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Marx voltou e ameaça ficar


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Marx voltou e ameaça ficar

 

 

 

 

Filosofia e Questões Teóricas

Carlos Abel Suárez

Marx e Engels


Por ocasião dos primeiros sinais
da atual crise econômica mundial, antes ainda do estouro da bolha das
hipotecas norteamericanas, iniciou um movimento que muitos denominaram o
"retorno" de Marx. Revistas de atualidade e de ampla circulação
internacional publicaram sua inconfundível imagem em suas edições. O destaque
de capa era Marx.

Em algumas pesquisas relevantes,
Marx foi eleito como um dos pensadores mais destacados de todos os tempos.
Quando das operações de resgate financeiro, nos principais jornais norteamericanos
se alternavam como insulto ou como elogio a retomada das idéias daquele
personagem tão querido quanto odiado, nascido em Tréveris, em 1818. Não faz
muitos anos, sua memória estava sepultada e sua obra engavetada e degradada
por pseudoexegetas, interpretadores falsários e filisteus de toda pelagem,
processo vitaminado pela direitização da social-democracia e pela implosão da
União Soviética.

Mas o Marx original, sua obra –
despojada das versões de tantos "marxistas" que tanto ele como
Engels desprezavam já em vida – apenas começa a se projetar nos círculos
acadêmicos, nas tertúlias da esquerda e nos debates políticos coerentes. No entanto,
segundo o atual retrato do mundo, na economia, na política e na cultura,
parece que as idéias de Marx e Engels poderão seguir ilustrando grande parte
do século XXI.

Muito se perguntarão: o que é o
projeto MEGA? Não se trata de um dispositivo eletrônico para espionar
comunicações ou do desenho de uma nova represa gigantesca? Trata-se, na
verdade, de um dos maiores empreendimentos editoriais da atualidade e,
possivelmente, um dos mais destacados de todos os tempos: a nova edição
crítica das obras completas de Karl Marx e Friedrich Engels (Marx-Engels
Gesamtausgabe). O professor Michael Krätke, coeditor da nova MEGA, explicou
durante quase duas horas as características desta espetacular iniciativa, em
uma conferência realizada na Universidade de Barcelona, às vésperas do
encontro internacional de Sin Permiso, realizado em Madri, em dezembro
último.

O auditório da conferência –
majoritariamente formado por acadêmicos e estudantes conhecedores da obra de
Marx – foi surpreendido por alguns trechos da minuciosa e apaixonada
exposição de Krätke, tanto por sua qualidade acadêmica, rigor conceitual,
contextualização histórica e domínio dos temas sobre os quais trabalharam
Marx e Engels, como pelas descobertas que virão a público com a nova MEGA.

É conhecido que os textos de Marx
e de Engels sofreram múltiplas manipulações. Krätke assegurou que não há um
só dos livros publicados que tenha respeitado a versão original, seja por
questões políticas ou pela caprichosa tesoura dos editores. Krätke lembrou
que a primeira iniciativa de reunir e publicar toda a obra de Marx e Engels
iniciou em 1911, dirigida pela socialdemocracia alemã, com a participação de
Karl Kautsky, Augusto Bebel e Eduardo Bernstein. Em seguida, o projeto passou
para as mãos da União Soviética, em 1922, sob a direção de David Riazanov,
até este ser destituído por Stálin, em 1931, e fuzilado anos mais tarde, em
1938, juntamente com seus companheiros da velha guarda bolchevique.

Na MEGA contemporânea, que
começou a ser desenhada em 1960 e, estima-se, deve estar concluída em 25 ou
30 anos, trabalham 80 colaboradores de 8 países e 3 continentes. O plano
original, explicou Krätke, contempla a publicação de aproximadamente 164
volumes, compreendendo os textos original, mais todos os anexos.

Os princípios acordados para o
imenso reordenamento e revisão de manuscritos, vários deles inéditos, livros
e artigos publicados, mais toda a correspondência Marx-Engels – e a destes
como amigos, colaboradores e editores – são o respeito e a fidelidade com o
original, além da certificação de sua autenticidade e sua preparação para
serem editados de forma completa e integral. A equipe multidisciplinar que
trabalha no MEGA realiza um acompanhamento da evolução dos textos, discute
exaustivamente os mesmos, evitando ao mesmo tempo os comentários políticos.

Com a perícia de um arqueólogo
que vai limpando com cuidado as peças de um achado para não danificá-lo,
Krätke expôs as vicissitudes pelas quais passaram os trabalhos de Marx mais
difundidos. Todos têm sua história, suas polêmicas, as marcas da manipulação,
do silenciamento. Há "montanhas" de papéis: fichas, apontamentos,
cartas, cadernos com cálculos matemáticos, que os entusiastas da MEGA ordenam
e classificam.

No plano da nova MEGA, O Capital
e todos os textos preparatórios e manuscritos, somam 15 volumes, a maior
parte deles já publicados em
alemão. A correspondência completa entre Marx e Engels e a
destes com terceiros, compreende 35 volumes. A coleção de extratos, fichas
bibliográficas e anotações marginais dos amigos inseparáveis, tomará outros
32, segundo o programa editorial.

É notável que, a 127 anos da
morte de Marx, ainda existam trabalhos inéditos do autor, observou Krätke. Um
deles sobre a crise financeira de 1857-1858 será publicado em breve. Segundo o
pesquisador alemão, que possui uma contundente trajetória como economista e
historiador, à qual se agrega seus conhecimentos da obra de Marx, o trabalho
sobre a crise de 1857 lança luz para entender melhor a crise financeira e
econômica atual. Aquela, como a atual, começou nos Estados Unidos1.

Krätke se encarregou de refutar,
à luz das investigações até agora realizadas, as especulações sobre as
diferenças entre Marx e Engels e as diligências deste em procurar ordenar a
publicar a obra inconclusa de seu amigo. Pode ter cometido alguns erros, mãos
o trabalho de Engels foi cuidadoso e respeitoso, assegurou.

A Espanha na obra de Marx

Mas se algo ilustra a erudição e,
cabe dizer também, a coragem de Krätke, é falar da história da Espanha, em
Barcelona, e diante de acadêmicos bem conhecedores dessa história. Um só dado
mostra bem a importância dos trabalhos de Marx e Engels sobre a Espanha: do
total da nova MEGA, uns 12 volumes contém seus ensaios, artigos e estudos
vinculados ao tema. Marx nunca visitou a Espanha, mas começou a estudar
espanhol em 1850 e, desde então, encontram-se em seus escritos citações de
clássicos como Cervantes e Lope de Vega.

Várias vezes em sua trajetória
intelectual, Marx realizou estudos sistemáticos sobre a história da Espanha.
Particularmente entre os anos 1847 e 1848, e depois durante os anos 1850 e
1851, 1854 e 1855 e, por último, entre 1878 e 1882m quase ao final de sua
vida. Em uma oportunidade, no período que vai de 1854 a 1855, Marx se pôs a
escrever uma história crítica das mudanças revolucionárias na Espanha,
precisou Krätke.

Por algum tempo, a partir de
1854, Marx escreveu sobre a situação política espanhola para o New York Daily
Tribune. Vários desses artigos tiveram a participação de Engels – e fazem
parte da seção da MEGA denominada "Espanha Revolucionária"2.
Sobre os motivos que levaram Marx a estudar a história e a política
espanhola, Krätke assinalou que encontrou aí algumas chaves importantes do
que seria sua teoria política, ou, dito de outro modo, a acumulação de
conhecimentos e papéis para elaborar uma teoria política.

"Marx não começa com as
"leis" da história", afirmou, "ele constata e discute os
fenômenos e as aparências, regularidades e irregularidades, e busca então as
explicações históricas. Marx estudou em profundidade, no caso espanhol, a
relação entre a formação das classes, a sociedade burguesa e o Estado
Moderno. Segundo Krätke, o modelo de um primeiro Império colonial global, a
forma curiosa que assumiu o absolutismo, o conceito de um liberalismo
avançado e o desenvolvimento revolucionário tão particular é o que fazia da
Espanha um campo de análise muito valioso para Marx. Entre outras coisas,
para entender a transição do feudalismo para o capitalismo. Transição para a
formação do Estado moderno, que, lembrou Krätke seguindo Marx, assumiu formas
muito diversas.

Um capítulo relevante na seção da
nova MEGA dedicada a Espanha trará os trabalhos de Marx sobre a Constituição
de Cádiz de 1812. Frequentemente se esquece a sólida e inicial formação de
Marx como jurista. A propósito da Espanha, volta a esses temas de seu
interesse com a crítica às interpretações contemporâneas da Constituição de 1812, a qual valorizava
por sua originalidade e pela situação política que dá origem a ela. Trabalho,
por sua vez, que desperta a preocupação de Marx para uma releitura da
Constituição francesa de 1791 e para a análise da Constituição espanhola de
1820. Nestes ensaios, observa Krätke, Marx reflete sobre a natureza das
constituições revolucionárias, sempre "impraticáveis" e
"impossíveis".

