Ação pelas mulheres combate ‘militarismo’
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Ação pelas mulheres
combate ‘militarismo’
Campanha global 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da
Violência Contra as Mulheres critica uso de medo e agressões para a resolução
de litígios
Combater
o militarismo, estrutura que cria uma cultura de medo e abrange o uso da
violência para a resolução de
Leia também |
PNUD lança índice de disparidade de gênero |
litígios. É com esse objetivo que o Centro de Liderança Global
da Mulher, dos Estados Unidos, dá início, nesta quinta-feira, à 20ª edição
da campanha mundial 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
Assim
como ocorre desde 1991, a iniciativa é realizada entre 25 de novembro, Dia
Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, e 10 de dezembro, Dia
Internacional dos Direitos Humanos, a fim de estabelecer um link simbólico de
combate à violência de gênero e destacar que esse tipo de ato é uma violação
dos direitos humanos.
O
período, que registra mobilização de aproximadamente 3.400 organizações de 164
países, abrange outras datas significativas, incluindo 29 de novembro, Dia
Internacional da Defesa dos Direitos Humanos da Mulher; 1º de dezembro, Dia
Mundial da Luta Contra a Aids; e 6 de dezembro, que marca o Massacre de
Montreal – quando, em 1989, um aluno entrou armado em uma universidade e matou
14 estudantes.
Entre
os eventos previstos para o Brasil estão um ato solene da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres
de Salvador, que contará com a presença da ministra da SPM (Superintendência de
Políticas para as Mulheres), Nilcéa Freire, um seminário em Brasília sobre a Lei Maria da Penha, e uma semana de eventos em defesa do combate à violência doméstica,
em Londrina (PR).
Sob
o tema “Estruturas da Violência: Definindo as intersecções do Militarismo e da
Violência Contra as Mulheres”, a edição 2010 foca em um tema que não se
restringe às zonas de guerra e nem se limita à esfera pública.
Segundo
dados da ONU, uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada, coagida
sexualmente ou vítima de algum tipo de abuso. Além disso, mulheres e meninas
que vivem em países afetados por conflitos armados sofrem o risco de serem
estupradas enquanto vão buscar água. Mas mesmo os lugares que não estão
experimentando diretamente um embate não estão isentos do militarismo: pode-se
enviar tropas, produzir e vender armas e investir em militares de governos
estrangeiros em vez de apoiar esforços de desenvolvimento.
A
discussão ao longo dos 16 dias da campanha global vai tratar de assuntos como a
função das mulheres em negociações de paz, diplomacia e cargos decisórios; o
papel das armas de pequeno porte na violência doméstica; o abusos de direitos
sexuais e reprodutivos em situações de conflito e nas Forças Armadas; e os
gastos militares do governo em comparação com investimentos em programas
sociais.
De
acordo com os organizadores, as estratégias para reverter essa situação incluem
deixar de lado formas de masculinidade privilegiada, trazer mais mulheres para
a vida pública e criar um mundo construído em relações autênticas de confiança
e cooperação.
Sobre
a campanha
A
iniciativa 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres foi
criada pelo Centro para a Liderança Global das Mulheres e é apoiada pelo PNUD e
por outras agências da ONU, como o UNIFEM (Fundo das Nações Unidas para a
Mulher), o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OPAS
(Organização Pan-Americana de Saúde).
Gênero como Vetor de Desenvolvimento na construção do próximo PPA
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Gênero como Vetor de Desenvolvimento
na construção do próximo PPA
Nunca
é demais repetir que vivemos hoje um momento histórico particularmente
significativo para o nosso país e para as mulheres brasileiras, já que
conseguimos eleger a primeira presidenta do país. Este dado, por si só, já
seria um motivo de júbilo para todos nós, homens e mulheres, principalmente se
considerarmos os condicionantes culturais da política e de nossa própria
sociedade. Afinal, foi eleita uma mulher batalhadora, que não precisou atuar como
sexo frágil e nem precisou contar com privilégios para alavancar as suas
próprias conquistas. Uma mulher de personalidade forte, que não representa
apenas uma mudança de personagem político ou do universo das conveniências.
