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Arquivo mensal: março 2012

Fórum discute pagamentos de serviços ambientais em Manaus


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Fórum discute pagamentos de serviços ambientais em Manaus

O senador e líder do governo Dilma, Eduardo Braga (PMDB-AM) criticou a visão ainda “preconceituosa” dos estados do Sudeste do Brasil  em relação ao Polo Industrial de Manaus (PIM), apontado por ele, como o  maior programa do governo brasileiro contra o desmatamento

CASSANDRA CASTRO

    Senador Eduardo Braga (PMDB-AM) participa da terceira edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade         (Bruno Kelly )

“O pagamento por serviços ambientais não pode ser separado do  desenvolvimento sustentável”. A declaração é do senador Eduardo Braga (PMDB-AM),  líder do governo no Senado Federal. Ele esteve participando do painel “Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)”,  apresentado na tarde desta quinta-feira (22), no Fórum Mundial de  Sustentabilidade, em Manaus (AM).

O assunto foi aberto por Steve Bass, cientista do Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento -IIED. Steve  apresentou a visão  internacional sobre os Pagamentos por Serviços Ambientais dando  exemplos de iniciativas em países como a Costa Rica no qual a sociedade e  o próprio governo já possuem uma cultura de valorização dos recursos  naturais e pagam por alguns deles. Steve disse que os recursos destinados à floresta representam apenas 1% do que é utilizado mundialmente no tocante aos PSA.

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) falou um pouco sobre o projeto de Lei 792/2007, que trata sobre os pagamentos de serviços ambientais e que está tramitando no Congresso Nacional. Arnaldo Jardim, como relator do projeto, defende como um caminho para a convergência em torno do assunto no Brasil que pode vir a ser um modelo inclusive para outros países.

Eduardo Braga, que já foi governador do Amazonas e prefeito de Manaus, criticou a visão ainda “preconceituosa” dos estados do Sudeste do Brasil em relação ao Polo Industrial de Manaus (PIM), apontado por ele, como o maior programa do governo brasileiro contra o desmatamento. “São Paulo ainda não entende o motivo de serem dados incentivos fiscais para as empresas instaladas em Manaus. É preciso compreender que são justamente estes incentivos que impulsionam a indústria de Manaus e evitam que a floresta seja desmatada”, declarou.

Ele também criticou os contrastes vistos no mundo e questionou dos líderes sobre a criação de um programa de pagamento de serviços ambientais oferecidos pela floresta. “Nós não queremos nem mais, nem menos, nós queremos reconhecimento”, disse Eduardo Braga fazendo referência aos serviços prestados pela floresta amazônica não só para o Brasil, mas também para o mundo.

O senador também falou sobre o Código Florestal que, segundo ele, está gerando uma verdadeira queda de braço no Congresso Nacional. “É preciso que todos os envolvidos nesta discussão entendam que o Código Florestal não é o código dos ruralistas ou dos ambientalistas, o Código é do Brasil”.  “O país vive um processo de mudanças de paradigmas, de parâmetros e é necessária a conciliação entre todos os envolvidos para que todos sejam beneficiados”, completou o líder do governo.

No fim da apresentação do painel, os três expositores – Steve Bass, Arnoldo Jardim e Eduardo Braga, foram homenageados com quadros feitos com material sustentável com as fotos deles.

A origem dos idiomas


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Livros

Language: The Cultural Tool. By Daniel

A origem dos idiomas

Novo livro argumenta que a capacidade de aprender línguas não é produto de um instinto, mas uma extensão da inteligência humana em geral

Novo livro argumenta que a capacidade de aprender línguas não é produto de um instinto, mas uma extensão da inteligência humana em geral

Por meio século, um grupo influente de linguistas ocidentais liderado por Noam Chomsky argumentou que a linguagem é uma faculdade humana inata, o produto de um “órgão da linguagem”. Os inatistas acreditam que todas as línguas compartilham características fundamentais. O inatismo lingúistico inclui-se em um debate maior sobre quanto da natureza humana está pré-programado no cérebro.

Daniel Everett, um linguista da Bentley University em Massachusetts, discorda tanto do inatismo como da semelhança fundamental entre as línguas. Ele passou anos aprendendo idiomas em vilas distantes da civilização, experiência registrada por ele num livro de memórias de 2008, “Don’t Sleep, There Are Snakes” (Não Durma, Há Cobras). Em seu novo livro “Language: The Cultural Tool” (Língua: a Ferramenta Cultural), Everett afasta-se do restrito universo da antropologia linguística em direção a uma teoria geral. Seu argumento é que a língua não é produto de um “órgão da linguagem”, mas uma extensão da inteligência em geral.

Ao invés de se desenvolver do mesmo modo em Paris e em Papua Nova Guiné, os idiomas são construídos por seus falantes de modo a se adequar às suas necessidades. Ele cita os Pirahã, o grupo de indígenas brasileiros com o qual ele passou mais tempo. Não há números além do dois em Pirahã porque, Everett argumenta, eles não têm uma moeda, não se envolvem em muitas transações de escambo, não armazenam comida para o futuro e não pensam a respeito do passado distante. Este “viver para o momento” experimentado pelos Pirahãs (a vida ocidental lhes parece terrível) modela a sua língua.

Não surpreende que diferentes línguas tenham diferentes palavras. As coisas tornam-se interessantes quando essas diferenças afetam a cognição (os Pirahãs não conhecem a matemática, por exemplo). O argumento mais controverso de Everett, contudo, e o seu maior desafio ao inatismo linguístico, refere-se à gramática.

Chomsky argumentou que a “recursão” é a característica capital de toda a linguagem humana. Isto é, a ação de embutir partes menores em partes maiores: uma oração subordinada é um tipo de recursão, porque embute uma frase em outra maior. Everett afirma que na língua Pirahã não consta a recursão, e que se a recursão é universal (os Pirahãns utilizam-na em histórias, ainda que não o façam em frases), isto não prova a existências do órgão da linguagem. A informação é naturalmente organizada através de partes menores incluídas em partes maiores. O fato de que quase todos os humanos achariam isso útil do ponto de vista linguístico não é prova de um instinto, ele diz. Verdadeiros instintos, como a ida das tartarugas recém-nascidas ao mar, não requerem aprendizado. A linguagem sim. Os animais não se destacam pela utilização de instintos básicos, enquanto alguns humanos claramente manejam a língua com mais habilidade do que outros.

É difícil enxergar o quanto a cultura influenciou a língua, em que pontos a língua afeta a cultura e a cognição, e em quais outros pontos essas diferenças não são relacionadas. Everett atirou uma pedra no lago dos inatistas, e uma de tamanho bastante modesto e razoável, dado que Chomsky uma vez o chamou de charlatão. A teoria de Everett não está totalmente provada, mas merece ser considerada com seriedade, não apenas com insultos.

Fontes:The Economist – Talk, talk

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A Origem da Corrupção


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(Rede Globo a sua equipe.

A matéria  da Corrupção foi sem dúvida excelente.

Hélio Araújo Silva)

Atenção: Nesta página.

A Origem da Corrupção

Stephen Kanitz

O Brasil não é um país intrinsecamente corrupto. 

Não existe nos genes brasileiros nada que 
nos predisponha à corrupção, algo herdado, 
por exemplo, de desterrados portugueses.

A Austrália que foi colônia penal do império britânico, não possui índices de corrupção superiores aos de outras nações, pelo contrário. Nós brasileiros não somos nem mais nem menos corruptos que os
japoneses, que a cada par de anos têm um ministro que renuncia diante de denúncias de corrupção.

Somos, sim, um país onde a corrupção, pública e privada, é detectada somente quando chega a milhões de dólares e porque um irmão, um genro, um jornalista ou alguém botou a boca no trombone, não por um processo sistemático de auditoria. As nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados. A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes. Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena. O Brasil, país com um dos mais elevados índices de corrupção, segundo o World Economic Forum, tem somente oito auditores por 100.000 habitantes, 12.800 auditores no total. Se quisermos os mesmos níveis de lisura da Dinamarca e da Holanda precisaremos formar e treinar 160.000 auditores.

Simples. Uma das maiores universidades do Brasil possui hoje 62 professores de Economia, mas só um de auditoria. Um único professor para formar os milhares de fiscais, auditores internos, auditores externos, conselheiros de tribunais de contas, fiscais do Banco Central, fiscais da CVM e analistas de controles internos que o Brasil precisa para combater a corrupção.