Ao retornar a suas investigações
espanholas, 20 anos depois, Marx revisa outra vez os vínculos entre Espanha e
a história política mundial, a formação do Estado moderno na Europa, depois
do ano 1000, a
Conquista e a Reconquista e o papel da Espanha como poder militar e imperialista,
observou ainda o coordenador da nova MEGA.

Uma vez terminado este grande
empenho da nova MEGA, seguramente as idéias de Marx e de Engels poderão
seguir ecoando na segunda metade do século XXI. Esta injeção de otimismo nos
animou após escutar as palavras de Krätke. Uma maior dose de otimismo
exigiria pensar que, na metade deste século, se terá liberado o mundo e o
marxismo da "leitura dogmática e clerical" de Marx e Engels, como
desejava Manuel Sacristán, ou da "clerigalla marxista", como
reclamava Franz Mehring em 1918.

NOTAS

1 Ver Michael R. Krätke,
Marx, periodista económico, en Sin Permiso Nº 6, Barcelona, 2010.

2 Com tradução e prefácio de
Manuel Sacristán, en 1960,
a editorial Ariel de Barcelona publicou con o título
de "Revolução na Espanha" os artigos jornalísticos de Marx e Engels
sobre a Espanha que se conheciam então.

Carlos Abel Suárez é integrante do Comitê de
Redação de SINPERMISO. Publicado em "Bitácora" do Uruguay.


NÃO

 

Senadores: quantos o eleitor vai escolher?


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ELEIÇÕES 2010

Eleitor deve escolher dois senadores

Senadores: quantos o eleitor vai escolher?

Entre as atribuições do cargo – além de suas
funções legislativas – o senador pode processar e julgar o presidente da
República.

Por Claudio Carneiro

O brasileiro tem o curioso hábito de reclamar da
classe política mas tem o estranho vício de – ele mesmo – eleger aqueles dos
quais se queixará no futuro. Bem que podia fazer diferente desta vez. Afinal,
além do presidente, o eleitor vai escolher em outubro seu governador,
senadores, deputado federal e deputado estadual. Senadores no plural, uma vez
que, dois serão os eleitos em cada um dos 26 estados e também no Distrito
Federal.

Os dois mais votados irão direto para a cúpula
côncava (a virada para baixo) do Congresso Nacional. Mas a pergunta é:
votaremos em dois candidatos ou somente em um? Se fizer uma rápida consulta aos
amigos, o leitor vai perceber que menos de 30% deles saberão a resposta certa.
Para esclarecer essa e outras dúvidas, pode-se ligar para o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em Brasília – (61) 3316-3000. O serviço funciona bem e o
consulente receberá a resposta por e-mail poucos minutos depois. Outra opção
seria ler a resolução nº 22.295 do mesmo órgão, assinada pelo ministro Ayres
Britto que diz: A urna exibirá ao eleitor, primeiramente, os painéis referentes
às eleições proporcionais; em seguida, os referentes às eleições majoritárias;
e, ao final, o referente à composição de todos os votos, na seguinte ordem:

– deputado estadual ou distrital (Castro Alves no
modelo simulado);

– deputado federal (Carlos Drummond de Andrade –
lá grafado com um “M” só);

– senador primeira vaga (Cazuza);

– senador segunda vaga (Elis Regina);

– governador de estado ou do Distrito Federal
(Monteiro Lobato);

– presidente da República (Vinicius de Moraes);

– quadro-resumo da votação e tecla verde para
confirmar ou laranja para reiniciar.

Enquanto escolhe seus senadores, o eleitor verá
também as fotos e nomes dos dois suplentes de cada um deles. O mesmo acontecerá
com os candidatos a vice-presidente e vice-governador. Para cada um dos votos
registrados será necessário apertar a tecla verde para confirmar. Este ato não
será definitivo mas deixará a salvo o voto até sua confirmação final após a
exibição do quadro-resumo. Em caso de algum engano, a tecla laranja reiniciará
o processo que somente será concluído após a confirmação final. O mecanismo não
permite que se escolha duas vezes o mesmo candidato. Isso anularia o segundo
voto.

Mas, afinal, o que faz um senador? Entre as
atribuições do cargo – além de suas funções legislativas – o senador pode
processar e julgar o presidente da República, seu vice, ministros do Supremo,
ministros de estado, comandantes das Forças Armadas entre outros cargos. Os
senadores escolhem ainda ministros do Tribunal de Contas da União, diretores do
Banco Central, procuradores da República entre outras responsabilidades e,
ainda, autorizam operações financeiras e investimentos em seus estados de
origem – esta a prerrogativa mais alardeada durante a campanha.

A voz do povo mais
afinada

Os votos dos quase 136 milhões de eleitores vão
escolher, entre 274 candidatos, os 54 novos ocupantes daquela Casa – dois
terços do total. Outros 27 – para totalizar os 81 senhores com mais de 35 anos
do Senado – terminam seus mandatos somente em 2014 quando um terço do senado
será escolhido. São Paulo tem o maior número de postulantes: são 18. O dado
curioso vem agora: Sergipe, o menor estado brasileiro, tem 14. Dá um candidato
para cada 87 km². Rio Grande do Norte e Piauí aparecem com 13. Em seguida,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão têm 12. Com 11 aparecem Rio
de Janeiro, Pernambuco e Bahia. São seis estados do Nordeste entre os onze com
mais candidatos.

Com 186 anos de existência – foi criado em 1824 –
o Senado pode abrigar numa única legislatura, astros de nossa música como o
cantor gospel Waguinho – pelo Rio de Janeiro – que integrou o grupo “Os
Morenos”, Netinho – por São Paulo – que foi do “Negritude Junior” – e ainda o
cantor sertanejo Renner – por Goiás – da dupla “Rick e Renner”. Pretendem ser a
voz do povo pelos próximos oito anos.

Assim como o TSE, o Senado também dispõe de um serviço de atendimento – o
Alô Senado – para informações e mensagens. A ligação é grátis: 0800-612211. O
serviço começa com uma inevitável gravação mas, em seguida, o atendimento é
feito por um funcionário bem treinado.

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Livro mostra que meios de produção do país pertencem a 6% da população


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Livro mostra que meios de produção do país pertencem a
6% da população

 

Economia e
Infra-Estrutura

Vinicius Konchinski

 

Os meios de produção de riqueza
do 
país estão concentrados nas mãos de 6% dos brasileiros. É uma das
conclusões apresentadas no livro Proprietários: Concentração e Continuidade
lançado em 2 de abril de 2009, na sede do Conselho Regional de Economia (Corecon),
em São Paulo.

A publicação é o terceiro volume
da série Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil, produzida por Marcio
Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e
vários economistas do órgão. Do livro, consta um levantamento que revela que,
de cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de
renda: empresa, imóvel, propriedade rural ou até mesmo conhecimento – também
considerado um bem pelos pesquisadores.

Em entrevista coletiva organizada
para o lançamento do livro, Pochmann afirmou que a concentração das
propriedades no Brasil é antiga e remete aos tempo da colonização. Desde a
concessão das primeiras propriedades agrícolas, passando pela
industrialização ocorrida no século 20, até o aumento da atividade
financeira, os meios de produção sempre estiveram sob controle da mesma e
restrita parcela da população nacional.

"A urbanização aumentou o
número de propriedades e de proprietários, mas não acompanhou o aumento da
população. A concentração permanece. Nós [brasileiros] nunca vivemos uma
experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso país",
disse.

De acordo com o livro, os
proprietários brasileiros têm um perfil específico comum. A grande maioria
tem entre 30 e 50 anos de idade, é de cor branca, concluiu o ensino superior,
e não tem sócios.

Para Pochmann, o quadro da
distribuição das propriedades brasileira é grave. O Brasil tem seus meios
produção de riqueza mais mal distribuídos entre os países da América Latina,
por exemplo. E isso não deve mudar em um curto prazo, segundo o economista.

"Estamos fazendo reforma
agrária desde os anos 50 e nossa distribuição fundiária é pior do que a de 50
anos atrás; nossa carga tributária onera os mais pobres; a única coisa que
vai bem é a educação", afirmou ele, citando dados que apontam que o
percentual dos jovens que frequenta a universidade passou de 5,6%, em 1995,
para cerca de 12%, em 2007.

Pochmann disse, porém que mesmo
com o aumento dos índices da educação, ele ainda está muito aquém do
encontrado na Europa, onde 40% dos jovens têm diploma universitário.
Ressaltou também que a mudança da distribuição das propriedades por meio da
educação é a forma mais lenta de justiça.

Agência Brasil, 3 de abril de
2009

Fonte:http://www.oeconomista.com.br/livro-mostra-que-meios-de-producao-do-pais-pertencem-a-6-da-populacao/

 


O efeito dominó da crise
financeira internacional

IHU On-Line

O Presidente do Instituto de 

Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcio Pochmann, avalia as mudanças
sociais em curso no Brasil e as possíveis conseqüências da crise financeira
internacional para o país

"Não temos uma indicação que
nos permita dizer que há uma redução na desigualdade do ponto de vista da
distribuição funcional da renda, mas, sim, no que diz respeito à distribuição
da renda pessoal do trabalho." A afirmação é do presidente do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcio Pochmann, em entrevista. Para
ele, "a questão da tributação assume relevância muito grande do ponto de
vista da justiça e do papel na questão da redistribuição dos ganhos de
produtividade, fazendo com que o país pudesse ter menos pobres e menor
desigualdade".