No
entanto, não é apenas este dado enfático que devemos festejar. Isto porque a
eleição de uma mulher para o cargo de presidente nos obriga a radicalizar o nosso
compromisso com o desenvolvimento de nosso país, e não apenas com a
ampliação de nossos espaços, além de exigir a nossa participação na
identificação das melhores estratégias para a consecução deste processo.
Nesta tarefa, o primeiro grande desafio
que ainda precisamos enfrentar exige uma luta
por significados. Este desafio é verdadeiramente crucial, porque, nunca é
demais repetir, ele exige coragem e ousadia em transcender o espaço das
conveniências, dos modismos, dos egocentrismos, dos privatismos ou dos
interesses imediatos. É por isso que, neste momento histórico específico, precisamos
ter muita clareza do nosso papel histórico como agente de
transformação. Daí porque, explicitar gênero como vetor de desenvolvimento e não apenas gênero
como conceito não pode ser confundido como uma decisão meramente
casual. Gênero como vetor de desenvolvimento implica em redimensionar papéis e responsabilidades, passíveis de
serem desenvolvidos, de uma maneira complementar, por homens e mulheres no
espaço-tempo. Gênero como vetor de desenvolvimento implica em introduzir uma
abordagem holística na história, forçando a aceleração de um ponto de inflexão
na história da própria civilização humana.
A
outra luta que teremos de realizar, não menos importante, porque implica na
concretização da própria luta promovida no terreno do simbólico é, de fato,
política. Isto porque, primeiro, é fato incontestável que países que não
conseguem capitalizar todo o potencial de metade
de suas sociedades estão alocando, de forma equivocada, seus recursos
humanos e comprometendo o seu próprio potencial competitivo. Até porque, as próprias
discriminações de gênero, somadas às de classe, raça e etnia, se somam para comprometer
as conquistas obtidas em todas as outras áreas sociais, contribuindo para
agudizar, inclusive, o próprio estado de violência de uma sociedade.
A
terceira luta que teremos enfrentar daqui para frente diz respeito a uma
redefinição de estratégias e prioridades nas políticas de gênero, de forma a
transformá-las, de maneira irreversível, em políticas públicas de gênero. Isto
requer uma tomada de decisão no sentido de consolidar a dimensão de gênero como unidade
de planejamento nas políticas públicas e de garantir a
orçamentação destas políticas no espaço de construção do próximo PPA. E
por que? Porque temos de aprofundar a luta pela transversalidade de gênero,
para transpor os limites impostos por empirismos, voluntarismos ou falta de
sensibilidade de agentes públicos; para transcender a multiplicidade e/ou
justaposição de ações; para consubstanciar a articulação institucional; para
construir indicadores adequadamente parametrizados; para garantir orçamento
próprio; e para consolidar, progressiva e irreversivelmente, a universalização
destas políticas enquanto políticas públicas.
Lutar pelo incremento das oportunidades econômicas e
da participação econômica das mulheres, portanto, tem de ser capaz de considerar
a guetização do trabalho feminino, a segregação ocupacional horizontal e
vertical, a curva de participação das mulheres no mercado de trabalho, o leque
de oportunidades para sua formação acadêmica e profissional, seu perfil
remuneratório, bem como o seu espaço no processo de formulação e execução do
orçamento público. Lutar pelo empoderamento das mulheres vai exigir o comprometimento
real (e não apenas estatístico) pelo incremento da representação das mulheres
nas estruturas de poder e pela garantia de sua participação na definição de
prioridades nos gastos públicos. Lutar por um maior equilíbrio das mulheres na
sociedade também vai exigir uma mudança do próprio discurso político, seja no
seio da família, escola, comunidade, sociedade, nação e no interior da própria
comunidade internacional. Lutar pelo fortalecimento do papel da mulher na
sociedade vai exigir o aumento da participação feminina nas esferas de decisão
e nas discussões sobre conteúdos curriculares e no processo de transmissão de
valores. Lutar pelo fortalecimento da saúde, do bem-estar e da qualidade de
vida das mulheres vai continuar exigindo a melhoria do acesso de homens e mulheres
a uma nutrição adequada, além de um maior comprometimento da própria luta contra
a violência com recorte de gênero. E, por fim, lutar pela reprodução da própria
sociedade de uma maneira digna, vai exigir o incremento da eficácia de gastos
governamentais na luta contra a feminização da pobreza.