A principal função do auditor inclusive nem é a de fiscalizar depois do fato consumado, mas a de criar controles internos para que a fraude e a corrupção não possam sequer ser praticadas. Durante os anos de ditadura, quando a liberdade de imprensa e a auditoria não eram prioridade, as verbas da educação foram redirecionadas para outros cursos. Como consequência, aqui temos doze economistas formados para cada auditor, enquanto nos Estados Unidos existem doze auditores para cada economista formado. Para eliminar a corrupção teremos de redirecionar rapidamente as verbas de volta ao seu devido destino, para que sejamos uma nação que não precise depender de dedos duros ou genros que botam a boca no trombone, e sim de profissionais competentes com uma ética profissional elaborada.

Países avançados colocam seus auditores num pedestal de respeitabilidade e de reconhecimento público que garante a sua honestidade. Na Inglaterra, instituíram o Chartered Accountant. Nos Estados Unidos eles têm o Certified Public Accountant. Uma mãe inglesa e americana sonha com um filho médico, advogado ou contador público. No Brasil, o contador público foi substituído pelo engenheiro.

Bons salários e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Nos últimos nove anos, os salários de nossos auditores públicos e fiscais têm sido congelados e seus quadros, reduzidos – uma das razões do crescimento da corrupção. Como o custo da auditoria é muito grande para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do estado moderno. Tanto a auditoria como a fiscalização, que vai dos alimentos e segurança de aviões até os direitos do consumidor e os direitos autorais.

O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. Há quem diga que não é papel do Estado produzir petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao álcool. Não serão intervenções cirúrgicas (leia-se CPIs), nem remédios potentes (leia-se códigos de ética), que irão resolver o problema da corrupção no Brasil. Precisamos da vigilância de um poderoso sistema imunológico que combata a infecção no nascedouro, como acontece nos países considerados honestos e auditados. Portanto, o Brasil não é um país corrupto. É apenas um país pouco auditado.

 fonte www.kanitz.com.br

Publicado na Revista Veja, edição 1600, ano 32, nº 22, de 2 de junho de 1999, página 21

Repórter se infiltra e flagra corrupção em repartição pública

Durante dois meses um repórter do Fantástico trabalhou em uma repartição pública. O que ele viu – e gravou – é um escândalo.

http://tinyurl.com/7gl59mq

Sismicidade Induzida pelo homem


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Sismicidade Induzida pelo homem

 Algumas atividades antropogênicas de larga escala apresentam um certo potencial para afetar o ambiente sismotectônico, desencadeando uma categoria especial de sismos denominados “sismos induzidos”. Como resultam da interação do homem com a natureza, na construção de grandes obras de engenharia, são também denominados sismos induzidos pelo homem. Tipos de terremotos induzidos
Cinco tipos principais de atividades humanas podem afetar o ambiente sismotectônico em suas áreas de influência, através de mudanças no nível da sismicidade local. São elas:

  1. Atividades                                de mineração e pedreiras;

  2. Injeção                                profunda de fluídos sob alta pressão;

  3.                                 Extração de líquidos;

  4.                                 Explosões subterrâneas;

  5. Enchimento de reservatórios na construção de barragens.

Os quatro primeiros tipos de atividades, geralmente, induzem pequenos sismos, com magnitudes não superiores a 5,0 na Escala Richter. Entretanto, relativamente ao tipo (iv), alguns testes nucleares realizados na década de 60, com potência da ordem de dezenas de megatons (1 megaton = 106t de Trinitrotolueno-TNT), produziram sismos artificiais de magnitudes da ordem de 7. Os sismos induzidos por reservatórios, embora sejam geralmente de pequenas magnitudes, podem, às vezes, atingir magnitudes moderadas (entre 5 e 6,5 na Escala Richter). Sismos dessa magnitude podem produzir severos efeitos macrossísmicos associados, com vítimas humanas e prejuízos materiais consideráveis, gerando, portanto, um impacto ambiental e social muito grande (Marza et al., 1999).
i) Sismicidade induzida por minas e pedreiras
Neste caso, a sismicidade é induzida por variações no esforço elástico, causado pela remoção de grandes quantidades de rochas nas atividades de mineração e pedreiras. Dois tipos de terremotos induzidos podem resultar: aqueles causados pela remoção de materiais em minas profundas, geralmente com ocorrência bem próxima do local de extração (Cook, 1976), e aqueles superficiais, devidos a escavações em minas rasas e à remoção de materiais em pedreiras (Pomeroy et al., 1976). ii) Sismicidade induzida pela injeção profunda de fluídos sob alta pressão
A injeção de fluídos sob alta pressão em furo produziu o mais bem documentado e bem entendido caso de sismicidade induzida (Simpson, 1986). De abril de 1962 a setembro de 1963, registraram-se mais de 700 eventos sísmicos, com magnitudes entre 1.0 e 4.3, nas proximidades de Denver (Colorado), região bastante estável, com rara incidência histórica de terremotos (Evans, 1966). Os epicentros localizavam-se perto de um arsenal militar que produzia líquidos de natureza tóxica. Para evitar problemas ambientais e de segurança, os fluídos eram bombeados para o interior de poços profundos, até que se observou uma correlação direta entre os bombeamentos e a ocorrência de tremores de terra. Isso porque o incremento da pressão da água, através dos poros e microfraturas das rochas em profundidade, reduzia o esforço tectônico efetivo, facilitando o deslocamento de eventuais blocos falhados.
Munidos dessas observações, os cientistas do Serviço Geológico Americano (USGS) decidiram por em prática um teste especial, numa área de extração de petróleo desativada, em Rangely, também no Colorado. A água foi alternadamente injetada e bombeada, enquanto as mudanças no nível da sismicidade eram registradas por meio de uma rede sismográfica local. Verificou-se que, ao alcançar determinado nível, a pressão do fluído desencadeava tremores de terra, que cessavam quando a pressão era retirada (Raleigh et al., 1976).
Em outro experimento realizado em 1970, em Matsushiro, Japão, a tese de que os terremotos podem ser induzidos pela pressão da água nos poros das rochas também foi comprovada.  Neste caso, o fluído foi injetado sob alta pressão num poço de 1.800 metros de profundidade. Esses acontecimentos demonstraram a importância da água como mecanismo disparador de sismicidade e indicaram que é possível pensar no controle de pequenos terremotos (Ohtake, 1974).
iii) Sismicidade induzida pela remoção de fluído
Há exemplos de terremotos induzidos por uma causa oposta à injeção de fluídos, isto é, os terremotos induzidos por extração de fluídos. Quando fluídos são extraídos das rochas, através da exploração de petróleo, água ou gás, há uma redução substancial na pressão sobre as rochas, sugerindo, portanto, que o potencial para induzir sismos também será reduzido. Isto, porém, não é verdade.
De acordo com a teoria da poroelasticidade, a extração de fluídos pode, às vezes, reduzir suficientemente a pressão dos poros de uma área de modo a alterar localmente o estado dos esforços tectônicos, induzindo, desta forma, sismos. A maioria dos mecanismos de falhamento associados são de falhamento inverso ou normal (Davis et al., 1993). Exemplos de sismos induzidos por extração de fluídos são apresentados nos EUA (centro-sul do Texas), Canadá (Alberta), França (Lacq).
iv) Sismicidade induzida por explosões nucleares Sismos podem ser induzidos também pela realização de testes nucleares subterrâneos. Uma explosão nuclear pode desestabilizar o estado dos esforços tectônicos, produzindo fraturas nas rochas e diminuindo a resistência ao cisalhamento. E, até que haja uma acomodação no estado dos esforços, será verificada uma sismicidade induzida que pode ser detectada por uma rede sismográfica local.
Investigações feitas no polígono de testes nucleares de Nevada (EUA) mostraram casos em que detonações nucleares subterrâneas foram imediatamente seguidas por tremores semelhantes aos pós-abalos ou réplicas de grandes sismos naturais (Bolt, 1976). Um exemplo excepcional é o caso da explosão nuclear subterrânea feita em 19 de novembro de 1968, no campo de testes de Nevada, com uma capacidade explosiva de 1,1 megaton, equivalente a uma energia sísmica correspondente a um terremoto de mb = 6,5 (Båth, 1979). Imediatamente após a detonação, réplicas foram observadas até 15 km de distância, aproximadamente. Os geólogos determinaram que os pós-abalos foram desencadeados, principalmente, porque a explosão liberou os esforços tectônicos naturais existentes na área da explosão (Kisslinger, 1976).
v) Sismicidade Induzida por Reservatório (SIR)