Marcio Pochmann é doutor em
Economia e professor do Instituto de Economia da Unicamp. Atualmente é o
presidente do IPEA.

IHU On-Line – Podemos identificar
realmente uma nova classe média no Brasil? O que poderia ser caracterizado
como essa nova classe social?

Marcio Pochmann – Nós, do IPEA, estamos
fazendo uma série de investigações sob o ponto de vista da mensuração das
mudanças sociais que estão em curso no Brasil. Achamos temerário usar o termo
"classe média", porque a definição de classe social implica uma
avaliação bem mais ampla, não apenas do ponto de vista da renda das pessoas.
Ela considera também a sua forma de inserção no mercado de trabalho, sua
participação em termos de propriedade e até mesmo seus hábitos de consumo e
status social. As informações que temos até o momento permitem
fundamentalmente avaliar melhores níveis de renda. Justamente por conta disso
que nós terminamos, então, fazendo um estudo que apurou basicamente as
mudanças sociais em função da renda. Nesse sentido, ao se considerar três
níveis de renda no Brasil (rendas muito baixas, intermediárias e superiores),
percebemos, sim, uma mudança social importante no que diz respeito ao
envolvimento de cerca de 14 milhões de pessoas entre o período de 2001 e
2007. E esse movimento maior se deu, basicamente, na passagem do primeiro
para o segundo terço da população, se a dividirmos em três partes (baixa,
intermediária e superior). Vimos também que um contingente de quatro milhões
de pessoas conseguiu sair do nível de renda intermediário para o superior.
Isso, em síntese, indica que estamos vivendo um quadro de mudança social, mas
nos parece ainda cedo para estabelecer que, de fato, se trata de uma classe
média na tradição da literatura de ciências sociais, que define com uma maior
complexidade o que seriam as classes em uma economia capitalista.

A partir do resultado das
pesquisas, que tendências se apresentam? Podemos vislumbrar uma maior
igualdade entre as classes, do ponto de vista da renda?

Podemos falar aqui em segmentos
de renda e não podemos nos esquecer que a pesquisa do IBGE, a PNAD, que é uma
das melhores pesquisas que temos no Brasil, mensura o rendimento do trabalho.
Estamos tratando da renda que advém do trabalho, adicionada a rendimentos de
programas públicos de aposentadoria, e mesmo de transferência de renda, com o
Bolsa Família, e isso diz respeito apenas a uma parte da renda do país. Se
somarmos a renda advinda da propriedade, como o lucro, juros, aluguéis e a
renda da terra, temos que lembrar que essas formas de renda não fazem parte
de forma ampla da pesquisa do IBGE, a PNAD. Portanto, quando tratamos dos
dados do IBGE, falamos em torno de 40% do PIB, que é a participação da renda
do trabalho na renda nacional. Nesse segmento de 40% da renda nacional,
verificamos uma melhor redistribuição inter-salarial, na medida em que se
reduz a diferença, que ainda é muito grande. No entanto, é importante dizer
que a desigualdade está diminuindo no que diz respeito ao rendimento do
trabalho. Isso é muito positivo, considerando a realidade brasileira. É bem
verdade que melhorou a renda do trabalho por conta do aumento do salário
mínimo, das ofertas de emprego e pelas próprias políticas públicas, mas, por
outro lado, também se percebem ganhos significativos de parte da renda da
propriedade. Os faturamentos e lucros das empresas têm aumentado no Brasil.
De maneira geral, portanto, não temos uma indicação que nos permita dizer que
há uma redução na desigualdade do ponto de vista da distribuição funcional da
renda, mas, sim, no que diz respeito à distribuição da renda pessoal do
trabalho.

Como entender a demonstração da
pesquisa do Ipea, que aponta que os ganhos de produtividade do trabalho estão
crescentemente acima dos ganhos propriamente salariais? Como obter mais renda
pelo trabalho e não pelos programas de transferência de renda?

De fato, esse é um gargalo
histórico desde que o Brasil avançou na sua industrialização: de que maneira
melhor repartir os ganhos de produtividade física e também cada vez mais os
ganhos de produtividade imaterial, no que diz respeito à participação dos
trabalhadores em termos de jornada de trabalho fora do local de trabalho
(jornadas feitas para além do local de trabalho, o trabalho em casa e mesmo
em outro qualquer lugar, através da utilização dos novos mecanismos de
comunicação e informação, como o telefone celular, a internet, que permite
trabalhar não apenas no local de trabalho).

Essa é uma questão-chave porque,
de um lado, no nosso modo de ver, há que avançar na relação capital-trabalho,
porque essa é uma parte de redistribuição da produtividade que está
relacionada à negociação coletiva de trabalho. Tivemos importantes avanços no
Brasil recentemente, no que diz respeito ao reconhecimento das centrais
sindicais, mas, infelizmente, temos uma estrutura sindical em nosso país de
forte fragmentação e ainda há uma parcela significativa de trabalhadores não
sindicalizados. Isso, de certa maneira, reduz o potencial da negociação
coletiva de repartir os ganhos de produtividade.

Em segundo lugar, há ainda que
avançar muito em termos de uma reforma tributária que permitisse justamente
capturar parte dos ganhos de produtividade através de um sistema tributário
progressivo, que onerasse justamente os que têm maior parcela nessa economia.
O Brasil não tem tributação sobre herança, por exemplo. Mesmo os chamados
impostos diretos, que teriam de ser, em tese, muito progressivos, aqui no
Brasil não o são. Podemos falar do Imposto de Renda, que ainda pesa muito sob
rendimentos menores, atingindo pouco o topo da pirâmide; ou do IPTU, que
infelizmente, dada a sua forma de operacionalização pelas prefeituras
municipais, faz com que, na média, por exemplo, o morador de favela pague
(proporcionalmente a sua renda) mais IPTU do que aquele que mora em uma
mansão. Então, a questão da tributação assume relevância muito grande do
ponto de vista da justiça e do papel na questão da redistribuição dos ganhos
de produtividade, fazendo com que o país pudesse ter menos pobres e menor
desigualdade.

Quais as principais conseqüências
para a economia do país dessa camada da população em ascensão?

Como temos uma pirâmide
distributiva com sua base muito alargada, toda vez que terminamos ampliando a
produção, a economia e gerando mais empregos, temos a possibilidade de
incorporar no mercado de consumo um número bastante significativo de pessoas.
Então, temos um impacto inegável disso na dinâmica do mercado interno. E é
isso que talvez hoje nos ajude a entender como o Brasil, frente a uma grave
crise internacional, consegue não ser afetado de forma tão decisiva. Porque
parte significativa da nossa expansão depende do mercado interno e
relativamente pouco do mercado externo. No entanto, isso não significa que
não seremos afetados pela situação internacional. Aliás, outras medidas que
foram tomadas anteriormente, como termos uma reserva em moeda forte
considerável, e simultaneamente não estarmos mais endividados em moeda
estrangeira, também contribuíram nesse sentido. Então, temos o problema da
dívida interna, é claro, mas não estamos endividados em moeda estrangeira, o
que nos amplia o grau de liberdade para a condução da política econômica e
social.

Como essa camada emergente da
população pode crescer e se manter na política econômica e na política de
juros do governo Lula?

Em relação a essa emergência de
segmentos sociais mais dinâmicos que conseguimos perceber na pesquisa do
IPEA, por ser justamente aqueles que ampliaram seu nível de renda mais
rapidamente do que a média do país, analisando de forma precisa, percebemos
ainda sinais do passado no seguinte sentido: aqueles dez milhões de
indivíduos que saíram do um terço da sociedade com rendimento mais baixo para
um segundo terço, onde a renda é intermediária, estão fortemente concentrados
nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. São justamente as regiões
menos dinâmicas ou, por ora, aquelas que possuem menos base industrial, por
exemplo. Aí crescem em importância os programas derivados de políticas
públicas, que apóiam esses segmentos que, de certa maneira, têm dificuldade
de acesso ao mercado de trabalho. Por outro lado, esse segmento que passou
para a renda intermediária é um segmento cuja maior expressão é dada pela
população negra, parda, indígena. De maneira geral, não são os brancos os
beneficiados na base da pirâmide no Brasil atual.

No que diz respeito aos quatro
milhões que passaram do nível de renda intermediário para o superior,
percebemos que os mais beneficiados são aqueles que residem no Sul e Sudeste
brasileiro, que são, de maneira geral, os mais escolarizados e brancos. Há movimentos,
do ponto de vista da estrutura social brasileira, que indicam a carência que
temos hoje ainda de políticas públicas em termos de educação, de preparação
da base produtiva para um maior alargamento da atividade econômica,
especialmente fora das regiões Sul e Sudeste, e isso está diretamente
relacionado à capacidade de apoiar em termos de política econômica e social
uma melhor infra-estrutura para o país. Isso tudo depende de um ambiente
econômico confortável em termos de taxa de juros, não tão atrativas como
temos hoje, que terminam desviando parte dos recursos que poderiam ser
aplicados no setor produtivo, para o setor financeiro.

