalização? Convém recordar que, em princípios dos anos 80 não só triunfaram Ronald Reagan e Margareth Thatcher. Na França, François Miterrand não obteve uma vitória.

– Havia vencido para a presidência dem 1974 e repetiu a vitória em 1981.

– Sim. Mas quando tentou uma unidade das esquerdas para nacionalizar um setor maior da economia, não teve poder suficiente para fazê-lo. Fracassou completamente. A esquerda e os partidos socialdemocratas se retiraram de cena, derrotados, convencidos de que nada se podia fazer. E, então, não só na França como em todo mundo ficou claro que o único modelo que se podia impor com poder real era o capitalismo absolutamente livre.

– Livre, sim. Por que diz “absolutamente”?

– Porque com liberdade absoluta para o mercado, quem atende aos pobres? Essa política, ou a política da não-política, é a que se desenvolveu com Margareth Thatcher e Ronald Reagan. E funcionou – dentro de sua lógica, claro, que não compartilho – até a crise que começou em 2008. Frente à situação anterior a esquerda não tinha alternativa. E frente a esta? Prestemos atenção, por exemplo, à esquerda mais clássica da Europa. É muito débil na Europa. Ou está fragmentada. Ou desapareceu. A Refundação Comunista na Itália é débil e os outros ramos do ex Partido Comunista Italiano estão muito mal. A Esquerda Unida na Espanha também está descendo ladeira abaixo. Algo permaneceu na Alemanha. Algo na França, como Partido Comunista. Nem essas forças, nem menos ainda a extrema esquerda, como os trotskistas, e nem sequer uma socialdemocracia como a que descrevi antes alcançam uma resposta a esta crise a seus perigos, contudo. A mesma debilidade da esquerda aumenta os riscos.

– Que riscos?

– Em períodos de grande descontentamento como o que começamos a viver, o grande perigo é a xenofobia, que alimentará e será por sua vez alimentada pela extrema direita. E quem essa extrema direita buscará? Buscará atrair os “estúpidos” cidadãos que se preocupam com seu trabalho e têm medo de perdê-lo. E digo estúpidos ironicamente, quero deixar claro. Porque aí reside outro fracasso evidente do fundamentalismo de mercado. Deu liberdade para todos, e a verdadeira liberdade de trabalho? A de mudá-lo e melhorar em todos os aspectos? Essa liberdade não foi respeitada porque, para o fundamentalismo de mercado isso tinha se tornado intolerável. Também teriam sido politicamente intoleráveis a liberdade absoluta e a desregulação absoluta em matéria laboral, ao menos na Europa. Eu temo uma era de depressão.

– Você ainda tem dúvidas de que entraremos em depressão?

– Se você quiser posso falar tecnicamente, como os economistas, e quantificar trimestres. Mas isso não é necessário. Que outra palavra pode se usar para denominar um tempo em que muito velozmente milhões de pessoas perdem seu emprego? De qualquer maneira, até o momento no vejo um cenário de uma extrema direita ganhando maioria em eleições, como ocorreu em 1933, quando a Alemanha elegeu Adolf Hitler. É paradoxal, mas com um mundo muito globalizado um fator impedirá a imigração, que por sua vez aparece como a desculpa para a xenofobia e para o giro à extrema direita. E esse fator é que as pessoas emigrarão menos – falo em termos de emigração em massa – ao verem que nos países desenvolvidos a crise é tão grave. Voltando à xenofobia, o problema é que, ainda que a extrema direita não ganhe, poderia ser muito importante na fixação da agenda pública de temas e terminaria por imprimir uma face muito feia na política.

– Deixemos de lado a economia, por um momento. Pensando em política, o que diminuiria o risco da xenofobia?

– Me parece bem, vamos à prática. O perigo diminuiria com governos que gozem de confiança política suficiente por parte do povo em virtude de sua capacidade de restaurar o bem-estar econômico. As pessoas devem ver os políticos como gente capaz de garantir a democracia, os direitos individuais e ao mesmo tempo coordenar planos eficazes para se sair da crise. Agora que falamos deste tema, sabe que vejo os países da América Latina surpreendentemente imunes à xenofobia?

– Por que?

– Eu lhe pergunto se é assim. É assim?

– É possível. Não diria que são imunes, se pensamos, por exemplo, no tratamento racista de um setor da Bolívia frente a Evo Morales, mas ao menos nos últimos 25 anos de democracia, para tomar a idade da democracia argentina, a xenofobia e o racismo nunca foram massivos nem nutriram partidos de extrema direita, que são muito pequenos. Nem sequer com a crise de 2001, que culminou o processo de destruição de milhões de empregos, apesar de que a imigração boliviana já era muito importante em número. Agora, não falamos dos cantos das torcidas de futebol, não é?

– Não, eu penso em termos massivos.

– Então as coisas parecem ser como você pensa, professor. E, como em outros lugares do mundo, o pensamento da extrema direita aparece, por exemplo, com a crispação sobre a segurança e a insegurança das ruas.

– Sim, a América Latina é interessante. Tenho essa intuição. Pense num país maior, o Brasil. Lula manteve algumas idéias de estabilidade econômica de Fernando Henrique Cardoso, mas ampliou enormemente os serviços sociais e a distribuição. Alguns dizem que não é suficiente…

– E você, o que diz?

– Que não é suficiente. Mas que Lula fez, fez. E é muito significativo. Lula é o verdadeiro introdutor da democracia no Brasil. E ninguém o havia feito nunca na história desse país. Por isso hoje tem 70% de popularidade, apesar dos problemas prévios às últimas eleições. Porque no Brasil há muitos pobres e ninguém jamais fez tantas coisas concretas por eles, desenvolvendo ao mesmo tempo a indústria e a exportação de produtos manufaturados. A desigualdade ainda assim segue sendo horrorosa. Mas ainda faltam muitos anos para mudar as cosias. Muitos.