PROJETO HAARP MIDIA

http://youtu.be/WivOA-C0uF4

Este é o tipo mais comum de sismicidade induzida e também o menos entendido. A massa de água do reservatório representa uma carga adicional que causa um crescimento significativo na tensão elástica, enquanto o crescimento na pressão nos poros pode ser gerado de duas maneiras: diretamente, através da infiltração da água do reservatório, e indiretamente, através do fechamento dos poros e fraturas saturadas abaixo do reservatório. O carregamento superficial produzido por cada metro de água é de 0,1 bar ou cerca de 20 bars num reservatório do porte do reservatório de Itaipu Binacional (com uma profundidade de 180 m).
O que acontece com a água num grande reservatório? A construção da barragem cria um novo lago, que irá alterar as condições estáticas das formações rochosas do ponto de vista da mecânica (em virtude do próprio peso da massa d’água) e do ponto de vista da hidráulica (em conseqüência da infiltração do fluído, que causa pressões internas nas camadas rochosas profundas). A combinação das duas ações pode desencadear distúrbios tectônicos e, eventualmente, gerar sismo, caso as condições locais sejam propícias (existência de falhas e esforços convenientemente orientados).
Mesmo que o peso da água em reservatórios com mais de cem metros de profundidade seja insuficiente para fraturar as rochas da base, a coluna d’água exercerá uma pressão hidrostática, empurrando o líquido através dos poros das rochas e de fraturas preexistentes. A Figura seguinte ilustra esquematicamente o processo disparador de um tremor de terra induzido por reservatório. O efeito da pressão pode levar meses ou mesmo anos para alcançar distâncias não muito longas, dependendo da permeabilidade do solo e das condições de fraturamento das rochas. Processo disparador de um tremor

(modificado de Veloso, 1992).

No entanto, quando a pressão alcança zonas mais fraturadas, a água é forçada para dentro das rochas, reduzindo o esforço tectônico efetivo e facilitando o deslocamento de blocos falhados. A água tem ainda o papel de agente químico: ao hidratar certas moléculas, ela enfraquece o material e favorece a formação de novas fissuras, que levam o líquido a penetrar ainda mais profundamente no interior de um maciço rochoso.
A SIR é, portanto, um fenômeno dinâmico resultante da interação complexa das novas forças induzidas pelo lago, que passam a interferir sobre o regime de forças naturais previamente existentes. Não se sabe ao certo se o reservatório apenas antecipa a ocorrência de terremotos que viriam a ocorrer de qualquer maneira ou se pode também alterar a magnitude dos sismos.

Maiores sismos induzidos por reservatórios
No mundo inteiro, já foram registrados 8 (oito) terremotos com magnitudes superiores ou iguais a 5.0, dos quais 4 (quatro) com magnitudes superiores a 6.0. O maior deles, em Koyna, Índia, em 1965, causou 200 mortes, 1500 feridos e severos danos às construções vizinhas e à própria estrutura da barragem (Gupta, 1992).
Todos esses terremotos foram acompanhados de pré-abalos e pós-abalos e têm sido relatados como induzidos pelos respectivos reservatórios (Simpson, 1976 e 1986; Gupta e Rastogi, 1976; Bozovic, 1974; Morrison, 1976; Gough & Gough, 1970; Carder, 1945). Por não dispor de informações detalhadas sobre a sismicidade antes do enchimento desses reservatórios não é possível estabelecer as características exatas da variação da sismicidade causada pelo reservatório.
Entretanto, em todos os casos, a sismicidade verificada após o enchimento e, especialmente o sismo principal, representam a principal mudança na sismicidade da região em torno do reservatório.

A centralidade da água na disputa global por recursos estratégicos


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A centralidade da água na disputa global por recursos estratégicos

As grandes reservas hídricas como a bacia do Congo, Amazonas, o aquífero Guarani ou os grandes lagos de África central coincidem com a existência de grandes populações em expansão e fortes conflitos étnicos e religiosos. Além disso, grande parte dos países desta região se encontram fortemente pressionados pelo sistema financeiro internacional que tenta implantar uma gestão neoliberal dos recursos hídricos.

O artigo é de Monica Bruckman.

ALAI AMLATINA – Duas visões contrapostas estão em choque na disputa global pela água. A primeira, baseada na lógica da mercantilização deste recurso, que pretende convertê-lo em uma commodity, sujeita a uma política de preços cada vez mais dominada pelo processo de financeirização e o chamado “mercado de futuro”. Esta visão encontra no Conselho Mundial da Água, composto por representantes das principais empresas privadas de água que dominam 75% do mercado mundial, seu espaço de articulação mais dinâmico.
O Segundo Fórum Mundial da Água, realizado em 2000 declarou, no documento final da reunião, que a água não é mais um “direito inalienável”, mas uma “necessidade humana”. Esta declaração pretende justificar, do ponto de vista ético, o processo em curso de desregulamentação e privatização deste recurso natural. A última reunião realizada com o nome de IV Fórum Mundial da Água, em março de 2009, em Istambul, ratifica esta caracterização da água. Um aliado importante do Conselho Mundial da Água foi o Banco Mundial, principal impulsor das empresas mistas, público-privadas, para a gestão local da água. A outra visão se reafirma na consideração da água como direito humano inalienável. Esta perspectiva é defendida por um amplo conjunto de movimentos sociais, ativistas e intelectuais articulados em um movimento global pela defesa da água, que propõe a criação de espaços democráticos e transparentes para a discussão desta problemática a nível planetário. Este movimento, que não reconhece a legitimidade do Fórum Mundial da Água, elaborou uma declaração alternativa à reunião de Istambul, reivindicando a criação de um espaço de debate global da água nos marcos da ONU, reafirmando a necessidade da gestão pública deste recurso e sua condição de direito humano inalienável [1]. A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em julho de 2010, a proposta apresentada pela Bolívia, e apoiada por outros 33 Estados, de declarar o acesso à água potável como um direito humano. Como previsto, os governos dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e o Reino Unido se opuseram a esta resolução, fazendo que perdesse peso político e viabilidade prática, na opinião de Maude Barlow, ex-assessora sobre água do presidente da Assembleia Geral da ONU [2]. Estes quatro países, e suas forças políticas mais conservadoras, aparecem como o grande obstáculo. O perigo para os operadores da água é grande, certamente, um reconhecimento da água e do saneamento como direito humano limitaria os direitos das grandes corporações sobre os recursos hídricos, direitos consagrados pelos acordos multilaterais de comércio e investimento. Os governos da América Latina estão avançando no reconhecimento da água como direito inalienável e na afirmação da soberania e gestão pública destes recursos. A Constituição Política do Estado Plurinacional da Bolívia reconhece, em seu artigo 371, que o “a água constitui um direito fundamentalíssimo para a vida, no marco da soberania do povo”, estabelece também que “o Estado promoverá o uso e aceso à água sobre a base de princípios de solidariedade, complementaridade, reciprocidade, equidade, diversidade e sustentabilidade”. Certamente, a disputa pela apropriação e o controle da água no planeta adquire dimensões que extrapolam unicamente os interesses mercantilistas das empresas transnacionais, colocando-se como um elemento fundamental na geopolítica mundial. Está claro que o planeta necessita urgentemente de uma política global para reverter a tendência do complexo processo de desordem ecológico que, ao mesmo tempo em que acelera a dinâmica de desertificação em algumas regiões, incrementa os fenômenos de inundação produto de chuvas torrenciais em outras. As consequências devastadoras que a degradação do meio ambiente está provocando e a gravidade da situação global que tende a se aprofundar colocam em discussão a própria noção de desenvolvimento e de civilização. Os aquíferos e a preservação de ecossistemas Há muito tempo as investigações hidrológicas dos ciclos globais da água vem demonstrando que 99% da água doce acessível do planeta se encontram nos aquíferos de água doce, visíveis nos rios, lagos e capas congeladas de gelo. Estas águas constituem sistemas hídricos dinâmicos e desenvolvem seus próprios mecanismos de reposição que dependem, fundamentalmente, das chuvas. Parte deste caudal se infiltra nas rochas subjacentes e se deposita debaixo da superfície, no que se conhece como aquíferos. Os aquíferos recebem reposição das chuvas, portanto são, em sua maioria, renováveis.