Não há dúvidas de que temos hoje
no PAC, no plano de desenvolvimento produtivo, e mesmo em outros planos na
área da educação, e da ciência e tecnologia, para citar alguns, um certo
conforto na medida em que olham o horizonte mais longo que o curto prazo dos
juros. Precisamos ter uma visão ainda mais ampliada de dez, vinte anos, como,
por exemplo, têm os países asiáticos que são aqueles que até o momento
conseguem ter melhores resultados do ponto de vista da sua inserção na
economia global. Isso é ainda algo que o Brasil precisa avançar: ter um
planejamento de médio a longo prazo que supere barreiras que hoje ainda
obstaculizam uma ampliação mais considerável para o desenvolvimento nacional.

Como o senhor vê a crise
financeira internacional? Acredita que a crise em efeito dominó pode provocar
mudanças no capitalismo?

Não sabemos o desfecho ainda, nem
muito bem a natureza dessa crise que hoje estamos vivendo, pois ela está
tendo um certo efeito dominó. Ela começa no mercado imobiliário, vai para o
mercado acionário, está no mercado de crédito. Não sabemos se ela se
estabiliza por aí ou se ainda ganhará maior dimensão. De todo modo, o que
sabemos é que ela decorre de algo que vem de mais tempo, que é a profunda
instabilidade do atual sistema monetário internacional. Precisamos recordar
que desde o imediato segundo Pós-Guerra, com a instalação das instituições de
Bretton Woods, Banco Mundial, FMI e o próprio sistema ONU, tivemos por quase
três décadas uma estabilidade monetária internacional que deu condições para
a expansão do mundo de forma significativa. No entanto, a crise no sistema
financeiro de Bretton Woods, em 1973, quando o dólar deixou de ter a
conversibilidade em ouro e as taxas de juros deixaram de ser fixas, entramos
em outro ambiente monetário internacional de forte instabilidade. Se
compararmos o período de 1973
a 2008, teremos uma regularidade em média de a cada
dois anos uma crise significativa, ora em países desenvolvidos, ora em países
não desenvolvidos. A manifestação dessas crises é uma característica de uma
situação mais ampla que diz respeito ao sistema monetário internacional. A
impressão que tenho é que o resultado da crise norte-americana aprofundará
ainda mais o grau de decadência daquele país em termos de capacidade de
exercício da hegemonia mundial. De um lado, possivelmente estamos transitando
de um país cuja moeda é de uso recorrente em termos internacionais, para uma
realidade em que haverá mais moedas em circulação no mundo, num ambiente de
pluralidade monetária. Um outro aspecto a ser ressaltado diz respeito à maior
rapidez na transição do centro dinâmico do mundo dos Estados Unidos para a
Ásia. Certamente, o que está se verificando nos Estados Unidos não terá uma
resolução simples. É possível que tenhamos um impacto de médio prazo na
economia americana, que terá dificuldades de reagir, afetando seu sistema
produtivo e com isso possivelmente a Ásia terminará ganhando mais alguns
pontos do ponto de vista do seu papel de importância no mundo.

Como entender que essas
instituições hoje falidas são aquelas que comandam o mercado financeiro
internacional, a bolsa de valores, a taxa de câmbio etc.?

Várias avaliações já mostram que
a instabilidade e a própria crise resultam da colheita de sementes que foram
plantadas há mais tempo. Não há dúvidas de que a crise nos Estados Unidos
está diretamente relacionada ao movimento de desregulamentação do sistema
bancário americano. A baixa capacidade de acompanhamento de uma série de
decisões que foram sendo tomadas é que levaram à inadimplência dos tomadores
de crédito. E o movimento especulativo praticamente anestesiou a intervenção
necessária. O governo norte-americano e o próprio Banco Central tomaram
decisões importantes diante da crise manifestada, e se perdeu justamente a
capacidade de regulação. Agora possivelmente estamos vivendo num movimento do
pêndulo, o pêndulo da regulação, que teve importância por quase três décadas
durante o período pós-guerra. Estamos colhendo o resultado da própria
desregulamentação. Criou-se uma falsa imagem de que mais Estado seria menos
mercado. Então, houve a opção de redução do papel do Estado na regulação na
expectativa de que o mercado ganharia importância e ele por si próprio seria
auto-regulável. Hoje, percebemos que é uma falsa questão, ou seja, o Estado é
extremamente necessário, em função do objetivo de garantir maior regulação e
maior condição saudável de existência da economia. Então, acredito que
estamos agora diante de um novo movimento do pêndulo cada vez mais para a
ampliação da regulação sobre a economia capitalista.

Qual sua opinião sobre o uso do
FGTS para a compra de ações de Petrobras?

Não há dúvidas de que a Petrobras
é uma empresa consolidada e que tem oferecido aos acionistas ao longo do
tempo benefícios em termos de rentabilidade superior a aplicações em outros
mercados de renda variável. No que diz respeito ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço, é preciso ser lembrado que ele, ao ser constituído, na
segunda metade dos anos 1960, tinha por objetivo permitir uma maior
facilidade na demissão e contratação de trabalhadores, e, de outro lado,
constituir um fundo, uma "poupança forçada" para contribuir no financiamento
de toda a parte relativa a saneamento e habitação. Com base nesses recursos,
nessa "poupança", o Brasil avançou relativamente bem no que diz
respeito a saneamento e habitação. Sabemos que estamos longe do ideal,
especialmente na parcela mais pobre da população que não tem acesso
suficientemente ao crédito habitacional. Por conta disso, eu penso que a
possibilidade de transitar os recursos do FTGS para o mercado acionário,
mesmo para uma empresa consolidada e tão importante como a Petrobras, dará
maior instabilidade no que diz respeito ao financiamento desse segmento
habitacional e de saneamento. Como temos enormes carências nessa área, não
imagino ser adequada uma decisão dessa natureza.

NÃO

 

Eu tenho medo!


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por Revista Espaço Acadêmico em política

 Eu tenho medo!

 

por Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

Quem não se lembra do “Eu tenho medo!” de Regina Duarte quando, nas eleições de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva crescia nas pesquisas e ameaçava alcançar o posto máximo da presidência da República? A mesma situação de ameaça parece se repetir atualmente quando se procura mostrar que a candidatura de José Serra representa a burguesia e a volta do neoliberalismo. Em casos mais extremos, chega-se a falar de um possível retorno da barbárie. Filme reciclado que apela para o lado emocional dos eleitores, não para uma visão clara dos fatos.

Nos dois casos, tanto em 2002 quanto no atual processo eleitoral de 2010, o pânico apocalíptico joga fumaça nos olhos dos incautos, ofusca a realidade dos acontecimentos e impede uma análise mais objetiva da situação política. Nem Lula, quando eleito presidente, representou qualquer tipo de ameaça aos representantes do mercado financeiro internacional ou aos privilégios das classes dominantes; nem o candidato Serra, se eleito, significará todo esse perigo anunciado.

Mais do que rupturas traumáticas, o que vemos no cenário político brasileiro é a continuidade mais ou menos tranquila de um modelo político e econômico que se perpetua há décadas. Substancialmente, não se verificou grandes transformações na passagem da gestão de Fernando Henrique Cardoso para Lula. Também deste para o próximo governo, seja ele quem for, não há sinais de mudanças que impliquem uma virada no rumo da política macroeconômica.

Nesta perspectiva, enquanto nas décadas de 1980-90 era teoricamente possível falar de uma disputa profunda de modelo político e econômico, de  projeto nacional/popular versus projeto liberal/neoliberal,  hoje essa alternativa não existe. O que se verifica é uma disputa entre duas dimensões do mesmo projeto neoliberal. Longe de significar o retorno do neoliberalismo, Serra apenas dará continuidade ao programa de Lula que, por sua vez, o herdou de FHC. O que podemos discutir nessa eventual troca de poder é a maior ou menor fatia do bolo oferecida aos setores mais carentes da população. Tanto é verdade que as comparações entre os últimos governos restringem-se em geral a elementos periféricos (quem fez mais ou menos obras), não chegando ao debate sobre um novo horizonte no palco da economia política.

Não simpatizo com o PSDB nem com José Serra, creio inclusive que este pode, sim, significar um abalo nas políticas compensatórias do governo Lula: bolsa-família, microcrédito, sistemas de cotas, projeção do Brasil como país emergente, repasse de verbas para os movimentos sociais, entre outras. Mas o cerne neoliberal da política econômica, diante de qualquer resultado das eleições, tende a permanecer intocável. A opção é por mais ou menos migalhas aos moradores do andar de baixo, não por políticas públicas de profundidade. Em ambos os casos e independentemente de quem assuma o governo, o risco é de consolidar como definitivas políticas que, em verdade, nasceram com um caráter emergencial. Numa palavra, as políticas compensatórias não podem substituir políticas públicas de longo alcance.

