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Arquivo mensal: dezembro 2011

Retrospectiva 2011: 50 nomes que marcaram o ano


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Retrospectiva 2011

Veja quem foi notícia em 2011

Manifestantes foram eleitos pela revista TIME como a figura mais importante de 2011

Amy Winehouse

Em janeiro a cantora inglesa veio ao Brasil e fez shows marcados pela irregularidade, tanto em sua voz quanto em seu comportamento. Meses mais tarde, em julho, Amy morreu em Londres aos 27 anos, deixando como último registro Body and Soul, um dueto com o cantor Tony Bennett. Em dezembro, Lioness, uma coletânea de sobras de estúdio, foi lançada, chegando ao primeiro lugar da parada britânica.

Anders Behring Breivik

No dia 22 de julho, oito pessoas foram mortas na explosão de um automóvel em Oslo, na Noruega. Paralelamente, na ilha de Utøya, outras 69 pessoas morreram, e 66 ficaram feridas quando Anders Behring Breivik atirou contra um acampamento juvenil do partido Trabalhista Norueguês. Apesar de assumir a autoria do atentado, no tribunal, Breivik se declarou inocente por “não reconhecer o sistema judiciário da Noruega”.

Anderson Silva

No ano em que o MMA finalmente conquistou de vez o Brasil, nenhum nome foi mais celebrado que o de Anderson Silva. Detentor do título dos pesos médios no UFC, o “Spider” defendeu seu título em duas ocasiões, derrotando Vítor Belfort com um devastador chute no queixo, e Yushin Okami, durante o UFC 134, realizado no Rio de Janeiro. Além disso, se tornou um poderoso garoto-propaganda, estrelando diversos comerciais.

Angela Merkel

Enquanto as estruturas do euro tremiam, e os países periféricos do bloco econômico se desesperavam, a chanceler alemã se mostrou praticamente inabalável na sua tarefa de garantir a sobrevivência da moeda única europeia. Eleita pela Forbes a mulher mais poderosa do planeta, a “Madame No” continua a desafiar os pessimistas apocalípticos que prevêem o colapso europeu, e não dá sinais de que cederá à pressão que a envolve por todo os lados.

Anonymous

O grupo de hackers ganhou as páginas dos jornais quando começou uma operação para vingar a prisão de Julian Assange, cérebro por trás do WikiLeaks, no ano passado. Em 2011, hackers foram presos nos Estados Unidos, na Holanda, na Austrália, no Reino Unido, na Espanha e na Turquia, por ações ligadas ao grupo, que manteve divulgando seu lema “Não perdoamos. Não esquecemos. Somos anônimos”.

Aung San Suu Kyi

Depois de deixar sua prisão domiciliar, em novembro do ano passado, a ativista birmanesa reencontrou seu filho Kim pela primeira vez em 10 anos, ressuscitou seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, e recebeu a visita de ninguém menos que a Secretária De Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton. A vida de Suu Kyi foi levada às telas em 2011, pelo diretor francês Luc Besson,  em The Lady, estrelado por Michelle Yeoh, de O Tigre e o Dragão.

Barack Obama

Depois de um 2010 marcado por críticas ferozes, um vazamento de petróleo no Golfo do México, e muita desconfiança sobre o futuro de seu governo, o presidente norte-americano teve um 2011 menos caótico, mas ainda assim longe dos dias gloriosos da campanha de 2008. O debate sobre o teto da dívida, na qual o presidente saiu derrotado pelos congressistas republicanos pode ter arranhado sua imagem, mas a morte de Osama bin Laden, e o anúncio da retirada das tropas norte-americanas do Iraque deram a Obama um novo fôlego para um 2012 de campanha eleitoral.

Bashar Assad

Com protestos se espalhando por todo o mundo árabe, não demorou muito até que a Síria se tornasse palco de protestos lutando pelo fim do regime. Diferentemente de países como o Egito, a Tunísia e a Líbia, nos quais as manifestações conseguiram derrubar antigos ditadores, na Síria, a luta pelo fim do governo de Assad ainda não terminou, e há relatos de que o número de mortos tenha chegado a 4 mil.

Binyamin Netanyahu

O estilo linha-dura do primeiro-ministro israelense agradou a população mais ortodoxa do país, mas incomodou boa parte do resto do mundo, que o enxerga como o maior empecilho pra uma normalização da relação entre israelenses e palestinos. Depois de se declarar favorável a um retorno às fronteiras israelenses de 1967, Netanyahu voltou atrás, e revidou a tentativa unilateral dos palestinos de obter reconhecimento de seu Estado, anunciado a aceleração de assentamentos judaicos na porção oriental de Jerusalém. No fim do ano, uma conversa entre Nicolas Sarkozy e Barack Obama revelou o descontentamento dos líderes mundiais com Netanyahu.

Bradley Manning

O soldado preso no Iraque por passar informações ao site WikiLeaks foi notícia durante o ano inteiro. Preso em Fort Lavenworth, no Kansas, Manning – que foi um dos 241 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz em 2011 – atualmente corre o risco de ser condenado à prisão perpétua. Paralelamente, nomes como o cineasta Michael Moore e o jornalista Daniel Ellsberg se juntaram à rede de apoio ao soldado, e o grupo de hackers Anonymous ameaçou atrapalhar as atividades da base Quantico de fuzileiros navais no estado da Virgínia.

Charlie Sheen

O ator, famoso por seu histórico de abuso de álcool e drogas, e seu estilo de vida frenético, foi despedido de seu papel de protagonista na série Two and a Half Men. Seu personagem, que levava o primeiro nome e a péssima reputação do ator, foi morto, o que impediu seu retorno ao seriado. Munido de duas namoradas, Sheen embarcou numa turnê de stand-up comedy que teve todos os ingressos vendidos em 18 minutos, e marcou presença nos programas de rádio norte-americano, criticando seus antigos empregadores, e afirmando ter “sangue de tigre” correndo em suas veias.

Christine Lagarde

A primeira mulher a se tornar ministra da Economia num dos países do G8 também se tornou a primeira a comandar o Fundo Monetário Internacional. Após o escândalo que afastou Dominique Strauss-Kahn do cargo, Lagarde assumiu o FMI em meio a uma terrível crise na zona do euro, elogiando seu antecessor e clamando por uma maior união entre os países europeus.

Christopher Hitchens

O autor de Deus Não é Grande, e feroz crítico das religiões organizadas, sucumbiu a um câncer de esôfago no último dia 15 de dezembro, e mesmo em seus últimos meses de vida, continuou a causar polêmica. Num artigo publicado em novembro na New Statesman, George Eaton se referiu a Hitchens como “alguém que gostaria de ser lembrado como um homem que lutou contra o totalitarismo, embora a maioria das pessoas vá se lembrar dele como o homem que defendeu a Guerra do Iraque e não como o homem que apoiou os muçulmanos bósnios no conflito dos Bálcãs, e como um esquerdista que se virou para a direita”.

Cristina Kirchner

Após a morte de seu marido, Néstor Kirchner, a presidente argentina se recuperou e garantiu uma reeleição nas eleições de outubro. Nos últimos meses, a líder do Partido Justicialista voltou às páginas da imprensa por sua dedicação por seus esforços para reforçar a comunidade científica do país, e pela ocupação policial do prédio da Cablevisión, uma empresa do grupo Clarín.

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff começou o ano entrando para a história como a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil. E continuou o ano se tornando a primeira mulher a abrir uma Assembleia-Geral da ONU, onde fez um elogiado discurso, pedindo a inclusão da Palestina na Organização, e a participação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança. Eleita a 3ª mulher mais poderosa do planeta, Dilma passou seu primeiro ano como presidente fazendo uma “faxina” ministerial, e parece estar se livrando da sombra de seu antecessor, Lula.

Dominique Strauss-Kahn

Naquele que possivelmente foi o maior escândalo do ano, o então presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, favorito para as eleições presidenciais da França em 2012, foi acusado de ter tentado estuprar a camareira Nafissatou Diallo no Hotel Sofitel de Nova York. O caso custou a Strauss-Kahn sua indicação como candidato do Partido Socialista francês nas eleições de 2012, mas no fim, o ex-diretor do FMI foi liberado de sua prisão domiciliar e as acusações contra ele foram arquivadas.

Donald Trump

O famoso empresário norte-americano começou o ano criticando Barack Obama, a quem chama de “o pior presidente da história dos Estados Unidos”, e sendo o principal nome na campanha pela divulgação da certidão de nascimento do presidente, chegando até mesmo a enviar detetives ao Havaí para rastrear os documentos de Obama. Ameaçando uma candidatura à presidência pelo Partido Republicano, Trump chegou até mesmo a liderar as pesquisas, mas desistiu da candidatura em maio. Seu nome ainda é cogitado pra a vice-presidência, caso Michelle Bachmann seja a escolhida pelo partido.

George Papandreou

O ex-primeiro-ministro da Grécia se viu na linha de frente da maior crise econômica dos últimos anos, e apostou em medidas de austeridade para reverter o tenebroso cenário da economia grega. As medidas resultaram em greves e protestos, e o primeiro-ministro viu sua popularidade despencar ao longo de 2011, até seu pedido de demissão em novembro.

Herman Cain

Apesar de sua dificuldade em explicar suas propostas, como seu plano fiscal, batizado de “9-9-9”, o presidente da Godfather’s Pizza vinha em ascensão na campanha presidencial do Partido Republicano, mas acusações de assédio sexual derrubaram seus números nas pesquisas e fizeram com que ele desistisse da campanha no início de dezembro.

Hugo Chávez

No meio do ano, o líder venezuelano revelou, diretamente de Cuba, que estava se recuperando de um câncer. Os detalhes sobre a saúde de Chávez não foram revelados, mas um jornal espanhol afirmou que o presidente sofria de câncer de cólon, o que foi negado pelo governo da Venezuela. Durante uma aparição nas comemorações de seu 57º aniversário, Chávez declarou que a luta contra o câncer o havia levado a reconsiderar certos pontos da Revolução Bolivariana, e que uma maior participação do setor privado seria “vital” para o futuro do país. No mês seguinte, ele anunciou a nacionalização do ouro venezuelano.

John Galliano

O famoso estilista foi demitido pela Dior depois da divulgação de um vídeo no qual Galliano, visivelmente bêbado, provoca um grupo de mulheres italianas com frases anti-semitas. O vídeo provocou revolta no mundo todo, e colocou em risco os contratos da Dior com nomes como a vencedor a do Oscar, Natalie Portman, que se disse “chocada e enojada” com as declarações de Galliano.

Kim Jong-il/Kim Jong-un

O “Querido Líder” da Coreia do Norte morreu em dezembro e seu filho, já sob o título de “Grande Sucessor” se prepara para assumir o comando da Coreia do Norte. Pouco se sabe sobre a morte de Kim Jong-il, ou sobre o comportamento político de seu filho, mas, graças ao isolamento norte-coreano e a pouca idade (27 anos) do novo comandante, muitos analistas enxergam uma possibilidade de abertura econômica e política, e até mesmo uma possibilidade de reunificação com a Coreia do Sul nas próximas décadas.

Leila Lopes

A bela angolana de 25 anos surpreendeu o mundo, sagrando-se vencedora do Miss Universo 2011, realizado em São Paulo, e passando a ser disputada a tapa pelas escolas de samba do Rio de Janeiro para os desfiles de 2012. A vitória da angolana foi acompanhada de uma série de comentários racistas na internet. Inabalada, a Miss Universo respondeu com elegância: “Acho que pessoas preconceituosas é que precisam procurar ajuda, porque não é normal, em pleno século 21, alguém ainda pensar dessa forma”, disse a angolana, que mais tarde teve seu título contestado por uma suspeita de fraude nas inscrições.

Lionel Messi

O jovem argentino, duas vezes eleito o melhor jogador de futebol do planeta, deve conseguir seu terceiro título consecutivo em 2011. Messi comandou o Barcelona na campanha da Champions League, e marcou dois belos gols na vitória do clube catalão sobre o Santos na decisão do Mundial de clubes da FIFA no Japão, em dezembro.

Lula

Em seu primeiro ano longe da presidência, Lula recebeu honrarias, como o Prêmio Mundial de Alimentação, por seus esforços para combater a pobreza, e o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Além disso, o ex-presidente também voltou às páginas dos jornais ao ser diagnosticado com um tumor na laringe, e raspar seu cabelo e sua característica barba, antecipando possíveis reações das sessões de quimioterapia. O tratamento de Lula – que fumou durante 40 anos – deve durar três meses, mas os primeiros resultados foram considerados “surpreendentemente satisfatórios” pela equipe do Hospital Sírio-Libanês.

Mahmoud Abbas

O presidente da Autoridade Palestina fez um aclamado discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, no qual pediu o fim dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, e o reconhecimento do Estado palestino na ONU. A proposta foi rejeitada pelos Estados Unidos e não deve ser levada adiante pelo Conselho de Segurança da ONU, mas os esforços de Abbas para obter o reconhecimento legal e sua reaproximação do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, ajudaram a dar novas forças à causa palestina.

Marcelo Freixo

Após ser anunciado pelo PSOL como o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 2012, o deputado estadual voltou às manchetes após revelar que estava deixando o país temporariamente devido às inúmeras ameaças que sofrera por parte das milícias que controlam comunidades carentes cariocas. A viagem foi criticada pelo secretário de Assistência Social do município do Rio, Rodrigo Bethlem, e por outros setores da sociedade, que enxergaram no afastamento de Freixo um viés eleitoral. “Não recebi qualquer contato de autoridade do governo do Rio para falar sobre as ameaças que recebi. Tratavam como se o problema fosse meu”.

Mario Draghi

O ex-chefe do banco da Itália recebeu a duríssima tarefa de suceder Jean-Claude Trichet na presidência do Banco Central Europeu, e foi recebido de maneira quase messiânica pela imprensa europeia que o batizou de “Super Mario”, e viu nele a única solução para a crise econômica que assola o continente. Nas suas primeiras medidas como presidente do BCE, Draghi baixou a taxa de juros do banco e comandou um programa de empréstimos que permitiu que os bancos pegassem US$ 640 bilhões para combater a crise.

Muammar Khadafi

O líder líbio ocupou as manchetes durante todo o ano, depois que as revoltas da Primavera Árabe chegaram à Líbia. Enquanto o país ia pouco a pouco sendo controlado pelos rebeldes, Khadafi reafirmava sua determinação em permanecer no controle do país, e de morrer em solo líbio caso fosse necessário. Isso virou verdade no fim de outubro quando Khadafi foi capturado e assassinado por um grupo de rebeldes em Sirte. As imagens chocantes da captura do coronel circularam o mundo e fizeram com que o Conselho Nacional de Transição iniciasse uma investigação sobre sua morte.

Nem

O traficante mais procurado do Rio de Janeiro foi finalmente capturado pela polícia quando fugia da favela da Rocinha no porta-malas de um carro dirigido por policias. Em entrevistas após a prisão, Nem afirmou ser fã do presidente Lula, do PAC e das UPPs, e disse que mais da metade de seus lucros no tráfico de drogas terminava nas mãos da polícia carioca.

Nicolas Sarkozy

O presidente francês começou o ano recebendo duras críticas por sua omissão nas revoluções que derrubaram os governos do Egito e da Tunísia, e, portanto, não poupou esforços para liderar as operações militares da Otan na Líbia, o que lhe rendeu um aumento na sua já fragilizada popularidade. Em outubro, Sarkozy voltou a ser criticado, dessa vez por ter dado a sua primeira filha com a atriz e cantora Carla Bruni, um nome italiano: Giulia.

Ollanta Humala

O tenente-coronel que na metade da década passada foi visto como a versão peruana de Hugo Chávez se apresentou de maneira mais moderada nas eleições de 2011, dizendo ser um seguidor do “lulismo”, e derrotando sua principal adversária, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Já no poder, Humala parece caminhar cada vez mais rumo à direita, tendo se livrado da maior parte de seus ministros esquerdistas.

Os 99%

A revista Time elegeu os manifestantes que agitaram as ruas do planeta como a personalidade do ano. Entre os muitos grupos de manifestantes que ganharam as páginas da imprensa em 2011, o movimento de ocupação de Wall Street certamente foi o que mais se destacou, conquistando a simpatia de nomes como o rapper Kanye West, a atriz Anne Hathaway e até mesmo o presidente Barack Obama; e a antipatia de figuras do Partido Republicano como Mitt Romney, que temia uma intensificação da guerra de classes nos Estados Unidos; Herman Cain, que considerou o movimento “anticapitalista”; e Newt Gingrich, que sugeriu aos manifestantes que “tomassem um banho e arrumassem um emprego”.

Osama bin Laden

A maior notícia para todo o planeta veio no início de maio com a morte de Osama bin Laden, em Abbottabad, no Paquistão. Procurado por quase dez anos pelos ataques aos Estados Unidos em setembro de 2001, Osama foi morto em uma operação de 38 minutos que contou com a participação de 79 soldados e um cão, e criou uma série de problemas, entre eles um estremecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Paquistão, a suspeita de que Bin Laden não foi, na verdade, morto pelos soldados norte-americanos (já que seu corpo foi jogado no mar e fotos de seu cadáver não foram divulgadas), e um debate sobre o uso da tortura na prisão de Guantánamo (de onde teriam vindo as informações sobre o esconderijo do terrorista, de acordo com o secretário de Defesa, Leon Panetta)

Princesa Amira Al-Talweel

Sem o véu tradicional das mulheres muçulmanas, e vestida à maneira ocidental, a bela princesa Amira Al-Talweel se tornou um novo sopro de esperança para os direitos das mulheres no mundo árabe, quando usou o Twitter para protestar contra a condenação de Shaima, uma mulher que deveria ser submetida a dez chibatadas por ter dirigido um automóvel na Arábia Saudita. Amira também foi um dos principais nomes na campanha que fez com que o rei Abdullah permitisse que mulheres votassem e concorressem a cargos eletivos nas próximas eleições sauditas em 2015, e é uma das maiores defensoras de melhores na educação feminina na Arábia Saudita.

Príncipe William & Kate Middleton

30 anos após o histórico casamento de seus pais, o príncipe Charles e a Princesa Diana, o príncipe William, filho mais velho do casal, casou-se na Abadia de Westminster com Kate Middleton, uma colega de faculdade com quem mantinha um relacionamento desde 2003, numa cerimônia transmitida pra dois bilhões de pessoas ao redor do mundo.  No fim, os custos do casamento e o beijo pouco apaixonado dos recém-casados geraram críticas no Reino Unido, enquanto a irmã de Middleton, Pippa, e seu vestido apertado, roubaram a atenção nas manchetes dos tablóides ingleses.

Rafinha Bastos

O comediante gaúcho teve um início de ano promissor, sendo eleito pelo New York Times, a figura mais influente do Twitter em todo o planeta, e lançando o DVD A Arte do Insulto. O bom momento de Rafinha acabou dando lugar a uma sucessão de polêmicas, nas quais o humorista foi criticado por fazer apologias ao estupro em suas piadas, foi dispensado do programa CQC da Rede bandeirantes depois de uma piada sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo, e deu respostas pouco educadas à jornalista Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, depois que ela criticou piadas de Rafinha sobre o ator Fábio Assunção e a operadora de telefonia celular Nextel.

Recep Tayyip Erdogan

O primeiro-ministro turco conquistou mais um mandato nas eleições gerais de junho, e foi presença constante nos noticiários internacionais, por sua defesa das revoluções da Primavera Árabe, e suas críticas ao governo de Israel. Erdogan também intensificou – depois de anos de diálogos com líderes do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão – a repressão aos curdos, não apenas na Turquia, mas também no norte do Iraque, onde o PKK tem bases de operações. No fim do ano, Erdogan também cortou relações com a França depois que o país decidiu criminalizar a negação do genocídio armênio, praticado pelos turcos no início do século XX.

Ricardo Teixeira

O presidente da CBF teve seu nome gritado nos estádios durante o campeonato brasileiro de 2011, não pelos melhores motivos: depois de ter seu nome envolvido em uma série de escândalos, que incluíam denúncias de suborno e propinas, Ricardo Teixeira disse que os ingleses que o acusavam estavam chateados por terem perdido o direito de sediar a Copa e que, enquanto estivesse na FIFA e na CBF , “a BBC não passaria da porta”, o que gerou o nascimento e crescimento do movimento “Fora Ricardo Teixeira”, que se espalhou pelo país. No momento a FIFA está sendo pressionada para revelar documentos que poderiam comprovar as denúncias contra Teixeira, e complicar a realização do torneio no Brasil.

Romário

Certos nomes eleitos para o Congresso Federal nas eleições de 2010 geraram desconfiança por parte da mesma população que os elegeu. O palhaço Tiririca e o pugilista Popó ainda não se destacaram como parlamentares, mas o atacante Romário não demorou para mostrar a que veio. Apesar de ter faltado às primeiras sessões do Congresso para disputar uma partida amigável de futevôlei numa praia carioca (o que ele negou numa entrevista à Playboy), e de ter sido flagrado dormindo durante uma sessão, Romário rapidamente assumiu o terno e a gravata, e se mostrou um dos mais vocais deputados no Congresso, o que já motivou uma possível candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.

Rupert Murdoch

O magnata australiano se viu no centro dos holofotes depois que uma de suas publicações, o tablóide News of the World se viu envolvido num enorme caso de escutas telefônicas. Executivos e editores do tablóide foram presos, e Murdoch foi descrito por alguns de seus ex-empregados como “alguém que usava grampos telefônicos em escala industrial, e uma pessoa para quem os fins justificam os meios”. “Ele criou o império midiático mais desonesto, corrupto e sem princípios da história do jornalismo”, disse o professor de jornalismo Karl Grossman, da Universidade Estadual de Nova York.

Ryan Gosling

Ignorado pela Academia no Oscar do ano passado, por seu desempenho em Namorados para Sempre, o ator canadense teve um ano agitado, e emplacou duas indicações ao Globo de Ouro, como melhor ator de comédia ou musical (por Amor a Toda Prova), e melhor ator dramático (por Tudo pelo Poder, o novo longa de George Clooney). Gosling também foi o astro do elogiado Drive, vencedor do prêmio de melhor direção em Cannes, e ganhou as manchetes depois que um vídeo amador, no qual ele separa uma briga nas ruas de Nova York, foi colocado no YouTube.

Scarlett Johansson

Embora tenha deixado o cinema um pouco de lado para se dedicar à musica e ao teatro, a bela atriz nova-iorquina, e nova musa de Woody Allen, esteve nas telas no novo filme de Cameron Crowe, Compramos um Zoológico, e nas páginas das revistas nas fotos de Os Vingadores, que será lançado no ano que vem. Mas em 2011, o nome de Scarlett esteve em evidência graças a fotos de 2008 que foram roubadas de seu celular, nas quais a atriz aparecia nua. “Conheço meus melhores ângulos”, disse Johansson, comentando a polêmica numa entrevista à revista Vanity Fair.

Sérgio Britto

O ator e dramaturgo, apresentador do programa Arte com Sergio Britto, da TV Brasil, morreu no último dia 17, no Rio de Janeiro, vítima de problemas cardiorrespiratórios. Sua morte foi lamentada por figuras como o governador Sérgio Cabral e a atriz Fernanda Montenegro, que descreveu Britto como “um homem excepcional e uma liderança”.

Silvio Berlusconi

Em janeiro, o ex-primeiro-ministro italiano se viu envolvido num escândalo que provou ser fatal para sua carreira política. Acusado de solicitar serviços sexuais de uma menor de idade – a dançarina do ventre marroquina Karima El Mahroug, também conhecida como Ruby Rubacuori – Berlusconi viu a opinião pública mundial se voltar contra ele. Ao longo do ano, relatos cada vez mais bizarros de casos de prostituição e corrupção, acabaram por enfraquecer a figura de Berlusconi, que deixou o cargo depois de perder a maioria no parlamento graças aos crescentes problemas econômicos da Itália, e renunciou em meados de novembro.

Sócrates

Enquanto seu nome ganhava força como uma alternativa a Ricardo Teixeira no comando da CBF, o Dr. Sócrates, ídolo da torcida corinthiana via sua saúde se debilitar. Em agosto, o craque foi internado graças a uma hemorragia digestiva, e na ocasião reconheceu ter problemas com o alcoolismo. A segunda internação, em dezembro, por uma suposta intoxicação alimentar que acabou causando morte por choque séptico. No dia de sua morte, o Corinthians, time que o consagrou nos gramados, se sagrou pentacampeão brasileiro.

Stephen Harper

O primeiro-ministro canadense conseguiu não apenas uma terceira vitória nas urnas em maio, como também pela primeira vez se viu à frente de um governo de maioria, quando os Conservadores conquistaram 166 cadeiras no Parlamento. O Canadá saiu praticamente ileso da crise mundial, e tem conseguido manter índices de desemprego cada vez menores, mas as posições de Harper com relação ao casamento gay, o aborto, às liberdades das minorias, e especialmente, o aquecimento global (o Canadá abandonou a conferência sobre o clima em Durban e se desligou do protocolo de Kyoto) têm gerado críticas ao primeiro-ministro não apenas em seu país, mas também entre liberais do Reino Unido e dos Estados Unidos.

Steve Jobs

O chefe da Apple não resistiu ao câncer contra o qual lutava há anos, e, em outubro, morreu na Califórnia, aos 56 anos, meses depois de ter deixado o posto de executivo-chefe da Apple. Ainda em outubro, foi lançada mundialmente a biografia autorizada de Jobs, escrita por Walter Isaacson, que menos de dois meses mais tarde, já ocupava o posto de livro mais vendido do ano na loja virtual Amazon, e teve seus direitos cinematográficos comprados pela Sony Pictures.

Vladimir Putin

Depois de um mandato como primeiro-ministro da Rússia, Putin confirmou o que há muito já era especulado, e anunciou sua candidatura à presidência do país em 2012. No entanto, o domínio de Putin sobre a política russa pode estar chegando ao fim. Protestos pedindo mais transparência do governo levaram uma multidão às ruas de Moscou, e podem pôr em risco o futuro político de seu principal comparsa, o atual presidente russo Dmitry Medvedev.

Yulia Tymoshenko

A ex-primeira-ministra da Ucrânia foi a julgamento em junho, acusada de ter forçado a companhia estatal de energia do país a fechar negócios com a Rússia, e condenada a sete anos de prisão por abuso de poder. Tymoshenko acusou o atual presidente ucraniano Viktor Yanukovych de “vingança”, já que ambos são rivais políticos de longa data, e sua prisão complicou os planos ucranianos de uma maior integração com a Europa Ocidental.

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Marketing: Sexo e propaganda no divã


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Formato fálico dos batons aumentou as vendas (Divulgação)

Sexo e propaganda no divã

Como Ernest Dichter, um assistente de Sigmund Freud, revolucionou a publicidade

Estes são tempos emocionantes para a pesquisa comportamental. Toda semana parece desvendar uma nova descoberta sobre como as pessoas são irracionais na hora de tomar decisões. Os seres humanos, pelo visto, são impressionáveis, emocionais e ilógicos. Nós compramos coisas que não precisamos, muitas vezes por preços arbitrários e razões tolas. Mas estas observações não são novidade. Analistas vêm estudando os instintos abobados do homem moderno por décadas. Sigmund Freud elaborou o argumento de que as pessoas são governadas por impulsos irracionais inconscientes há mais de um século. E nos Estados Unidos, nos anos 30, outro psicólogo de Viena chamado Ernest Dichter transformou essa percepção em um negócio de um milhão de dólares. Sua genialidade estava em enxergar a oportunidade que o consumismo irracional oferecia para o vendedor inteligente.

Ernest Dichter transformou as teorias de Freud em estratégias de marketing (Reprodução/AP)

Entre o final dos anos 30 e os anos 60 Dichter se tornou famoso por transformar os destinos de negócios como Procter & Gamble, Exxon, Chrysler, General Mills e DuPont. Sua ideia mudou a forma como centenas de produtos eram vendidos, de carros a misturas para bolo. Ele foi pioneiro em técnicas de pesquisa, tais como as discussões em pequenos grupos (focus groups, em inglês), compreendeu o poder da persuasão boca-a-boca e recebeu fortunas surpreendentes por suas teorias. No final dos anos 50 seus negócios atingiram um volume anual de um milhão de dólares (equivalente a oito milhões hoje emdia), e sua reputação era como a de um Freud da era dos supermercados.

Para entender o que realmente motivava as pessoas, Dichter dizia, era necessário fazer com que elas falassem por longos períodos de tempo sobre seus hábitos cotidianos. Ao invés de submeter muitas pessoas a questionários rápidos, ele preferia uma abordagem psicanalítica profunda com menos participantes: “Se você deixar que alguém fale por tempo o suficiente, você é capaz de ler as entrelinhas e descobrir o que ela realmente quer dizer.”

O consumidor no divã

O que torna sabão interessante? Por que escolher uma marca ao invés da outra? O primeiro contrato de Dichter foi com a agência de publicidade Comton, para ajudá-los a promover a marca de sabão Ivory. As pesquisas de mercado normalmente envolveriam perguntar aos consumidores coisas como “Por que você usa essa marca de sabão?” Ou, de forma mais provocadora, “Por que você não usa essa marca de sabão?”Dichter considerava essas perguntas irrelevantes, e preferia conduzir uma centena de assim chamadas “entrevistas profundas”, ou conversaslivres, sobre as experiências mais recentes de seus entrevistados.

A abordagem não era diferente de uma terapia, com Dichter tentando desencavar nas respostas indicações de motivos e desejos inconscientes codificados. No caso do sabão, ele descobriu que o banho era um ritual que proporcionava momentos de rara indulgência pessoal, em especial antes de um encontro romântico (“Nunca se sabe,” explicou uma mulher). Ele discerniu um elemento erótico no banho, observando que “uma das poucas ocasiões em que o norte-americano puritano pode acariciar o próprio corpo é enquanto passa sabão.” Quanto à razão dos consumidores escolherem uma marca em especial, Dichter concluiu que não era exatamente o cheiro ou o preço ou a aparência do sabão, mas tudo isso e algo além disso – isso é, a gestalt ou “personalidade” do sabão.

Fique mais limpo com Ivory Soap! (Divulgação)

Essa era uma grande ideia. Dichter entendeu que todo produto tem uma imagem, até mesmo uma “alma”, e é comprado não apenas para servir aos fins que lhe são próprios, mas por causa dos valores que ele parece personificar. Nossas propriedades são extensões das nossas personalidades, que servem como “uma forma de espelho que reflete nossa própria imagem”. A mensagem de Dichter para os publicitários foi: descubra a personalidade de um produto, e você vai entender como anunciá-lo. Sabonetes podiam ser velhos ou jovens, provocantes ou conservadores. Ivory, Dichter inferiu, tinha uma personalidade “sombria, utilitária, de limpeza cuidadosa e completa”. Tais percepções levaram aos slogans “Be smart and get a fresh start with Ivory Soap” – “Seja esperto e obtenha um novo começo com o sabonete Ivory.”

O caso de Dichter é uma mistura fascinante de ideias pouco convencionais e soluções agora tornadas convencionais. Para aumentar as vendas de máquinas de escrever, ele sugeriu que as máquinas fossem modeladas com base nas formas do corpo feminino, “tornando o teclado mais receptivo, mais côncavo”. As pessoas fumam, ele explicou, porque o cigarro é ao mesmotempo um símbolo de virilidade e uma desculpa legítima para interromper o dia por um momento de prazer, “comparável a chupar os mamilos dos gigantescos seios do mundo”. O formato fálico dos batons aumentou as vendas porque oferecia um convite subconsciente ao sexo oral (“mas é preciso tomar cuidado para não exagerar o tornar o paralelo óbvio demais,” alertou Dichter). As ameixas tinham um problema de imagem por serem vistas como um “símbolo da velhice”, como “solteironas enrugadas”.Para aumentar a demanda, Dichter sugeriu que elas fossem rotuladas como a “Fruta-Maravilha da Califórnia” e apresentassem ameixas frescas e suculentas nos pacotes. Desde então ameixas secas têm sido vendidas com as imagens de suas semelhantes mais jovens.

Nos postos Esso, colocamos um tigre no seu motor!

De volta a Viena

No início dos anos 60 a análise Freudiana estava em decadência. A cura através da fala de repente parecia vaga demais, muito pouco científica e por vezes estranha demais. Isso prejudicou o mercado para as ideias de Dichter, que eram muitas vezes profundas, mas ocasionalmente bizarras e impossíveis de se validar ou refutar. O aparecimento dos computadores nos anos 60 introduziu novos métodos quantitativos de se pesquisar o comportamento dos consumidores, o que prometia maior pureza científica.

Enquanto isso o desenvolvimento das ciências cognitivas no final dos anos 50 até os anos 70 oferecia novos métodos empíricos para se considerar coisas como memória e capacidade de resolução de problemas. Quando chegaram aos anos 80 cientistas dedicados a explorar o funcionamento do cérebro começavam a examinar como as pessoas processavam informação e tomavam decisões.

Porém desenvolvimentos mais recentes da neurociência inspiraram novos questionamentos acerca de instintos e desejos, profecias inconscientes e decisões impulsivas. Novas informações sobre a cognição humana trouxeram asciências exatas de volta para o mesmo tipo de problemas com os quais os psicanalistas de Viena se ocupavam há mais de um século.

“Nós completamos o círculo,” confirma Baba Shiv, diretor do Departamento de Gestão Estratégica de Marketing da Universidade de Stanford. “As emoções estão de volta, o inconsciente está de volta.” Agora está na moda estudar ondas cerebrais para ver o que é ativado quando se ouve as palavras “Coca Cola”, ou medir a dilatação das pupilas em reação a logotipos de marcas. Mas esses estudos não explicam por que algo acontece, ou que efeito isso pode ter no mundo real. Ao invés disso, eles abrem um campo para novas hipóteses, novos saltos de fé, novas formas de se contar histórias sobre as escolhas irracionais que as pessoas fazem. O comportamento humano permanece um mistério, e ainda não existe uma forma certa de se persuadir o público acomprar uma determinada marca de sabão. Ernest Dichter também sabia disso, mas suas histórias sobre o que nos motivas ainda são as melhores que se pode encontrar por aí.

O padrão de “beleza” dado como obrigatório.
 Quando o “belo feminino” se torna um pesadelo e uma obrigação..

A beleza é, em sua própria essência, algo muito relativo. Prova disto, é que os padrões de beleza modificaram-se no decorrer da história da humanidade. Dentro deste contexto, a mulher continua sendo o alvo mais visado da “estética” corporal dominante em nossa sociedade. A maior propagação dos “modelos de beleza” ocorre através dos grandes meios de comunicação social, os quais reforçam os ditames do consumismo capitalista, construindo um padrão de “beleza” dado como obrigatório.

Obs: CONFESSO: – Eu já tive uma Agência de Propaganda.  Não, Eu Não Me Arrependo de Nada

Não! Nada de nada…só depois compreendi a verdadeira a função propaganda.  É SÓ ISSO.  Hélio Araújo Silva)

Fontes:Economist – Retail therapy

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HAPPY NEW YEAR!


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FeuerzangenbowleHAPPY NEW YEAR!

When a New Year is just coming in the next door, we may leave our imagination be out of moorings, eventually choosing some phrases, poems or writings form some writers, poets or dreamers whose intellectual works have paved the way-in or out in modern society. We may start with a poem that had been written by Hans Magnus Enzesberger. It is, however, a very sarcastic poem about the middle class space, feelings and sociological commitments nowadays.

 

Middle class blues

 

we can’t complain.

we’re not out of work.

We don’t go hungry.

We eat.

the grass grows,

the national product,

the fingernail,

the past.

the streets are empty.

the deals have been clinched.

the sirens are silent.

all that will pass.

the dead have made their wills

the rain’s become a drizzle

the war’s not yet declared.

there’s no hurry for that.

we eat the grass.

we eat the national product

we eat the fingernails.

we eat the past.

we have nothing to conceal.

we have nothing to miss.

we have nothing to say.

we have.

The watch has been wound up.

The bills have been paid.

The washing up has been done.

The last bus is passing by.

it is empty.

we can’t complain.

what are we waiting for.

Instead of being sarcastic, we would take another way. We would try to discover our own path throughout the real or in the desirable world. We would aim to surpass the sarcasm of the poet, trying to rediscover the ingenuity and goodness that may be identified inside all of us. In this sense, we should sing like that:

http://youtu.be/acxnmaVTlZA

Auld Lang Syne

Should auld acquaintance be forgot,

And never brought to mind?

Should auld acquaintance be forgot,

And auld lang syne.

CHORUS:

For auld lang syne, my dear,

For auld lang syne,

We’ll tak a cup of kindness yet,

For auld lang syne!

And surely ye’ll be your pint-stowp,

And surely I’ll be mine,

And we’ll tak a cup o kindness yet,

For auld lang syne!

We twa hae run about the braes,

And pou’d the gowans fine,

But we’ve wander’d monie a weary fit,

Sin auld lang syne.

We twa hae paidl’d in the burn,

Frae morning sun till dine,

But seas between us braid hae roar’d

Sin auld lang syne.

And there’s a hand my trusty fiere,

And gie’s a hand o thine,

And we’ll tak a right guid-willie waught,

For auld lang syne.

               Otherwise, we may decide to get in touch with every people in the world, regardless of class, race, values, religion or political preference, trying to discover the very essence of happiness, serenity and peace, which may be related to the human beings, saying aloud:

Holding a new (or not so new) desire

We may say that,

as a citizen of a country,

the middle-class is sandwiched

between the upper and lower class…

As a citizen of the world,

middle class people are engulfed by different values, religions,  political frameworks and idiosyncrasies…

Middle class people, indeed,

may not be considered as a class in the strict sense of the concept itself.

If it is true, they could not even complain for anything…

Nevertheless, there is a consensus that it would be desirable that everyone could be fit as a middle class person.

It would be possible to surpass the class struggle constraints…

It would be easier to building up peace,

strengthen human rights goals and

even redesign a way into a non-materialist world…

It may be sound like a dream, for sure.

But not going in such way, the world may be in the risk of being surpassed by

undesired happenings,

like war, uncontrolled violence and unfreedom.

People, then, no matter where they have been suited in domestic or international scenario,

should start to change their own way to perceive the society and their social agents.

They have the duty to collaborate in the process

of building a new world and

in spreading of new values​​.

For preserving the quality of life related to our modern world.

No matter how hard their work will be.

No matter how long it will take.

No matter how impossible it seems to be.

That work has to be done.

No matter how difficult it looks like.

It is really urgent.

It has to be done over all.

And there is no time left.

It has to be done right away…

Dez maiores polêmicas brasileiras de 2011


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RETROSPECTIVA

Dez maiores polêmicas brasileiras de 2011

Relembre os principais assuntos do ano

2011 foi um ano movimentado na política brasileira (Reprodução/Internet)

Ficha Limpa

 

A lei complementar 135/2010, ou Lei da Ficha Limpa, foi aprovada em 2010 e tem o objetivo de impedir a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça por crimes como enriquecimento ilícito, lavagem e ocultação de bens, entre outros. Caso condenado por um colegiado de segunda instância o político fica impedido de se candidatar por um período de oito anos. A medida se aplica também aos que tenham renunciado a um cargo eletivo para não perder o mandato. No entanto, o STF ainda precisa julgar a constitucionalidade da lei e tomar uma decisão sobre quando ela entrará em vigor. No início do ano ficou decidido que a Lei da Ficha Limpa não seria válida para as eleições de 2010.

Mensalão

Depois de mais de cinco anos de perícias, investigações e coleta de depoimentos, o procurador-geral

da República, Roberto Gurgel, pediu em julho ao Supremo Tribunal Federal a condenação de 36 réus acusados de participação no esquema de compra de apoio político ao governo do ex-presidente Lula, conhecido como mensalão. O relatório do caso foi concluído, e o julgamento deve ocorrer em 2012. Caso sejam condenados, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares podem pegar até 111 anos de prisão.

Belo Monte

A polêmica sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, não é nova, uma vez que o projeto é planejado desde 1980. No entanto, este ano a questão ganhou mais visibilidade. Protestos de povos indígenas, de populações que seriam afetadas pela obra e de ambientalistas fizeram o projeto mudar ao longo dos anos, mas as alterações não foram suficientes para a aceitação da obra. Além disso, contradições nos dados que dizem respeito aos impactos e às vantagens da usina geram discussão sobre o custo-benefício do projeto em termos ambientais e econômicos. Em setembro as obras foram paralisadas a pedido da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat), que realiza atividades de pesca no local, mas em dezembro a liminar foi revogada.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio foi alvo de uma grande polêmica após o vazamento de questões da prova em 2011. 

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª região, em Recife, determinou a anulação de 14 questões para os alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, que tiveram acesso às perguntas em um simulado alguns dias antes da aplicação do Enem. O exame já havia sido alvo de falha de segurança em 2009, quando um vazamento de questões  provocou a suspensão da prova e realização de uma nova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.

Código Florestal

O plenário do Senado aprovou, com 59 votos a favor e sete contra, o projeto que reforma o Código Florestal. Das 86 emendas apresentadas, 60 foram rejeitadas e 26 acolhidas, incluindo o maior rigor para permitir que estados com mais de 65% de suas áreas em reservas ambientais reduzam de 80% para 50% a área destinada à reserva legal. Agora é preciso indicação por parte do ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico) e pelo conselho de meio ambiente dos estados da região amazônica. Um dos pontos mais polêmicos foi o que diz respeito aos manguezais, consideradas áreas de preservação permanente. A emenda aprovada permite atividades produtivas na área, mas limitadas a 10% da área para atividades realizadas na Amazônia Legal e a 35% nos demais biomas.

Faxina/Reforma Política

A faxina política de Dilma, que visa lutar contra a corrupção, levou à queda de sete ministros

(Antonio Palocci – Casa Civil, Alfredo Nascimento – Transportes, Nelson Jobim – Defesa, Wagner Rossi – Agricultura, Pedro Novais – Turismo, Orlando Silva – Esporte, Carlos Lupi – Trabalho).

A presidente pretende ainda fazer uma reforma política em conjunto com o Congresso em prol de mais transparência. “São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e aperfeiçoem as instituições, permitindo mais transparência ao conjunto da atividade pública”, afirmou Dilma.

Não-extradição de Battisti


O pedido de extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti gerou tensões nas relações diplomáticas Brasil-Itália, quando o então presidente Lula decidiu pela não extradição. Em junho deste ano, o STF validou a decisão de Lula, e o italiano ganhou liberdade e residência legal no Brasil. Battisti foi condenado pela Justiça italiana à prisão perpétua por participação em quatro assassinatos cometidos pelo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), grupo terrorista de extrema esquerda do qual era membro. Ele estava preso desde 2007 e negava autoria dos crimes. No final de 2008, o então ministro da Justiça Tarso Genro concedeu a Battisti status de refugiado político, argumentando “fundado temor de perseguição política” caso ele fosse enviado à Itália.

Marcha da maconha

A Lei de Drogas proíbe induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de drogas. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, a pedido da Procuradoria-Geral da República, mudar a interpretação desse artigo para permitir manifestações pró-legalização das drogas, como a Marcha da Maconha. O argumento é a defesa das garantias constitucionais de liberdade de expressão e de reunião.

União Estável Homoafetiva

Em decisão unânime o STF reconheceu a equiparação da união homossexual à heterossexual. Com a decisão homossexuais passam a ter direitos como pensão, herança e adoção. “Por que o homossexual não pode constituir uma família? Por força de duas questões que são abominadas pela Constituição: a intolerância e o preconceito”, disse o ministro Luiz Fux. De acordo com o censo cerca de 60 mil casais serão beneficiados com a decisão. O casamento civil, no entanto, não foi legalizado.

Royalties petróleo

A polêmica da divisão dos royalties do petróleo foi iniciada em 2009 após o então presidente Lula vetar um artigo de um projeto aprovado pela Câmara, que previa uma divisão mais igualitária das receitas entre estados e municípios produtores e não produtores.

A emenda foi bastante criticada pelos estados produtores, que realizaram manifestações como a Caminhada Contra a Injustiça em Defesa do Rio. Para incentivar a participação da população no ato, o governador Sérgio Cabral decretou ponto facultativo no serviço público estadual no dia dos protestos e Eduardo Paes fez o mesmo na prefeitura.

Divisão do Pará

O plebiscito sobre a criação dos Estados de Tapajós e Carajás terminou com a rejeição de ambos com 66,08% e 66,60%, respectivamente.
O STF determinou que toda população do estado deveria votar a divisão do Pará e não apenas os moradores que integrariam os novos territórios. O movimento separatista reclamava do isolamento e ausência do poder público na área. A criação de Carajás era apoiada por uma nova elite econômica que ambicionava a gestão de recursos minerais e a agropecuária local. Já a criação de Tapajós é uma luta mais antiga, iniciada há cerca de 150 anos, com a Cabanagem, revolta do século XIX.

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O quão verde é a sua árvore de Natal?


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Meio Ambiente

O quão verde é a sua árvore de Natal?

Consumidores e governos têm mostrado preocupação ecológica na hora da escolha do pinheiro ideal.

Por Fernanda Dias

Árvores verdes, brancas, de fibra óptica, com flocos que imitam neve. O que não faltam são opções disponíveis no mercado. Mas, para os ecologicamente corretos, a decisão sobre qual modelo comprar passa também pela questão ambiental. À primeira vista, levar um pinheiro natural pode parecer um sacrilégio, principalmente se ele for extraído de florestas nativas, prática comum nos países nórdicos. Uma consultoria ambiental canadense mostrou, no entanto, que comprar uma árvore artificial acreditando ser essa uma alternativa mais adequada pode ser um equívoco.

O estudo mostrou que um comprador precisaria usar por 20 anos a mesma árvore artificial para que ela se torne mais sustentável do que adquirir uma natural todo ano. Os cálculos incluem as emissões de gases de efeito estufa, o uso de recursos e os impactos na saúde humana, já que a maioria das árvores de plástico contém PVC, que produz agentes cancerígenos nos processos de fabricação e descarte.

Os pesquisadores estudaram especificamente as árvores compradas em Montreal que foram cultivadas no Quebec ou fabricadas na China. Os resultados, segundo os estudiosos, muito provavelmente devem ser diferentes para outras regiões. Para o especialista em resíduos e professor da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Emílio Maciel Eigenheer, o importante é fazer uma perspectiva de duração da árvore:

– Se a pessoa comprar um pinheiro e depois cultivá-lo para que ele dure dois ou três Natais é válido. Comprar um modelo de plástico para mantê-lo por vários anos também é uma boa alternativa. A grande questão é evitar o desperdício – diz ele, ressaltando que, independentemente da escolha, o cliente deve observar as indicações de fabricação, como a origem do pinheiro e se ele tem certificado.

Segundo o especialista, a planta dentro do vaso não se desenvolve rapidamente, e por isso é possível conservá-la por mais de um Natal. Depois, uma sugestão é plantá-la num jardim ou transformá-la em outros objetos. A preocupação com o descarte de árvores fez o designer francês Fabien Capello, que mora em Londres, recolher pinheiros que encontrava para fazer móveis, como bancos. Desde 2009, ele vem transformando as árvores que encontra pelas ruas. Em seu site, Capello diz que, em janeiro, cerca 1,8 milhões de árvores costumam ser jogadas fora em Londres.

Outra alternativa ao desperdício é usar a criatividade na hora de decorar a casa, como enfeitar uma planta que está esquecida em um canto em vez de comprar uma árvore só para o Natal.

Os governos também têm buscado dar bons exemplos na escolha dos enfeites das cidades. A prefeitura de Jacareí, no interior de São Paulo, por exemplo, há três anos realiza o “Natal Ecológico”, um concurso de decoração de praças que incentiva o uso de materiais recicláveis. Já a Secretaria de Cultura de Sergipe inaugurou uma árvore ecológica em Aracaju, que tem 15 metros de altura e mais de 15 mil garrafas pet. A Prefeitura de Boa Vista também optou por montar uma Árvore de Natal Ecológica. O exemplar da capital de Roraima é feito com aproximadamente 10 mil garrafas pet, totalizando sete toneladas de material reciclado.

Agora, como ressalta Eigenheer, não basta pensar apenas na árvore e mudar os objetos que a enfeitam todos os anos, o que também causa prejuízos ao meio ambiente:

– Não se deve criar uma regra, é preciso usar o bom senso. Tenho 64 anos e ainda guardo peças de quando era criança. Natal é memória. Além do lado ecológico, é bacana você olhar e reconhecer elementos que marcaram sua infância – afirma ele, lembrando que também não vale exagerar nos pacotes e embrulhos dos presentes.

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NOVO IMPLANTE APROVADO NO PAÍS CONTROLA GLAUCOMA “A nanotecnologia “


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NOVO IMPLANTE APROVADO NO PAÍS CONTROLA GLAUCOMA

Menor que um grão de arroz, um novo dispositivo de aço, implantado no olho, controla a pressão ocular em pessoas que têm glaucoma. Batizado de Ex-press, o produto será lançado no Brasil nesta semana, no 14º Simpósio Internacional de Glaucoma, que acontece entre os dias 26 e 28 de maio em Belo Horizonte (MG).

O dispositivo foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em abril. Nos EUA, ele foi aprovado em 2003, e na Europa, em 1999.

Estima-se que o glaucoma, principal causa de cegueira irreversível no mundo, afete 1 milhão de brasileiros. Há vários tipos de glaucoma. A forma crônica simples, que representa cerca de 80% dos casos e é mais comum nas pessoas acima de 40 anos, é causada por uma alteração anatômica no olho.

O implante é colocado, por meio de cirurgia no olho, entre a córnea e a esclera, sobre um orifício feito pelo cirurgião, por onde o líquido sai. Assim, a pressão baixa. Na cirurgia convencional, abre-se um orifício no mesmo local para que esse líquido possa escapar. “Mas, sem o dispositivo, não dá para controlar o fluxo e a abertura, que tende a cicatrizar”, diz Vital Paulino Costa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma e chefe do setor de glaucoma da

Unicamp.

A nanotecnologia chega à medicina

Se você ainda não ouviu falar em nanotecnologia – a criação de partículas ultra-pequenas – provavelmente está prestes a ouvir. Essa área da ciência atômica está em ebulição e a tecnologia crescente surge em praticamente todos os lugares. De cosméticos que podem ser espalhados na pele para captar a vitalidade da juventude a produtos domésticos que se mantêm limpos, nada está fora do alcance dessa tecnologia incrivelmente pequena. Essas minúsculas partículas mudarão para sempre a forma como pensamos, comemos, o que compramos e como praticamos a medicina.

A medicina está próxima de algo muito grande – na realidade, muito pequeno. O que antes era chamado de micro já não é mais tão pequeno. Para ser realmente minúscula, uma partícula deve ter pelo menos 1 bilionésimo de metro (10-9 m), portanto, deve ser muito menor que 80 mil nanômetros ou que a espessura de um fio de cabelo. Elementos dessa dimensão são chamados de nanopartículas. Elas têm propriedades que podem ser exploradas para manter as roupas limpas, melhorar a embalagem de alimentos, criar novos medicamentos que transportam drogas vitais a lugares inalcançáveis e produzir micro-dispositivos médicos capazes de fazer uma cirurgia atômica. Inacreditável? Pois prepare-se: os primeiros frutos dessa pesquisa estão prestes a entrar na prática clínica esse ano.

A ciência que possibilita tudo isso possível existe numa escala quântica/atômica. Ao variar a estrutura e a composição de materiais comuns, cientistas podem mudar dramaticamente suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Essas minúsculas nanopartículas podem viajar livremente pela corrente sangüínea para atacar um câncer específico ou ser colocadas num colírio para tratar glaucoma.

De acordo com a National Nanotechnology Initiative, o governo norte-americano gastou mais que US$1,05 bilhão em nanotecnologia apenas em 2006. A maioria dos cientistas concorda que o dinheiro está sendo bem investido. A National Science Foundation está financiando a National Nanotechnology Infrastructure Network (NNIN), rede de 13 universidades que formam um sistema nacional de centros de pesquisa e educação dedicados exclusivamente à ciência, engenharia e tecnologia em escala nano. Uma breve olhada nessa pesquisa recente já é suficiente para tirar o fôlego.

Legenda: Arte no computador de unidades para uma câmera de nanotecnologia dentro do corpo humano. Cada unidade fornece parte da imagem, semelhante aos olhos compostos de insetos. As unidades também são uma fonte de luz porque são bioluminescentes. O tamanho reduzido permite que as unidades individuais vejam qualquer área do corpo sem necessidade de operação. Essa figura é formada de imagens enviadas de volta a um receptor. Esse é um exemplo do desenvolvimento futuro da tecnologia microscópica para usos novos.

Aplicações médicas

Cientistas no Renssealer Polytechnical Institute criaram nanomateriais orgânicos em gel que podem encapsular produtos farmacêuticos, alimentícios ou cosméticos. Com essa tecnologia qualquer substância poderia virtualmente ser transformada num creme tópico. A nanotecnologia está sendo aplicada na criação de equipamentos médicos mais rápidos e com melhor custo-benefício. Na University of North Carolina em Chapel Hill imagens de tomografia computadorizadas foram criadas com raios x de nanotubo de carbono.

Imagens quantitativas de células são uma ferramenta importante para o diagnóstico de câncer e para medir a quantidade de agentes quimioterápicos que é de fato liberada a cada célula de câncer. Um nanotransistor químico novo possibilita a criação de equipamentos biomédicos ultra-sensíveis capazes de detectar um antígeno único numa amostra de sangue ou uma única célula cancerígena. Um sistema de liberação de droga baseada em nanopartículas, em que um campo magnético aplicado direciona o acúmulo de nanocarregadores com drogas em células de tumor, foi recentemente publicado na revista Molecular Pharmaceutics. Além disso, prata e ouro, metais preciosos que são ingredientes chave de nanocomponentes, podem ser desenhados para medir as reais quantidades de droga sendo absorvidas pelas células cancerígenas, segundo resultados de um estudo publicado em NanoBiotechnology.

Mesmo com todos os sucessos até hoje, pode ser que os fracassos é que tenham feito a maior contribuição. Desde que o mapeamento do genoma humano foi completado há anos, tem havido muito entusiasmo acerca da criação de tratamentos genéticos. O que poucos sabem sobre esse conceito é que a terapia genética convencional tem apresentado poucos sucessos até agora. Encontrar um meio adequado para transportar uma “droga” de ácido nucléico a uma célula alvo comprometida tem parecido impossível. Tipicamente, vírus mortos pelo calor têm sido usados como “táxis”, mas com pouco sucesso. Nanopartículas poderiam assumir o papel. Anexar moléculas grandes a pequenas partículas poderiam simplificar a tarefa de acertar o alvo e penetrar segmentos genéticos complexos.

Criar partes de substituição para uma população que está envelhecendo é uma tarefa assustadora. Usar a nanotecnologia, construir andaimes biológicos tridimensionais para a próxima geração de engenharia de tecidos será tão comum quanto criar frutas e vegetais. Esse conceito intrigante de polímeros com memória finalmente chegará a clínicas médicas esse ano. Tais materiais se transformam numa forma pré-determinada quando ativados por luz, calor ou campo magnético e podem ser implantados e ativados em qualquer lugar no corpo humano. A primeira dessas tecnologias aparecerá na forma de auto-suturas e aparelhos ortodônticos que se ajustam rapidamente. Há muitos outros no horizonte.

Aplicações oftalmológicas

De acordo Rutledge Ellis-Behnke, pesquisadora de cérebro e ciências cognitivas do MIT em Cambridge, Massachussets, o nervo óptico poderia ser regenerado com a nanotecnologia. Sua equipe de pesquisa cortou as estruturas visuais no cérebro de pequenos animais de laboratório, levando-os em cegueira. Depois, injetaram uma suspensão de aminoácidos críticos na área danificada. Esses polipeptídeos, ao se unirem a outros, montaram uma fibra em escala nano que fizeram uma ponte sobre o espaço deixado pelo dano. A formação de cicatrizes foi prevenida e o crescimento celular era possível. Aproximadamente 30 mil conexões de células nervosas foram restauradas em cada caso, permitindo que 75% dos animais enxergassem bem o suficiente para detectar e se virar em direção à comida.

A nanotecnologia pode fazer com que a não-adesão a uma droga seja coisa do passado. Imagine se tudo que um paciente de glaucoma tivesse que fazer para o tratamento mensal fosse colocar lentes de contato nos olhos. A idéia, obviamente, não é nova, mas a nanotecnologia pode finalmente fazê-la funcionar. Cientistas da Universidade da Flórida fabricaram lentes de contato hidrogel plantadas com partículas carregadas com drogas. Uma vez colocada no olho, um gradiente de difusão passivo libera as moléculas das nanopartículas dentro do olho. Existem planos para se testar o Timolol (Timoptic). “Outros pesquisadores tentaram usar lentes de contato para liberação de drogas, mas nossa abordagem é nova e nunca foi tentada antes”, diz Anuj Chauhan, da equipe de pesquisa da Universidade da Flórida.

s metais preciosos previamente mencionados podem provar que são realmente preciosos. Bilhões de nanopartículas de ouro poderiam ser colocadas num único colírio e depois aplicado topicamente para tratar glaucoma. Uma vez dentro do olho, ativando as nanopartículas de ouro dentro da malha trabecular usando um laser infra-vermelho Titanium-Sapphire poderia abrir canais de drenagem permanentemente obstruídos. Nanopartículas de prata cristalinas já disponíveis como antimicrobiais em roupagens e formas tópicas mais novas poderiam tornar infecções oculares uma coisa do passado.

Uma das adições mais importantes ao novo campo emergente dos inibidores de crescimento endotelial vascular pode ser a liberação intravítrea dessas moléculas potentes ao uni-las às nanopartículas. Ter livre acesso ao olho de fora da parede ocular eliminará virtualmente a necessidade de uma agulha e injeções intraoculares.

Indígenas brasileiros construirão oca eletrônica em conferência ambiental


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Indígenas brasileiros construirão oca eletrônica em conferência ambiental

Ouvir / Baixar

Um dos organizadores do projeto, Marcos Terena, contou à Rádio ONU que o espaço cultural deverá ser uma ponte de contato com indígenas de todo o mundo que estejam conectados à internet.

Foto: UN PHOTO

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A participação da comunidade indígena brasileira na Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, deverá inovar com a construção de uma oca eletrônica.

A informação foi dada à Rádio ONU pelo líder indígena, Marcos Terena. O objetivo é usar as novas tecnologias e as mídias sociais para conectar indígenas brasileiros com outros povos ao redor do mundo.

Articulação

Terena está em Nova York participando de uma reunião preparatória para a Rio + 20, ao lado de representantes de governos, funcionários da ONU e membros da sociedade civil.

“Nós estamos trabalhando com a construção de um espaço físico e cultural, que chamamos de carioca 2.  O objetivo é receber indígenas de todo o mundo. Nós vamos ter uma oca eletrônica para podermos transmitir ao vivo. Além disso, tem uma articulação que é mais política com os próprios irmãos indígenas do Brasil e de fora do Brasil. Queremos criar uma plataforma sobre economia verde, erradicação da pobreza e o tema principal que é desenvolvimento sustentável.”

De acordo com Marcos Terena, o Brasil tem 600 mil indígenas divididos em 240 povos e 180 línguas.

A próxima reunião preparatória da Rio + 20 deve ocorrer em fevereiro

Bóson de Higgs: a fantasia vira realidade. Ou quase


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The Economist

Bóson de Higgs: a fantasia vira realidade. Ou quase

Aqueles que procuram o bóson de Higgs podem, finalmente, ter encurralado a partícula que falta no Modelo Padrão da física

Bom, eles o encontraram. Possivelmente. Talvez.

Entender se físicos realmente descobriram o bóson de Higgs é quase tão difícil quanto rastrear a elusiva partícula subatômica em si. Leon Lederman, um dos principais pesquisadores no campo, certa vez apelidou o bóson de a partícula “maldita” (the “goddamn”  particle), porque ela tem se mostrado tão difícil de isolar. O nome foi mudado por um editor espertalhão para “partícula de Deus”, e assim nasceu a lenda. Outros jornalistas adoraram o bordão, perfeito para as manchetes. Físicos amaram a publicidade. CERN, o maior laboratório do mundo para a física de partículas subatômicas e o epicentro da caça ao Higgs usou a publicidade para ajudar a manter o fluxo de verbas de patrocínio.

CERN / divulgação

Bóson de Higgs sendo captado pelo detector CMU

Evento

E esta semana tudo pode ter valido a pena. Na última terça-feira, 13 de dezembro, dois dos pesquisadores na sede do CERN em Genebra anunciaram a um mundo sem fôlego de tanta excitação a descoberta de algo que se parece muito com o Higgs.

Cientistas vislumbram bóson de Higgs

Físicos do LHC, o maior acelerador de partículas do mundo, divulgaram os últimos resultados da busca pela partícula que confere massa aos tijolos fundamentais da matéria. A caçada de 40 anos, garantem, está chegando ao fim

Colisão de prótons

Colisão de prótons: imagem mostra colisão registrada no detector Atlas, do CERN. Colisões do gênero são realizadas na

O bóson de Higgs, para aqueles que não têm prestado atenção nas minúcias da física de partículas ao longo dos últimos anos, é uma construção teórica sonhada em 1964 por um pesquisador britânico, Peter Higgs, e cinco outros cientistas menos famosos. É a última peça não observada do Modelo Padrão, a explicação mais convincente disponível até agora para a forma como o universo funciona em todos os seus aspectos, exceto a gravidade (que é tratada pela teoria da relatividade geral).

O Modelo Padrão inclui partículas conhecidas, como elétrons e fótons, e as mais esotéricas, como os bósons W e Z, que carregam algo chamado de força nuclear fraca. A maioria dos bósons são partículas mensageiras que ligam outras partículas, como os férmions, umas as outras. Os bósons fazem isso através do eletromagnetismo e de uma mistura de forças nucleares fracas e fortes. A funcionalidade do bóson de Higgs, no entanto, é diferente. Ele serve para dar massa às partículas que pesam alguma coisa. Sem ele, ou algo parecido com ele, algumas das partículas do Modelo Padrão que têm massa (particularmente os bósons W e Z) não teriam massa. Sem ele o Modelo Padrão não funcionaria.

Os cientistas Guido Tonelli, Rolf-Dieter Heuer e Fabíola Gianotti anunciam a promissora descoberta (Foto: CERN/AFP)

Os físicos Fabiola Gianotti e Guido Tonelli — chefes de dois experimentos do CERN conhecidos como ATLAS e CMS – anunciaram que suas máquinas detectaram fenômenos que parecem vestígios do Higgs. São apenas os traços, ao invés de bósons reais, porque o Higgs nunca vai ser visto diretamente. O melhor que se pode esperar são indícios de pedaços de partículas de Higgs, que são o resultado de colisões frontais entre os prótons lançados em direções opostas em torno do acelerador gigante do CERN, o Large Hadron Collider (LHC). Objetos pesados, como bósons de Higgs, podem se romper de várias maneiras diferentes, mas cada uma dessas formas é previsível. Ambos os experimentos detectaram um número suficiente destes formatos previstos para despertar interesse, mas (ainda) não um número suficiente para constituir prova concreta de que eles viram partículas de Higgs ao invés de flutuações aleatórias.

O ponto crucial da descoberta — e a razão para tanta emoção — é que ambos os experimentos ATLAS e CMS (que estão localizados em diferentes partes do túnel acelerador em forma de anel do LHC) alcançaram os mesmos resultados. Ambos indicam que, se o que viram realmente são bósons de Higgs, então o bóson tem uma massa de cerca de 125 giga-elétron-volts (GeV) (nas unidades esotéricas que são usados ​​para medir o peso de partículas subatômicas.) A coincidência reforça a tese de que as partículas observadas são a coisa real, ao invés de flutuações identificadas ao acaso.

Os resultados também aumentam as esperanças dos físicos sobre experimentos futuros com o LHC. O Modelo Padrão, embora tenha resistido ao teste do tempo até agora, é tenuamente sustentado  por um grande número de pontos de interrogação matemáticos. A maioria destes iria embora, e uma visão muito mais elegante do mundo surgiria, se cada uma das partículas no Modelo Padrão tivessem uma ou mais partículas pesadas  acopladas. As massas desses parceiros desconhecidos, no entanto, estão relacionados à massa do Higgs. Quanto maior ele for,  maior serão as partículas acopladas. E se eles são grandes demais, o LHC não será capaz de encontrá-los. Felizmente para o futuro da física em geral, e do LHC em particular, um Higgs de 125GeV é leve o suficiente para algumas destas partículas serem encontradas pela máquina em Genebra.

Acorde, pequenina Susy

Este modelo de um mundo feito de partículas “parceiras” pesadas, que se sobrepõe à teoria familiar descrita no Modelo Padrão, é chamado de Superssimetria, e testá-lo era o verdadeiro propósito da construção do LHC. A busca pelo Higgs é uma busca pelo fechamento do velho mundo da física. Susy, como a teoria da Superssimetria é conhecida por aficionados, é a nova possibilidade. A grandeza particular desta Superssimetria que se propõe é que cada férmion conhecido teria uma parceria com um ou mais bósons hipotéticos, e cada bóson conhecido estaria acoplado a um ou mais férmions. Estas parcerias cancelariam os pontos de interrogação matemáticos e proporcionariam um resultado matematicamente mais puro. Por esta razão, Susy está no topo da lista do ”que vem a seguir” na mente da maioria dos físicos.

O novo modelo também pode responder a uma pergunta que tem intrigado os físicos desde 1930. Isto é: por que as galáxias, que parecem girar rápido demais para que sua própria gravidade consiga mantê-las coesas, não voam para longe? A resposta de sempre é  ”matéria escura”, algo que tem um campo gravitacional, mas que não interage muito com as três forças previstas no Modelo Padrão. Mas isso é simplesmente rotular o problema, e não explicar. Nenhuma partícula de bóson foi vista até agora, mas Susy prevê algumas, e como elas são das mais leves, devem (se existirem) estar dentro do alcance do LHC. Se, isto é, o que Gianotti e Tonelli viram são realmente bósons.

Ficheiro:Rolf-Dieter Heuer.jpg

Rolf-Dieter Heuer, chefe do CERN

Pode não ser. Como Rolf-Dieter Heuer, chefe do CERN, uma vez brincou, os físicos sabem tudo sobre o Higgs, menos se ele existe. Tecnicamente, isso ainda é verdade. Apesar de terem analisado mais de 380 trilhões de colisões entre prótons, os pesquisadores do CERN ainda não viram sinais do Higgs em um experimento individual que atenda aos seus exigentes padrões de que a descoberta tenha apenas uma chance em 3,5 milhões de estar errada. O número real no momento está mais próximo de um em 2 mil. Mas isso não leva em conta a coincidência entre os resultados dos dois experimentos independentes. E mais dados estão sendo processados ​​o tempo todo, por isso não deve demorar muito para que o resultado seja confirmado ou desmentido.

Se os experimentos forem refutados, haverá, sem dúvida, após todo o alvoroço, um período de desgosto e frustração. E então a busca será retomada, pois há ainda lugares inexplorados onde as provas para validar a teoria de Higgs poderiam estar se escondendo. Após uma busca de 47 anos, os físicos não dariam a caça por encerrada tão facilmente.

Fontes:Economist – Fantasy turned reality

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Homo sapiens’ pode ter surgido no Oriente Médio


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Evolução da espécie

Escavação em Israel aponta surgimento do ‘Homo sapiens’ há 400 mil anos (Reprodução/Internet)

‘Homo sapiens’ pode ter surgido no Oriente Médio

Estudo aponta o desaparecimento do elefante como fator determinante para evolução do ‘Homo erectus’ em ‘Homo sapiens’

Um estudo de arqueólogos da Universidade de Tel Aviv sugere que o Homo sapiens surgiu Oriente Médio há cerca de 400 mil anos por consequência do desaparecimento dos elefantes, que eram a principal fonte de alimentação do Homo erectus. Hoje, a teoria mais aceita é a de que o Homo sapiens surgiu na África há 200 mil anos.

Leia também: Encontrado novo antecessor do ‘Homo erectus’ Leia também:A história dos Homo sapiens antes do êxodo

O arqueólogo Ran Barkai, explica que o desaparecimento dos elefantes da região geográfica do Levante – onde hoje se encontram Síria, Líbano, Jordânia, Israel e os territórios palestinos – levou à evolução do Homo erectus ao Homo sapiens. “Quando os elefantes desapareceram, o Homo Erectus foi obrigado a buscar outros alimentos e teve que desenvolver uma agilidade mental e instrumentos que não tinha antes”, disse Barkai à BBC Brasil.

O Homo sapiens tem um cérebro muito mais desenvolvido do que o do seu antecessor Homo erectus.  A teoria de que a evolução teria sido impulsionada por necessidades de nutrição explica a evolução mais cedo no Oriente. Os pesquisadores explicam que, enquanto que no Oriente Médio os elefantes desapareceram há 400 mil anos, na África isso só aconteceu 200 mil anos depois.

Humanos modernos evoluíram na África há 200 mil anos, diz Barkai, e o paradigma mais aceito até então é o de que foi a primeira aparição do Homo sapiens. Descobertas arqueológicas nos dizem que os elefantes na África desapareceram junto com a cultura Aucheliana e com a emergência de humanos modernos lá. Apesar de ainda encontrarmos elefantes na África hoje, poucas espécies sobreviveram e não há evidências de que o animal possa ser encontrado em sítios arqueológicos com menos de 200 mil anos. A semelhança com as circunstâncias no Oriente Médio há 400 mil anos não é coincidência, dizem os pesquisadores. As descobertas sobre os elefantes e a dieta do Homo erectus não apenas dão uma explicação há muito aguardada para a evolução dos humanos, mas elas também põem em questão o que os cientistas sabem sobre o “local de nascimento” do homem moderno.

A equipe do Departamento de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv faz escavações na caverna Qesem, em Israel, perto da cidade de Rosh Haain desde 2000. No ano passado a equipe anunciou a descoberta de sinais de que o Homo sapiens já existia há 400 mil anos. “Desde a descoberta, há um ano, fizemos um trabalho de integração de todos os dados e chegamos à conclusão de que a nutrição é a chave do enigma”, disse Barkai.

Durante a análise das descobertas das escavações (desde instrumentos, restos humanos e de animais), a equipe concluiu que os instrumentos sofisticados, como pequenas facas fabricadas de maneira “sistemática”, só foram descobertos em camadas nas quais já não havia elefantes. Barkai explicou que o Homo erectus usava instrumentos maiores e menos sofisticados para caçar e repartir a carne dos elefantes. “O Homo erectus comeu elefantes durante 1 milhão de anos. Instrumentos mais sofisticados e menores são associados ao Homo sapiens“, afirmou.

A pesquisa

Os pesquisadores compararam suas descobertas com pesquisas feitas na África e verificaram que lá o surgimento do Homo sapiens também só aconteceu após o desaparecimento dos elefantes. Isso contribui para a tese de que a evolução humana teve ligação direta com a necessidade de buscar novas fontes de alimentos que eram menores e mais difíceis de caçar do que os elefantes.

Segundo Barkai a publicação do estudo suscitou ligações do mundo inteiro de cientistas interessados nas descobertas. “Com esse estudo conseguimos fornecer uma explicação para o aparecimento de resíduos com a idade de 400 mil anos, do Homo sapiens, na caverna de Qesem”, afirmou.

Fontes:Uol – Extinção de elefante fez surgir homem moderno no Oriente Médio, diz estudo

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A ditadura dos banqueiros


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A ditadura dos banqueiros

Alan Woods

 

A cada dia que passa, a crise econômica da Europa está se transformando em uma profunda crise política.

A Itália e a Grécia têm ambos novos governos – governos de “unidade nacional”, que prometeram resolver a crise econômica e financeira que abalou a Europa em seus alicerces. Que são estes supostos governos tecnocráticos e que representam?

“Democracia pura” é a frase mentirosa de liberal que quer enganar os trabalhadores. A história sabe da democracia burguesa que toma o lugar do feudalismo, e da democracia proletária que toma o lugar da democracia burguesa…
“Tomai o parlamento burguês. Será possível admitir que o douto Kautsky nunca tenha ouvido falar que os parlamentos burgueses estão tanto mais submetidos à Bolsa e aos banqueiros, quanto mais desenvolvida está a democracia? Daqui não decorre que não se deva utilizar o parlamentarismo burguês, pois em 1912-1914 conquistamos toda a cúria operária da IV Duma. Mas disto decorre que só um liberal pode esquecer, como Kautsky esquece, o caráter historicamente limitado e relativo do parlamentarismo burguês. No mais democrático Estado burguês, as massas oprimidas deparam a cada passo com a contradição flagrante entre a igualdade formal, que a “democracia” dos capitalistas proclama, e os milhares de limitações e subterfúgios reais que fazem dos proletários escravos assalariados. É precisamente esta contradição que abre os olhos às massas para a podridão, a falsidade e a hipocrisia do capitalismo. É precisamente esta contradição que os agitadores e propagandistas do socialismo denunciam constantemente perante as massas a fim de as preparar para a revolução! E quando começou a era das revoluções, Kautsky voltou-lhe as costas e pôs-se a celebrar os encantos da democracia burguesa moribunda (V. I. Lênin, A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky, 1918).

O domínio dos banqueiros
The Independent (de domingo, 20 de novembro) escreve:

“O poder político na Europa passou às mãos de uma pequena elite de tecnocratas. Dois dias depois de o economista Lucas Papademos ser empossado como primeiro-ministro da Grécia, outro tecnocrata, Mario Monti, foi convidado para liderar um novo governo de unidade na Itália”.

Não é isto perfeitamente claro? Na Itália e na Grécia, o poder político não reside nos governos e ainda menos no eleitorado. Ele se encontra nas mãos de uma pequena elite de tecnocratas não eleitos. Não serão os governos democraticamente eleitos, mas os tecnocratas anônimos do ministério das finanças alemão, do Banco Central Europeu, do FMI e da Comissão Europeia, que decidirão sobre as condições de vida no futuro do povo da Grécia, da Itália e de toda a Europa. O mesmo artigo de The Independent acrescenta:

“Tecnocrata aqui é um eufemismo para alguém que trabalhou no ou com o banco de investimento Goldman Sachs, apelidado nos círculos financeiros de ‘a lula vampiro’. O Sr. Monti foi membro do conselho de assessores internacionais de Goldman. Mario Draghi, o novo presidente do Banco Central Europeu, que controla a política monetária da zona do euro, é um homem Goldman. Também o é Antonio Borges que, até quarta-feira, dirigia a divisão europeia do FMI. O Sr. Papademos é um ex-vice-presidente do mesmo Banco Central Europeu; ele é também o homem que dirigiu o Banco Central da Grécia no tempo em que este país, como a Itália, usava derivativos complexos para reduzir o tamanho aparente de suas dívidas governamentais a fim de se qualificar para aderir ao euro. As regras do euro determinavam que tais dívidas não deveriam ser superiores a 60% do tamanho da economia. Quem estava por trás desta inteligente ideia? Os magos financeiros de Goldman Sachs”.

Na Europa dos bancos e grandes monopólios, a democracia é uma ficção conveniente. Na União Europeia (UE) nem o Conselho de Ministros nem a Comissão são eleitos diretamente, enquanto o Parlamento Europeu é uma mera conversa no varejo sem nenhuma expressão real nas grandes decisões. As regras do mercado, quer dizer, os conselhos de administração de um punhado de grandes bancos e monopólios, decidem tudo. Eles decidem o que acontece com a poupança, os investimentos, os seguros e pensões de milhões de pessoas. Eles metem os dedos em cada torta. Eles compram os funcionários públicos tão facilmente como se poderia comprar um quilo de batatas no mercado – só que um pouco mais caro.
O golpe dos banqueiros
Já nas páginas de O Manifesto Comunista, Karl Marx explicava que o executivo de um Estado moderno “não é mais do que um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”.
Em uma sociedade capitalista o domínio da lei, os direitos humanos, a liberdade de imprensa e tudo o mais são subjugados pelos imperativos econômicos do mercado. Em uma democracia burguesa todos podem dizer (mais ou menos) o que querem, contanto que os banqueiros decidam o que realmente acontece.
Na época do imperialismo e do capitalismo monopolista, isto é ainda mais verdadeiro que no passado. A burguesia finalmente pôs de lado a folha de parreira da democracia, que até então servia para esconder a realidade da ditadura camuflada dos bancos e monopólios. Os bancos e grandes monopólios encontram-se completamente envolvidos com o Estado. Os políticos são comprados e vendidos como qualquer outra mercadoria. Os governos são servos obedientes do grande negócio.
Na sexta-feira, 11 de novembro, Time Magazine publicou um artigo de Stephan Faris com o título: Mudança de regime na Europa: Equivalem a Grécia e a Itália a um golpe dos banqueiros? Ele diz o seguinte:

“A voz do povo não é algo que os mercados parecem querer ouvir nestes dias. Primeiro foi a Grécia, o berço da própria democracia, onde no início deste mês a mera menção de um referendo oferecendo aos seus cidadãos expressarem-se sobre uma série de graves medidas de austeridade foi o suficiente para enviar os mercados a uma queda em parafuso. Resultado final: o colapso da coalizão de governo do primeiro-ministro George Papandreou, a negativa de qualquer possibilidade de se consultar o povo e a instalação de um governo temporário sob a liderança de Lucas Papademos, um ex-vice-presidente do Banco Central Europeu e, até o início desta semana, professor-visitante em Harvard.
“Então veio a Itália. Como Atenas ameaçava vir abaixo, Roma viu-se sob pressão, não tanto por seu nível de endividamento – que apesar de alto égeralmente considerado dentro dos limites de sustentabilidade – quanto pelo comportamento errático de seu extravagante primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. Na segunda-feira, sete de novembro, os investidores pareciam ter tomadoa decisão coletiva de que ele não seria mais confiável à frente da terceira maior economia da zona do euro, visto que enviou os custos dos empréstimos da Itália a níveis de crise. Até o final da semana, não somente estava Berlusconi no fim, como também a própria ideia de convocar eleições para substituí-lo. Os mercados tinham falado e eles não gostaram da ideia de ir ao eleitorado. “O país necessita de reformas, não de eleições”, disse Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu em uma visita a Roma na sexta-feira”.

Pelos cantos do parlamento de Roma há o rumor de que a remoção de Berlusconi se deu através de um golpe dos banqueiros. “Ontem, na câmara de deputados, estávamos amargamente brincando de que estávamos indo para um governo Goldman Sachs”, escreveu Time citando um parlamentar do governo Berlusconi, que pediu para permanecer anônimo alegando sensibilidade política. O governo de Silvio Berlusconi finalmente afundou sob o peso de sua própria podridão, atolado em escândalos e fedendo à corrupção por todos os poros. Berlusconi se envolveu na mais escandalosa manipulação do processo legislativo para promover os interesses de seu império pessoal. Embora Berlusconi tenha sido formalmente eleito por milhões de votos, não representava o povo que o elegeu. Na realidade, ele não representava a burguesia italiana, ou melhor, não a representava adequadamente. Ele representava principalmente a si mesmo e ao seu sincero desejo de permanecer fora das grades da prisão.
Durante duas décadas, a classe política corrupta e degenerada da Itália permitiu que esta farsa continuasse, enquanto, simultaneamente, permitia que a Itália afundasse cada vez mais em dívidas. Agora a história lhes deu o troco. Mas o que o povo da Itália obteve com o seu afastamento? A imposição de Mario Monti como primeiro-ministro italiano, o equivalente a um “golpe do mercado”, que suspendeu o funcionamento normal da democracia parlamentar na Grécia e na Itália. Burocratas não eleitos em Bruxelas decidem quem está no comando de uma importante nação ocidental. A Itália é agora governada por um homem que nunca foi eleito para qualquer cargo público, assessor sênior de Goldman Sachs e antigo Comissário Europeu.
Monti é um dos economistas mais eminentes da Itália, mas nunca foi eleito por ninguém. O presidente italiano Napolitano chamou-o ao seu gabinete e o fez senador vitalício. Então, lhe pediu para formar um novo governo para governar a Itália. Ninguém sequer pensou se valia a pena pedir a opinião do povo da Itália sobre tudo isto. O que é interessante foi a facilidade com que os mercados foram capazes de chutar Berlusconi de seu gabinete. Ainda mais significativo foi a forma como eles o substituíram.
“A democracia tem sérias limitações”, disse Roberto D’Alimonte, professor de ciências políticas na Universidade LUISS de Roma. “Ela tem a capacidade de se matar, de se autodestruir. [Instalar um governo tecnocrático] não é bom ou mau. É necessário”.
Nestas palavras dúbias está contida a essência destilada de toda traição, hipocrisia e covardia da intelligentsia “liberal” burguesa. É a mentalidade servil e aduladora de professores universitários que se curvaram diante de Hitler e Mussolini, de Napoleão e Cavaignac. A coisa mais notável de todas é que tal aberração monstruosa é tida como algo perfeitamente normal e aceitável. Na verdade, é perfeitamente normal, mas as pessoas não opercebem.
A crise do referendo grego
A zona do euro colocou tremenda pressão sobre Papandreou para forçá-lo a realizar um selvagem programa de cortes a despeito de massiva oposição. Mas quando George Papandreou anunciou que realizaria um referendo para permitir ao povo confirmar ou recusar o último resgate da zona do euro, houve uma reação de horror nas capitais europeias. “O que é isto? Vão pedir a opinião dos gregos? Que sugestão mais monstruosa! Mendigos não têm escolha? Deixá-los pagar e boca calada!”. E se os gregos votassem pela recusa?
A proposta de referendo de Papandreou não foi feita a partir de algum fervoroso compromisso com os princípios da democracia, mas como um cínico gambito político. Contudo, não é necessário apoiar as políticas ou táticas de Papandreou para entender que o povo da Grécia tinha todo o direito de expressar uma opinião sobre o plano que significava um corte drástico em seus padrões de vida. Mas os banqueiros e os capitalistas acreditam em democracia somente enquanto ela não entrar em conflito com seus interesses ou não prejudicar seus saldos bancários.
O presidente francês Sarkozy expressou a atitude do burguês em relação à democracia muito bem quando disse: “Dar as pessoas uma voz é sempre legítimo, mas a solidariedade de todos os países da zona do euro não é possível a menos que cada um se comprometa com as medidas consideradas necessárias”. Em outras palavras: os interesses da zona do euro (quer dizer, da zona do euro dos banqueiros e dos capitalistas) deve ter precedência sobre a democracia. A partir daí os acontecimentos se sucederam com rapidez. Berlin e Paris se movimentaram para derrubar o primeiro-ministro grego. Merkel e Sarkozy exigiram de Atenas que demonstre seu compromisso com a união monetária. Esta foi uma rude chantagem e uma interferência grosseira nos assuntos internos de um suposto estado soberano. Aos olhos de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy o crime, tanto de Papandreou quanto de Berlusconi, foi que eles não fizeram o suficiente para defender os interesses dos banqueiros europeus – em particular os banqueiros franceses e alemães. O descontentamento dos líderes da França e da Alemanha foi o suficiente para provocar a queda dos dois homens – com um pouco de estímulo dos mercados de ações.
Papademos, economista como Monti, é um ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE). Portanto, goza da confiança dos mercados como um homem do qual se espera que avance até a conclusão o plano de austeridade. Por enquanto, os dois principais partidos políticos concordaram em apoiá-lo. Mas, quando as coisas começarem a ir para o brejo, eles podem renunciar a este compromisso.
A burguesia calcula que um suposto governo tecnocrático será capaz de manobrar entre os partidos para avançar legislação impopular. Afirmam-se estar acima da política, acima das classes e acima dos interesses dos partidos e facções. Nem Monti nem Papademos são responsáveis perante o povo em suas respectivas nações. Isto não é um problema. Na verdade, é a própria razão deles terem sido chamados.Seus patrões na União Europeia estão exigindo profundos cortes no gasto público, aumentos de impostos e outras medidas dolorosas. Nenhum político em seu são juízo desejaria enfrentar o eleitorado depois de fazer tudo isto. Assim, o cálice envenenado foi passado para um governo de tecnocratas não eleitos.
Quem realmente detém o poder?
No mesmo dia em que Time Magazine escreveu sobre “mudança de regime na Europa”, The Independent tinha isto a dizer sobre o assunto italiano e a crise na Europa: “O Banco Central Europeu está sob gestão ex-Goldman, e os graduados do banco de investimento dominam nos corredores do poder em quase todas as nações europeias”. Vale a pena refletir sobre estas linhas e sobre o que elas significam. O artigo continua:

“Mesmo antes da turbulência na Itália, não havia nenhum sinal de que Goldman Sachs vivia de acordo com sua alcunha de ‘lula vampiro’, e agora que seus tentáculos chegaram ao topo da zona do euro, vozes céticas estão levantando perguntas sobre sua influência. As decisões políticas a serem tomadas nas próximas semanas determinarão se a zona do euro pode ou poderá pagar suas dívidas – e os interesses de Goldman estão intrinsicamente ligados à reposta”.

Simon Johnson, ex-economista do FMI, em seu livro 13 Banqueiros, escrevendo sobre a influência política de Goldman Sachs, disse: “O que se tem na Europa é uma visão de mundo compartilhada entre a elite política e os banqueiros, um conjunto compartilhado de metas e de reforço mútuo das ilusões”. Esta é uma maneira muito polida de colocar as coisas. Seria mais correto dizer: Goldman Sachs tem seus tentáculos em todos os lugares e tem os governos em seu bolso. Em teoria, Goldman está lá para “dar conselhos” e financiar os governos, mas, na prática, é ele quem dá as ordens. Através de uma combinação de hábil intermediação, suborno, infiltrando sua gente no serviço público e incorporando ex-políticos em empregos lucrativos, que enreda os governos numa teia de aranha, onde a linha divisória entre o interesse público e o interesse privado é abolida. A partir deste fato podemos ver quem realmente detém o poder político. Não são os governos que governam o mundo: Goldman Sachs governa o mundo. Um punhado de indivíduos extremamente ricos nos conselhos de administração de um banco de investimento, o que se podia pensar como politicamente pernicioso, detém em suas mãos mais poder que 60,6 milhões de cidadãos italianos.
Tomemos Monti, como exemplo. Ele foi indicado para a Comissão Europeia em 1995 por Berlusconi. Como comissionário para a concorrência, deveria exercer controle sobre negócios de aquisições e fusões – o tipo de negócios em que Goldman Sachs estava envolvido. Mais tarde, ele presidiu o comitê do Tesouro Italiano sobre o sistema bancário e financeiro.
Naturalmente Goldman o convidou para se juntar ao seu conselho de “consultores internacionais”, que agem como lobistas informais para os interesses de Goldman junto aos governos e políticos. Entre estes se inclui Otmar Issing, membro do conselho do Bundesbank e, em seguida, do BCE, foi ele também um dos arquitetos do euro.
A Goldman Sachs Project é especialista no recrutamento de antigos políticos bem relacionados. Entre os proeminentes antigos políticos dentro do banco está Peter Sutherland, procurador-geral da Irlanda nos anos 1980 e também antigo comissionário para a concorrência da União Europeia. Agora ele é presidente não executivo do braço britânico da Corretora Goldman, a Goldman Sachs International.
Esta é uma das metades da equação. A outra metade consiste na introdução de agentes de Goldman no próprio governo. Como Mario Monti, Mario Draghi, que assumiu como presidente do BCE em primeiro de novembro, tem alternado períodos no governo e em Goldman. Economista por formação, ele era membro do Banco Mundial e diretor-gerente do Tesouro Italiano antes de passar três anos trabalhando como diretor-gerente de Goldman Sachs International entre 2002-2005. Agora retorna ao governo como presidente do Banco Central Italiano.
Capitalismo monopolista e democracia
Quando os coronéis gregos tomaram o poder em 1967, Phillips Talbot, embaixador dos EUA em Atenas, lamentou o fato como “um estupro da democracia”. Seu cínico chefe de estação da CIA respondeu: “Como se pode estuprar uma prostituta?”. A junta militar grega violou todos os direitos democráticos e condenou milhares à prisão e à tortura. Isto mostra a verdadeira atitude da classe capitalista em relação à democracia.
Os banqueiros e capitalistas europeus apoiam a democracia porque ela é a forma mais econômica de defesa de seus interesses. Mas quando ela deixa de fazê-lo, eles podem passar da democracia à ditadura com a mesma facilidade que uma pessoa passa de um vagão para outro. Os mesmos políticos que estão sempre fazendo discursos grandiloquentes sobre democracia no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria e Birmânia convenientemente esquecem a sistemática erosão dos direitos democráticos que foram conquistados através da luta pela classe trabalhadora da Europa e dos EUA. Seus interesses são defendidos por políticos e burocratas que agem estritamente de acordo com as leis da “economia de livre mercado”, que hoje só é livre na medida em que é livre para saquear os cofres dos estados nacionais. Soberania nacional se torna dessa forma uma frase vazia, tão sem sentido quanto “iniciativa privada” e “democracia” na época do capitalismo monopolista e do imperialismo.
Os chamados fundos de resgate do FMI e do muito apoiado pelos alemães Fundo Europeu de Estabilidade Financeira estão projetados, não para resgatarem a Grécia ou a Irlanda, mas para resgatar os bancos. Quem são estes credores que estão exigindo serem pagos? São os grandes bancos europeus e é sua saúde a principal preocupação dos formuladores de política. As brutais medidas de austeridade que serão impostas por governos “tecnocráticos” não eleitos em Atenas e em Roma foram ditadas pelos bancos.
O argumento de que “estamos todos juntos”, que se supõe ser a justificativa teórica para governos de “unidade nacional”, é falso até mais não poder. Enquanto milhões de pessoas simples sofrem cortes brutais em seus padrões de vida, os mesmos banqueiros que causaram o colapso financeiro de 2008 se concedem a si mesmos bônus suculentos. Negociantes habilidosos com informações privilegiadas fazem fortunas gigantescas se os mercados sobem ou baixam. Milhões perdem seus empregos, suas casas, seu futuro, mas os banqueiros ganham sempre.
Diz-se com frequência que os lucros dos banqueiros são justificáveis por causa dos riscos que assumem quando emprestam dinheiro. Mas, de fato, não há nenhum risco. A elite financeira sabe que os bancos serão socorridos com dinheiro público, e alguns deles estão agora até mesmo apostando nisto. “Meus antigos colegas do FMI estão se esforçando para tentar justificar resgates de 1,5-4 trilhões de euros, mas o que isto significa?”, disse Simon Johnson. “Isto significa socorrer credores 100 por cento. É outra ajuda aos bancos, como em 2008”. Esta é a forma correta de se colocar a questão.
Os governos europeus devem encontrar bilhões de euros, não para resgatar a Grécia ou qualquer outro país, mas, na realidade, para organizar mais um salvamento dos bancos. E para pagar a conta disto, espera-se empurrar para os ombros das massas o pesado fardo da austeridade, cortes nos padrões de vida e desemprego. Tudo isto para defender os interesses de Goldman Sachs e outras entidades financeiras parasitas que se inocularam ao corpo vivo da sociedade e que estão drenando seu sangue vital.
Toda a sociedade está sendo mantida como refém por um punhado de banqueiros ricos. Eles dizem: “ou nos dão o dinheiro que exigimos, ou vamos mergulhar o mundo no abismo de uma nova crise financeira, de um terrível colapso econômico que será pior que o último”. Estes métodos são fundamentalmente os mesmos usados pela Máfia, que exige dinheiro com ameaças. A única diferença é que a Máfia ameaça indivíduos ou empresas individuais, enquanto os banqueiros ameaçam nações inteiras e seus governos.
Luta de classes
Os governos da Itália e da Grécia estão efetivamente nas mãos dos bancos. E isto não é somente o caso da Itália e da Grécia, mas de cada país capitalista “democrático”. Na Grã-Bretanha, na Alemanha, na França e nos EUA é a mesma coisa: democracia se transformou numa expressão sem sentido. Ela foi esvaziada de qualquer conteúdo real que pode ter tido, e tudo o que ficou é uma casca vazia. As formas da democracia parlamentar permanecem, mas o conteúdo é: governo dos banqueiros, pelos banqueiros e para os banqueiros.
No curto prazo, foi fornecida uma desculpa através da ameaça de um colapso do mercado e de um subsequente colapso econômico. A nomeação de Mario Monti foi projetada para exercer um efeito calmante sobre os mercados. Parece ter funcionado – por enquanto. Doctor Johnson uma vez advertiu de forma excelente: “Confie nisto, senhor, quando um homem sabe que vai ser enforcado em uma quinzena, ele concentra sua mente maravilhosamente”. Na Itália, a classe política olhou para o abismo e concentrou sua mente imediatamente. Mario Monti foi recebido com aplausos no senado quando tomou sua cadeira senatorial em 11 de novembro. No mesmo dia, a bolsa de valores do país subiu 3,68% enquanto o novo Salvador do capitalismo parecia estar à mão. Inicialmente, pelo menos na Itália, os protestos emudeceram. A razão disto não é difícil de entender. Depois do governo de Berlusconi, qualquer coisa parece melhor. Mas esta tolerância não vai durar muito. No fim das contas, nem Papademos nem Monti serão capazes de avançar qualquer coisa se não houver um consenso sólido sobre o que deve ser feito. E a falta de consenso em breve ficará exposta, levando a uma nova explosão de desacordo e raiva popular. Já houve manifestações de estudantes. E isto é apenas o início.
Temporariamente, é possível que o povo possa estar disposto a aceitar as novas imposições e os pacotes de austeridade. Mas este arranjo frágil não vai durar. Todas as manipulações de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy e de todos os banqueiros do mundo não evitarão uma explosão da luta de classes. A turbulência social nas ruas de Atenas retornará e será replicada nas ruas da Itália.
Na Grécia, depois de dois anos de lutas constantes, pode haver um elemento de cansaço e confusão. Ninguém mais acredita na classe política. A grande maioria das pessoas é contra as medidas de austeridade, mas não vê alternativa. Ela teme a perspectiva de uma saída precipitada do euro com ainda mais caos e tumultos. Mas quando o povo entender que o governo de “unidade nacional” está realizando um programa de austeridade ainda pior que o de Papandreou, ele irá às ruas novamente.
A ideia de “unidade nacional” é o mais vazio de todos os slogans políticos vazios. A “unidade” que eles têm em mente é a unidade entre o cavalo e o cavaleiro que sobe às costas do cavalo e crava as esporas em seus flancos. Não pode haver questão de unidade entre ricos e pobres, exploradores e explorados, trabalhadores e capitalistas. A fim de resolver os problemas da sociedade é necessário dar um fim à ditadura dos banqueiros de uma vez por todas.
Em todos os lugares, a burguesia está tentando tirar todas as conquistas da luta da classe trabalhadora ao longo dos últimos 50 anos. Na Grã-Bretanha, os conservadores e liberais democratas ameaçam limitar o direito de greve, que já tinha sido severamente circunscrito. Mas tais medidas não deterão a luta de classes. O que está escrito na organização da classe trabalhadora não pode ser abolido pelo golpe de caneta de um advogado. Naturalmente, a classe trabalhadora deve lutar em defesa de suas conquistas. Vamos lutar pelos direitos democráticos na medida em que esses direitos retiverem até mesmo o conteúdo progressista mais leve. Fazemos isto não porque somos adoradores servis da democracia formal, mas porque entendemos que a democracia burguesa fornece aos trabalhadores um terreno mais favorável sobre o qual desenvolver a luta de classes.
A imposição de um governo não eleito dos chamados tecnocratas não vai parar a luta de classes. A burguesia logo vai descobrir que está se apoiando numa muleta quebrada. Esses governos não serão mais fortes que os baseados em partidos políticos e em políticos eleitos, e sim infinitamente mais fracos. Em breve, serão postos de lado pelo movimento de massas.
Se a via da democracia parlamentar for bloqueada, a classe trabalhadora irá encontrar outros meios de se expressar. Ele se expressará através dos mecanismos de ação direta e da luta de classes: greves, greves gerais e manifestações de massa. Os trabalhadores e a juventude entenderão que representam um poder colossal que nenhum Estado, exército ou polícia pode deter. Eles perceberão a verdade das palavras do grande líder revolucionário francês Camille Desmoulins:
“Lesgrandsnesontgrands que parce que noussommes à genoux: Levons-nous”.
[Eles só parecem poderosos aos nossos olhos porque estamos de joelhos: levantemo-nos”.
Tradução de Fabiano Adalberto