Dependendo do tamanho e as condições climáticas da localização dos aquíferos, o período de renovação oscila entre dias e semanas (nas rochas cársticas), ou entre anos e milhares de anos tratando-se de grandes bacias sedimentares. Em regiões onde a reposição é muito limitada (como nas regiões áridas e hiperáridas) o recurso da água subterrânea pode ser considerado como “não renovável” [3]. Os aquíferos e as águas subterrâneas que os conformam, fazem parte de um ciclo hidrológico cujo funcionamento determina uma complexa inter-relação com o meio ambiente. As águas subterrâneas são um elemento chave para muitos processos geológicos e hidroquímicos, e tem também uma função relevante na reserva ecológica, já queFicheiro:Aqüífero Guarani.png mantém o caudal dos rios e são a base dos lagos e dos pântanos, impactando definitivamente nos habitat aquáticos que se encontram neles. Portanto, os sistemas aquíferos além de serem reservas importantes de água doce, são fundamentais para a preservação dos ecossistemas. A identificação dos sistemas aquíferos é um requisito básico para qualquer política de sustentabilidade e gestão de recursos hídricos que permitam que o sistema continue funcionando e, do ponto de vista de nossas investigações, é imprescindível para uma análise geopolítica que procure pôr em evidência elementos estratégicos na disputa pelo controle e apropriação da água. As grandes reservas hídricas como a bacia do Congo, Amazonas, o aquífero Guarani ou os grandes lagos de África central coincidem com a existência de grandes populações em expansão e fortes conflitos étnicos e religiosos. Além disso, grande parte dos países desta região se encontram fortemente pressionados pelo sistema financeiro internacional que tenta implantar uma gestão neoliberal dos recursos hídricos através de seu pessoal técnico para os quais as estações de tratamento de água, reciclagem e construção de mecanismos que evitem a contaminação dos aquíferos são gastos supérfluos [4]. Trata-se de um processo violento de expropriação e privatização do recurso natural mais importante para a vida. Apesar da centralidade da água potável para consumo humano, é necessário assinalar também a importância vital deste recurso para a agricultura, que afeta diretamente a soberania alimentar e para o processo industrial em seu conjunto. Os maiores aquíferos da Europa se encontram na região euro-asiática, destacando-se, por sua dimensão, a bacia Russa, mais próxima à região polar. A Europa ocidental se vê reduzida a um único aquífero de médio porte, na bacia de Paris. Em quase todos os casos, as reservas de água da Europa padecem de problemas que afetam sua qualidade, o que ampliou drasticamente o consumo de água engarrafada, que se converteu em um item obrigatório na cesta de consumo familiar [5]. A Europa registra, proporcionalmente, a maior taxa mundial de extração de água para consumo humano: do total de água que se extrai, mais de 50% é utilizada pelos municípios, aproximadamente 40% se destina à agricultura e o resto é consumido pelo setor industrial. A Ásia depende dos grandes aquíferos do norte de China e a Sibéria, mais próxima da região polar. Um dos casos mais graves é o da Índia, que junto com os Estados Unidos, tem uma das taxas mais altas de extração de água subterrânea do mundo. A América do Sul possui três grandes aquíferos:

Ficheiro:Amazonriverbasin basemap.png

Bacia do Amazonas, a Bacia do Maranhão e o sistema aquífero Guarani, que mais parece um “mar subterrâneo” de água doce que se estende por quatro países do cone sul: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Pelo volume das reservas destes aquíferos e pela capacidade de reposição de água destes sistemas, a América do Sul representa a principal reserva de água doce do planeta. As regiões mais críticas, por ter uma reposição limitada de água (menos de 5 milímetros de chuva por ano), são: o norte de África, na região desértica do Saara; a Índia; a Ásia central; grande parte da Austrália; a estreita faixa desértica que vai da costa peruana até o deserto de Atacama no Chile e a região norte do México e grande parte da região centro-oeste dos Estados Unidos. Nestas regiões, pode-se considerar a água como recurso não renovável. A África sub-saariana, o sudeste asiático, a Europa, os Bálcãs, a região norte da Ásia e a região nor-ocidental da América do Norte registram níveis moderados de reposição de água, entre 50 e 100 mm por ano. A região de maior reposição de água do mundo é a América do Sul onde, em quase todo o território subcontinental, registram-se níveis de reposição de água maiores de 500 mm/ano, o que constitui o principal fator de abastecimento dos sistemas aquíferos da região. Esta altíssima capacidade de reposição de águas superficiais e subterrâneas é fundamental, não só para o abastecimento de água doce, mas também para a manutenção e reprodução dos sistemas ecológicos e da biodiversidade na região.
Notas
1) Ver: Mabel Faria de Melo. “Água não é mercadoria”. Em: ALAI, 3 de abril de 2009.
2) Ver: Roberto Bissio. El derecho humano al agua. Disponível em http://alainet.org/active/39769
3) Atlas of Transboundary Aquifers. Global maps, regional cooperation and local inventories. Paris: UNESCO, p. 16.
4) TEIXEIRA, Francisco Carlos. Por uma geopolítica da água. 23 de janeiro de 2011. Disponível em http://www.tempopresente.org/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=77 ,
5) Ibid.
(*) Ver texto completo em: http://alainet.org/publica/473.phtml  da revista “América Latina en Movimiento”, No 473, correspondente a março de 2012 e que tem como tema “Extractivismo: contradicciones y conflictividad”.
(**) Monica Bruckmann é socióloga, doutora em ciência política, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil) e investigadora da Cátedra e Rede UNESCO/Universidade das Nações Unidas sobre Economia Global e Desenvolvimento Sustentável – REGGEN.

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Rio+20 se aproxima cercada de desconfianças


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 Fadada ao fracasso?

 

Secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zukang, tentou demonstrar otimismo durante visita na semana passada

Rio+20 se aproxima cercada de desconfianças

Conferência sobre desenvolvimento sustentável corre riscos de ser ofuscada por preocupações com a economia global, e de produzir documentos que não tragam grandes alterações para o planeta

O sucesso da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), duas décadas após a realização da Eco 92, já é visto com desconfiança por parlamentares brasileiros que atuam na preparação do evento, que pretende renovar o engajamento dos líderes mundiais com as questões ecológicas e de sustentabilidade, além de integrantes de organizações ligadas à causa ambiental.

“Para ser otimista, precisamos ver a lista de participantes que vêm, e a princípio muitos não estão confirmados”, criticou Nilo D’Ávila, coordenador da campanha de clima e energia do Greenpeace. O Ministério de Relações Exteriores estima que entre 100 e 120 chefes de Estado compareçam à Rio+20, que deverá reunir cerca de 50 mil pessoas na capital fluminense, nos dias 20 a 22 de junho. O presidente norte-americano Barack Obama já confirmou que não virá ao evento, e deve ser representado pela Secretária de Estado, Hillary Clinton.

O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), que preside a Subcomissão Especial Rio+20 na Câmara dos Deputados, acredita que o grande risco da Rio+20 é virar um “anticlímax” da Eco 92,. Para o deputado, a crise financeira mundial, especialmente na zona do euro, pode ofuscar as discussões de desenvolvimento sustentável. “A situação do clima hoje é diferente, não temos o mesmo foco como a crise europeia e o risco iminente de guerra no Oriente médio. Vamos ter que rebolar para chamar a atenção”.

Europeus querem compromissos claros

A Europa quer que a Rio+20 estabeleça compromissos claros e crie metas ambientais globais, mas não as especificou. O principal negociador europeu, o esloveno Janez Potocnik, alegou que o processo de negociação ainda está em curso. Em visita ao Brasil, ele se disse otimista com a conferência sobre desenvolvimento sustentável promovida pela ONU em junho, e falou sobre o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) defendido pelos europeus.

A 95 dias da conferência, as negociações esquentam. Para rebater as críticas de que falta ambição ao documento que servirá como base para as discussões, o rascunho zero, o secretário-executivo da Comissão Nacional da Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que ele sofrerá modificações. Além disso, anunciou a vinda de cerca de 80 chefes de Estado.

“Acredito que teremos compromissos concretos e ações. E devemos falar sobre prazos também”, disse Potocnik. “Acreditamos na Europa que o processo de sustentabilidade precisa de três pilares: econômico, social e ambiental. Quanto ao Pnuma, achamos que o programa deve ser ampliado e obter o status de agência da ONU sediada em Nairóbi”, afirmou o representante esloveno.

Na última semana, o secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zukang esteve no Brasil para reunir-se com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a chefe da pasta do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, além de ter participado de audiência pública no Senado. “Meus colegas brasileiros estão fazendo um trabalho excelente. Será uma conferência de grande significado não apenas para as nossas gerações, como para as que ainda virão. Esta será uma conferência histórica, uma das mais importantes na história das Nações Unidas, é sobre o futuro do planeta e vai decidir o impacto de sustentabilidade. Esperamos tomar decisões que guiarão todo o mundo”, avaliou Zukang, que afirmou estar “mais confiante no êxito definitivo” da conferência, e acredita que o Brasil pode servir como inspiração para que outros países o sigam. “O Brasil entrou no processo de preservação ambiental e tem praticado a economia verde”, enfatizou o secretário-geral.