– E você pensa que serão de anos de depressão mundial

– Sim. Lamento dizê-lo, mas apostaria que haverá depressão e que durará alguns anos. Estamos entrando em depressão. Sabem como se pode dar conta disso? Falando com gente de negócios. Bom, eles estão mais deprimidos que os economistas e os políticos. E, por sua vez, esta depressão é uma grande mudança para a economia capitalista global.

– Por que está tão seguro desse diagnóstico?

– Porque não há volta atrás para o mercado absoluto que regeu os últimos 40 anos, desde a década de 70. Já não é mais uma questão de ciclos. O sistema deve ser reestruturado.

– Posso lhe perguntar de novo por que está tão seguro?

– Porque esse modelo não é apenas injusto: agora é impossível. As noções básicas segundo as quais as políticas públicas deviam ser abandonadas, agora estão sendo deixadas de lado. Pense no que fazem e às vezes dizem, dirigentes importantes de países desenvolvidos. Estão querendo reestruturar as economias para sair da crise. Não estou elogiando. Estou descrevendo um fenômeno. E esse fenômeno tem um elemento central: ninguém mais se anima a pensar que o Estado pode não ser necessário ao desenvolvimento econômico. Ninguém mais diz que bastará deixar que o mercado flua, com sua liberdade total. Não vê que o sistema financeiro internacional já nem funciona mais? Num sentido, essa crise é pior do que a de 1929-1933, porque é absolutamente global. Nem os bancos funcionam.

– Onde você vivia nesse momento, no começo dos anos 30?

– Nada menos que em Viena e Berlim. Era um menino. Que momento horroroso. Falemos de coisas melhores, como Franklin Delano Roosevelt.

– Numa entrevista para a BBC no começo da crise você o resgatou.

– Sim, e resgato os motivos políticos de Roosevelt. Na política ele aplicou o princípio do “Nunca mais”. Com tantos pobres, com tantos famintos nos Estados Unidos, nunca mais o mercado como fator exclusivo de obtenção de recursos. Por isso decidiu realizar sua política do pleno emprego. E desse modo não somente atenuou os efeitos sociais da crise como seus eventuais efeitos políticos de fascistização com base no medo massivo. O sistema de pleno emprego não modificou a raiz da sociedade, mas funcionou durante décadas. Funcionou razoavelmente bem nos Estados Unidos, funcionou na França, produziu a inclusão social de muita gente, baseou-se no bem-estar combinado com uma economia mista que teve resultados muito razoáveis no mundo do pós-Segunda Guerra. Alguns estados foram mais sistemáticos, como a França, que implantou o capitalismo dirigido, mas em geral as economias eram mistas e o Estado estava presente de um modo ou de outro. Poderemos fazê-lo de novo? Não sei. O que sei é que a solução não estará só na tecnologia e no desenvolvimento econômico. Roosevelt levou em conta o custo humano da situação de crise.

– Quer dizer que para você as sociedades não se suicidam.

(Pensa) – Não deliberadamente. Sim, podem ir cometendo erros que as levam a catástrofes terríveis. Ou ao desastre. Com que razoabilidade, durante esses anos, se podia acreditar que o crescimento com tamanho nível de uma bolha seria ilimitado? Cedo ou tarde isso terminaria e algo deveria ser feito.

– De maneira que não haverá catástrofe.

– Não me interessam as previsões. Observe, se acontece, acontece. Mas se há algo que se possa fazer, façamos-no. Não se pode perdoar alguém por não ter feito nada. Pelo menos uma tentativa. O desastre sobrevirá se permanecermos quietos. A sociedade não pode basear-se numa concepção automática dos processos políticos. Minha geração não ficou quieta nos anos 30 nem nos 40. Na Inglaterra eu cresci, participei ativamente da política, fui acadêmico estudando em Cambridge. E todos éramos muito politizados. A Guerra Civil espanhola nos tocou muito. Por isso fomos firmemente antifascistas.

– Tocou a esquerda de todo o mundo. Também na América Latina

– Claro, foi um tema muito forte para todos. E nós, em Cambridge, víamos que os governos não faziam nada para defender a República. Por isso reagimos contra as velhas gerações e os governos que as representavam. Anos depois entendi a lógica de por quê o governo do Reino Unido, onde nós estávamos, não fez nada contra Francisco Franco. Já tinha a lucidez de se saber um império em decadência e tinha consciência de sua debilidade. A Espanha funcionou como uma distração. E os governos não deviam tê-la tomado assim. Equivocaram-se. O levante contra a República foi um dos feitos mais importantes do século XX. Logo depois, na Segunda Guerra…

– Pouco depois, não? Porque o fim da Guerra Civil Espanhola e a invasão alemã da Tchecoslováquia ocorreu no mesmo ano.

– É verdade. Dizia-lhe que logo depois o liberalismo e o comunismo tiveram uma causa comum. Se deram conta de que, assim não fosse, eram débeis frente ao nazismo. E no caso da América Latina o modelo de Franco influenciou mais que o de Benito Mussolini, com suas idéias conspiratórias da sinarquia, por exemplo. Não tome isso como uma desculpa para Mussolini, por favor. O fascismo europeu em geral é uma ideologia inaceitável, oposta a valores universais.

– Você fala da América Latina…

– Mas não me pergunte da Argentina. Não sei o suficiente de seu país. Todos me perguntam do peronismo. Para mim está claro que não pode ser tomado como um movimento de extrema direita. Foi um movimento popular que organizou os trabalhadores e isso talvez explique sua permanência no tempo. Nem os socialistas nem os comunistas puderam estabelecer uma base forte no movimento sindical. Sei das crises que a Argentina sofreu e sei algo de sua história, do peso da classe média, de sua sociedade avançada culturalmente dentro da América Latina, fenômeno que creio ainda se mantém. Sei da idade de ouro dos anos 20 e sei dos exemplos obscenos de desigualdade comuns a toda a América Latina.

– Você sempre se definiu com um homem de esquerda. Também segue tendo confiança nela?

– Sigo na esquerda, sem dúvida com mais interesse em Marx do que em Lênin. Porque sejamos sinceros, o socialismo soviético fracassou. Foi uma forma extrema de aplicar a lógica do socialismo, assimo como o fundamentalismo de mercado foi uma forma extrema de aplicação da lógica do liberalismo econômico. E também fracassou. A crise global que começou no ano passado é, para a economia de mercado, equivalente ao que foi a queda do Muro de Berlim em 1989. Por isso Marx segue me interessando. Como o capitalismo segue existindo, a análise marxista ainda é uma boa ferramenta para analisá-lo. Ao mesmo tempo, está claro que não só não é possível como não é desejável uma economia socialista sem mercado nem uma economia em geral sem Estado.

– Por que não?

– Se se mira a história e o presente, não há dúvida alguma de que os problemas principais, sobretudo no meio de uma crise profunda, devem e podem ser solucionados pela ação política. O mercado não tem condições de fazê-lo.

(*) Martin Granovsky é analista internacional e presidente da agência de notícias Télam.

Limitação do ovo levou dinossauros à extinção, dizem cientistas


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Pós-catástrofe

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Sue the Tyrannosaurus rex at the The Field Museum of  Natural History in Chicago. (MyFox Chicago)

Read more: http://www.myfoxorlando.com/dpps/news/egg-laying-led-to-dinosaurs-extinction-scientists-say-dpgonc-20120418-fc_19247807#ixzz1spOK8FEW

Limitação do ovo levou dinossauros à extinção, dizem cientistas

Espécies de mamíferos evoluíram juntamente com as aves, também descendentes dos dinossauros

O fato dos dinossauros colocarem ovos foi o que selou o seu destino de extinção em massa há milhões de anos, enquanto os mamíferos passaram a prosperar, afirmaram cientistas nesta quarta-feira, 18.

Em uma nova explicação para a vitória evolutiva dos mamíferos, os pesquisadores afirmaram que um modelo matemático mostrou que o tamanho dos filhotes foi um fator decisivo. Dadas as limitações físicas do tamanho das cascas de ovos, os dinossauros eram, comparativamente, pequenos.

“Ao crescer, os jovens dinossauros tinham que competir com diferentes categorias de tamanho e com vários adultos de outros grupos de animais por alimento”, disse o cientista da Universidade de Zurique, Marcus Clauss.

De acordo com os estudos publicados na Biology Letters, Isso significa que todas as categorias de animais, de pequeno e médio porte, ocuparam o ambiente, não deixando espaço para espécies menores de dinossauros prosperarem.

“Isso não foi um problema em 150 milhões de anos, mas, logo que algo aconteceu e todas as espécies de grande porte se extinguiram e as pequenas permaneceram, o grupo se foi como um todo”, disse Clauss.

O evento catastrófico que eliminou todas as maiores formas de vida cerca de 65 milhões de anos atrás significou o fim dos dinossauros terrestres. Os cientistas discordam sobre se a espécie morreu antes ou depois de um meteorito colidir com a Terra, o que ficou conhecido como o impacto do Cretáceo. O impacto gerou toneladas de cinzas e poeira que cobriram a luz do sol e desencadeou um “inverno nuclear” que resfriou o planeta e destruiu a vegetação.

Filhotes de dinossauros eram menores que de mamíferos (Reprodução/Internet)

“Mamíferos não têm as mesmas limitações”, disse Clauss, “os filhotes não nascem relativamente pequenos e não precisam competir com outras espécies por alimento, já que mamam em suas mães”.

Isso significava que existiam espécies de mamíferos capazes de lidar com o ambiente pós-catástrofe e que estas evoluíram para novas espécies juntamente com as aves, que também são descendentes dos dinossauros.

“A pergunta que persegue algumas pessoas, inclusive a mim é: por que os mamíferos sobreviveram e os dinossauros não. Acho que temos uma resposta muito boa para isso”, disse Clauss.

Os pesquisadores disseram que o tamanho do ovo é limitado pela espessura da casca que têm que permitir que o oxigênio chegue até o embrião. O Titanossauro, o maior tipo de vertebrado que já viveu, era 2.500 vezes mais pesado que seu recém-nascido. A mãe elefante moderna pesa apenas 22 vezes mais do que seus filhotes.

Fontes:My Fox – Egg-Laying Led to Dinosaurs’ Extinction, Scientists Say

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Girls, nova série da HBO


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Foto: Divulgação

Girls, nova série da HBO,

é a primeira a falar do grande problema da nossa geração:

 a falta de grana

 POR: 

A primeira cena de Girls , que estreou no fim de semana na HBO dos EUA, é uma daquelas conversas difíceis de pais com a filha. Hannah é uma garota articulada, formada em Literatura, morando em Nova York. Os pais, aparentemente bem de vida, marcam o jantar em um restaurante chique para falar de um assunto importante. Parece que já vimos esse filme (ou essa série), só que em outros tempos a tal “conversa de adultos” giraria em torno do casamento (ou ausência de), os estudos, gravidez ou drogas. Em Girls, o problema para os pais é outro: Hannah, 24 anos, formada há dois, não arranjou um emprego de verdade e gasta tudo em celular, aluguel e em um estilo de vida festeiro. Hannah-pai e Hannah-mãe querem cortar o cordão umbilical. Nada de mesada.

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A garota acha absurdo, tenta argumentar que é filha única, que não é exatamente um fardo para os pais que ganham bem, que está “tão perto da vida que sonhou”, e que eles que deveriam agradecer pela sorte de não ter uma drogada na família. São 3 minutos de desculpas, mas a mãe não se sensibiliza: “No more money”. É a hora em que todo mundo deveria rir. Mas a série de comédia produzida por Judd Apatow , um midas do gênero, causa aquele sorriso amarelo. Porque Hannah representa um pedaço cada vez maior da juventude americana (e aqui do Brasil, nas grandes cidades) de que ninguém parece querer falar. Especialmente porque muitas mulheres se veem naquela caricatura.