Isto
porque, longe de ser apenas uma questão politicamente correta, o progresso das
mulheres constitui uma importante questão estratégica para o nosso país neste
atual momento histórico. Urge, portanto, desfetichizar o conceito de gênero
tratando-o como unidade de planejamento. Para
fortalecer o próprio processo de desenvolvimento do país. Para minimizar as
desigualdades que alimentam a violência. Para construir uma sociedade mais
igualitária e fraterna para todos. Enfim, para articular um novo pacto em nome
da Vida…
Lima
Comitê para as Questões de Gênero, do Ministério de
Minas e Energia (MME).
das mulheres na sociedade não significa apenas substituir um dominador
por outro", referindo-se à simples troca do homem pela mulher nos cargos
de poder. "A missão das mulheres (deve ser) radicalmente
transformadora”.
Provocação
Verônica Lima: "Na essência, aprofundar a luta pela
ampliação do espaço das mulheres na sociedade não significa apenas
substituir um dominador por outro", referindo-se à simples troca do
homem pela mulher nos cargos de poder. "A missão das mulheres (deve
ser) radicalmente transformadora”.
A coordenadora geral do Comitê Permanente para
Questões de Gênero do Ministério de Minas e Energia (MME), Verônica
Lima, afirmou que, para ampliar a participação das mulheres no espaço de
poder, é preciso atuar em duas frentes: “no espaço das consciências e
no terreno do real e da política”.
O que significa, segundo ela, transcender o espaço das conveniências,
dos modismos ou dos interesses imediatos. “Gênero não é apenas uma
decisão casual; gênero é uma variável socioeconômica e política, que
reflete papéis, responsabilidades e atividades diferenciadas”.
A segunda frente, continua Verônica, é a política. “Países que não
conseguem capitalizar todo o potencial de metade de suas sociedades
comprometem seu próprio potencial competitivo”, afirmou.
Antes de finalizar o discurso, a coordenadora chamou a
atenção para o relatório do Fórum Econômico Mundial, que aborda as
disparidades globais de gênero em 132 país. Nele, o Brasil aparece em
82º lugar, em 2009 – em 2005, o País estava em 51º.
O estudo avalia o comportamento de cinco variáveis: oportunidade
econômica, participação econômica, empoderamento político, conquistas
educacionais e de saúde e bem-estar. “É uma abordagem genérica, com
números absolutos, mas nem por isso serve como desculpa”. E concluiu:
“Precisamos, sim, continuar lutando para alcançar o terceiro Objetivo
de Desenvolvimento do Milênio, que trata da promoção da igualdade entre
sexos e autonomia das mulheres”.
Unasul recrimina golpes de Estado
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Presidente Lula discursa em reunião de cúpula da Unasul (Fonte: IG)
Unasul
recrimina golpes de Estado
A
organização aprovou cláusula para prevenir golpes, mas ainda não escolheu o
sucessor do ex-presidente argentino Néstor Kirchner
Os
países integrantes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram uma
“cláusula democrática” em uma reunião nesta sexta-feira, 26. O objetivo é
prevenir os golpes de Estado na região, informou o presidente da Venezuela,
Hugo Chávez.
O
documento permitirá a aplicação de sanções a qualquer país que sofrer tentativa
de golpe de Estado. A cúpula consentiu com medidas como o fechamento de
fronteiras, a suspensão do comércio, do tráfego aéreo e do fornecimento de
suprimentos em geral.
Segundo
o ministro das Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño, os países já
têm normas democráticas e um conceito de Estado de Direto estabelecidos. Caso
ocorra algum fato que interrompa a democracia em algum dos países-membro, os
chefes de Estado convocarão uma reunião para decidir se houve golpe e tomar
providências.
Alguns
países, como Peru e Chile, defendem um detalhamento das transgressões que
permitiriam sanções. Outros defendem a avaliação caso a caso.
Escolha
de um novo líder
A
reunião da Unasul, no entanto, acabou sem a escolha de um novo líder. Desde a morte do
ex-presidente argentino Néstor Kirchner a vaga de secretaria geral do órgão está em
aberto.
A
discussão estava na pauta da reunião desta sexta-feira, 26, mas não como
prioridade. Segundo Kwame McCoy, porta-voz do presidente da Guiana, Bharrat
Jagdeo, só houve uma conversa a respeito do assunto porque “não havia
candidatos formais”.