Documento final pode ser irrelevante para o planeta, diz ativista do Greenpeace

“Se o Brasil é exemplo, fico preocupado com o mundo. Estou impressionado de como o Brasil tem se afastado do espírito da Eco 92”, rebateu Nilo D’Ávila. “O Brasil vai chegar na Rio+20 como anfitrião e com um legado terrível, um país que vai priorizar o petróleo do pré-sal investindo 350 bilhões dólares, com a atual proposta de Código Florestal e com um governo que até agora não criou nenhum decreto de área de preservação ambiental”, disse o ativista do Greepeace, que acredita  que a Conferência da ONU será um fracasso caso seu legado seja apenas a criação de uma agência para o meio ambiente nas Nações Unidas. Zukang já admitiu a proposta de elevar o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) ao patamar de agência especial para o meio ambiente da ONU.

“Se o documento final for esse do rascunho zero, a humanidade não ganha nada. Um documento que não toca nos impactos antrópicos nos oceanos, a criação de uma área de conservação do oceano no Cone Sul, onde há uma quantidade enorme de espécies migratórias. Faltou a biodiversidade, não existe economia verde se não tiver biodiversidade envolvida. As conferências das espécies ameaçadas de extinção estão cada vez mais esvaziadas. O documento também não toca sobre a energia nuclear, está claro que energia nuclear, depois de Fukushima, é segura até que alguma coisa aconteça”, analisou D’Ávila.

Mesmo assim, o coordenador do Greenpeace afirma ainda ter alguma esperança, pois até junho, haverá dois momentos de discussão do documento. “O Brasil pode chegar à Rio+20 com um marco legal e um Código Florestal que garanta a floresta em pé, assim como um espaço para a agricultura de baixo carbono. O Brasil pode ser fornecedor de energia limpa para suprir suas demandas sem optar pelo petróleo. Só depende da gente, tecnologia já existe”, salientou.

Para Potocnik, é preciso dar ênfase às questões principais, e evitar um texto genérico. Os negociadores da Europa virão ao Rio com o objetivo claro de criar novas bases ambientais, que vão contribuir com a retomada do crescimento econômico no velho continente. “Não estamos falando em parar de crescer. Mas de crescer sendo eficiente e respeitando os limites do planeta”, afirmou.

O europeu não comentou as discussões sobre o novo código florestal brasileiro, alegando que se trata de uma questão doméstica. Mas disse que os países em desenvolvimento devem evitar os erros cometidos pelos mais industrializados.

Sobre a possibilidade de criar metas como as do milênio, Nilo D’Ávila se diz cético devido a falta de fiscalização e cobrança. “O Brasil é signatário das metas do milênio, mas a gente nunca viu o governo fazer um balanço das metas. Precisamos de algo mensurável com mecanismos de cobrança, resoluções e leis para cobrar dos países poluidores. Se não forem metas que apontem caminhos, não adianta”, concluiu.

Fontes:O Globo Online – Europa quer metas claras na Rio+20,

Opera Mundi – A três meses da abertura,

Rio+20 já é vista com pessimismo

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Do Código Florestal para o Código da Biodiversidade


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Aziz Nacib Ab’Sáber e o Código Florestal

              Autor:

Carlos Bocuhy PROAM-Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental

Do Código Florestal para o Código da Biodiversidade

 

Em face do gigantismo do território e da situação real em que se encontram os seus macro biomas – Amazônia Brasileira, Brasil Tropical Atlântico, Cerrados do Brasil Central, Planalto das Araucárias, e Pradarias Mistas do Brasil Subtropical – e de seus numerosos mini-biomas, faixas de transição e relictos de ecossistemas, qualquer tentativa de mudança no “Código Florestal” tem que ser conduzido por pessoas competentes e bioeticamente sensíveis. Pressionar por uma liberação ampla dos processos de desmatamento significa desconhecer a progressividade de cenários bióticos, a diferentes espaços de tempo futuro. Favorecendo de modo simplório e ignorante os desejos patrimoniais de classes sociais que só pensam em seus interesses pessoais, no contexto de um país dotado de grandes desigualdades sociais. Cidadãos de classe social privilegiada, que nada entendem de previsão de impactos. Não tem qualquer ética com a natureza. Não buscam encontrar modelos tecnico-cientificos adequados para a recuperação de áreas degradadas, seja na Amazônia, , seja no Brasil Tropical Atlântico, ou alhures. Pessoas para as quais exigir a adoção de atividades agrárias “ecologicamente auto-sustentadas” é uma mania de cientistas irrealistas.

Por muitas razoes, se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional de nosso território. Remetemos essa idéia para Brasília, e recebemos em resposta que essa era uma idéia boa mas complexa e inoportuna (…). Entrementes, agora outras personalidades trabalham por mudanças estapafúrdias e arrasadoras no chamado Código Florestal. Razão pela qual ousamos criticar aqueles que insistem em argumentos genéricos e perigosos para o futuro do país. Sendo necessário, mais do que nunca, evitar que gente de outras terras sobretudo de países hegemônicos venha a dizer que fica comprovado que o Brasil não tem competência para dirigir a Amazônia (…). Ou seja, os revisores do atual Código Florestal não teriam competência para dirigir o seu todo territorial do Brasil. Que tristeza, gente minha.

O primeiro grande erro dos que no momento lideram a revisão do Código Florestal brasileiro – a favor de classes sociais privilegiadas – diz respeito à chamada estadualização dos fatos ecológicos de seu território especifico. Sem lembrar que as delicadíssimas questões referentes à progressividade do desmatamento exigem ações conjuntas dos órgãos federais específicos, em conjunto com órgãos estaduais similares, uma Policia Federal rural, e o Exercito Brasileiro. Tudo conectado ainda com autoridades municipais, que tem muito a aprender com um Código novo que envolve todos os macro-biomas do pais, e os mini-biomas que os pontilham, com especial atenção para as faixas litorâneas, faixas de contato entre as áreas nucleares de cada domínio morfoclimatico e fitogeográfico do território. Para pessoas inteligentes, capazes de prever impactos, a diferentes tempos do futuro, fica claro que ao invés da “estadualização”, é absolutamente necessário focar para o zoneamento físico e ecológico de todos os domínios de natureza dos pais. A saber, as duas principais faixas de Florestas Tropicais Brasileiras: a zonal amazônica e a azonal das matas atlânticas o domínio dos cerrados, cerradoes e campestres: a complexa região semi-árida dos sertões nordestinos: os planaltos de araucárias e as pradarias mistas do Rio Grande do Sul, alem de nosso litoral e o Pantanal Mato-grossense.

Ficheiro:Pantanal2.jpg

Resolução maior não disponível.

Seria preciso lembrar ao honrado relator Aldo Rabelo, que a meu ver é bastante neófito em matéria de questões ecológicas, espaciais e em futurologia – que atualmente na Amazônia Brasileira predomina um verdadeiro exercito paralelo de fazendeiros que em sua área de atuação tem mais força do que governadores e prefeitos. O que se viu em Marabá, com a passagem das tropas de fazendeiros, passando pela Avenida da Transamazônica, deveria ser conhecido pelos congressistas de Brasília, e diferentes membros do executivo. De cada uma das fazendas regionais passava um grupo de cinqüenta a sessenta camaradas, tendo a frente em cavalos nobres, o dono da fazenda e sua esposa, e os filhos em cavalos lindos. E,os grupos iam passando separados entre si, por alguns minutos. E , alguém a pé, como se fosse um comandante, controlava a passagem da cavalgada dos fazendeiros. Ninguém da boa e importante cidade de Marabá saiu para observar a coluna amedrontadora dos fazendeiros. Somente dois bicicletistas meninos, deixaram as bicicletas na beira da calçada olhando silentes a passagem das tropas. Nenhum jornal do Pará, ou alhures, noticiou a ocorrência amedrontadora. Alguns de nós não pudemos atravessar a ponte para participar de um evento cultural.