Alguns lugares estão vendendo a série como a Sex and the City para a nova geração , o que parece fazer sentindo vendo a sinopse. Há 4 protagonistas mulheres de seus 20 e poucos anos, cada uma com sua personalidade difícil, tentando se dar bem na cidade grande e vivendo seus casos românticos. Mas achar o príncipe encantado ou equilibrar trabalho e vida pessoal não são exatamente os desafios das moças. Elas querem se achar e sobreviver, basicamente. Como destacou a crítica do New York Times :

Sex and the City servia fracasso romântico embalado nas armadilhas do sucesso. Girls nos oferece fracasso romântico embalado nas armadilhas do fracasso. A economia flutua, bairros ficam legais e entram em decadência, mas os homens nunca deixam de desapontar. Sex and the City, que começou em 1998, quando suas heroínas já estavam nos seus 30 anos, enquadra a relação com os garotos com uma aveludada moldura de glamour, coquetéis e imóveis caros. Em Girls, as mulheres estão nos seus 20s, e as desventuras do amor vêm acompanhadas de apartamentos apertados, DSTs e trabalhos voluntários sem perspectiva de futuro.

Há mais diferenças, é claro, e se você prefere vê-las desenhadas em um infográfico, vá à Folha e veja aboa matéria da Luciana Coelho . O ponto é que preocupações com o corpo, busca de sucesso profissional ou desilusões amorosas vão e vem, e os roteiros de séries sempre serão atualizados com personagens mais críveis para a nossa época. É claro que Girls dá mais pano pra manga do que a média, e se focasse na parte comportamental da coisa eu poderia fazer uma grande dissertação de como que a figura dominante masculina no primeiro episódio é o retrato do jovem adulto viciado em pornô e o que ele espera do sexo. Girls é um retrato interessante de um pedaço da juventude de cidades cosmopolitas povoadas por jovens de outros estados (as situações da série poderiam acontecer em pedaços de São Paulo e Rio), mas para mim, o que importa é que ninguém está dando bola o suficiente para a questão da grana.

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Não é simplesmente uma questão de jovens dependentes dos pais, mas de uma batalha geracional que transcendeu a dicotomia forçada “careta/liberal”. A impressão que Hannah tem é de que os pais tem certa obrigação em ajudá-la, porque a vida para eles foi muito mais fácil. Os mais velhos só conseguem imaginar que a juventude da geração-qualquer-letra-depois-do-X (termo da moda nos EUA: Millennials ) são mimados.

Mas a verdade é que ela tem números para provar que, sim, os pais, os chamados baby boomers , tiveram uma vida mais fácil. Considere essas estatísticas levantadas pela bombástica reportagem de capa da Esquire em abril, A Guerra contra a juventude :

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Desde o início da recessão de 2008, 85% dos formados nas faculdades voltaram à casa dos pais, 1 em 3 atrasaram seus casamentos, 1 em 5 adiaram o plano de ter filhos. A diferença de rendimentos entre os mais velhos e mais jovens também é brutal. A desigualdade nos EUA está crescendo, e é mais acentuada quando comparamos os salários de executivos em fins de carreira e jovens entrando no mercado de trabalho agora. Comparando com os dados de 25 anos atrás, os americanos mais velhos tiveram um acréscimo de renda de 42%, enquanto os mais jovens ganham 25% menos. E o pior: apenas 54% dos jovens entre 18 e 24 anos estão empregados, a menor taxa desde que o índice começou a ser medido, décadas atrás. Estágios não-remunerados são cada vez mais comuns e a dívida com mensalidades das faculdades passou de 1 trilhão de dólares, e cresce a mais de 100 bilhões por ano. Economistas acham que esta é a próxima bolha .

E por mais que o povo agora tenha mania insana de dizer que o Brasil é “a inveja dos países ricos, quebrados”, a realidade da juventude quebrada me parece mundial — fora os concursados públicos com salários insanos. E a batalha geracional também se redesenha aqui, ou pelo menos eu sinto isso. Meus pais, antes dos 30 anos, recém-casados, conseguiram com seus primeiros ou segundos empregos comprar (financiado, é verdade) uma casa grande em Brasília. Eles tinham carro, e puderam ter dois filhos antes dos 30, bancar babá, empregada e algumas viagens. Hoje eu acho que o fato de empregadas e babás serem bem mais caras é um sinal de progresso , mas esqueça disso por um instante. Meus pais não vieram de famílias ricas, de cada lado são os mais bem-sucedidos filhos, mas o ponto é que na juventude de recém-formados, a casa própria, casamento e filho antes dos 30 parecia algo bastante atingível financeiramente.

Não quero desmerecê-los (muito). Meus pais são brilhantes e merecem tudo isso, de verdade. Mas eu já entrei em mais de uma discussão com eles sobre o quanto que isso é muito, muito mais difícil hoje. Não falo de mercado competitivo. Falo do salário baixo, de “qualificação e experiência necessária” cada vez mais alta, burocracias (tente explicar para o seu pai que você ganhará um salário baixo “como PJ” e terá que abrir empresa com um colega na mesma situação), a absoluta falta de perspectiva de aposentadoria, quanto mais dinheiro sobrando para uma previdência privada decente. Este ano fui em um almoço entre “adultos” onde cinquentões e sessentões discutiam como as regras de aposentadoria do serviço público iriam mudar, que era melhor correr para se aposentar logo, que iam estender o teto para todo mundo e tudo o mais. “Absurdo”. Eu fiquei irritado. Eu não tenho a menor perspectiva de contar com dinheiro do governo quando me aposentar, de manter o plano de saúde da autarquia que me bancava e tudo isso. Basta olhar os arrochos dos países europeus para saber que as regras previdenciárias serão cada vez mais restritivas. Tenho certeza que só posso contar com as minhas economias, e nem consigo fazê-las de verdade hoje. Voltando ao diagnóstico da Esquire:

As pessoas que querem entrar na sociedade o farão através de um período cada vez mais longo e humilhante, e apenas com a ajuda dos seus pais. Até antes da recessão, isso era mais ou menos verdade. É o segredinho sujo de todas as pessoas de classe média nos seus 30 e poucos: os pais os ajudaram. Quem você acha que está pagando todos esses cursos de verão em outros lugares? Quantos novos pais você acha que tem dinheiro para comprar um carrinho de bebês caro, fora pagar a entrada de um novo apartamento? E se você não tem o papai ou a mamãe para ajudar a pagar as aulas de balé ou as férias com crianças e família inteira, Deus te ajude.