Um exemplo pode ilustrar: se colocarmos num prato da balança os gastos com o programa bolsa-família ou bolsa-escola, com a ajuda aos movimentos sociais e à agricultura familiar, por um lado, e no outro prato os lucros dos maiores bancos brasileiros, a diferença em favor dos últimos é exorbitante. Isto sem falar da opção pelo agronegócio e a empresa agroindustrial, da elevada carga tributária como transferência de renda para as classes dominantes, do latifúndio, das telecomunicações, da rede de transportes e assim por diante.

De fato, ao assumir a presidência da República, paradoxal e ironicamente, o presidente Lula dá as costas ao projeto popular e às organizações que o elegeram, e passa a administrar o modelo que combatia. Três razões o levaram a isso: primeiramente, as expectativas em torno de sua vitória estavam muito acima da capacidade de organização e mobilização das forças sociais; depois, a famigerada carta endereçada ao povo brasileiro, mas dirigida ao mercado financeiro, tranquilizou os especuladores e investidores nacionais e internacionais quanto ao cumprimento dos compromissos por parte do novo governo; enfim, diante de tais circunstâncias e sendo um político extremamente sagaz, Lula opta por costurar uma aliança pela governabilidade, a qual, como sabemos, incluiu setores dos mais variados matizes políticos.

Não houve uma mudança de rumo substancialmente profunda e abrangente. Tampouco agora se prevê tal coisa. Aqui não está em julgamento a boa ou má vontade do presidente Lula ou dos candidatos Serra e Dilma. São circunstâncias históricas que mostram mudanças na periferia do modelo, mas deixam intacto o miolo do sistema capitalista e neoliberal. Ou seja, continuidade sem grandes rupturas! Em síntese, estamos convidados a votar por mais ou menos migalhas para os habitantes da senzala, não pela possibilidade de um modelo alternativo. Por isso, não vejo razão para tanto pânico, nem para enxergar as próximas eleições num contexto míope de turbulências apocalípticas.

Comentários

 

Livre comércio: uma ideia difícil de ser aceita (e, no entanto, tão simples)


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ECONOMIA

Datafolha: Dilma abriu 20 pontos percentuais de vantagem sobre Serra (Fonte: Folha de S.Paulo)

Livre comércio: uma ideia difícil de ser aceita (e, no
entanto, tão simples)

Leia o artigo de Paulo Roberto de Almeida
publicado no site do Instituto Millenium
.

 

Todo economista sensato
é – ou deveria ser – a favor do livre comércio. Digo “deveria ser”, posto que
não existem argumentos econômicos contrários ao princípio, e que os economistas
(insensatos?) que se posicionam contrariamente, o fazem por outras razões que não
as de ordem propriamente econômica: defesa do emprego nacional, ausência de
reciprocidade por parte dos parceiros comerciais, desequilíbrios setoriais
devidos a externalidades negativas em outros setores, etc.; ou seja, argumentos
de natureza puramente política, quando não oportunista ou meramente
conjuntural.

Todos os políticos
sensatos afirmam ser – por vezes, enganosamente – a favor do livre comércio;
mas, de fato, praticam o mais deslavado protecionismo. Eles o fazem sob o
argumento de que “a teoria é perfeita, mas na prática não funciona”; na
verdade, geralmente, eles estão apenas atrás de reeleição no seu curral
eleitoral, eventualmente ameaçada se a competição estrangeira destruir muitos
empregos localmente.

É compreensível que a
lógica (inatacável) do livre comércio não seja muito compreensível ao cidadão
comum (com perdão pela redundância): pessoas sem maior instrução econômica – ou
sem um simples conhecimento da história – não conseguem compreender que comprar
produtos mais baratos do exterior sempre será melhor do que tentar fazer tudo
localmente, empregando-se os fatores nacionais na produção de bens para os
quais se dispõe de vantagens comparativas relativas, posto que, deste modo, a
renda aumentará para todos os parceiros no negócio, tanto exportadores, quanto
importadores. O cidadão comum só consegue ver a “perda” dos empregos locais e a
“transferência” de renda para o exterior, deixando de perceber os benefícios
evidentes da especialização produtiva segundo a dotação (não estática) de fatores.

É menos compreensível
que políticos, em geral cidadãos mais educados do que a média – ops, talvez não
em todos os países… –, sejam contra o livre comércio, já que eles (ou os seus
assessores) estariam em condições de comprovar o quanto o livre comércio contribui
para o aumento dos índices de produtividade, para os níveis de competitividade
e, portanto, para a geração de riqueza nacional, medidos direta ou
indiretamente quanto aos seus resultados de médio e de longo prazos. Mas talvez
não se possa pedir a políticos que sejam sempre racionais e coerentes com a
realidade.

É menos compreensível
ainda, ou talvez não seja racionalmente admissível, que economistas
inteligentes se posicionem contra o livre comércio, quando, mesmo decidido
unilateralmente, ele só traz benefícios aos países que o praticam. Como dito
acima, os argumentos contra o livre comércio por parte de “economistas” não são
de natureza econômica, mas de ordem essencialmente política. Mesmo um
economista reputado inteligente como Paul Samuelson produziu um “teorema” e
caiu na esparrela de opor-se a ele sob a justificativa de que o livre comércio
diminuía os salários dos trabalhadores menos qualificados… nos Estados Unidos
(sic!).

Talvez os economistas
que assim procedem tampouco querem, a exemplo dos políticos oportunistas, ser
acusados de contribuir para a perda de empregos nacionais, ou para o aumento do
déficit comercial, seja lá o que for mais importante. Mas nada explica a
construção de argumentos aparentemente sérios contra o livre comércio, quando
essa oposição causa, objetivamente, perda de renda nacional, perda de
oportunidades de especialização produtiva – e, portanto, de ganhos de
produtividade em setores com demanda externa potencialmente maior – e perda de
nichos de integração na economia internacional, a maior provedora possível de
tecnologias inovadoras, know-how, capitais e receitas de exportação. Não se
pode esquecer que, por definição, a soma do conhecimento externo sempre será
maior do que qualquer conhecimento interno, mesmo para a maior e mais poderosa
economia nacional (o que é evidente pelos dados de licenciamento tecnológico e
de registro de patentes).

O livre comércio,
aliás, é um pouco como a tecnologia: destrói alguns empregos localizados,
setorialmente e temporariamente, ao mesmo tempo em que cria novos empregos, em
setores mais avançados e geralmente de melhores salários. Pode ocorrer, claro,
que as perdas sejam mais amplas, de mais longa duração, e que os novos empregos
não sejam, localmente, de mais alta remuneração. Mas isto se deve a outros
fatores causais, talvez externalidades negativas ainda não revertidas pela
economia nacional, e não propriamente aos mecanismos do livre comércio, que
sempre tendem a produzir ganhos de renda na economia como um todo.

Sendo isso verdade – e
não vejo argumentos contrários a essas idéias que sejam racionalmente
defensáveis – é surpreendente que o livre comércio não seja ainda mais
disseminado – ou seja, universal e unilateral – do que os poucos exemplos
parciais, quase em formato de arquipélago ou de colcha de retalhos, dos acordos
que podem ser legitimamente classificados sob essa rubrica e como tal
registrados na OMC. Com efeito, a maior parte dos acordos ditos de livre
comércio são, na verdade, de liberalização comercial, deixando ainda largas
frações das economias nacionais – geralmente agricultura e indústrias
labor-intensive – ao abrigo da concorrência estrangeira.

O outro argumento – de
natureza política, sublinhe-se mais uma vez – que busca refrear o avanço dos
acordos de livre comércio é o de que seus ganhos (ou perdas), do ponto de vista
da renda dos cidadãos, seriam muito pequenos e difusos (ou seja, disseminados
por toda a sociedade); ao passo que seu impacto negativo é geralmente
concentrado numa indústria ou num setor específico, podendo produzir, portanto,
efeitos devastadores numa cidade ou numa região inteira. Se isso é verdade,
políticos responsáveis deveriam ser a favor do livre comércio, posto que os
ganhos (ou perdas) para a economia e a sociedade como um todo são incomensuravelmente
maiores do que o argumento do foco concentrado, por definição parcial e
limitado a uma parte apenas da economia ou da sociedade.

Um simples cálculo de
contabilidade nacional permitiria comprovar que o efeito de uma tarifa elevada
ou de uma salvaguarda – mesmo temporária – sobre um produto ou serviço qualquer
oferecido em competição a um similar nacional, é muito mais relevante do que os
custos setoriais e limitados do livre comércio, por vezes em dígitos de
milhões, contra simples dezenas ou centenas de milhares. Da mesma forma, os
empregos perdidos (ou não criados) pela ausência de livre comércio são mais
relevantes, no plano da qualidade e dos vencimentos, do que os poucos empregos
preservados temporariamente pela sanha de algum político protecionista.

Este é, finalmente, o
último argumento em favor do livre comércio: os empregos assim “salvos”, estão
irremediavelmente condenados, posto que eles não poderão se manter
indefinidamente num mundo irremediavelmente globalizado (mas, de certa forma, ele
sempre o foi, pelo menos para as economias de mercado). A indústria assim
protegida corre um risco ampliado de, mais cedo ou mais tarde, perecer
completamente, quando não se lhe oferece a oportunidade (e a chance) de
enfrentar a concorrência pela qualificação tecnológica, pela reconversão
produtiva, pela inovação incremental.

Não existem, repito,
argumentos racionais, economicamente defensáveis, contra o livre comércio; tudo
o que se disser contra ele tem causas e fundamentação essencialmente políticas.
Ainda aguardo o teorema que irá provar o contrário, eu e David Ricardo…

Artigo originalmente
publicado no site do Instituto Millenium

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SOLUÇÕES URBANAS: Pequim terá ‘ônibus aéreo’ contra engarrafamentos


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SOLUÇÕES URBANAS

Desenho do ‘ônibus aéreo’ (Fonte: AFP)

Pequim terá ‘ônibus aéreo’ contra engarrafamentos

O ‘ônibus aéreo’ não ocupa espaço nas pistas,
permitindo que os carros circulem normalmente por baixo da sua estrutura

 

A capital da China vai
testar um novo tipo de transporte público visando diminuir os engarrafamentos.
Trata-se de uma linha de “ônibus aéreo” que vai passar por cima dos carros em
duas faixas de trânsito, deslocando-se sobre trilhos.

O projeto tem como
objetivo revolucionar o tráfego em
Pequim. O “ônibus aéreo” não ocupa espaço nas pistas,
permitindo que os carros circulem normalmente por baixo da sua estrutura.

Os trilhos de uma linha
experimental de seis quilômetros vão começar a ser construídos no final de
2010, e a partir do segundo semestre de 2011 o “ônibus aéreo” deve transportar
passageiros.

Fase
de testes

Após um ano de testes,
autoridades vão decidir sobre o uso ou não em maior escala do “ônibus aéreo”. O
projeto requer um planejamento especial, incluindo pontos de ônibus elevados.

Os promotores da ideia
afirmam que o novo modo de transporte pode diminuir os congestionamentos em
30%, e que é possível construir até 180 km de vias para os “ônibus aéreos” em
Pequim.

Leia mais:

Engarrafamento gigante na China
chega ao seu décimo dia

Holanda vai cobrar motoristas
por quilômetro rodado

Fontes: Portal Exame – Pequim vai usar `ônibus
aéreo´ contra engarrafamentos

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Perguntaram a Dalai Lama


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Asked the Dalai
Lama:

What
else you surprend in humanity?

And he answered.
Men …
because
they lose their health to make money

and then lose their money to regain
health.

And so by thinking anxiously about
the future

forget the present so that
ultimately does not live in neither the present o future.

And live  as if they were dying.

 http://muraldosescritores.ning.com/profiles/comment/list?attachedToType=User&attachedTo=22fihrxpn4aci&commentId=2630076:Comment:199210&xg_source=msg_com_profile

ENCONTRO DOS BLOGUERIOS PROGRESSISTAS REÚNE MAIS DE 200 COMUNICADORES INDEPENDENTES EM SP


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ENCONTRO DOS BLOGUERIOS
PROGRESSISTAS REÚNE MAIS DE 200 COMUNICADORES INDEPENDENTES EM SP

Por Tatiana Lima

Cerca de 200 participantes lotaram o auditório do Sindicatos
dos Engenheiros, em São
Paulo.

Comunicadores
da Blogosfera atenderam ao chamado do
Centro Barão de
Itararé
, comparecendo em massa ao I Encontro Nacional de Blogueiros
Progressistas 
, entre os dias 20 e 22 de agosto. No total, foram
223 inscritos de 19 estados do Brasil.

A
diversidade e a pluralidade foi a marca do encontro que reuniu no primeiro
painel os blogueiros Luis Nassif (Luisnassifonline), Paulo Henrique
Amorim (Conversa Fiada)  e Debora da Silva (Mães de Maio) no painel
Ameaças à internet e os desafios da blogosfera,
mediada por Leandro Forte (Brasilia, eu vi) e Rodrigo Vianna (Escrivinhador),
no auditório do Sindicatos dos Engenheiros, em São Paulo.

O painel foi uma exposição do poder dos blogs na
multiplicação de informações e denúncias ocultadas pelo Partido da Grande
Imprensa (PIG). Para Rodrigo Vianna, na internet o poder de formação de opinião
da chamada grande mídia se esvai na velocidade que a rede cresce. “Não se pode dizer
mais que existe uma grande mídia, porque a tal grande mídia se transformou na
mídia velha”, analisa.

Nassif, acredita que a censura velada do PIG não
possui um ambiente próspero como nas décadas passadas. De acordo com ele, a
equação é simples: jornais como o Estadão e Folha de São Paulo conseguem ainda
deter poder sobre a formação da opinião da população que lê a versão impressa
dos veículos, porém o mesmo não pode se afirmar em relação às versões online.
Na rede, a força está com os blogueiros independentes.

“Nesses 4 anos, a blogosfera ajudou a construir
uma rede que está mudando a história do país. A blogosfera não tem voz de
comando, ela é ampla e aberta”, disse Luis Nassif.

Painel de debates no 1º Encontro Nacional de
Blogueiros Proguessistas.

Débora
da Silva, representante do blog
 Mães de Maiodefendeu que a sociedade e os movimentos
sociais precisam se apoderar desta ferramenta. Para ela, a internet não
substitui o papel da rua, que é ”o verdadeiro espaço de luta e pressão
social”. Entretanto, o blog é um mecanismo de romper a censura velada dos meios
de comunicação e do poder público.

“Estou aqui para aprender e para denunciar. A
internet é democrática, podemos levar nossa voz para todos os cantos. Obrigamos
o estado de São Paulo a admitir que mataram nossos filhos. O assassinato de 562
pessoas não foi resultado apenas de uma ação de facção criminosa. O estado
exterminou nossos filhos. Eles tiveram que admitir”, revela.

O blogueiro Brizola Neto, também esteve no
Encontro e classificou a blogosfera como “o caixão à censura velada da
informação pela velha mídia. É o direito direto ao acesso à informação”,
disse ele. E Paulo Henrique Amorim completou: “Antigamente existia a premissa:
Se o Jornal Nacional não deu, não aconteceu. Isso já foi uma verdade, mas hoje
a realidade não é mais bem assim e não vai demorar para isso acabar em definitivo. A net
mudou tudo”, desatcou Amorim.

Diversos blogueiros falaram sobre as ameaças, perseguições,
ataques à reputação que sofrem no dia a dia da blogosfera. A política e a
corrida foram o eixo das explanações. Principalmente a atitude do
candidato à presidência José Serra, que chamou alguns blog de “blogs
sujos”. Para o jornalista Paulo Henrique Amorim, a expressão “blog sujo” nada
mais é que uma metáfora para criminalizar os blogueiros. “O movimento dos
blogueiros progressistas deve realizar uma petição para obrigar o
candidato à presidência José Serra, a listar quem seriam os “blogs sujos”,
sugeriu PH Amorim.

O jornalista Paulo Henrique Amorim dando
entrevista a blogueiros, jornalistas e militantes da comunicação.

Mas uma ideia mais simples foi que arrancou
aplausos e a aprovação dos 223 blogueiros: A defesa da liberdade de expressão e
comunicação em rede. Na
prática, funcionaria com 

a reprodução do blog censurado por todos comunicadores
da bloogosfera. A cada post censurado, a reprodução seria feita com o jargão
“Não toquem no meu companheiro”.

A necessidade
de auto sustentação e os custos judiciais de processos foram os temas dos
painéis da tarde:
 Como financiar a
blogosfera e ameaças à internet, neutralidade na rede e questões processuais
. “Se
fala muito da censura quando é realizada por governos, mas não se fala da
censura do capital. Ela existe!”, disse o advogado Tulio Vianna.

Geórgia Pinheiro, editora do blog Conversa fiada,
confessou que “a rede é livre, mas os processos são caros. Você precisa ter uma
forma de pelo menos custear os gatos jurídicos. Acreditem, o Conversa Fiada
responde a 28 processos. A liberdade de expressão tem preço e alto”. A
preocupação com a política e o atrelamento comercial dos sites de hospedagem
dos blogs também foi pauta das mesas.

"A liberdade de expressão tem preço e
alto", afirma Geórgia Pinheiro, editora do blog Conversa Fiada.

O último painel trouxe exposições a respeito da
necessidade de conhecimento técnico das ferramentas disponíveis nas redes
sociais, como o twitter. Luiz Carlos Azenha, 

Conceição Oliveira, Emerson Luis,
Guto Carvalho e Maria Flor, deram dicas para alavancar os acessos aos blogs,
além da importância de interação com o leitor e a real produção de conteúdo.

Um dos
momentos mais emocionantes foi a leitura de uma carta do jornalista paraense
 Lucio Flavio pelo
seu filho. O jornalista foi convidado a participar do Encontro, mas não pode
comparecer porque precisava ficar em Belém para comparecer a uma audiência. Ele
responde a diversos processos, por escrever reportagens denunciando diversas
irregularidades e crimes do Grupo Liberal.

Outro grande momento, mas de irreverência, foi o
encontro de Daniel Dantas e Paulo Henrique Amorim. O blogueiro é um homônimo do
banqueiro Daniel Dantas, classificado por PH Amorim como “um dos cânceres da
democracia da sociedade brasileira”. A situação imprevista foi motivo de risos
e de curiosidades dos bloguerios.

Certa vez, ele enviou um furo para o Conversa
Afiada, mas só depois de três meses é que o blog entrou em contato com o
leitor. Uma grande gafe que fez Daniel criticar o blog: “não adianta ter 4
milhões de pages se a agilidade é comprometida”, disse.  Paulo Henrique
Amorim fez questão de conversar com o leitor: “Quero saber em detalhes onde foi
e como foi que errei”, confessou.

O blog Cloaca News foi o vencedor do troféu Barão
de Itararé.

Cloaca News ganhou o troféu Barão de Itararé, em
reconhecimento ao seu trabalho limpo de revelar “as notícias do jornalismo de
esgosto do PIG”, com informação séria e muito 

humor. Nos agradecimentos, o
blogueiro confessou que as pernas estavam bambas. Dedicou o prêmio ao seus dois
cachorros e tentou não esquecer de ninguém, agradecendo: Ieda Cruz, ao Grupo
RBS, ao Zero Hora , a José Serra, Herando Pereira, Bóris Casoy, entre outros, a
oportunidade dele um mero “cloqueiro” viver esse momento de glória. A turma
aplaudiu!

O troféu Corvo ficou para a presidente da Associação
Nacional de Jornais, Judith Brito, por todo seu esforço de defender o Partido
da Imprensa Golpista.


Encontro dos Blogueiros Progressistas surgiu da ideia de comunicadores em maio
deste ano. De lá para cá, foram três meses de luta e trabalho para a realização
do evento. O Encontro não recebeu nenhum patrocínio público. Foi realizado com
o apoio de entidades e comunicadores que doaram tempo, espaço e dinheiro para o
evento. Foram intitulados os
 Amigos da
Blogosfera
.

(*) Fotos: Gizele Martins e Tatiana Lima,
 do blog
Vozes das Comunidades e Núcleo Piratininga de Comunicação .

 

O socialismo em debate


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Marx & Engels, a sua discípula a Dra.Verônica Lima
O socialismo
em debate

por Antonio Ozaí da Silva em política


Poderia ter ficado em casa e acompanhado
a espetacular vitória do Palmeiras sobre o time baiano. Poderia ter ido ao
CINEUEM assistir ao filme Os outros – só ver a atuação da bela
Nicole Kildman já teria valido a pena. Ainda havia a opção da palestra Veredas
marxistas no pensamento social brasileiro: Caio Prado Jr. e o Grupo de Estudos
do Capital (USP)
. Também podia ter permanecido no lar e dar seqüência às
leituras, navegar pela rede, assistir a um filme no computador, ao programa
político na TV, ou, simplesmente, gozar o ócio na esperança de que se revelasse
criativo. Mas decidi ir ao debate Socialismo em perspectiva,
promovido pelo Instituto Paranaense de Estudos Geográficos, Econômicos,
Sociais e Políticos
 (Ipegesp), com a participação de representantes do
PT, PV, PCB, PSOL e PSTU – o PC do B foi convidado, mas não compareceu. Ouvi
atentamente a fala dos convidados e fiz anotações. Salvo o representante do PV,
os outros são velhos conhecidos e mantemos relações acadêmicas e fraternais.
Procurei abstrair este fato e analisar do ponto de vista meramente político.
Fiz algumas perguntas.

O candidato à
presidência pelo PCB afirmou que transformação neste país só mesmo com
revolução. Diante disso, perguntei aos companheiros do PCB, PSOL e PSTU: por
que participar do processo eleitoral? Se a democracia é burguesa, a mídia
exclui as candidaturas da esquerda e a disputa não se dá em condições iguais, não
seria mais eficaz fazer campanha crítica pelo voto nulo? Se estes partidos não
têm chances eleitorais e, inclusive, nem conseguem se unir e apresentar
candidato único, faz diferença votar nulo ou num deles?

Foi interessante a defesa do
representante do PSOL sobre as particularidades do socialismo em cada país. A
seu ver, devemos respeitar o socialismo chinês, o cubano, etc., pois cada povo
constrói seu próprio caminho a partir das suas condições e culturas. Fiquei a
pensar se o PSOL teria alguma chance de existir na China. Pareceu-me um
relativismo que desarma a crítica aos governos que se autodefinem comunistas.
Se tudo é socialismo, então, o que é socialismo?

Lembrei-me das mulheres iranianas
condenadas a morrer por apedrejamento ou enforcadas. Devemos simplesmente
aceitar por respeito à cultura daquele país? Fui lembrado de que existe a pena
de morte nos Estados Unidos e que a forma de punição é definida por cada povo a
partir dos seus valores e etc. Evitei redargüir, mas poderia argumentar que
também sou contra a pena de morte no Irã, aqui ou nos Estados Unidos. A
dualidade ocidente versus oriente arrisca-se ao maniqueísmo.
Tanto cá quanto lá, há costumes e valores passíveis da crítica.

A certa altura, o
representante do PSTU disse: “Nós, enquanto classe trabalhadora, classe
operária…”. Pensei: mas quem concedeu o mandato para se falar em nome da
“classe”. Seu discurso reafirma o partido de vanguarda. Questionei e ouvi o que
já sabia: a teorização sobre o papel revolucionário do partido, a necessidade
da vanguarda, a tática da política eleitoral, a referência a “Esquerdismo,
doença infantil do comunismo”, de Lenin, etc. Surpreso, vi-o devolver a
“provocação”: eu seria ainda mais “vanguardista”. A resposta me fez pensar
sobre a minha postura política. Longe de mim, porém, querer exercer qualquer
papel de vanguarda. O meu “pecado” talvez seja exatamente o oposto…

Sobre o PT,
compreendo que seu representante se considere socialista e que o partido tenha
resoluções sobre o tema. Não se pode analisar apenas pelo que dizem de si
mesmos. Por que será, porém, que os socialistas permanecem no PT? Quanto ao
discurso do representante do PV, penso que a frase do Plínio (PSOL) à Marina
(PV), resume tudo… “Ecocapitalista”!

Comentários

1.                               
Jeferson
Pereira Leal
 disse:

22/08/2010 às 1:00

Se me disserem um país que tenha a mesma distribuição de renda dos EUA e
seja Socialista viro socialista agora.
Pelo que sei o socialismo deve levar ao comunismo, me corrijam se estiver
errado.
Agora comunismo é uma ideologia hipotética e idiota, pois cada pessoa tem um
mérito por cada realização em sua vida, não pode-se tirar o direito a livre
iniciativa e propriedade privada do individuo em benefício de pessoas que não
tem mérito algum em nada.
O PT tem uma corja de vagabundos e sangue sugas de sindicatos
que nunca trabalharam de verdade na vida. Que só sabem pular de cargos em
cargos, como a ridícula canditada Dilma!
Destaquei o PT pois é o maior partido e com maior número de idiotas úteis,
digo, militantes.
Que estória é essa Professor de que a mídia exclui as candidaturas de esquerda
se no Brasil todos os partidos são de esquerda, ou seja, de caráter
socialista???
Ou existe algum partido conservador cristão???
Esse candidato do PCB é um palhaço, só pode e ainda tem gente que dá ouvidos a
essa corja. Revolução? Que revolução? Fazer todos acreditarem que todos somos
iguais? Que ridículo!!! Nem vou considerar que ele tenha pensado em algum ato
violento…
Respeitar o socialismo chinês??? Cubano??? Tá de brincadeira???
Meu Deus!!! Os caras torturam pessoas e matam porque discordam do estado e isso
merece respeito????
Quando as pessoas temem o governo, isso é tirania. Quando o governo teme as pessoas,
isso é liberdade.
Essa esquerda brasileira é um lixo!!! Não há um intelectual decente!!!
Só há um bando de sociopatas achando que revolução resolve alguma coisa!!!
O comunismo já deixou milhões de cadáveres como exemplo de retrocesso…
O capitalismo não é perfeito, mas dá condições de superação por méritos!!
Se há corporações que influenciam a vida das pessoas, é porque as pessoas
permitem, pois se preocupam mais com coisas fúteis do que com coisas
importantes que influenciam diretamente em suas vidas!!

Se cada ser humano segui-se os princípios cristãos verdadeiros, não
precisaríamos de sitemas econômicos e sociais!!!

Responder

2.                               
André HP disse:

22/08/2010 às 6:08

Partido com “socialista” na sigla é filhote eleitoreiro do PT – professor,
funcionário público e estudante maconheiro. Partido com “comunista” na sigla é
estadismo empresarial, que se vale das eleições pra militar comunismo ortodoxo
– ex-terroristas, velhos bêbados e membros da UJS.

Abraço.

Responder

3.                               
Roberto Monteiro de
Oliveira
 disse:

22/08/2010 às 7:01

É um dielectantismo acadêmico burguês sem qualquer consequência.