Será certamente, apoiados por fatos como esse, que alguns proprietários de terras amazônicas deram sua mensagem, nos termos de que “a propriedade é minha e eu faço com ela o que eu quiser, como quiser e quando quiser”. Mas ninguém esclarece como conquistaram seus imensos espaços inicialmente florestados. Sendo que, alguns outros, vivendo em diferentes áreas do cetro-sul brasileiro, quando perguntados sobre como enriqueceram tanto, esclarecem que foi com os “seus negócios na Amazônia” (…). Ou sejam, através de loteamentos ilegais, venda de glebas para incautos em locais de difícil acesso, os quais ao fim de um certo tempo, são libertados para madeireiros contumazes. E, o fato mais infeliz é que ninguém procura novos conhecimentos para re-utilizar ter ras degradadas. Ou exigir dos governantes tecnologias adequadas para revitalizar os solos que perderam nutrientes e argilas, tornando-se dominadas por areias finas (siltizaçao).

Entre os muitos aspectos caóticos, derivados de alguns argumentos dos revisores do Código, destaca-se a frase que diz que se deve proteger a vegetação até sete metros e meio do rio. Uma redução de um fato que por si já estava muito errado, porém agora esta reduzido genericamente a quase nada em relação aos grandes rios do pais. Imagine-se que para o rio Amazonas, a exigência protetora fosse apenas sete metros, enquanto para a grande maioria dos ribeirões e córregos também fosse aplicada a mesma exigência. Trata-se de desconhecimento entristecedor sobre a ordem de grandeza das redes hidrográficas do território intertropical brasileiro. Na linguagem amazônica tradicional, o próprio povo já reconheceu fatos referentes à tipologia dos rios regionais. Para eles, ali existem, em ordem crescente: igarapés, riozinhos, rios e parás. Uma última divisão lógica e pragmática, que é aceita por todos os que conhecem a realidade da rede fluvial amazônica.

Por desconhecer tais fatos os relatores da revisão aplicam o espaço de sete metros da beira de todos os cursos d’água fluviais sem mesmo ter ido lá para conhecer o fantástico mosaico de rios do território regional.

Mas o pior é que as novas exigências do Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e abusiva. Fala-se em sete metros e meio das florestas beiradeiras (ripario-biomas), e, depois em preservação da vegetação de eventuais e distantes cimeiras. Não podendo imaginar quanto espaço fica liberado para qualquer tipo de ocupação do espaço. Lamentável em termos de planejamento regional, de espaços rurais e silvestres. Lamentável em termos de generalizações forçadas por grupos de interesse (ruralistas).

Já se poderia prever que um dia os interessados em terras amazônicas iriam pressionar de novo pela modificação do percentual a ser preservado em cada uma das propriedades de terras na Amazônia. O argumento simplista merece uma critica decisiva e radical. Para eles, se em regiões do centro-sul brasileiro a taxa de proteção interna da vegetação florestal é de 20%, porque na Amazônia a lei exige 80%. Mas ninguém tem a coragem de analisar o que aconteceu nos espaços ecológicos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, e Minas Gerais com o percentual de 20%. Nos planaltos interiores de São Paulo a somatória dos desmatamentos atingiu cenários de generalizada derruição. Nessas importantes áreas, dominadas por florestas e redutos de cerrados e campestres, somente o tombamento integrado da Serra do Mar, envolvendo as matas atlânticas, os solos e as aguadas da notável escarpa, foi capaz de resguardar os ecossistemas orográficos da acidentada região. O restante, nos “mares de morros”, colinas e várzeas do Médio Paraíba e do Planalto Paulistano, e pró-parte da Serra da Mantiqueira, sofreram uma derruição deplorável. É o que alguém no Brasil – falando de gente inteligente e bioética – não quer que se repita na Amazônia Brasileira, em um espaço de 4.200.000 km².

Os relatores do Código Florestal, falam em que as áreas muito desmatadas e degradadas poderiam ficar sujeitas a “(re)florestamento” por espécies homogêneas pensando em eucalipto e pinus. Uma prova de sua grande ignorância, pois não sabem a menor diferença entre reflorestamento e florestramento. Esse último,pretendido por eles, é um fato exclusivamente de interesse econômico empresarial, que infelizmente não pretende preservar biodiversidades. Sendo que, eles procuram desconhecer que para áreas muito degradadas, foi feito um plano de (re) organização dos espaços remanescentes, sob o enfoque de revigorar a economia de pequenos e médios proprietários: Projeto FLORAM. Os eucaliptologos perdem éticos quando alugam espaços por trinta anos, de incautos propr ietários, preferindo áreas dotadas ainda de solos tropicais férteis,do tipo dos oxissolos, e evitando as áreas degradadas de morros pelados reduzidas a trilhas de pisoteio, hipsométricas, semelhantes ao protótipo existente no Planalto do Alto Paraíba, em São Paulo. Ao arrendar terras de bisonhos proprietários, para uso em 30 anos, e sabendo que os donos da terra podem morrer quando se completar o prazo. Fato que cria um grande problema judicial para os herdeiros, sendo que ao fim de uma negociação as empresas cortam todas as árvores de eucaliptos ou pinos, deixando miríades de troncos no chão do espaço terrestre. Um cenário que impede a posterior reutilização das terras para atividades agrárias. Tudo isso deveria ser conhecido por aqueles que defendem ferozmente um Código Florestal liberalizante.

Por todas as razoes somos obrigados a criticar a persistente e repetitiva argumentação do deputado Aldo Rebelo,que conhecemos ha muito tempo, e de quem sempre esperávamos o melhor, no momento somos obrigados a lembrar a ele que cada um de nós tem que pensar na sua biografia, e , sendo político, tem que honrar a historia de seus partidos. Mormente,em relação aos partidos que se dizem de esquerda e jamais poderiam fazer projetos totalmente dirigidos para os interesses pessoais de latifundiários.

Insistimos que em qualquer revisão do Código Florestal vigente, deve-se enfocar as diretrizes através das grandes regiões naturais do Brasil, sobretudo domínios de natureza muito diferentes entre si, tais como a Amazônia, e suas extensíssimas florestas tropicais, e o Nordeste Seco, com seus diferentes tipos de caatingas. Tratam-se de duas regiões opósitas em relação à fisionomia e à ecologia, assim como em face das suas condições socioambientais. Ao tomar partido pelos grandes domínios administrados técnica e cientificamente por órgãos do executivo federal, teríamos que conectar instituições específicas do governo brasileiro com instituições estaduais similares. Existem regiões como a Amazônia que envolve conexões com nove estados do Norte Brasil eiro. Em relação ao Brasil Tropical Atlântico os órgãos do Governo Federal – IBAMA, IPHAN, FUNAI e INCRA – teriam que manter conexões com os diversos setores similares dos governos estaduais de norte a sul do Brasil. E assim por diante.

Novo Código Forestal aprovado

código florestal

Enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico, fato observado por muitos críticos em diversos trabalhos e entrevistas.

Parece ser muito difícil para pessoas não iniciadas em cenários cartográficos perceber os efeitos de um desmatamento na Amazônia de até 80% das propriedades rurais silvestres. Em qualquer espaço do território amazônico, que vem sendo estabelecidas glebas com desmate de até 80%,haverá um mosaico caótico de áreas desmatadas e faixas inter-propriedades estreitas e mal preservadas. Nesse caso, as bordas dos restos de florestas, inter-glebas ficarao à mercê de corte de arvores dotadas de madeiras nobres. E além disso, a biodiversidade animal certamente será profundamente afetada.

Seria necessário que os pretensos reformuladores do Código Florestal lançassem sobre o papel os limites de glebas de 500 a milhares de quilômetros quadrados, e dentro de cada parcela das glebas colocasse indicações de 20% correspondente às florestas ditas preservadas. E, observando o resultado desse mapeamento simulado, poderiam perceber que o caminho da devastação lenta e progressiva iria criar alguns quadros de devastação similares ao que já aconteceu nos confins das longas estradas e seus ramais, em áreas de quarteirões implantados para venda de lotes de 50 a 100 hectares, onde o arrasamento de florestas no interior de cada quarteirão foi total e inconseqüente.

Aziz Nacib Ab’Sáber

São Paulo, 16 de junho de 2010

COMO É IMPORTANTE A EDUCAÇÃO: Onde a França fabrica sua classe dominante


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França

Onde a França fabrica sua classe dominante

Ségolène Royal, François Hollande e Dominique de Villepin se formaram na ENA na classe de 1980

Políticos franceses tentam se distanciar do elitismo, mas a vasta maioria deles recebeu educação em escolas tradicionais e de dificílimo acesso

É uma regra não escrita da política francesa que os presidentes devem se distanciar da elite de Paris. François Mitterrand tinha raízes em Conhaque, e na Borgonha, Jacques Chirac se instalou na rochosa região de Corrèze, no centro-sul do país. O mesmo acontece com os candidatos atuais. François Hollande, um socialista, também é radicado em Corrèze, onde é um deputado. Nicolas Sarkozy, o titular de centro-direita, que vem de Neuilly, um subúrbio de Paris, é de origem húngara e não frequentou as melhores escolas francesas.