Entre
os possíveis nomes para sucessores, estão os do presidente Lula e do ex-presidente
uruguaio Tabaré Vázquez. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, afirmou que
os líderes se esforçariam para que Lula aceitasse o cargo.
Leia mais:
Equador:
Governo declara estado de exceção após protestos
Fontes: Folha.com –
Unasul aprova cláusula contra golpes de Estado, mas continua sem líder
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Errol Morris lança ‘Tabloid’ em Nova York
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CINEMA
Nas mãos de Morris, ‘Tabloid’ se torna uma obra muito maior (Fonte: DOC NYC)
Errol Morris lança ‘Tabloid’ em Nova York
Documentário ressuscita famoso caso de sequestro dos
anos 1970
“Estou sempre à mercê de minhas histórias”, disse
Errol Morris a um auditório lotado numa palestra na Universidade de Nova York.
Realizador de documentários, que se dedicou a revisar minuciosamente as
imprecisões históricas (“Sob a Névoa da Guerra”, “A Tênue Linha da Morte”),
Morris apresentou à plateia do auditório, seu novo filme, “Tabloid”. O filme
acompanha a estranha vida de Joyce McKinney, uma ex-miss do estado de Wyoming,
que se tornou alvo da mídia nos anos 1970, por ter supostamente raptado e
estuprado o amor de sua vida, um garoto mórmon chamado Kirk. A estória é
fascinante e lasciva, mas, nas mãos de Morris, “Tabloid” se torna uma obra
muito maior, sobre como conseguimos as informações e aquilo em que nos
permitimos acreditar.
Antecipando os críticos que podem encarar “Tabloid”
como um documentário menos sério que seus trabalhos anteriores, Morris afirmou
que o tema principal de seu filme é o amor, e perguntou à plateia: “o que pode
ser mais importante que isso?”
Carismática e de voz melosa, Joyce se tornou alvo de
um frenesi midiático quando contratou uma equipe de investigadores para
descobrir o paradeiro de seu namorado Kirk, que havia desaparecido subitamente.
De acordo com boatos internacionais, Joyce teria raptado Kirk de uma comunidade
mórmon em Londres e o levado sob a mira de uma arma até um chalé em Devon, onde
o manteve como refém por uma semana e abusou sexualmente dele. A consequência
foi uma trama recheada de viradas e surpresas que nem mesmo os maiores
produtores de telenovelas conseguiriam conceber, envolvendo disfarces indianos,
fotografias sadomasoquistas, acidentes quase fatais e clonagem de cães.
Mas os espectadores saem em dúvida com relação a qual
versão seria a verdadeira. A Joyce que nos é apresentada é agorafóbica,
solitária, e magoada por ter tido sua privacidade invadida. “Você pode contar
mentiras enquanto acreditar nelas”, ela admite no filme. E Morris nunca permite
que o público se sinta confortável com as histórias contadas (“A veracidade
aqui nunca é apreciada”, escreveu ele). O que é tido como a verdade coletiva
pode ser uma coleção de mentiras individuais, e as perspectivas privilegiadas
são quase sempre as mais míopes. É somente no fim do filme que se percebe que
não há nenhuma “história verdadeira”. “É doentio, triste e engraçado, mas, no
fim, é bem maior que isso. É uma meditação sobre como somos influenciados pela
mídia, e muito mais intensamente, por nós mesmos”, diz Morris.
A exibição foi ocasionalmente interrompida por gritos
misteriosos de “mentiras!” ou “Ela não!”. Somente após os créditos terem
passado e Morris ter subido ao palco para responder perguntas é que percebemos
que as manifestações vieram de Joyce, convidada pelo diretor para a sessão. Ela
sobe ao palco, aplaudida por uma plateia seduzida, usando um vestido rosa-shocking
e sapatos cintilantes. Numa coleira estava um de seus cinco pit bulls clonados.
Ao vivo, Joyce se comportou como na tela. Social,
espirituosa e escolada na oração teatral – utilizando pausas para efeito
dramático e repetições para ênfase (“Vivi com esse fardo por anos. Anos!”). Ela
reclamou que o filme errou em sua representação em alguns momentos e não culpou
suficientemente os mórmons. Joyce explicou que estava apenas procurando o amor
(“não estamos todas procurando, meninas?”) e se magoou com o uso da palavra
“obsessão”. “Fiquei magoada quando vocês riram”, disse ela ao público.
Morris esteve ao seu lado durante o tempo todo, quieto
e olhando para o chão. Finalmente, Thom Powers, diretor artístico do Festival
DOC NY e moderador da noite, finalmente interrompeu o monólogo de Joyce, mas
ninguém queria se separar dela. É verdade que “Tabloid” é um filme cativante,
mas depois de ver Joyce McKinney, é fácil perceber que ele não poderia ser
diferente.
Leia mais:
Adoráveis vilões de ontem, hoje e
sempre
Clássico do cinema mudo é assistido
po
Rede quer ampliar voluntariado acadêmico UFMG
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Rede quer ampliar
voluntariado acadêmico
UFMG
é única do Brasil entre 58 universidades ibero-americanas que estimulam
ações voluntárias; entidade quer ter mais parceiras no país
da PrimaPagina |
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Leia também |
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ONU prepara 1º relatório sobre |
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Uma rede de 58 universidades da América Latina e da
Espanha que estimula o voluntariado pretende ampliar sua presença no Brasil. A
tarefa de divulgar a entidade no país está a cargo do UNV (Programa
dos Voluntários das Nações Unidas), ligado ao PNUD.
Atualmente, a UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais) é a única instituição de ensino superior brasileira que faz parte da REDIVU (Rede Ibero-americana de Compromisso
Social e Voluntariado Universitário), que tem o objetivo de
estimular a academia a ser protagonista do desenvolvimento e da inclusão social
das regiões de seu entorno.
Apesar desse cenário, o país tem um papel importante
no setor, avalia a coordenadora de pesquisa da Secretaria Executiva da rede,
Grazia Maria Fiore. Ela destaca as campanhas de alfabetização voluntária
inspiradas em Paulo Freire e os primeiros passos do Projeto Rondon, que, entre
1967 e 1989, promoveu o contato de estudantes universitários voluntários com o
interior do país.
“O Brasil tem o mérito de ter assentado as bases
teóricas e práticas do extensionismo na América Latina, implementando valiosas
atividades com foco no desenvolvimento inclusivo da região”, afirma.
Por conta disso, Anika Gärtner, oficial de programa do
UNV no Brasil, afirma que a coordenação da REDIVU entrou em contato com a sede
da agência no país para tentar aumentar a participação brasileira. “A principal
dificuldade é a falta de informação sobre a rede. Antes só existia material em
espanhol, mas hoje temos muita coisa em português. Já há por aqui uma visão de
intercâmbio, de contato com outras universidades, então o potencial existe. E
há também algumas instituições com experiência em voluntariado, então tem tudo
a ver”, comenta. O UNV vai divulgar a rede em todos os seus eventos, como forma
de estimular a adesão das academias.
A REDIVU foi criada em abril de 2009 por uma
iniciativa de PNUD, AECID (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o
Desenvolvimento), UNV, Universidade Autônoma de Madri, Universidade Nacional
Autônoma do México e União de Universidades da América Latina e do Caribe, e
reúne instituições de 16 países.
Entre as atividades que desenvolve incluem-se cursos e
intercâmbio de experiências presenciais e virtuais. Na área de pesquisa, o Observatório Ibero-americano de Compromisso
Social e Voluntariado Universitário traz informações on-line sobre
as atividades de suas afiliadas, além de oferecer dados relevantes sobre o contexto
histórico, normativo e de políticas públicas sobre engajamento civil.
Mineração ilegal põe em risco rios e florestas
No Peru, a mineração ilegal do ouro está poluindo os rios (Fonte: Caiçara Expedições)
Mineração ilegal põe em risco rios e florestas
Combate à exploração clandestina do ouro mobiliza
exércitos de países do continente
A riqueza das minas de ouro é um dos motivos pelos quais
a economia do Peru deve crescer 9% em 2010. Mas o preço elevado do ouro, do
qual o Peru é o sexto maior produtor do mundo, também trouxe uma consequência
negativa: mineiros ilegais estão destruindo a floresta tropical do país e
poluindo os rios com toneladas de mercúrio, usado para separar o ouro dos
minérios.
Em Madre de Dios, no sudeste do país, exploradores
solitários deram lugar a mineiros ilegais em escala industrial que utilizam
escavadeiras e barcaças, e – de acordo com o Conservation International, um
grupo sediado em Washington – extraem cerca de 16 toneladas anualmente
(avaliadas em mais de US$ 690 milhões, de acordo com os preços atuais). O
ministro do meio ambiente, Antonio Brack, afirma que os mineiros derrubaram
mais de 150 mil hectares de floresta, e pesquisadores encontraram altos níveis
de mercúrio nos peixes pescados em Madre de Dios.
O governo recentemente convocou uma unidade policial
antiterrorista para combater os mineiros. Mas Brack acredita que apenas o
exército pode realizar a missão. Outros membros do governo afirmam que o
exército não pode ser usado contra cidadãos armados sem uma nova lei que
proteja as tropas de acusações de abusos contra os direitos humanos.
Essas preocupações não impediram que outros países da
América do Sul usassem seus exércitos contra os mineiros ilegais. Em outubro, o
presidente boliviano, Evo Morales, enviou tropas às planícies baixas da região
de Santa Cruz para combater a mineração do ouro. Lima afirma que a soberania
também corre riscos: muitos dos mineiros são paraguaios ou brasileiros, e mais
de 50 mineiros estrangeiros já foram presos pelos soldados.
Na Colômbia existem temores de que guerrilhas e
milícias paramilitares estejam lucrando com a mineração ilegal. O Equador e a
Venezuela também colocaram seus exércitos para agir contra os mineiros. Talvez
as Forças Armadas tenham descoberto seu novo papel – até que os preços do ouro
voltem ao normal.
Leia mais:
Minas brasileiras passam por raios X
Fontes: Economist
– Illegal mining in South America: Ungreen gold
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Entre a Utopia e a História
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Paulo Marçaioli |
O Mundo do Socialismo é obra pouco comentada e Identificamos em algumas passagens certa previsão de Um leitor apressado poderia desde já ir descartando Pois é dentro deste quadro de enfrentamento e A tônica anticapitalista do ensaio tem bastante Liberdade e Igualdade A liberdade e igualdade no capitalismo surgem como As saídas para o problema da liberdade e da Evidentemente, Caio Prado Jr. não funda teorias da Contrapartida Evidentemente, uma análise mais detalhada de um Sínteses Caio Prado Jr. escreve seu livro na condição de um Uma passagem final "Não se justifica assim qualquer atitude de Paulo Marçaioli é |
Universidade e racismo
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Universidade e racismo
by Antonio Ozaí da Silva in política, racismo, universidade
A questão racial põe em xeque a universidade e o que ela representa quanto ao saber hegemônico. De um lado, questiona o saber acadêmico e demanda o reconhecimento de outros saberes também legítimos, mas excluídos e/ou estigmatizados pelo campus. De outro, pressiona pela democratização do acesso e revela o ilusionismo da ideologia meritocrática e dos mecanismos pretensamente democráticos para decidir quem tem o direito de freqüentá-la.
A universidade está diante da necessidade de repensar o seu papel e relação com a sociedade. Isso produz insegurança, especialmente na classe média. A resistência às medidas que democratizam a universidade, não apenas no que diz respeito ao ingresso mas também em relação ao seu funcionamento interno – por exemplo os concursos para docentes –, é um dos efeitos visíveis. É a própria idéia de que no Brasil vivemos sob a democracia racial que se encontra na berlinda.
No movimento desencadeado pela adoção de políticas afirmativas, incluindo as cotas raciais, há um claro desafio à hegemonia e à hierarquização dos saberes. Se a polêmica em relação às cotas aponta necessidades imediatas, a sua essência é o questionamento de uma educação colonizada, branca, machista, eurocêntrica e desligitimadora dos saberes não aceitos pelos cânones. Os negros e pobres são rechaçados não apenas porque tiram as vagas da classe média, mas também porque são caracterizados como ignorantes, cujo saber e cultura não merecem reconhecimento, e são considerados incapazes de assimilar a cultura oficial, pretensamente erudita e científica. A acusação de que as cotas colocam em risco a qualidade do ensino universitário é sintomático desta forma de pensar.