Responder

4.                               
anamerij disse:

22/08/2010 às 7:23

Ozai, li no espaço academico-de sua editoria, um
artigo que gostei e me interesso muito em publicar o mesmo em nossa Revista
Literacia-setembbro, é de Jose Apostolo Neto- Desconstruindo
Nina Rodrigues….. vc. poderia me indicar um caminho para conseguir esta
autorização?
Abs , anamerij de Literacia
http://literaciarevistacultural.blogspot.com/

Responder

5.                               
Pedro disse:

22/08/2010 às 9:03

Estimado Antonio
Bom dia!
Vejo que tens opções. Não tenho certeza se o mesmo se dá em Caxias do Sul, RS,
mas pode que num mesmo momento tenhamos interessantes colóquios. Mais ainda não
raro ficarmos em dúvida de por qual optarmos (em qual evento estar presentes).
O paradoxal é que essa possibilidade existe num país capitalista. Não raro a
frequência a esses eventos é limitada, o que demonstra que contiunamos falhando
em nosso propósito de divulgar a possibilidade (propósito) das mudanças sociais,
estruturais, economicas, políticas, culturais, etc. O pouco que sabemos indica
que nos chamados países de socialismo real esses debates não seriam possíveis
em pleno século XXI. As esperiências marxistas não demonstraram na prática
serem democraticas e garantidoras da livre manifestação. A teu exemplo
respeitamos a diversidade, consideremo-la instrumento fundamental da
democracia, estranho não obstante a dificuldade da “vanguarda” em unir-se na
ação, contra as mazelas sociais, tipo a fome, a reforma agrária, a escravidão,
o salário minimo de fome, o analfabetismo, os escandalos, etc.
Cordialmente
Pedro

Responder

6.                               
Luiz Henrique disse:

22/08/2010 às 11:44

Se fosse depender da nossa “esquerda” eu já seria um cético, mas ainda
acredito que o socialismo seja a única alternativa. Gostei muito do que você
escreveu, a atuação política desses partidos é simplesmente patética e sem
fundamentação no socialismo ortodoxo de Marx e Engels, são releituras de
socialismo que só servem para confundir a cabeça da classe trabalhadora que se
vê representada por tantas direções mas que na realidade não é representada por
nenhuma. Acredito na organização através de partidos políticos, mas não tenho
exemplos de partidos que defendam os interesses da classe trabalhadora,
portanto voto NULO, sem nenhum peso na consciência de estar me abstendo de meu
direito democrático, pois prefiro não participar do grande espetáculo que é o
circo da democracia burguesa!

Responder

7.                               
Paulo Roberto de
Almeida
 disse:

22/08/2010 às 13:37

Pateticos esses vanguardeiros de si mesmos e suas ideias totalmente
deslocadas da realidade. Certamente eles nao estao sabendo que a China hoje é
mais capitalista que o Brasil e a unica coisa de “socialista” que sobrou é um
Estado autocrático, próximo do modelo orwelliano de 1984, ou seja, a velha
ditadura do partido comunista, uma plutocracia que na China até funciona com
base no mérito e no esforço individual (dos membros do PCC, que precisam se
comportar como escoteiros, até chegar a hora de começar a usufruir das benesses
de ser quadro do partido, e aí fazer o patrimonio com base na corrupcao
controlada).
Quanto aos EUA, sinto contradize-lo; NAO existe pena de morte nos EUA, e sim
existem essa punicão em pouco menos da metade dos estados federados, que são
livres para definir o seu sistema penal. A União não tem nada a ver com isso, e
não é objeto constitucional. As pessoas tem falsas ideias sobre os EUA porque
na verdade ignoram como funciona o seu sistema politico.
Paulo R. Almeida

Responder

o                                                 
Antonio
Ozaí da Silva
 disse:

Paulo,

muito obrigado por comentar.
Agradeço por sua lição sobre os Estados Unidos, mas não precisa o “sinto
contradizê-lo”. Não houve isto! Meu conhecimento sobre as coisas do mundo é
modesto, mas sei um pouco da história dos Estados Unidos e que a pena de morte,
como outras leis, é prerrogativa dos estados da federação – aliás, assisti um
filme interessante sobre este tema: “A vida de David Gale” (você conhece?!). De
qualquer forma, e desculpe a redundância, se há “Estados” nos Estados Unidos
que adotam a pena de morte, então há a pena de morte nos Estados Unidos. rsrsrs

Abraços e ótima semana,

8.                               
marcia helena disse:

22/08/2010 às 19:16

Precisamos rever,o que é socialismo?e tantas outras “coisas” com nomes e
varios nomes ,penso eu ; só existe um sistema em todo mundo. PODER !!!!!!!!! em
todos os setores. Nada mais importa em todas as areas; PODER E PODER prevalece,
o mais simples ao mais absurdo todos querem o PODER. E ninguem está podendo
nada,porque não há ninguem com poder de ter poder para resolver coisa nenhuma.
Muita gente brigando pelo mesmo pote,ele acaba se quebrando e o que resta é só
poeira e ninguem pra varrer e colocar outro no lugar, eles fazem a sujeira e
somem ,e quando voltam ainda são aceitos pela maioria. O luta ingloria!!!

Responder

9.                               
o homem revoltado disse:

22/08/2010 às 21:09

esses moços, pobres moços….

teimam em repetir leituras desgastada pelo tempo e pela prática: o
socialismo por eles almejado é o poder de estado centralizado nas mãos dos seus
partidos, e essa visão será por todos os séculos e séculos… amém!

Responder

10.                            
Máuri de Carvalho disse:

23/08/2010 às 10:14

Prezado Ozaí
Louvável a discussão entre os Partidos que ainda se dizem de esquerda,
socialistas e comunistas.
Sobre isto nada tenho a dizer, além do louvável, mas o que me intriga é ver
como ainda as palavras comunismo e revolução despertam e fazem aflorar o
arraigado anti-comunismo e o mais perverso e intrínseco reacionarismo de
determinadas pessoas.
Parabéns a ti e ao teu infatigável trabalho em prol do esclarecimento tão
ausente nos dias de hoje.

Responder

 

Endocrinologista dá dicas sobre alimentação das mulheres na fase da amamentação


HÉLIO’S BLOG

Divulgação Científica

In English

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SAÚDE E BEM-ESTAR

Endocrinologista dá dicas sobre alimentação das
mulheres na fase da amamentação

Especialista do Lâmina Medicina Diagnóstica/
DASA, Yolanda Schrank, lista principais medidas para ter uma alimentação
saudável

 

Se durante a gestação,
as futuras mamães já se preocupam com a alimentação, com o intuito de oferecer
a melhor forma de nutrição a seus bebês, logo após o nascimento, durante a fase
da amamentação, esses cuidados devem permanecer. É o que indica a endocrinologista
do Lâmina Medicina Diagnóstica, Dra. Yolanda Schrank, CRM 5254966-4. Aqui, ela
lista algumas dicas para as mulheres que estão passando por esta fase.

Segundo a especialista,
durante a amamentação é desaconselhável iniciar uma dieta para emagrecer, o que
poderia comprometer a produção de leite e até prejudicar a nutrição do bebê.
Nesse período, a mãe necessita de uma alimentação equilibrada, com cerca de
2500 calorias por dia. Para as mães preocupadas com os quilos ganhos durante a
gravidez, uma boa notícia “A amamentação ajuda a emagrecer, pois queima
calorias”, diz Dra. Yolanda.

Não há um cardápio
pré-determinado que deva ser seguido à risca, segundo a especialista. O ideal é
que a mãe se alimente de forma saudável, várias vezes ao dia, adicionando
generosas doses de líquidos. “É importante ingerir ao menos dois litros de água
por dia, o que não é muito difícil nessa fase, uma vez que a mulher costuma
sentir muita sede durante a produção de leite”, explica a endocrinologista.

Uma alimentação rica em
carnes brancas magras, legumes, verduras, cereais, alimentos ricos em cálcio
(vegetais verdes escuros, leite e derivados) e frutas é a mais recomendada. A
ingestão de peixes, linhaça e outros alimentos fontes de ômega 3, no mínimo
duas vezes por semana, garante os níveis do ácido graxo essencial  no
leite materno.

Para as mães
vegetarianas, um alerta especial: é preciso redobrar os cuidados com a
alimentação e se certificar de estar ingerindo vitaminas e minerais suficientes
para nutrir o bebê.

Uma dúvida constante
paira sobre o uso de adoçantes e produtos ligth. Não existe consenso sobre os
malefícios dessas substâncias para a saúde da criança, de qualquer forma a
recomendação é fazer um uso leve ou moderado dessas substâncias.

Bebidas, álcool e
remédios não combinam com amamentação. A mãe que amamenta deve lembrar sempre
que essas substâncias, além de causar prejuízos ao próprio organismo, podem
afetar o organismo do bebê, por meio do leite materno.

“É importante lembrar que a consulta com um médico
especialista ou nutricionista é a opção mais recomendada para quem deseja
elaborar um cardápio saudável, com refeições e lanches saudáveis”, finaliza a
endocrinologista do Lâmina.

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