É estranho, então, que os quatro aspirantes à presidência deste ano tenham se formado na mesma universidade, a Ecole Nationale d’Administration (ENA): Hollande, o independente de centro-direita, Dominique de Villepin e dois candidatos menores. Mais estranho ainda, tanto Hollande como Villepin são da classe de 1980, conhecida como a série Voltaire, assim como Ségolène Royal, ex-parceira de Hollande e candidata socialista derrotada em 2007 (os três estão circulados na foto, acima).

File:Strasbourg-RemiLeblond-ENA-MAMC2.jpg

ENA

O fato de uma turma única de cerca de 80 estudantes franceses ter tamanha influência política mostra como o país fabrica sua classe dominante. Outros ex-alunos da ENA de 1980 incluem Jean-Pierre Jouyet, chefe regulador dos mercados financeiros, que está cotado para um alto cargo caso Hollande alcance a presidência; Henri de Castries, presidente da AXA, uma gigante do ramo de seguros; Pierre Mongin, diretor do metrô de Paris; e uma série de ex-ministros e embaixadores.

Os chamados Énarques, (=Tecnocrata) que tendem a ser ferozmente inteligentes e respondem perguntas com a frase “Há três pontos”, desmentem as acusações de elitismo. A faculdade seleciona seus alunos por mérito em um exame competitivo, e a taxa de matrícula é gratuita. A ENA foi criada em 1945 como uma instituição meritocrática com o objetivo de produzir uma elite administrativa pós-guerra. No entanto, desde cerca de 1980, poucas pessoas de camadas mais pobres têm conseguido ingressar na instituição. A participação dos alunos da classe trabalhadora nas quatro principais grandes écoles, incluindo a ENA, caiu de 29% em 1950, para 9% em meados da década de 1990, diz um estudo.

Ficheiro:West College Princeton.jpg

Hera cobrindo West College, Universidade Princeton

Todos os países têm escolas ao estilo Ivy League, mas o domínio da ENA em cargos de topo na França é de tirar o fôlego. Sete dos últimos 12 primeiros-ministros foram énarques. Dos mais de 600 chefes seniores franceses, 46% são provenientes de uma das três grandes écoles, incluindo a ENA, de acordo com a pesquisa de dois acadêmicos. Alexandre de Juniac, ex-chefe de gabinete do Christine Lagarde durante seu período no Ministério das Finanças, é o chefe da Air France; outro ex-chefe de equipe, Stéphane Richard, comanda a France Telecom. François Pérol, ex-chefe de gabinete de Sarkozy, é o chefe do Banque Populaire Caisse d’Epargne.

Várias grandes écoles tentaram aumentar a sua diversidade. Em 2009, a ENA criou um esquema para preparar estudantes de baixa renda para o exame de admissão. Mas o progresso é lento. O primeiro aluno do curso só conseguiu um lugar recentemente. Enquanto isso, ex-alunos da ENA não estão ressurgindo apenas na corrida presidencial. O governo de Sarkozy, que há cinco anos tinha apenas dois énarques, está chegando ao fim com seis.

Fontes:The Economist – Old school ties

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Quem são os selvagens? Racista Televisão, ¿sociedade selvagem?


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Racista Televisão, ¿sociedade selvagem?

Por: Autor convidado.

Quem são os selvagens?

pela Survival Internacional porta-voz Raquel Garcia (Espanha)

Eles dizem que as palavras nunca são inocentes. A linguagem afeta nossa percepção da realidade como se não mais, do que os próprios fatos. Ao nomear, nós definimos.Aqueles que se dedicam à comunicação sabe. E não vamos esquecer a responsabilidade que isso implica.   Em vez disso, alguns não irão esquecer.   O Holocausto não teria sido possível sem a desumanização antes dos judeus, que permeou a sociedade alemã através da repetição e espectacularmente eficazes noções insidiosas pela máquina nazista. Da mesma forma, a destruição de inúmeros povos indígenas ao longo da história não pode ser explicado sem a compreensão de como os colonos, passado e presente, ter usado uma linguagem para justificar o tratamento dado aos índios. Se um povo é “primitivo”, não é melhor “civilizar”? Se um povo é “atrasada” e não fazer uso adequado dos recursos na ponta dos dedos, o que nos impede de fazer para nós, por causa do benefício do Estado? Se os membros de um povo são “assassinos de crianças”, por respeitar os seus direitos?  .
Infelizmente, é isso que eu acho que um monte de espectadores do programa em suruwahas brasileiros emitidos pelo Canal australiana 7. Liderada pela “aventura” Paul Raffaele (um cara com uma história bastante infeliz no seu trabalho com os povos indígenas), o relatório lista as suruwahas, bem como assassinos de crianças, como “culto suicida” da Idade da Pedra e “os piores violadores dos direitos humanos no mundo.” As acusações de infanticídio são grotesco: como o “documentário”, os índios abandonar “pobres pequenos bebês inocentes na selva de feras comê-los vivos.”Como algo fora de uma crônica do Novo Mundo colonial, e seria até engraçado (para quem gosta de humor negro) se ele tinha sérias implicações para a segurança eo futuro da suruwahas.   Porque não estamos falando de um mero programa de televisão. O relatório também faz parte de um anti-indígena desenvolvido por uma organização fundamentalista evangélico que está empurrando para o Brasil aprovou uma lei que levaria seus filhos para os pais indígenas que são suspeitos de, com base ou não, que poderia cometer infanticídio. A chamada “Lei Muwaji” é outro exemplo de legislação racista que reflete preocupantes tendências sociais apoiados pelos estereótipos existentes sobre os índios em certos meios.   Mas você não ir para a Austrália ou o Brasil. Em todo lugar que ferver feijão. Ou esquecemos o programa infame Perdidos na tribo? Um sinal de perto que a televisão tablóide, tingida com que cheiram a mofo do colonialismo, e procura a curiosidade através do contraste eterno: nós contra eles.   Tendo em conta os índices de audiência para estes programas, que são os selvagens?

Saiba mais sobre a campanha da Survival Stamp It racismo.

Guerra “FRIA” às drogas Drogas produzidas Colômbia, Peru e Paraguai


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Narcotráfico

Governos da América Latina veem na descriminalização uma oportunidade para vencer o

Guerra às drogas precisa de uma alternativa

Depois de vários esforços em vão, países da América Central assolados pela violência do narcotráfico, discutem a descriminalização das drogas

A América Latina é rica em commodities cobiçadas, incluindo narcóticos. A folha de coca, a partir da qual a cocaína é refinada, é cultivada apenas no sopé da Cordilheira dos Andes. O México produz mais heroína do que em qualquer lugar do mundo, exceto o Afeganistão, bem como grandes quantidades de maconha. Traficantes latino-americanos estão até mesmo se diversificando, e apostando em drogas sintéticas, como a metanfetamina.

A ilegalidade desse bem-sucedido negócio de exportação significa que seus lucros multibilionários vão para as mãos de quadrilhas criminosas. Suas lutas pelo controle do mercado têm um alto custo: segundo a ONU, oito dos dez países mais violentos do mundo estão na América Latina ou no Caribe. As drogas não são o único negócio do crime organizado, mas eles representam a maior parte da renda das gangues e, por consequência, seu poder de fogo. Honduras, um ponto estratégico na rota de tráfico, tem a taxa de assassinatos mais alta do mundo, cerca de 80 vezes maior que a da Europa Ocidental.

Tudo isso acontece, apesar de três décadas do que se tornou conhecido como a “guerra” contra as drogas na região, inspirada pelos Estados Unidos, e aplicada com diferentes graus de entusiasmo por parte dos governos latino-americanos. Ou será que os números são uma consequência da guerra às drogas? Até o momento, críticas à proibição das drogas tendem a vir apenas de líderes políticos aposentados. Em um relatório de 2009, três ex-presidentes respeitados (Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; César Gaviria, da Colômbia; e Ernesto Zedillo, do México) declararam que a guerra às drogas foi um fracasso, e exigiram abordagens alternativas. FHC chegou a pedir a legalização de algumas drogas.

Descriminalização é a solução?

Recentemente, os presidentes titulares também começaram a se manifestar. Felipe Calderón, do México, pediu um “debate nacional” sobre a legalização, embora pareça ter se esquecido disso. Depois que um ataque incendiário realizado por uma quadrilha de traficantes matou 52 pessoas em um cassino em agosto do ano passado, ele declarou que se os Estados Unidos estavam determinados a manter a importação de drogas, deveriam procurar “mercados alternativos” e “pontos claros de acesso que não envolvessem a fronteira com o México “.