A universidade é influenciada pelo racismo presente em nossa sociedade, afinal ela não é uma ilha isolada ou uma espécie de paraíso da racionalidade (a razão e a ciência não são imunes ao racismo e já houve épocas que o legitimaram). Contudo, a acusação de racista é algo que não deve ser usado indiscriminadamente, sob o risco da sua banalização e da injustiça contra o oponente. É puro sectarismo declarar que esta ou aquela instituição e/ou indivíduo é racista simplesmente porque se posiciona contrário às cotas. O mundo não se divide entre cotistas e não-cotistas e a adoção de cotas raciais não é consensual nem mesmo entre os negros e os seus movimentos.
Se de um lado é possível identificar sectarismo entre os defensores das cotas raciais, por outro, muitos dos seus críticos levantam a acusação de racismo invertido. Para estes, os afro-descedentes estimulam o racismo ao insistirem em suas reivindicações. Numa argumentação simplista, a defesa da cota racial provocaria o ódio do branco na medida em que este se vê ameaçado de perder a sua vaga na universidade e, efetivamente, ao perdê-la. O(a) branco(a) reagiria emocionalmente por se sentir prejudicado e processaria o(a) negro(a). Só Freud explica! Se o ódio surge nestas circunstâncias, apenas comprova o racismo envergonhado, latente e imerso na alma de tal indivíduo. Observe-se ainda que a ameaça de processo indica condições econômicas e, portanto, é um indício de um certo estrato da sociedade que se considera lesada em seus direitos de ocupar o campus.
O racismo na sociedade brasileira, e conseqüentemente também presente na universidade, ainda que disfarçado sob os auspícios da ideologia do mérito e da racionalidade científica, não será suprimido apenas pela adoção das cotas raciais. Ele está introjetado, ainda que latente, até mesmos em muitas das cabeças pensantes do campus. Se ele aflora em momentos como este, é a prova de que permanece como um traço cultural e social da nossa formação histórica.
Psicopatia pode estar ligada a ‘desligamento’ de módulos cognitivos
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CIÊNCIA
Hannibal Lecter (Fonte: Kobal)
Psicopatia pode estar ligada a ‘desligamento’ de
módulos cognitivos
Dupla de pesquisadores realiza testes e associa
comportamento de psicopatas à evolução
As prisões estão repletas de psicopatas. Dizem as
más-línguas que os conselhos empresariais também. A combinação de uma propensão
a correr riscos de maneira impulsiva com a ausência de culpa ou vergonha (as
duas principais características da psicopatia) pode levar o indivíduo a uma
carreira no crime ou no mundo dos negócios. Essa conclusão levou a um debate se
o fenômeno é uma aberração ou se algo favorecido pela seleção natural, ao menos
nos casos em que a incidência é rara entre a população. Afinal, o conselho é um
local desejável, e, antes da invenção das prisões, o crime compensava.
Para analisar o caso, Elsa Ermer e Kent Kiehl da
Universidade do Novo México, em Albuquerque, decidiram testar as sensibilidades
morais dos psicopatas e suas atitudes em relação aos riscos. Os resultados não
provam que a psicopatia é adaptável, mas sugerem que ela depende de mecanismos
específicos (ou de uma ausência específica deles). Essa especificidade costuma
ser um resultado da evolução.
Estudos anteriores mostraram que os psicopatas têm
níveis normais de inteligência (eles raramente são gênios como Hannibal Lecter,
o sinistro serial killer de filmes como “O Silêncio dos Inocentes”). Sua
ausência de culpa e vergonha não é fruto de concepções erradas sobre o certo e
o errado. Pergunte a um psicopata o que ele faria em uma situação específica, e
ele certamente lhe dará aquilo que os não-psicopatas chamariam de resposta
certa. A grande questão é que o psicopata não agiria de acordo com esse
conhecimento.
Ermer e Kiehl suspeitam que embora os psicopatas
tenham a habilidade de dar a resposta apropriada quando confrontados com um
problema moral, eles não chegam a essa resposta pelo processo psicológico
normal. Em particular, os pesquisadores crêem que os psicopatas talvez não
tenham a noção instintiva dos contratos sociais – as regras que regem as
obrigações – que outros têm. Para examinar esta ideia, a dupla usou um jogo
chamado de teste de cartas Wason.
A maioria das pessoas entende os contratos sociais
intuitivamente, sem necessidade de analisá-los racionalmente. O teste Wason
apresenta dois problemas idênticos: um descrito em termos gerais, e outro nos
termos do contrato social. Por exemplo, a primeira apresentação pode conter
quatro cartas, cada uma delas com um número em um dos lados e uma cor em outro.
As cartas mostram 3, 8, vermelho e marrom. A regra a ser testada é a seguinte:
“se uma carta mostra um número par em um dos lados, seu outro lado será
vermelho”. Quais cartas você precisa virar para saber se regra foi violada?
Soa simples, mas a maioria das pessoas erra. Ermer e
Kiehl recrutaram 67 prisioneiros e os testaram para avaliar se eles exibiam
traços de psicopatia. Dez deles eram inegavelmente psicopatas. Trinta não eram.
O resto teve resultados intermediários. Quando a dupla testou as habilidades
dos prisioneiros no teste geral, eles perceberam que os psicopatas foram tão
bem quanto os outros. No caso de problemas apresentados como contratos sociais,
ou questões envolvendo riscos a serem evitados, os não-psicopatas tiveram um
índice de acertos próximo dos 70%, os psicopatas acertaram uma média de 40%, e
os intermediários tiveram resultados entre esses níveis.
Os testes Wason sugerem que a análise dos contratos
sociais e dos riscos representa o que os psicólogos evolucionários chamam de
“pacotes de módulos cognitivos” de adaptações mentais que atuam como órgãos
especializados para algumas tarefas. Os novos resultados sugerem que, nos
psicopatas, esses módulos teriam sido desligados.
Pesquisas mais aprofundadas serão necessárias para
determinar como os módulos de risco e contrato social que governam a psicopatia
são controlados. Mas outros fenômenos que se assemelham a doenças são comprovadamente
mantidos pela seleção natural. A anemia falciforme, causada por genes que
protegem o organismo contra a malária, é o melhor dos exemplos. A explicação
para a psicopatia pode estar aí.
Leia mais:
Psicopatas teriam conexões
defeituosas no cérebro
Fontes: Economist –
Psychopathy: Socially challenging
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Cientistas descobrem bolhas de energia gigantes no centro da galáxia
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Divulgação Científica
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Mistério
Bolhas de energia têm origem misteriosa (Fonte: Nasa)
Bolhas de energia têm origem misteriosa (Fonte: Nasa)
Cientistas descobrem bolhas de energia gigantes no centro da galáxia
Bolhas gigantes se estendem por 50 mil anos-luz e produzem energia equivalente a cem mil ‘supernovas’. Origem ainda intriga astrônomos
A descoberta de duas bolhas de energia de procedência desconhecida no centro da Via Láctea vem intrigando cientistas. As bolhas, que emanam raios-gama, se estendem, juntas, por 50 mil anos-luz, e contêm uma energia equivalente a 100 mil explosões de supernovas.
Apesar de não saberem a origem das bolhas, os cientistas têm algumas teorias. Uma delas é que elas são alimentadas por uma onda de nascimentos e mortes de estrelas no centro da galáxia. Outras provas sugerem que elas podem estar ligadas ao gigantesco buraco-negro no meio da Via Láctea.
“E nós achávamos que sabíamos muito sobre nossa própria galáxia”, declarou David Spergel, astrofísico da universidade de Princeton.
Os pesquisadores, contudo, já destacam a possibilidade de se tratar de “matéria negra”, que cientistas acreditam compor um quarto do universo. Segundo teorias, as colisões de partículas de matéria negra poderiam produzir raios gama, mas a “aura” formada, ao contrário da das bolhas, seria difusa.
“A matéria negra existe há bilhões de anos”, explicou Doug Finkbeiner, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian Center em Cambridge (EUA), líder do grupo que descobriu as bolhas. “Se algo está acontecendo há bilhões de anos, não deve ter bordas nítidas.”
Finkbeiner e os outros cientistas, contudo, defendem que a descoberta não significa que não haja matéria negra no centro da Via Láctea, mas apenas que ela é mais difícil de ser vista.
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Fontes: Nytimes – Bubbles of Energy Are Found in Galaxy
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