É isso que está no discurso de Girls, e não está mais em qualquer lugar da TV nem nos EUA quanto menos no Brasil (aliás, não há previsão de estreia para a série por aqui). Este post mesmo vai ter uma reação totalmente diferente dependendo da plateia. Se ele sai em um portal, aparecerão aqueles caras de sempre perto de 40 dizendo que a molecada é “mimada” (normalmente com caps lock ligado), que querem tudo de mão beijada. Outro vai apontar para a ironia de que a “classe média sofre”, com iPhones de cartão pré-pago na mão e almoço mais barato para pagar festivais de música de R$ 400. Mas o problema persiste: estamos duros, tudo está caro, o mais velhos da classe média tiveram um caminho menos complexo. Culpa nossa que tentamos a vida em uma cidade cara, como São Paulo ou Nova York? Culpa das expectativas altas associados à procrastinação infinita? Ou culpa do mercado? É uma reflexão legítima, e justamente por levantá-la, disfarçada de comédia e ficção, a série está causando reações totalmente extremadas (gaste seu inglês neste texto da Flavorwire para entender )

O melhor de Girls é que Lena Dunham, atriz principal, diretora e roteirista, tem 26 anos e fez o roteiro baseado em suas próprias experiências. Tudo parece bem autêntico, ao contrário de outras séries de meninas recentes (como 2 broke Girls ou New Girl, para ficar no termo meninas). Há problemas de ritmo e algumas caricaturas parecem caricatas demais, sim, mas, de novo, este post aqui não é uma crítica à série. O que importa é que o grande problema das pessoas da minha idade e adjacências (abaixo dos 35), levantado na primeira cena, é o que encerra o primeiro episódio. Estamos duros. Mas Hannah consegue inventar uma história para convencer os pais a manter a mesada por um pouco mais de tempo. Ela está fazendo um livro, e ela tem certeza de que é A voz da sua geração. Ela reluta, e concede: “talvez uma voz de uma geração”. É o suficiente, para mim.

Nióbio: A riqueza desprezada pelo Brasil


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ARTIGO
Demonstração de levitação no supercondutor de nobio.

Nióbio: A riqueza desprezada pelo Brasil

A CBMM é a única produtora de nióbio com presença em todos os segmentos de mercado. Com subsidiárias na Europa (CBMM Europe BV – Amsterdam), Asia (CBMM Asia Pte – Cingapura) e na América do Norte (Reference Metals Company Inc. – Pittsburgh), a CBMM dedica atenção especial aos consumidores, onde quer que estejam no mapa-mundi.

O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a 90 dólares o quilograma na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilograma é de 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 – $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é “sucesso de enganação”. O brasileiro é totalmente ludibriado com propagandas falsas de progressos nas exportações, mas, em relação aos negócios internacionais, de verdadeiro é a concretização de maus negócios.

Países ricos gostariam de tê-lo extraído do seu solo, enquanto o Brasil dispensa pouca importância e esse mineral com tão vastas qualidades e de incontáveis aplicações.

O nióbio, símbolo químico Nb, é muito empregado na produção de ligas de aço destinadas ao fabrico de tubos para condução de líquidos. Como curiosidade, o nome nióbio deriva da deusa grega Níobe que era filha de Tântalo que foi responsável pelo nome de outro elemento químico, tântalo.

O nióbio é dotado de elasticidade e flexibilidade que permitem ser moldável. Estas características oferecem inúmeras aplicações em alguns tipos de aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos destinados a fabricação de tubulações para o transporte de água e petróleo a longas distâncias por ser um poderoso agente anti-corrosivo, resistente aos ácidos mais agressivos, como os naftênicos.

Inúmeras são as aplicações do nióbio, indo desde as envolvidas com artigos de beleza, como as destinadas à produção de jóias, até o emprego em indústrias nucleares. Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes, devido a sua alta resistência a combustão. São tantas as potencialidades do nióbio que a baixas temperaturas se converte em supercondutor.

O elemento nióbio recebeu inicialmente o nome de “colúmbio”, dado por seu descobridor Charles Hatchett, em 1801. Não é encontrado livre no ambiente, mas, como niobita (columbita). O Brasil com reserva de mais de 97%, em Catalão e Araxá, é o maior produtor mundial de nióbio e o consumo mundial é de aproximadamente 37.000 toneladas anuais do minério totalmente brasileiro.

As pressões externas que subjugam o povo brasileiro

Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento do povo brasileiro, chama a atenção sobre a “Questão do Nióbio” e convoca todos os brasileiros para que digam não à doutrina da subjugação nacional. Menciona que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão.

Schlichting, de forma oportunista, desperta na consciência de todos que “qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus ‘testas de ferro’ locais”.

Identificam-se, nos dizeres do membro da Liga de Defesa Nacional, as estratégias atualmente aplicadas contra o Brasil nesta guerra dissimulada com ataques transversais, característicos dos combates desfechados durante a assimetria de “4ª Geração”.  Os brasileiros têm que ser convencidos de que o Brasil está em guerra e que de nada adianta ser um país pacífico. Os inimigos são implacáveis e passivamente o povo brasileiro está assistindo a desmontagem do país. Na guerra assimétrica, de quarta geração de influências sutis, não há inicialmente uso de armas e bombardeios com grande mortandade. O processo ocorre de forma sub-reptícia, com a participação ativa de colaboracionistas, entreguistas, corruptos, lobistas e traidores. O povo na sua esmagadora maioria desconhece o que de gravíssimo está ocorrendo na sua frente e não esboça nenhum tipo de reação. Por trás, os países hegemônicos, mais ricos, colonizadores, injetam volumosas fortunas em suas organizações nacionais e internacionais (ONGs, religiosas, científicas, diplomáticas) para corromperem e corroerem as instituições e autoridades nacionais para conseqüentemente solaparem a moral do povo e esvaziar a vontade popular. Este tipo de acontecimento é presenciado no momento no Brasil.

As ações objetivas efetuadas

A sobretaxação do álcool brasileiro nos EUA; as calúnias internacionais sobre o biodiesel; a não aceitação da lista de fazendas para a venda de carne bovina para a União Européia (UE); a acusação do jornal inglês “The Guardian” de que a avicultura brasileira estaria avançando sobre a Amazônia; as insistentes tentativas pra a internacionalização da Amazônia; a possível transformação da Reserva Indígena Ianomâmi (RII), 96.649Km2, e Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (RIRSS), 160.000Km2, em dois países e o conseqüente desmembramento do norte do Estado de Roraima e incontáveis outras tentativas, algumas ostensivas, outras insidiosas. Elas deixam claro que estamos no meio de uma guerra assimétrica de quarta geração, que o desfecho poderá ser o ataque de forças armadas coligadas (OTAN), lideradas pelos Estados Unidos da América do Norte.

É importante chamar a atenção dos brasileiros para o fato de que a RII é para 5.000 indígenas e que a RIRSS é para 15.000 indígenas. Somando as duas reservas indígenas dão 256.649Km2 para 20.000 silvícolas de etnias diferentes, que na maioria nunca viveram nas áreas, muitos aculturados e não reivindicaram nada. Enquanto as duas reservas indígenas somam 256.649Km2 para 20 mil almas, a Inglaterra com 258.256Km2 abriga uma população de aproximadamente 60 milhões de habitantes.

Esta subserviência do Brasil vem de longa data conforme pontifica Ronaldo Schlichting. Ela vem desde “o Império”, sendo adotada já no alvorecer da “República” e pode ser exemplificada por “ONGs, fundações, igrejas, empresas, sociedades, partidos políticos, fóruns, centro de estudos e outras arapucas”.

As diversas aplicações do Nióbio

Mina de Nióbio em Araxá, Minas Gerais

Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensáveis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida moderna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fabricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.

O descaso nas negociações internacionais

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior exploradora mundial, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, em Araxá, exporta 95% do nióbio extraído de Minas Gerais.

Segundo o artigo de Schlichting, que menciona o citado no jornal Folha de São Paulo, 5 de novembro de 2003: “Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…” E, complementa que “uma ONG financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o ‘Fome Zero’, que integra o programa de governo do presidente eleito”.

O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a US$ 90 o quilo na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilo custa 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 – $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é “sucesso de enganação”. O brasileiro é totalmente ludibriado com propagandas falsas de progressos nas exportações, mas, em relação aos negócios internacionais, de verdadeiro é a concretização de maus negócios.

Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a população do país? É muito descaso com as questões do país e o desinteresse com o bem-estar do povo brasileiro. Como os EUA, a Europa e o Japão são totalmente dependentes do nióbio e o Brasil é o único fornecedor mundial, era para todos os problemas econômicos, a liquidação total da dívida externa e de subdesenvolvimento serem totalmente resolvidos.

Deve ser frisada a grande importância do nióbio e a questão do desmembramento de gigantescas fatias de territórios da Amazônia, ricas deste metal e de outras jazidas minerais já divulgadas. As pressões externas são demasiadas e visam à desmoralização das instituições brasileiras das mais diversas formas, conforme pode ser comprovado nas políticas educacionais e nos critérios de admissão de candidatos às universidades. Métodos que corrompem autoridades destituídas de valores morais são procedimentos que contribuem para a desmontagem do país. Uma gama extensa de processos que permitam os traidores obterem vantagens faz parte para ampliar a divulgação da descrença, anestesiando o povo, dando a certeza de que o Brasil não tem mais jeito.

A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome l00% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfaturamento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anuais.

Ronaldo Schlichting, no seu artigo publicado, ressalta que “no cassino das finanças internacionais o jogo da moda é chamado de ‘mico preto’, cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar”. É, devido à incompetência do governo brasileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasileiro, o papel pintado, falso, sem valor, chamado de dólar.

O que está ocorrendo é que o Brasil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e recebendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.

 http://www.youtube.com/v/7Y9Si-kmWvY&hl=pt_

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Petrobras está ameaçada na Argentina?


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Após YPF

 

Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (Fonte: Reprodução/Abr)

Petrobras está ameaçada na Argentina?

Ministro de Minas e Energia disse que não há o que temer em relação às operações da Petrobras na Argentina

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, vão se reunir nesta sexta-feira, 20, com o ministro do Planejamento da Argentina, Julio de Vido, para discutir as operações da estatal brasileira no nosso maior vizinho, cujo governo acaba de expropriar a empresa de petróleo YPF da gigante multinacional do setor Repsol.

Leia também: Espanha reage a Cristina Kirchner no caso YPF

Lobão, falando em audiência pública no Senado nesta terça-feira, 17, afirmou que não há o que temer em relação às operações da Petrobras na Argentina, que incluem uma rede de distribuição e a exploração de petróleo nas províncias de Neuquén, La Pampa e Chubut.

Argentina cancelou licença da Petrobras

Segundo Lobão, a Petrobras não corre riscos na Argentina porque ele próprio se reuniu com autoridades argentinas em Buenos Aires no início deste ano sob um “ambiente de tranquilidade” em relação à estatal brasileira.

No entanto, em março a Argentina cancelou uma das licenças da Petrobras para a exploração de petróleo na província de Neuquén sob a justificativa de que a companhia não teria investido na região, o mesmo motivo citado para justificar a nacionalização da YPF. Este imbróglio será um dos temas da reunião desta sexta entre Lobão, Maria das Graças Foster e Julio de Vido.

Fontes:Veja – Petrobras não está ameaçada na Argentina, diz Lobão

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Existe uma origem da crise de identidade do professor?


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Existe uma origem da crise de identidade do professor?

In Memoriam

professor Paulo Meksenas

professor Paulo Meksenas

As palavras professor e profissão são próximas em seus significados. A primeira designa o sujeito que professa, isto é, aquele que diz a verdade publicamente. E a verdade é qualquer fato; fenômeno ou interação em conformidade com o real; significa expor corretamente; representar fielmente por princípios lógicos. Assim, o professor é aquele que torna público – socializa – algum conhecimento. A segunda palavra designa uma ocupação ou atividade especializada e voltada ao ato de professar.

Toda profissão afirma uma identidade e esta, por sua vez, “não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e de conflitos, é um espaço em construção de maneiras de ser e de estar na profissão. Por isso, é mais adequado falar em processo identitário, realçando a mesma dinâmica que caracteriza a maneira como cada um se sente e se diz professor” (Nóvoa, 1996).

Crise de identidade do professor significa, portanto, uma crise da maneira de ser na profissão, isto é, uma crise no ato de professar e que implica em dificuldades na interação social; descontentamento na realização das suas atividades; descrença no seu papel social; etc. As causas da crise de identidade são diversas: conflitos na instituição de trabalho; baixos salários; pouco reconhecimento social; sentimentos de incerteza ou insegurança. Por outro lado, deve-se considerar que tal crise não é alheia à distinção entre o eu pessoal e o eu profissional. Em outros termos, é difícil desmembrar um modo de ser pessoal – crenças, valores morais, posturas ou aspectos do caráter – de tudo aquilo que compõem o modo de ser professor – crenças a respeito da educação, valores pedagógicos e posturas didáticas. Por maior que seja a semelhança das trajetórias profissionais de professores e as suas origens de classe, cada um desenvolve uma forma própria (pessoal) de organizar as aulas, de movimentar-se em sala, de dirigir-se aos alunos, de abordar didaticamente um certo tema ou conteúdo e de reagir diante de conflitos.

Ao tentar identificar o processo que origina a identidade do professor deve-se perceber, portanto, a indissolúvel união existente entre o professor como pessoa e o professor como profissional. As implicações dessa identificação são óbvias: não se pode exigir que um professor ofereça além das possibilidades e limites pelos quais foi educado. Não é possível que “jogue fora as suas crenças” e que “liberte-se da especificidade do seu caráter” quando realiza as suas atividades docentes. Trata-se de pensar sobre como determinados modos de ser pessoa relacionam-se ao exercício da profissão.

A partir de pesquisa a respeito de como os professores pensam a sua profissão, Fullan e Hargreaves (2000) identificaram algumas questões que acentuam a crise de suas identidades. Dentre as questões mais comuns os autores destacam: 1) a sobrecarga; 2) o isolamento; 3) o pensamento de grupo.

1) A sobrecarga. Professores estão conscientes que a profissão mudou nas últimas décadas. Ensinar não é mais visto como em ‘tempos atrás’, pois as obrigações ficaram diversificadas. Esses profissionais atuam em contextos com expectativas crescentes acerca do seu trabalho e a respeito da educação escolar. Assim, ficam mais inseguros.

A sobrecarga de atividades, em muitos casos, decorre da falta de diálogo dos professores com a população por eles atendida, ou com a equipe administrativa da escola em que lecionam. Quando não fica muito claro o que o professor pretende fazer junto com os seus alunos e os modos com que exerce a docência, pode ocorrer “cobranças”. Em vez de “quebrar” o excesso de expectativas sobre o seu modo de trabalhar e fazê-lo por meio do diálogo, o professor reage elaborando novos projetos; assumindo atividades extracurriculares (passeios com seus alunos, gincanas, competições, etc.). Organiza uma série de atividades que o leva para fora da sala de aula, com a intenção de chamar atenção à qualidade do seu trabalho: a sobrecarga, então, afirma-se.

2) O isolamento. Ensinar, há muito tempo, é conhecido como “uma profissão solitária”. Considere-se que o individualismo é mais uma questão cultural e menos uma peculiaridade da profissão. Entretanto, parece mais fácil e rápido preparar aulas sozinho. Nesse aspecto, muitos dos professores nem sequer imaginam a organização do seu trabalho com a participação de outras pessoas.

O problema do isolamento tem suas raízes: a) Uma arquitetura escolar que isola espaços, segrega pessoas. b) Horários rígidos e uma organização inflexível da rotina escolar impede interações sociais. c) Além disso, a sobrecarga de trabalho dá sustentação ao individualismo. Combater os contextos que levam o professor a isolar-se dos seus pares constitui umas das questões fundamentais, pela qual vale a pena lutar.

3) O pensamento de grupo. Quando destaca-se que o trabalho cooperativo pode ser um fator importante contra o isolamento a que os professores estão submetidos, é comum ouvir as expressões: “Mas os professores desta escola sempre formaram pequenos grupos de colaboração!” ou, “estamos sempre conversando, quando podemos”, ainda, “há tanta colaboração que formam-se ‘panelinhas’ de professores para disputar o poder de comando na escola”. Tais expressões são o retrato de que as propostas de trabalho coletivo possuem os seus problemas, muitos dos quais não podem ser ignorados. A princípio não existe nada instantaneamente bom no trabalho de parceria. As pessoas podem cooperar para realizarem coisas boas ou coisas más, ou, até para não fazerem nada. Um coletivo pode afastar os professores de atividades valiosas com os estudantes.

Para Fullan e Hargreaves (2000) o trabalho na escola apresenta um conjunto de idéias cristalizadas no tempo que, por responder à questões do passado são inadequadas e originam o chamado pensamento de grupo. Tal conjunto de idéias costuma limitar as ações daqueles que buscam inovar na instituição escolar. Seriam idéias como: “não faça isso que não vai dar certo!”; “já tentamos uma vez e não funcionou”; “essa pretensão é passageira, logo ver-se-á que o melhor é como sempre foi”. Outras idéias vêm reforçar a perpetuação de práticas e poderiam ser questionadas: “faça isso e você se dará bem nessa escola”; “aqui a melhor atitude é dizer sim e depois fazer como quiser”. Isto é, o pensamento de grupo – com origem no trabalho realizado em comum e na partilha das concepções daqueles que integram um determinado coletivo – torna-se em consensos da instituição e molda a ação de todos.

Os consensos são formados pelo justificar as práticas de um grupo. Independente do caráter desses consensos serem ou não oportunos; favorecerem ou não as práticas ditas progressistas ou, possuírem uma dimensão denominada competente, o significativo é notar que os consensos buscam uma uniformidade nas práticas docentes e na organização escolar. Tal uniformização costuma ignorar as propostas que não coadunam com as opiniões instituídas. O resultado é que muitos professores não se sentem representados em seus anseios, opiniões e projetos junto ao coletivo de professores, pois emitir uma proposição contrária ao pensamento de grupo traz sanções àquele que a profere.

Em síntese, a sobrecarga; o isolamento e o pensamento de grupo são questões capazes de ampliar a crise de identidade do professor. Mesmo admitindo que tal crise tem a sua origem em diversos fatores políticos, culturais e econômicos (locais e nacionais) vale observar, que as vivências cotidianas podem organizar-se de modo a intensificar ou minimizar o problema. A compreensão que percebe a pessoa e o profissional como faces indissociáveis da identidade do professor produz novas práticas, capazes de introduzir o respeito às diferenças de cada um. Escolas em que os profissionais não toleram ações e modos de pensar que não sejam idênticos aos do grupo, tornam-se instituições com probabilidade de gerar a sobrecarga, o isolamento e o pensamento de grupo.


* PAULO MEKSENAS foi professor adjunto do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, lecionando na Graduação em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado; Sociólogo e Doutor em Educação (USP), pesquisou as temáticas que envolvem a Cidadania de Classe; a Relação Estado e Sociedade Civil e temas correlatos à Sociologia da Educação. Publicado na REA, nº 31, dezembro de 2003, disponível em

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Estados Unidos lideram ranking da energia limpa


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 Energia alternativa

Aumento na produção de energia eólica brasileira foi destaque do relatório (Omar Freire)

Estados Unidos lideram ranking da energia limpa

Investimento no setor cresceu 600% nos últimos oito anos. Brasil investiu US$ 8 bilhões em 2011

Um relatório divulgado nesta semana pelo instituto americano Pew indica que o Brasil é o décimo país que mais investe em energia limpa, tendo direcionado US$ 8 bilhões para o desenvolvimento da produção alternativa – um aumento de 15% em relação a 2010. Os Estados Unidos recuperaram o título de maior investidor em energia limpa em 2011, investindo US$ 48 bilhões no setor —  um aumento em relação aos US$ 34 bi de 2010. A China, que aparece na segunda posição, apresentou um crescimento de apenas US$ 500 milhões neste mesmo período, e aplicou, no ano passado, US$ 45,5 bilhões nesta área. Na frente do Brasil estão Alemanha, Itália, um bloco de 27 países da União Europeia, Índia, Reino Unido, Japão e Espanha.

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O documento, intitulado Who is Winning the Clean Energy Race (“Quem Está Ganhando a Corrida da Energia Limpa”), destacou os investimentos do Brasil em energia eólica, superando a produção de 1 gigawatt em 2011, suficiente para abastecer 750 mil casas. O setor ainda deve se desenvolver nos próximos anos, segundo o Pew. O documento ainda aponta que o País registrou a terceira maior taxa de crescimento no setor nos últimos cinco anos entre os países do G20.

Segundo o relatório, as nações do G20 são responsáveis por 95% dos recursos destinados a este setor. Com este crescimento, foram gerados mais 83,5 gigawatts com energia limpa — sendo 30 Gw em energia solar e 43 Gw com a eólica. No ano passado, o investimento global foi de US$ 263 bilhões: um índice recorde, e 6,5% maior do que em 2010.

“O setor continua em expansão e está superando o crescimento da economia global”, comemora Phyllis Cuttino, diretora da Pew Charitable Trusts.  “Agora temos uma capacidade de geração de energia instalada de 565 Gw, 47% maior do que a da energia nuclear. Fica, então, muito claro que não estamos tratando apenas de um nicho”.

De acordo com Cuttino, os Estados Unidos foram beneficiados com investimentos a curto prazo, mas esta abundância não deve se sustentar por muito tempo. “Os investidores correram para se aproveitar de políticas, como incentivos fiscais e garantias de empréstimo, que expiraram no fim do ano passado. Quando vemos a rápida taxa de crescimento dos EUA, é difícil imaginar como ela poderá ser mantida sem os mecanismos políticos que estão em sua origem”, explica a diretora da Pew, que enxerga sinais sugerindo uma queda nos investimentos em energia limpa, devido à “incerteza política” global.

O freio chinês seria resultado do amadurecimento do setor. O país, no entanto, continuará atraindo a atenção da comunidade internacional. A China tinha como meta gerar 20 Gw com energia solar até 2020. Agora, espera que este índice chegue, no mesmo prazo, a 50 Gw.

“O investimento em energias limpas – sem incluir os setores de pesquisa e desenvolvimento – cresceu 600% desde 2004, com base nas políticas nacionais que criaram estabilidade no mercado”, afirma Cuttino. “Esse aumento é importante porque significa inovação, comercialização e instalação de tecnologias que criam oportunidades para todos os setores do mercado”.

Fontes:O Globo Online – EUA reassumem a ponta no investimento em energia limpa, Estadão. com – Brasil é o 10º país que mais investe em energia limpa, diz relatório