Em novembro, o presidente colombiano Juan Manuel Santos declarou ao jornal britânico The Observer: “Se tirar os lucros das mãos dos traficantes significa legalizar, e o mundo acredita que essa é a solução, ela é bem-vinda”. Os sete países da América Central, além de México, Colômbia e República Dominicana, declararam em conjunto que “se o corte na demanda não é possível, como a experiência recente demonstra, as autoridades dos países consumidores devem explorar todas as alternativas possíveis… incluindo opções regulamentares ou de mercado”.

Aqueles que pedem o fim da guerra não podem ser desconsiderados como liberais frouxos. Otto Pérez Molina, novo presidente da Guatemala, é um ex-general que, durante a campanha, prometeu “mãos de ferro” contra o crime. No mês passado, ele pediu a descriminalização do tráfico de drogas, dizendo: “Você iria se livrar de lavagem de dinheiro, contrabando, tráfico de armas e corrupção”. Em uma pesquisa para El Periódico, um jornal da Guatemala, 79% eram contra a descriminalização das drogas. Mas o Sr. Pérez, que goza da confiança dos eleitores na segurança, tem pressionado, enviando o seu vice-presidente para angariar apoio em uma turnê regional.

Os Estados Unidos parece ter notado este cansaço da guerra. Durante uma visita ao México e Honduras, no início deste mês, Joe Biden, o vice-presidente norte-americano, disse que a legalização era “digna de discussão”, mas acrescentou que não havia possibilidade de o governo diminuir sua oposição a ela. Seu chamado para permanecer firme foi minado pelo anúncio de que o financiamento dos Estados Unidos para a segurança da América Central seria diminuído de US$ 120 milhões, valor dos últimos três anos, para US $ 105 milhões em 2012. Sem mais dinheiro, a região não tem esperança de conter suas máfias criminosas. A queda de um helicóptero militar na Guatemala no mês passado deixou apenas outros dois em capacidade operacional; já seus vizinhos de Belize não têm nem ao menos um.

Alguns se perguntam se a discussão sobre a legalização é uma manobra para extrair mais ajuda externa. Pérez, por exemplo, quer que os Estados Unidos reiniciem a ajuda ao Exército da Guatemala, banida graças a abusos de direitos humanos. Calderón, cujo partido enfrenta uma luta árdua na eleição presidencial de julho, sempre buscou bodes expiatórios para o que muitos mexicanos veem como o fracasso de sua guerra de cinco anos contra os traficantes.

O futuro das folhas de coca

Alguns países latino-americanos, como outros na Europa, têm uma abordagem mais flexível ao consumo de drogas do que os Estados Unidos, com foco na educação e tratamento. Vários permitem a posse de pequenas doses pessoais de drogas. No Brasil, usuários de drogas são condenados a trabalho comunitário, ao invés de irem para a prisão. O Supremo Tribunal Federal deve decidir este ano, se o consumo de drogas deve ser descriminalizado.

A dificuldade para muitos países latino-americanos é que, longe de legalização, é difícil replicar tais “políticas de redução de danos” quando se trata de produção e transporte de drogas. É a proibição que fornece os lucros que atraem o crime organizado. A Bolívia, por exemplo, abandonou no ano passado a Convenção de 1961 da ONU sobre narcóticos porque quer proteção legal para o uso tradicional das folhas de coca, que são mastigadas por ameríndios e bebidas em forma de chá. No dia 12 de março, o presidente da Bolívia, Evo Morales, que atua como líder do sindicato dos trabalhadores da coca, levou uma folha de coca à reunião anual da Comissão das Nações Unidas sobre drogas, em Viena, insistindo que seu país ser readmitido para a convenção com a opção de não seguir a regras quanto à coca.

Morales aumentou a quantidade permitida de coca para uso tradicional de 12 mil hectares para 20 mil, enquanto aguarda os resultados de um estudo do quanto é realmente necessário. Funcionários estrangeiros acreditam que o aumento é injustificado. A maior parte da coca na Bolívia (31 mil hectares no total) é transformada em cocaína para exportação, principalmente para o Brasil, onde as cidades estão sofrendo uma epidemia de crack. Depois que Morales expulsou o Departamento Norte-Americano de Combate às Drogas, a Polícia Federal do Brasil assumiu as operações antidrogas com os seus órgãos equivalentes da Bolívia.

O Peru substituiu a Colômbia como o maior exportador de cocaína. Depois que Ollanta Humala assumiu a presidência do país em julho do ano passado, o primeiro chefe antidrogas, Ricardo Soberón, um ex-ativista de ONGs, anunciou uma suspensão surpresa das manobras de erradicação da coca, mas sem colocar quaisquer outras políticas em seu lugar. Soberón foi demitido, e sua substituta anteriormente foi uma ex-funcionária de uma organização antidrogas financiada pelos Estados Unidos.

No dia 24 de março, Pérez vai sediar mais uma reunião de presidentes da América Central, que incluirá Calderón e Santos. O objetivo é chegar a um acordo sobre uma proposta que será levada à Cúpula das Américas – um encontro regional que inclui os Estados Unidos e o Canadá – no mês que vem. Santos, anfitrião da cúpula, disse que vai colocar na agenda a descriminalização. Um debate já começou, mas ele será bem longo.

Fontes:The Economist – Burn-out and battle fatigue

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  Rotas do tráfico no Brasil
Guerra “FRIA” às drogas Drogas

produzidas Colômbia, Peru e Paraguai

Hélio Araújo Silva

(Espanhol)

Diante hum Completo despreparo do Estado in vigiar As Nossas Fronteiras desguarnecidas com um. Colômbia, o Peru EO Paraguai, como Drogas produzidas sas paises encontram NAS Ruas das Cidades Brasileiras hum fértil e Crescente Mercado ¿Qué uma Sociedade E Essa tao Pobre in Educação e tao repleta desvirtuados de Valores? E entendre Preciso Que uma epidemia das Drogas e apenas sintoma de UMA Sociedade Que si Encontra gravemente doente. No entanto, como televisões – Aberta e Fechada – tão estao preocupadas com OS SEUS lucros bilionários, disseminando somente uma mediocridade ea futilidade. O Estado nao estabele investido de Tecnologias de Segurança n º Controlar o Avanço das Drogas los NOSSAS Fronteiras. É, SEM sombra de Dúvida, Uma Guerra. Onde estao como táticas e uma Estratégia? Por quê uma Televisão, Como Veículo de Defesa dos valores morais, da Educação e da Cultura nao recusa o falso E O ilusório? Onde estao OS Recursos teóricos de Análise cognitiva? E hum grande desserviço. Entra como Forças Aramadas parágrafo defensor como mal divisas De hum Que temperatura Origem Além-Fronteiras. Ate quando Vamos recolher Farrapos Humanos Pelas Ruas das Cidades? Vamos banalizar uma existencia? Joe Cada Vez Que UMA Vida Perdida E, A Humanidade tambem si só perde Mais hum pouco.

Proposta: nos Acordos Entre o Brasil, União de Nações Sul-Americanas –

UNASUL,   Iniciativa Pará a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA)

Português

Diante um completo despreparo do Estado em vigiar as nossas fronteiras desguarnecidas com a Colômbia, o Peru e o Paraguai, as drogas produzidas nesses países encontram nas ruas das cidades brasileiras um fértil e crescente mercado. Que a sociedade é essa tão pobre em educação e tão repleta de valores desvirtuados? É preciso entender que a epidemia das drogas é apenas sintoma de uma sociedade que se encontra gravemente doente. No entanto, as televisões – aberta e fechada – só estão preocupadas com os seus lucros bilionários, disseminando somente a mediocridade e a futilidade. O Estado não está investido de tecnologias de segurança para controlar o avanço das drogas em nossas fronteiras. É, sem sombra de dúvida, uma guerra. Onde estão as táticas e a estratégia? Por que a televisão, como veículo de defesa dos valores morais, da educação e da cultura não recusa o falso e o ilusório? Onde estão os recursos teóricos de análise cognitiva? É um grande desserviço. Entra as Forças Aramadas para defender as divisas de um mal que tem origem além-fronteiras. Até quando vamos recolher farrapos humanos pelas ruas das cidades? Vamos banalizar a existência? Cada vez que uma vida é perdida, a humanidade também se perde um pouco mais.

Proposta: nos acordos entre o Brasil, União de Nações Sul-Americanas –

UNASUL, Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA)