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REFLEXO CONDICIONADO


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REFLEXO CONDICIONADO

 

Você não gosta de uma matéria porque a aprende. 
Você aprende a matéria porque
gosta dela. 

Se você quer começar a
aprender uma matéria, 

comece por aprender a gostar
dela.

WILLIAN DOUGLAS

 

Foi o
russo Pavlov que mostrou que o cérebro, como o resto do nosso organismo, possui
reflexos.

 

Sabe o
que é um reflexo corrente? Por exemplo, ao tocar inadvertidamente num prato
quente, a mão retrai-se instantânea e abruptamente, sem que a sua vontade tenha
tido oportunidade de intervir no comando desse gesto.

 

O
reflexo é, portanto uma reação motora (de movimento) a uma influência sensitiva
(de sensação). A sensação de picada provoca um movimento de recuo por parte do
membro picado. Estes reflexos explicam-se por ligações diretas realizadas pelas
fibras nervosas entre zonas sensíveis e os músculos motores.

 

Pavlov
introduziu e fixou na goela de um cão uma fístula colocada no orifício do canal
das glândulas salivares de maneira a poder medir a produção de saliva destas
glândulas.

 

Nos
dias seguintes ele dava um assobio e após alguns instantes dava um pedaço de
carne ao cão, o que provocava no animal a salivação.

 

Após
15 dias de repetição deste ato, assobiou, mas não deu a carne, mas a saliva se
produziu igualmente. Tudo se passava como se o assobio se tivesse tornado para
cão o excitante da produção de saliva.

 

Dizemos
que o assobio se tornou um “excitante condicionador” e a produção de saliva um
“reflexo condicionado” pelo assobio. Este reflexo é um reflexo adquirido, não
inato.

 

Pavlov
multiplicou as experiências deste gênero e constatou que estes reflexos
condicionados são muito fáceis de estabelecer no homem.

 

Da
mesma maneira, o cheiro de um bom cozinhado provoca no homem uma secreção de
saliva na boca e de suco gástrico no estômago.

 

Se o
som de um sino anuncia à hora do almoço, o seu som desperta automaticamente uma
sensação de fome.

 

O
importante pra nós é sabermos utilizar o Reflexo Condicionado a nosso favor,
mas como?

 

Se
precisarmos estudar para uma prova, separamos um tempo para o estudo
diariamente. Sempre no mesmo horário e local. Procure usar a mesma mesa,
cadeira, iluminação, procure criar as mesmas circunstancias de estudo para
todos os dias, atente para os detalhes.

 

Assim
nosso cérebro sempre naquele horário e local usará se estimulará mais rápido e
facilmente através do Reflexo Condicionado.

 

Nosso
estudo pode render muito, com pouco tempo. Na verdade, pela minha experiência o
tempo de estudo não é o mais importante e sim a qualidade do mesmo.

 

Já vi
pessoas que estudavam por cinco horas seguidas e que tinham um rendimento muito
baixo, inferior a uma hora, enquanto que pessoas que estudavam por uma hora
tinham um alto rendimento. Lógico que essa mesma pessoa que estudava uma hora
poderia tem um rendimento muito maior se estudasse às cinco horas, mas nem
sempre dispomos de tanto tempo para o estudo, temos outras diversas tarefas que
necessitam de nossa atenção, e se podemos render mais com menos tempo podemos
utilizar do tempo restante para outras tarefas.

 

Utilize
do Reflexo Condicionado para seus estudos, faça um teste. Para render mais nos
estudos vamos utilizar o Reflexo Condicionado também.

 

O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAÇÃO

 

Os
três fatores que antecedem o registro de idéias, fatos ou elementos, são:

  1. Impressão
  2. Associação
  3. Representação

É
nesta ordem que se torna necessário pô-los em ação.

 

Se
omitir um destes fatores isso não significa que seja incapaz de reter ou fixar.
Mas sempre que deseje fixar qualquer coisa, é indispensável seguir o processo
normal e completo: impressão, associação e repetição.

 

É o
que explica, por exemplo, a fixação do nome de certa pessoa que encontramos
numa reunião, enquanto não lembramos do nome de uma outra pessoa presente na
mesma reunião e que conhecemos. Verifica-se que concedemos uma atenção
suficiente à pessoa (impressão), provavelmente estabeleceu no seu espírito(consciente
ou inconscientemente) certas associações alusivas, e o seu nome foi mencionado
várias vezes (ou você mesmo o repetiu, para si próprio).

 

No
segundo caso, não se prestou atenção suficiente (uma impressão deficiente) ou
não realizou associação alguma ou não ouviu ou repetiu o seu nome.

 

As
condições de registro diferentes correspondem intensidades de lembrança
diferentes.

 

1 – FIXE BEM AS IMPRESSOES

 

Vamos
ver agora como fixamos as lembranças corretamente:

 

A)
Tenha intenção e preste atenção

 

A
primeira condição para fixar bem as impressões é o querer.

 

Para
isso, é necessário ter um interesse verdadeiro pela pessoa ou pela noção do que
pretendemos lembrar. Sentiremos sempre grande dificuldade em fixar a atenção
sobre uma coisa que não nos interessa. É por esta razão que não conseguimos
lembrar-nos do nome de pessoas que já encontramos em certas ocasiões mas que
não nos interessaram realmente.

 

Do
mesmo modo, se não temos a previa intenção de vir a lembrar de qualquer coisa,
corremos o risco de não prestar atenção suficiente. Isto explica o porquê da
grande dificuldade em evocar determinadas coisas que vimos anteriormente, mas
de que não tivemos a intenção de lembrar posteriormente. Exemplo: quantas
pessoas havia ontem na pastelaria que você foi? Ou padaria? Açougue? Você
entendeu a pergunta.

 

É o
próprio Freud – o pai da Psicanálise – que nos ensina esta regra:

 

“A
intenção é fator essencial para toda a recordação e para todo o esquecimento”.

 

Lembrarmos
das coisas que temos interesse em recordar posteriormente e esqueceremos o
temos (nós ou o nosso inconsciente) intenção de esquecer.

 

Em
termos mais simples, a regra de freud diz para nós, no plano prático, desta
isto:

 

Para
reter qualquer coisa, é necessário querê-lo conscientemente.

 

Para
se dispor de uma boa memória é indispensável fixar convenientemente a atenção,
treinando-se no sentido de não se deixar distrair o espírito. É o que nós
designamos por “concentração”.

 

É por
isso que já lhe recomendamos exercícios de concentração. Este tipo de
exercício, ainda que não ponham a memória em ação, contribuem largamente para o
bom funcionamento desta.

 

Não
esqueça, pois, a seguinte regra:

 

Para
fixar bem as impressões, é necessário saber concentrar-se.

 

Se
marcar uma peça de metal com uma punção, a marca será tanto mais profunda
quanto mais forte tiver sido a pancada. Acontece o mesmo com a memória. Uma
imagem será tanto melhor fixada quanto mais forte e intensa tiver sido a
impressão. Se tiver um dia visto um avião despedaçar-se no solo em chamas
jamais esquecerá. Se vir uma pessoa a afogar-se, sem que lhe possa prestar
socorro, jamais o esquecerá. É o motivo por que se torna necessário tentar
associar a imagens fortes as noções de que não queremos esquecer-nos.

 

Suponhamos,
por exemplo, que um dos seus clientes mais importantes lhe pede para telefonar
no próximo sábado, depois do jantar. Indicar-lhe-emos como ajudar a sua memória
relativamente a tal telefonema. Mas, para já, é necessário saber que elimina os
riscos do esquecimento se, mentalmente, associar a chamada telefônica a uma
imagem forte. Imagine-se, durante um instante, prestes a telefonar ao seu
cliente e “veja-o” em vias de assinar o cheque para liquidação de uma
encomenda. Inversamente, imagine o seu cliente, colérico, prestes a expulsá-lo
do seu escritório, censurando-o por ter esquecido o telefonema combinado. Tudo
isso lhe toma apenas alguns segundos, e, no entanto, estas associações de
imagens, tão simples, podem melhorar-lhe a memória, sem esforço penoso da sua
parte.

 

Mais
adiante lhe explicaremos como é que o método das associações de imagens lhe
podem prestar serviços consideráveis em todos os domínios onde a sua memória se
exerce. A regra que acabamos de expor explica por que interessa, sempre,
utilizar imagens mentais fortes e até esquisitas, porque o que é forte ou
esquisito fica mais bem gravado na memória.

 

Lembre-se,
pois desta regra:

 

Pra
facilitar a recordação ou lembrança, crie imagens fortes

 

No
próximo tutorial estudaremos sobre a observação.

 

 

Vamos
aos exercícios:

 

EXERCICIO Nº 13

 

Reveja
como fez em relação ao Exercício nº 3, o mesmo dia da semana anterior. Se fizer
este exercício numa quarta-feira, por exemplo, deve tentar reconstituir, tão
completamente quanto possível o que fez durante a última quarta-feira.

 

EXERCICIO Nº 14

 

Será
capaz de escrever as 4 regras de higiene do cérebro enunciadas na lição nº 2?

 

EXERCICIO Nº 15

 

Lembra-se
dos 4 versos aprendidos na lição 3? Recite-os.

Se não
conseguir fazê-lo perfeitamente, releia-os várias vezes, recite-os.

 

EXERCICIO Nº 16

 

Faça
novamente o exercício das prateleiras cerebrais, mas, desta vez, mude os seus
três assuntos de concentração.

 

EXERCICIO Nº 17

 

Faça
novamente o exercício 4, mas com outra coisa: tire uma roupa do armário, por
exemplo, ou, melhor: pense em fazer qualquer coisa determinada: por exemplo,
pense em telefonar a um amigo, amanhã, antes de jantar, ou em ir ao
farmacêutico após o seu dia de trabalho. Tente aplicar o método preconizado das
“imagens fortes”. Por exemplo, imagine-se à noite, em casa, torturado pela dor
por ter se esquecido de passar pelo farmacêutico ou, então, imagine-o a fazer
violenta censuras, etc..

 

EXERCICIO Nº 18

Escolha
uma obra difícil, de um autor conhecido pelo seu estilo árido e abstrato (por
exemplo, Pascal, Descartes ou Proust, dos quais existem obras nas coleções de
bolso). Comece-a, lendo no princípio uma dezena de frases. Depois, retome cada
frase, não passando a seguinte sem ter penetrado profundamente no sentido do
que lê. Se lhe for necessário, recorra a um dicionário. Avance todos os dias
uma dezena de frases, relendo as páginas dos dias anteriores. Ao fim de uma
semana coloque por escrito aquilo que fixou. É um dos melhores exercício de
desenvolvimento da sua capacidade mental.

 

A VOZ DO SILÊNCIO Sociedade da inveja: como estar nela sem ser dela?


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A VOZ DO SILÊNCIO

Sociedade da inveja: como estar nela sem ser dela?

Walter Barbosa

SOCIEDADE TEOSÓFICA

 

Referindo-se ao dilema de viver em sociedade, com
suas exigências centradas no ego, no prazer, no consumo, tendo ao mesmo tempo metas
de crescimento contrárias – voltadas para o Ser e não para o “acumular” – a
teósofa Radha Burnier disse certa vez que deveríamos estar no mundo sem ser do
mundo.

Estar no mundo é essencial como a grande escola da
vida. É nele que a evolução se acelera, que a vontade cria corpo ao enfrentar a
resistência, ausente no “plano espiritual”.

Esse mundo pode ser definido como a “sociedade da
inveja”, da comparação, da disputa por bens, baseando-se no consumo até como meta
governamental. O lucro, por sua vez, é o pilar desse sistema, o que parece
inevitável ante o naufrágio da proposta de Marx. Os que duvidam disso estão
apenas se agarrando aos destroços que sobraram.

Por sinal, a terrível burocracia implantada nas
sociedades comunistas – no sentido de controlar e estimular a produção sem a
figura do lucro pessoal – deixa evidente o quanto estamos longe da
possibilidade de esforço sem recompensa, ainda que indireta.

Não havendo, por outro lado, um elemento dosador
para essa recompensa no sistema capitalista, nada há que possa colocar freios
na ambição a não ser o limite do consumo, que é então estimulado ao extremo. Daí
o caos, a poluição e o desequilíbrio em todo lugar do planeta atingido pelo
homem. Este, por sinal, já há algum tempo estende o olhar para as estrelas quiçá
imaginando opções de fuga, levando junto sua “caixa de Pandora”.

Caso desejemos nos inteirar da “sociedade da
inveja”, basta olhar com alguma frieza o televisor ou os outdoors. Os
paradigmas de felicidade mostrados em todo canto – incluindo ídolos embalados
no uso de entorpecentes – não deixam dúvidas. No lado oposto, jovens
estimulados à imitação e a levar vantagem no modelo viciado do “castigo e
recompensa” (base da “Teoria do reflexo condicionado”), só fazem resvalar na goela
da inconsciência, onde até a religião pode se tornar objeto de consumo. 

        De que maneira se pode estar nesta sociedade sem ser dela? A
resposta deve ser buscada num parâmetro situado além. “Meu reino não é deste
mundo” disse o Cristo. Porém, mesmo os que dizem querer o reino acabam
preferindo as benesses do mundo.

Como
base de tais benesses, estão o conforto e a alegria. Conforto certamente é bom.
O progresso – em especial, o que reduz doenças – é bem-vindo. Por outro lado, a
alegria é fundamental para a vida. Na jornada espiritual o vigor e o entusiasmo
devem estar presentes – fazendo com que nos tornemos o próprio caminho –
surgindo o tropeço, o desânimo, a dúvida, apenas quando resistimos a ele. Assim,
tomemos o conforto e a alegria como ajuda para refletir, do ponto de vista mais
amplo do Yoga.

Em tal
perspectiva, a simplicidade é o elemento dosador do conforto, evitando que este
seja buscado como um fim em si mesmo, gerando a inveja, o consumismo, a
poluição e outras desgraças no mundo. A alegria, por sua vez, é vista como
contentamento – cujo significado é “autossuficiência” – e não como o prazer que
esgota toda a criatividade humana no sexo. Tal condição obviamente só pode ser
atingida na simplicidade. Aí se fecha a matemática infalível do Yoga na busca do
autoconhecimento: só quem se conhece pode realmente ser simples, só quem é
simples pode ser feliz.

Algo
muito distante da “sociedade da inveja”? Pode ser. Mas é talvez o único antídoto
para seu veneno. É a maneira de podermos estar no mundo sem ser do mundo.

ATIVIDADES
Práticas de Yoga Clássico. Curso “Meditação: saúde e consciência” (16h00) e
palestras públicas (18h00) aos sábados, na Rua Pernambuco, 824, S. Francisco.
No dia 03/07 Jorge da Silva apresentará o tema “Religiosidade: medo, interesse,
hábito ou devoção?”. No site www.educbesant.org.br acesse o Fórum de Mães & Pais. 

ONU pede apoio a Convenção no Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura


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Dia Internacional do Apoio às Vítimas de Tortura

ONU pede apoio a Convenção no Dia Internacional em
Apoio às Vítimas de Tortura

A tortura continua sendo usada em muitas regiões do mundo, e por vezes
demais os responsáveis pelos abusos continuam impunes, denunciaram as Nações
Unidas em ocasião do Dia Internacional em apoio às vítimas de tortura, que se
celebra no dia 26 de junho.

“A tortura é um
crime, de acordo com o direito internacional. A proibição da tortura é absoluta
e inequívoca. Nenhuma circunstância pode justificá-la, quer se trate do estado
de guerra, da luta contra o terrorismo, ou da instabilidade política, quer de
qualquer outra situação política”, declarou o Secretário-geral da ONU, Bani
Ki-moon. “No entanto, a tortura continua a ser praticada e tolerada por muitos
Estados. Os seus autores continuam gozando de impunidade. As vítimas continuam
a sofrer”.

O Comitê das Nações
Unidas contra a Tortura, o Subcomitê de Prevenção da Tortura, o Relator
Especial sobre Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, e
o Conselho de Curadores do Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas
de Tortura registraram nesta sexta-feira o Dia Internacional com uma declaração
conjunta. “Estamos profundamente preocupados com o fato de a tortura continuar
ocorrendo de forma generalizada e que certas práticas equivalentes à tortura,
bem como a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, foi revigorada – em
especial no contexto da chamada guerra global contra o terrorismo, após 11 de
Setembro de 2001. A
proibição da tortura e outras formas de tratamentos desumanos é absoluta e não
pode ser revogada, mesmo em situações de emergência”.

A Alta Comissária da
ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, mostrou preocupação com o fato de
que alguns Estados mantêm anistias que salvam os torturadores de serem levados
à justiça, “mesmo que os regimes que os empregaram tenham terminado há muito
tempo”. Como resultado, argumenta, “há um número de democracias bem
estabelecidas que geralmente respeitam o Estado de Direito – e estão orgulhosos
de fazê-lo – que estão protegendo torturadores e negando a justiça – e
frequentemente, como resultado, as reparações – para as vítimas”.

Navi afirmou que os
torturadores, bem como seus superiores, precisam ouvir a seguinte mensagem alta
e clara: “Por mais poderoso que você esteja hoje, há uma forte probabilidade de
que, mais cedo ou mais tarde, você será responsabilizado por sua desumanidade.
Os Governos, as Nações Unidas, ONGs, defensores dos direitos humanos, a mídia e
todo o resto de nós precisamos assegurar que esta mensagem seja apoiado por uma
ação contundente”.

Quase trinta anos
após a sua entrada em vigor, em 1984,
a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes ainda está longe da ratificação
universal. Até hoje, 147 dos 192 países membros da ONU assinaram a Convenção,
mas somente 64 declararam que, confirme prevê o artigo 22, reconhecem a
competência do Comitê contra a Tortura para receber denuncias individuais.

As entidades da ONU
convidam “todos os Estados a aderir à Convenção contra a Tortura e realizar
declarações previstas no artigo 22 da Convenção, sobre as queixas individuais,
de modo a maximizar a transparência e a responsabilidade na luta contra a
tortura e sua impunidade relacionada”.

O Brasil assinou a
Convenção em 1985 e a ratificou em 1989. Em 26 de julho de 2006, o país adotou
o artigo 22.

As mensagens de Ban
Ki-moon, Navi Pillay e das quatro entidades da ONU que trabalham sobre tortura
podem ser lidas abaixo. Outras informações podem ser obtidas nos contatos ao
final dos textos.

Declaração Conjunta das Nações Unidas por
Ocasião do Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura

o                       
Comitê das Nações
Unidas contra a Tortura;

o                       
Subcomitê de
Prevenção da Tortura;

o                       
Relator Especial
sobre Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes;

o                       
Conselho de
Curadores do Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura.

“Estamos
profundamente preocupados com o fato de a tortura continuar ocorrendo de forma
generalizada e que certas práticas equivalentes à tortura, bem como a
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, foi revigorada – em especial no
contexto da chamada guerra global contra o terrorismo, após os episódios do 11
de Setembro de 2001. A
proibição da tortura e outras formas de tratamentos desumanos é absoluta e não
pode ser revogada, mesmo em situações de emergência.”

“Os Estados devem
tomar medidas legislativas, administrativas, judiciais e outras medidas para
prevenir atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição. Além disso,
eles devem garantir que por nenhum pretexto baseado em discriminação de
qualquer espécie possa ser utilizado como justificativa para a tortura ou
tratamento desumano. A falta da criminalização da tortura e sanções inadequadas
são os principais fatores que contribuem para a impunidade.”

“Muitas vezes vemos
que, em poucos casos em que seus autores são responsabilizados, muitas vezes
recebem sentenças muito abaixo do que é exigido pelo direito internacional. A
fim efetivar sua obrigação em proteger da tortura todos os cidadãos em sua
jurisdição, os Estados devem assegurar que todos os atos de tortura sejam
criminalizadas como delitos no direito penal em vigor em cada país e que sejam
puníveis com penas adequadas que levem em conta sua gravidade.”

“Estudos recentes
têm mostrado que alguns Estados, invocando diferentes tipos de emergências, têm
sido direta ou indiretamente envolvidos em práticas tais como detenção secreta,
desaparecimentos, expulsão ou extradição de pessoas para países onde correm o
risco de tortura e outros tratamentos e punições ilícitas, em violação da
Convenção contra a Tortura e de outros instrumentos internacionais de direitos
humanos e direito humanitário. Estamos consternados ao ver que em quase
nenhum caso recente tem havido investigações judiciais em tais alegações; quase
ninguém foi levado à justiça;, e a maioria das vítimas nunca receberam qualquer
tipo de reparação, incluindo a reabilitação ou compensação.”

“A tortura deixa
marcas indeléveis no corpo e na mente das vítimas e a reparação quase nunca
pode ser completa. Muitas vezes, o direito ao recurso e à reparação para vítimas
da tortura é inexistente ou muito limitado. Uma adequada reparação,
adaptada às necessidades da vítima, incluindo compensação e reabilitação,
raramente é fornecida ou totalmente dependente dos recursos limitados de
entidades privadas e organizações da sociedade civil. À luz destas
preocupações, conclamamos todos os Estados a assegurar que as vítimas de
tortura e de outras formas de tratamento cruel, desumano ou degradante obtenham
uma reparação integral e os exortamos a adotar as garantias gerais de
não-reincidência, incluindo determinar as medidas necessárias para combater a
impunidade.”

“Neste contexto
problemático, mais de vinte anos após a sua entrada em vigor, a Convenção
contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes
ainda está longe da ratificação universal. Atualmente, tem 147 Estados-Parte,
dos quais apenas 64 fizeram a declaração nos termos do artigo 22, reconhecendo
a competência do Comitê contra a Tortura para receber comunicações
individuais. Instamos todos os Estados a aderir à Convenção contra a
Tortura e realizar declarações previstas no artigo 22 da Convenção, sobre as
queixas individuais, de modo a maximizar a transparência e a responsabilidade
na luta contra a tortura e sua impunidade relacionada.”

“Quatro anos após a
sua entrada em vigor, o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura tem
51 Estados-Parte. O Protocolo Opcional é um instrumento fundamental para
prevenir a tortura e os maus-tratos, garantindo o estabelecimento de mecanismos
preventivos nacionais independentes e eficazes, com poderes para visitar locais
de detenção. Por conseguinte, instamos todos os Estados a ratificar o
Protocolo Facultativo e, portanto, se envolver com o Subcomitê de Prevenção da
Tortura. Instamos todos os Estados-Parte para o Protocolo Facultativo que
ainda não tenham feito que estabeleçam o Mecanismo Preventivo Nacional, de modo
a efetivar suas obrigações relacionadas à prevenção da tortura e dos
maus-tratos.”

“Neste Dia
Internacional em Apoio às Vítimas da Tortura, conclamamos governos,
organizações da sociedade civil e indivíduos envolvidos em atividades
destinadas a prevenir a tortura que garantam que todas as vítimas obtenham
reparação e compensação adequadas, incluindo todos os meios de para uma
reabilitação mais completa possível. Expressamos a nossa gratidão a todos os
doadores para o Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura,
que atualmente apóia o trabalho de mais de 200 organizações em mais de 60
países, e esperamos que as contribuições para o Fundo continuem a aumentar,
como forma de tornar possível para as vítimas da tortura e dos membros das
suas famílias o recebimento da assistência que necessitam. Convocamos todos os
Estados, em especial aqueles que foram considerados responsáveis pela prática
generalizada e sistemática da tortura, a contribuir para o Fundo Voluntário,
como parte de um compromisso universal para a reabilitação das vítimas de
tortura e de suas famílias.”

Declaração da Alta Comissária da ONU para os
Direitos Humanos, Navi Pillay, no Dia Internacional em Apoio às Vítimas de
Tortura

GENEBRA. “Quase
todos os Estados têm leis que proíbem a tortura e a declaram um crime. No
entanto, muitos Estados praticam a tortura e não levam a julgamento aqueles que
a cometem. Relatórios frios sobre tortura atravessam as mesas de funcionários
de direitos humanos da ONU todos os dias, embora os países que a praticam
tentem mantê-los aninhado em pequenos lugares escuros que a maioria de nós
nunca verá, e muitos de nós gostaríamos de pensar que isso nunca poderia
ocorrer por trás de fachadas brilhantes das nossas cidades do Século 21.”

“Na quarta-feira
[23/6], o Paquistão tornou-se o Estado 147 a ratificar a Convenção contra a Tortura e
Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes Castigo. Como resultado,
restam agora 45 Estados-Membros da ONU que não ratificaram este tratado
histórico, que é um dos baluartes mais importantes da civilização moderna
contra o abuso de poder.” (*)

“Infelizmente, isso
não significa que a prática da tortura limita-se a ‘apenas’ 45 países.
Autoridades de Estado de muitos países que são parte da Convenção continuam a
praticar a tortura, seja porque a legislação nacional que proíbe a tortura é
insuficiente, seja porque não é cumprida.”

“A tortura é um
crime grave do direito internacional, em tempos de guerra ou de paz. A
Convenção contra a Tortura exige que os Estados tratem a tortura como um crime
e que levem a julgamento ou façam a extradição dos acusados. Mesmo os Estados
que não ratificaram a Convenção são obrigados a proteger os seus cidadãos a
partir dela. No entanto, apesar disso, os julgamentos são raros.”

“No entanto, há um
aspecto de tudo isso que deve fazer com que mesmo os mais cruéis e
auto-confiantes torturadores parem pensem: com o tempo, todos os regimes mudam,
incluindo os mais arraigados e despóticos. Assim, mesmo aqueles que confiam em
sua imunidade na justiça poderão – e espero que cada vez mais irão –
encontrar-se finalmente em um tribunal.”

“Enquanto muitos
torturadores estão em liberdade, e ainda realizando seus trabalhos repulsivos,
a lista dos processados por tortura está crescendo ano a ano. Exemplos recentes
incluem casos contra indivíduos que alegadamente praticaram a tortura ou
promoveram desaparecimentos e assassinatos extrajudiciais no Chile e na
Argentina nos anos 1970 e 1980.
A nível internacional, os Tribunais 
ad hoc, incluindo aqueles para ex-Iugoslávia e Ruanda,
condenaram ex-altos dirigentes por atos de tortura, enquanto o tribunal do
Camboja deve anunciar seu veredito sobre Kaing Guek Eav, o conhecido chefe da
prisão de Khmer Rouge, vulgarmente conhecido como ‘Duch’, no dia 26 de julho. O
Tribunal Penal Internacional conduzirá em breve casos semelhantes em que cortes
nacionais falharam em agir.”

“Estou preocupada,
porém, que alguns Estados mantenham rigidamente anistias que salvam os
torturadores de serem levados à justiça, mesmo que os regimes que os empregaram
tenham terminado há muito tempo. Como resultado, há um número de democracias
bem estabelecidas que, geralmente respeitam o Estado de Direito – e estão
orgulhosos de fazê-lo –, que estão protegendo torturadores e negando a justiça
– e frequentemente, como resultado, as reparações – para as vítimas”.

“A tortura é um
crime extremamente grave, e em determinadas circunstâncias pode constituir um
crime de guerra, um crime contra a humanidade ou um genocídio. Nenhum suspeito
de cometer tortura pode se beneficiar de uma anistia. Isso é um princípio
básico da justiça internacional e um princípio vital.”

“Os torturadores, e
seus superiores, precisam ouvir a seguinte mensagem alta e clara: por mais
poderoso que você esteja hoje, há uma forte probabilidade de que, mais cedo ou
mais tarde, você será responsabilizado por sua desumanidade. Os Governos, as
Nações Unidas, ONGs, defensores dos direitos humanos, a mídia e todo o resto de
nós precisamos assegurar que esta mensagem seja apoiado por uma ação
contundente.”

(*) Para ver quais
os Estados ratificaram, ou não, os tratados de direitos humanos, incluindo a
Convenção contra a Tortura, clique
aqui
.

Acesse a Convenção
contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes clicando aqui.

Saiba mais sobre a
Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi
Pillay clicando aqui
.

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon
– Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura

(26 de Junho de 2010)

“A tortura é um
crime, de acordo com o direito internacional. A proibição da tortura é absoluta
e inequívoca. Nenhuma circunstância pode justificá-la, quer se trate do estado
de guerra, da luta contra o terrorismo, ou da instabilidade política, quer de qualquer
outra situação política. No entanto, a tortura continua a ser praticada e
tolerada por muitos Estados. Os seus autores continuam gozando de impunidade.
As vítimas continuam a sofrer.”

“O Dia Internacional
em Apoio às Vítimas de Tortura é uma ocasião para sublinhar o direito,
internacionalmente reconhecido, de todos os homens e das mulheres a não serem
submetidos a tortura.”

“Exorto os Estados
que ainda não o fizeram a ratificar e a honrar as suas obrigações decorrentes
da Convenção contra a Tortura e do seu Protocolo Facultativo. Também apelo a
todos os Estados para que convidem um Relator Especial sobre a questão da
tortura a visitar as suas prisões e centros de detenção e lhe permitam o livre
acesso aos detidos.”

“Por outro lado, são
necessárias apenas mais duas ratificações para que a Convenção Internacional
sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados entre em vigor. A Convenção
reforçará o quadro jurídico internacional da luta contra esta prática hedionda,
que está clara e historicamente ligada à prática da tortura. Exorto os Estados
que ainda não ratificaram a Convenção a fazê-lo o mais rapidamente possível.”

“Neste Dia, também
expressamos a nossa solidariedade com as vítimas de tortura, que somam milhões,
e reafirmamos a necessidade de todos os Estados lhes fazerem justiça e as
reabilitarem. Agradeço aos doadores do Fundo de Contribuições Voluntárias das
Nações Unidas para as Vítimas de Tortura e saúdo os esforços incansáveis de
várias organizações não governamentais e indivíduos para atenuar o seu
sofrimento.”

“Neste Dia
Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, apelo aos Estados e aos
indivíduos para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para libertar o
mundo desta prática cruel, degradante e ilegal.”

Mais
informações:


Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil
UNIC Rio:
 www.unicrio.org.br

 

Leitor de mentes é mais preciso do que a própria pessoa


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CIÊNCIA

Paciente em exame de ressonância magnética (Fonte: Daily Mail)

Leitor de mentes é mais preciso do que a própria pessoa

O mecanismo representa uma poderosa ferramenta para
publicitários ou funcionários da saúde à procura do estímulo ao consumo

Pesquisadores afirmaram nesta terça-feira, 22, que
um leitor de mentes pode ser capaz de prever o que um ser humano vai fazer
melhor do que ele próprio. Como uma espécie de raio-x, o mecanismo representa
uma poderosa ferramenta para publicitários ou funcionários da saúde à procura
do estímulo ao consumo.

Os cientistas encontraram uma maneira de
interpretar as imagens cerebrais em tempo real. A descoberta seria capaz, por
exemplo, de identificar se uma pessoa que viu propagandas sobre o uso de filtro
solar realmente seguiria as orientações daí em diante.

A pesquisa mostrou que os leitores foram mais
precisos do que os voluntários. Os dados foram divulgados no jornal “Journal of
Neuroscience”(
http://www.jneurosci.org/) e os responsáveis pelo projeto são da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

“Estamos tentando descobrir se o cérebro contém
alguma sabedoria escondida”, afirmou Emily Falk, a principal responsável pela
descoberta. O objetivo de revelar o comportamento pôde ser atingido com o uso
de imagens de ressonância magnética.

A equipe de Falk recrutou 20 jovens de ambos os
sexos para realizar o experimento. Enquanto estavam no aparelho de ressonância
magnética, eles ouviam e viam mensagens sobre a segurança do uso do filtro
solar misturadas com outras mensagens. O objetivo era não demonstrar a
finalidade da experiência.

“No primeiro dia do experimento, antes da sessão
de ressonância, cada participante indicou o uso que fez do protetor solar ao
longo da semana anterior, as suas intenções de usar protetor solar na semana
seguinte e suas opiniões sobre o produto.

Após verem as mensagens, os voluntários
responderam a mais perguntas sobre suas intenções. Depois disso, receberam um
saco que continha, entre outras coisas, protetores solares.

Ao analisar cuidadosamente o cérebro no aparelho
de ressonância, eles obtiveram uma resposta mais precisa do que a dos próprios
voluntários sobre a possibilidade de utilizar o produto.

Leia mais:

No Brasil, alterações vasculares cerebrais são maior
causa de demência

Ressonância magnética pode identificar risco de TOC

Consumo de cacau pode retardar o envelhecimento do
cérebro

Fontes: Reuters – Now
scientists read your mind better than you can

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Vítimas das chuvas no Nordeste vagam sem rumo pelas cidades


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Vítimas
das chuvas no Nordeste 

vagam sem rumo pelas cidades

Depois da destruição, vão surgindo os dramas de cada família.
A maioria tem uma história de perda e desespero para contar.

Nos
municípios de Alagoas e Pernambuco castigados pelos temporais, toneladas de
lama estão por toda parte. Depois da destruição, vão surgindo os dramas de cada
família. A maioria tem uma história de perda e desespero para contar.

O
que se vê são restos de cidades, que praticamente deixaram de existir. Falta
água, luz, comida. Foi preciso reforçar o policiamento. A ajuda está chegando a
Alagoas, mas ainda não é o suficiente.

Na
madrugada, a chuva voltou a assustar. Em Rio Largo, na Região Metropolitana, o nível do
rio Mundaú subiu. Lixo e destroços foram arrastados, ruas, alagadas. No centro
de Rio Largo, metade da pista cedeu. Policiais militares ficaram de prontidão
para evitar saques em lojas e supermercados.

saiba mais

Durante
todo o dia, mutirões ajudam a distribuir alimentos, roupas e remédios. Nos
lugares isolados, a solidariedade chega de helicóptero ou no lombo de burros.
São 26 municípios afetados e mais de 80 mil desabrigados ou desalojados.

Em
Branquinha, os escombros não escondem a tristeza. “Perdi tudo. Perdi marido, a
casa, tudo”, chora uma moradora.

Em
Santana do Mundaú, uma mulher precisou ser carregada para dar à luz ao primeiro
filho. Pena que a corrente humana formada em torno de Severina não impediu a
morte do bebê. O atendimento chegou tarde demais.

Em
Alagoas, 29 mortes foram confirmadas. O maior desafio é localizar os
desaparecidos. A partir de agora, salvamentos e buscas serão intensificados.
Militares do Rio de Janeiro e de São Paulo estão em Alagoas para atuar nas
operações. A previsão é que varreduras sejam feitas em vários locais nesta
quarta-feira. Quinze militares de Sergipe chegam para dar reforço, com a ajuda
de cães farejadores.


Barreiros – Posto da Polícia Rodoviária Federal na entrada da cidade. Doações
em dinheiro podem ser depositadas no Banco do Brasil / Agência 0710-2 / Conta
corrente 6070-4


Caruaru – Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja), na Rua Leão
Dourado, nº 51-A, no Bairro São Francisco.

-Barra
de Guabiraba: A prefeitura manda buscar os donativos. Colchões, lençóis e
alimentos são as maiores necessidades. Basta ligar para 8848.1144 / 9144.6052 /
9144.6053 / 3758.1145 e agendar a coleta.

– Palmares
– A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE) instalou um posto de
arrecadação de doações na sede da entidade,  na Rua Amaro Bezerra nº 489 –
Derby – Recife. Contato: (81) 3423.0604 ou 3423.9907


Banco do Brasil – C/C 5241-8 / Agência
3557-2

Caixa Econômica Federal – C/C 955-6 / Agência 2735
/

Os
donativos poderão ser entregues nas sedes dos quartéis da capital e do
interior.

Interior:
·        2º Grupamento de Bombeiros Militar
– Maragogi, (82) 3296-2026 begin_of_the_skype_highlighting              (82) 3296-2026      end_of_the_skype_highlighting
/ 3296-2270.
·        6º Grupamento de Bombeiros Militar
– Penedo, (82) 3551-7622 begin_of_the_skype_highlighting              (82) 3551-7622      end_of_the_skype_highlighting
/ (82) 3551-5358 begin_of_the_skype_highlighting              (82) 3551-5358      end_of_the_skype_highlighting.
·        7º Grupamento de Bombeiros Militar
– Arapiraca e Palmeira dos Índios, (82)
3522-2377
begin_of_the_skype_highlighting              (82) 3522-2377      end_of_the_skype_highlighting,
(82) 34212695 begin_of_the_skype_highlighting              (82) 34212695      end_of_the_skype_highlighting.
·        9° Grupamento de Bombeiros Militar
– Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia, (82)
3621-1491
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/ (82) 3621-1223 begin_of_the_skype_highlighting              (82) 3621-1223      end_of_the_skype_highlighting.

 

 

Os ignocentes. Belo Monte, a floresta e a árvore


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Os ignocentes.

Belo Monte, a floresta e a árvore

 

Rogério Cezar de
Cerqueira Leite

 

Se
o Brasil for impedido de ampliar o aproveitamento do

potencial
hidroelétrico, então será forçado a recorrer ao

uso
de combustível fóssil

 

Publicado na Folha de São Paulo, 19 de maio
de 2010

QUE CARNAVAL estão
fazendo os ambientalistas e ecopalermas em torno da futura usina de Belo Monte,
a ser implantada no médio Xingu, na Amazônia.

O primeiro crime,
segundo eles, seria o sacrifício de 500 km 2 de mata, ou seja, a mesma área que, em
média, tem sido desmatada a cada dois dias neses últimos anos, devido ao
comércio de madeiras e à invasão da soja e do gado na Amazônia.

Esse exército
extemporâneo de Brancaleone é composto de conservacionistas de diversas
espécies.

Além de uma tribo de
índios locais e de bem-intencionados, porém mal informados, estudantes e
intelectuais, veem-se artistas de Hollywood e de outras culturas, malabaristas,
fanfarrões e pseudo intelectuais.

Será que esses senhores
deixaram de comprar móveis de mogno, ou se manifestaram perante seus governos,
ou boicotaram a carne e a soja produzidas na Amazônia?

Será que percebem que a
área alagada pelo projeto Belo Monte corresponde a tão somente 0,01% da
Amazônia brasileira e que bastariam 0,025% do rebanho nacional de gado para
invadi-la, dentro da média atual de ocupação?

Ou seja, da maneira
como está planejada Belo Monte, usina de fio d’água, não há no Brasil melhor
opção do ponto de vista de sustentabilidade, que combine condições ecológicas e
também financeiras.

Alguns talvez
argumentem que, somando vários 0,01% do território da Amazônia, então se
ocuparia parcela apreciável do território amazônico

Ah, que bênção seria se
tivéssemos mais uma meia dúzia de Belo Montes! Mas, infelizmente, não existem
tais riquezas. Tudo bem, vão dizer os mais inteligentes e bem-intencionados
"ignocentes" (neologismo composto por 50% de inocência + 50% de
ignorância), mas e a biodiversidade?

Ora, qualquer espécie
que esteja espontaneamente restrita a um território de 500 km 2, excetuando-se
algumas confinadas a pequenas ilhas, já está em extinção. Só um
ignorante pode pensar em perda de biodiversidade nessas circunstâncias.

E é claro que muitos
espécimes vão sucumbir, milhares, se não milhões de formigas, carunchos e
talvez até alguns mamíferos. Em compensação, 20 milhões de brasileiros poderão
ter luz em suas casas, muitos outros locais passarão a ter benefícios do
progresso, poderão ver pela TV o "Programa do Ratinho".

Indústrias geradoras de
emprego serão implantadas. É isso que os "ignocentes" não percebem.
Eles veem a árvore, mas não percebem a floresta onde ela está inserida, sem a
qual não pode a árvore sobreviver.

Quanto à questão
social, é preciso lembrar que o caso de Belo Monte é muito diferente do de Três
Gargantas, na China, onde a densidade da população ribeirinha era extremamente
elevada. O governo chinês admite que precisou realocar 1 milhão de habitantes;
outras organizações falam em 2 e até 3 milhões.

Em contraste,
considera-se que, em Belo
Monte, apenas dois ou três milhares de habitantes são
computados e que, na mudança, ganhariam significativamente quanto a
infraestrutura e conforto pessoal. Os índios da região amazônica são, em
origem, seminômades, deslocando-se periodicamente sempre que recursos naturais
se escasseiem devido ao extrativismo a que eles mesmos recorrem.

Portanto, dos pontos de
vista cultural, psicológico e até mesmo material, contrariamente ao que
pretendem alguns ambientalistas, o índio pouco ou nada sofrerá.

Vejamos por que são tão
ingênuos esses bem-intencionados verdolengos. Se o Brasil for impedido de
ampliar o aproveitamento do seu potencial hidroelétrico, será forçado a
recorrer ao combustível fóssil, pois a energia eólica, embora desejável sob
vários aspectos de sustentabilidade, não oferece segurança de fornecimento
acima de certo nível de participação em um sistema integrado.

Além do mais, a
distribuição de ventos pode mudar com as inexoráveis mudanças climáticas,
devido ao aquecimento global. E, se jamais o pré-sal vier a se concretizar, não
haverá como convencer os líderes governamentais de que usinas termoelétricas a
óleo combustível serão prejudiciais à humanidade.

Será que tais
ambientalistas não percebem que não deixam alternativa ao país senão o uso de
combustíveis fósseis, o que acarretará, inelutavelmente, embora a longo prazo,
a desertificação da Amazônia, dentre outras catástrofes?

Com isso, não será
apenas a meia dúzia de saimiris que perecerá nos 500 km 2 da usina Belo
Monte, mas toda, ou quase toda, a biodiversidade da Amazônia e do resto do
planeta.

Não percebem esses
"ignocentes" que a usina e suas eventuais congêneres constituem a
melhor arma que têm o Brasil e a humanidade para combater o aquecimento global
e, com isso, defender a integridade da floresta Amazônica e das demais matas de
todo o planeta?

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA
LEITE
 , 78, físico, é professor emérito da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da
ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do
Conselho Editorial da Folha.

 

 

Ciência brasileira perde um de seus expoentes


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Ciência brasileira perde um de seus
expoentes

Nas lentes do fotógrafo Gutemberg Brito, Hermann
Gonçalves Schatzmayr: "Basta que os pesquisadores olhem pela janela e se
deparem com a carência das comunidades que nos cercam para se certificarem do
quanto nosso trabalho é importante".

A Fiocruz está de luto com a morte do
virologista Hermann Gonçalves Schatzmayr. Expoente da ciência nacional, Hermann
traçou um currículo que acompanhou a própria história da Virologia no país:
estudou a pandemia de gripe de 1957-8 no Rio de Janeiro, participou dos
esforços de erradicação da varíola e de combate à poliomielite no país, além de
ter produzido destacados estudos em dengue, sendo inclusive o responsável pelo isolamento
dos vírus do dengue 1, 2 e 3 no Brasil. Hermann morreu por falência múltipla
dos órgãos, aos 74 anos, nesta segunda-feira, dia 21 de junho, no Rio de
Janeiro.

Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz por
quase meio século, Hermann ingressou na Fiocruz em 1961, onde atuou desde
então, afastando-se apenas durante períodos no exterior para estudos. Por mais
de 30 anos esteve à frente do Departamento de Virologia no Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz), que deu origem a diversos centros de referência nacionais e
internacionais. Ocupou o cargo de presidente da instituição entre 1990 e 1992,
quando criou o FioSaúde (plano de saúde sob gestão da FioPrev – instituição de
seguridade social da Fiocruz). Membro da Academia Brasileira de Medicina
Veterinária e da Academia Brasileira de Ciências, integrou vários comitês
internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Carioca, filho de pai austríaco,
Schatzmayr formou-se em
Medicina Veterinária na Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro na década de 50. Durante o curso, foi monitor da cadeira de
Microbiologia. Por sugestão de um dos professores, matriculou-se no Curso de
Microbiologia da Universidade do Brasil (atual Federal do Rio de Janeiro) e
tornou-se aluno da segunda turma. A capacitação lhe rendeu uma oportunidade
como bolsista de Virologia em um laboratório da própria universidade. Neste
período, estudou amostras de uma grande epidemia de influenza que houve no Rio
entre 1957 e 1958.

Em 1960, por intermédio dos professores,
conseguiu uma bolsa no Instituto de Higiene da Universidade de Viena, na
Áustria, onde publicou seus primeiros trabalhos científicos. De volta ao Brasil
em 1961, passou a integrar a equipe do recém-montado Laboratório de
Poliomielite do Instituto Oswaldo Cruz, em Manguninhos. Na época
único pesquisador da área de virologia na instituição, desenvolvia pesquisas
que incluíam o isolamento e identificação do vírus da pólio e o estudo de
surtos. Pouco depois, liderou a equipe responsável pela diluição e distribuição
da vacina Sabin – que acabara de ser adotada pelo Brasil e era importada na
forma concentrada para o país.

Durante três décadas, atuou como
coordenador da área de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz e esteve à frente de
projetos de pesquisas relacionados, além da poliomielite, a varíola, rubéola e
outros vírus. Na década de 80, quando a epidemia de dengue já preocupava em
alguns países da América Latina, dedicou-se ao estudo do vírus, isolando pela
primeira os tipos 1, 2 e 3 no país. Nesta época, já contava com o companheirismo,
também no laboratório, da esposa Ortrud Monika Barth, pesquisadora da Fiocruz,
com quem foi casado durante 49 anos.

No final dos anos 90, passou a investigar
casos de poxvírus em animais e humanos. Trata-se da emergência de uma doença
causada pelo vírus vacinal da varíola. Com isso, depois de muitos anos, voltou
a estudar o vírus da vacina, projeto ao qual vinha se dedicando atualmente. Em
2009, lançou o livro A virologia no estado do Rio de Janeiro – uma visão
global, em parceria com o pesquisador Maulori Cabral, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). A publicação, que Hermann fez questão que fosse
disponibilizada gratuitamente na internet, apresenta uma perspectiva global e
histórica desse campo de pesquisa no estado, desde seus primeiros fatos
registrados até as epidemias modernas.

Na última entrevista concedida, Hermann
deixou um recado: “Basta que os pesquisadores olhem pela janela e se deparem
com a carência das comunidades que nos cercam para se certificarem do quanto
nosso trabalho é importante. Sempre trabalhei com foco na doença, no doente e
na carência da nossa população.”

Hermann Schatzmayr deixa esposa, dois
filhos, cinco netos, gerações de alunos e uma legião de admiradores dentro e
fora da Fiocruz.

Texto da Asessoria de Comunicação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)

 

Os fundamentos da filosofia


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Filosofia e Questões Teóricas

Georges Politzer

 

Este manual elementar transcreve
as notas tomadas por um dos alunos de Georges Politzer nos cursos por ele
professados na Universidade Operária, no ano escolar de 1935-36. Para, a
propósito, compreender o seu carácter e alcance, é necessário precisar, em
primeiro lugar, o objectivo e o método do nosso mestre.

Sabe-se que a Universidade
Operária fora fundada em 1932 por um pequeno grupo de professores, para
ensinar a ciência marxista aos trabalhadores manuais, dando-lhes um método de
raciocínio que lhes permitisse compreender o nosso tempo, e orientando a sua
acção, tanto na sua técnica, como no domínio político e social.

Desde o início, Georges Politzer
encarregou-se de ensinar na Universidade Operária a filosofia marxista, o
materialismo dialéctico: tarefa tanto mais necessária, uma vez que o ensino
oficial continuava a ignorar ou a reproduzir inexactamente esta filosofia.

Nenhum dos que tiveram o
privilégio de assistir a tais cursos – ele falava, em cada ano, para um
numeroso auditório, onde se misturavam todas as idades e profissões, mas
predominavam os jovens operários – esquecerá a profunda impressão que todos
experimentavam em frente desse grande rapaz ruivo, tão entusiasta e sábio,
tão conscencioso e fraterno, tão aplicado em pôr ao alcance de um público
inexperiente uma matéria árida e ingrata.

A sua autoridade impunha ao curso
uma disciplina agradável, que sabia ser severa, mas permanecia sempre justa,
e desprendia-se da sua pessoa uma tal força de vida, um tal brilho, que era
admirado e amado por todos os alunos.

Para melhor se fazer compreender,
Politzer começava por suprimir do seu vocabulário toda a gíria filosófica,
todos os termos técnicos que só os iniciados podem entender. Só desejava
empregar palavras simples e conhecidas de todos. Quando era obrigado a
utilizar um termo especial, não deixava de o explicar demoradamente, através
de exemplos familiares. Se, nas discussões, algum dos seus alunos empregava
termos eruditos, repreendia-o e troçava dele com aquela ironia mordaz que
todos os que o contactaram bem conheciam.

Queria ser simples e claro, e
fazia sempre apelo ao bom-senso, sem, contudo, jamais sacrificar algo da
exactidão e da verdade das ideias e teorias que expunha. Sabia tornar os seus
cursos extremamente vivos, fazendo participar o auditório em discussões,
antes e depois da lição. Eis como procedia: no final de cada lição, dava o
que ele chamava um ou dois temas de controlo; tinham por objecto resumir a
lição, ou aplicar o seu conteúdo a qualquer assunto particular. Os alunos não
eram obrigados a abordar o tema, mas muitos eram os que se obrigavam a isso,
e traziam um trabalho escrito no início do curso seguinte. Perguntava, então,
quem tinha feito o trabalho; levantávamos a mão, e ele escolhia alguns de
entre nós para ler o nosso texto e completá-lo, sendo preciso, com
explicações orais. Politzer criticava ou felicitava, e provocava entre os
alunos uma breve discussão; depois, concluía, extraindo dela ensinamentos.
Esta durava cerca de meia hora, e permitia aos que tinham faltado ao curso
anterior preencher a lacuna e fazer a ligação com o que tinham aprendido
anteriormente; isto permitia também ao professor verificar em que medida fora
compreendido; insistia, em caso de necessidade, nos pontos delicados ou
obscuros.

Começava, então, a lição do dia,
que durava cerca de uma hora; depois, os alunos faziam perguntas sobre o que
acabava de ser dito. Tais perguntas eram geralmente interessantes e
judiciosas; Politzer aproveitava para fornecer elementos necessários e
retomar o essencial do curso, sob um ângulo diferente.

Georges Politzer

Georges Politzer, que tinha um
conhecimento aprofundado da sua matéria e uma inteligência de uma admirável
maleabilidade, preocupava-se, antes de mais, com as reacções do seu
auditório. Tirava, de vez em quando, a «temperatura» geral, e verificava,
constantamente, o grau de assimilação dos alunos. Deste modo, era seguido por
eles com um interesse apaixonado. Contribuiu para a formação de milhares de
militantes, e, deles, muitos são os que hoje ocupam lugares «de
responsabilidade».

Nós, que compreendíamos o valor
desse ensino e pensávamos em todos os que não o podiam ouvir, particularmente
nos nossos camaradas de província, desejávamos publicar os seus cursos. Ele
prometia pensar nisso, mas, no meio do seu imenso trabalho, nunca encontrava
tempo para realizar tal projecto. Foi então que, no decurso do meu segundo
ano de filosofia na Universidade Operária, onde fora criado um curso
superior, tive ocasião de pedir a Politzer para me corrigir os trabalhos, e
lhe entreguei novamente, a seu pedido, os meus cadernos de curso. Achou que
estavam bem feitos, e propuz-lhe redigir, a partir dos meus apontamentos, as
lições do curso elementar. Encorajou-me a isso, prometendo-me revê-las e
corrigi-las.

Infelizmente, não encontrou tempo
para tal. Sendo as suas ocupações cada vez mais árduas, deixou o curso
superior de filosofia ao nosso amigo René Maublanc. Pus este ao corrente dos
nossos projectos, e pedi-lhe para rever as primeiras lições que tinha
redigido. Aceitou solicitamente, incitando-me a acabar esse trabalho, que
devíamos, depois, apresentar a Georges Politzer. Mas veio a guerra: Politzer
devia encontrar uma morte heróica na luta contra a ocupação hitlariana.

Embora o nosso professor já não
estivesse entre nós para ultimar um trabalho que tinha aprovado e encorajado,
julgámos útil publicá-lo, com base nos meus apontamentos.

Georges Politzer, que iniciava
todos os anos o seu curso de filosofia na Universidade Operária fixando o
verdadeiro sentido da palavra materialismo, e protestando contra as
deformações caluniosas a que alguns a sujeitam, recordava energicamente que
ao filósofo materialista não falta ideal, e que está pronto a combater para o
fazer triunfar. Soube, a partir de então, prová-lo pelo seu sacrifício, e a
sua morte heróica ilustra esse curso inicial, em que afirmava a união, no
marxismo, da teoria e da prática. Não é inútil insistir sobre esta dedicação
a um ideal, esta abnegação e este alto valor moral, numa época em que, de
novo, se ousa apresentar o marxismo como «uma doutrina que faz do homem uma
máquina, ou um animal apenas superior ao gorila ou ao chimpanzé» (Sermão de
quaresma em Notre-Dame de Paris, pronunciado, em 18 de Fevereiro de 1945,
pelo rev.° padre Panici).

Não protestaremos nunca bastante
contra tais ultrajes à memória dos nossos camaradas. Recordamos somente
àqueles que têm a audácia de os proferir o exemplo de Georges Politzer, de
Gabriel Péri, de Jacques Solomon, de Jacques Decour, que eram marxistas e
ensinavam na Universidade Operária de Paris: todos bons camaradas, simples,
generosos, fraternos, que não hesitavam em consagrar uma boa parte de seu
tempo, vindo a um bairro perdido ensinar aos operários a filosofia, a
economia política, a história ou as ciências. A Universidade Operária foi
dissolvida em 1939. Reapareceu, no dia seguinte à Libertação, sob o nome de
Universidade Nova. Uma nova equipa de professores devotados, fazendo a
rendição dos que tombaram, veio dar continuidade à obra interrompida.

Nada nos pode encorajar mais
nesta tarefa essencial do que render homenagem a um dos fundadores e
animadores da Universidade Operária, e nenhuma nos parece mais justa e útil
do que publicar os «Princípios elementares de filosofia» de Georges Politzer.

Maurice LE GOAS

 Os
fundamentos da filosofia

 

Tecnologias serão transferidas para povos indígenas do Nordeste


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Tecnologias serão transferidas para
povos indígenas do Nordeste

 

Carteira de Projetos Indígenas (CI) já apoia
cerca de 300 projetos relacionados à promoção da segurança alimentar indígena

Foto: cliker

 


Até esta sexta-feira (18/06) ocorre, na Embrapa Caprinos e
Ovinos (Sobral/CE), o seminário "Ações integradas em transferência de
tecnologia em criação de caprinos e outras estratégias de segurança alimentar
para indígenas do Nordeste". O objetivo do evento será construir, de forma
participativa, uma proposta piloto de ações conjuntas entre Embrapa, Carteira
de Projetos Indígenas e atores locais, em transferência de tecnologia para
povos indígenas da região Nordeste.

A Carteira de Projetos Indígenas (CI) é um
programa governamental, envolvendo Ministério do Meio Ambiente e Ministério do
Desenvolvimento Social, que apoia atualmente cerca de 300 projetos relacionados
à promoção da segurança alimentar indígena (atividades produtivas e geração de
renda) no território nacional.

No Nordeste, o programa dá suporte a diversos
projetos relacionados à criação de caprinos e a Embrapa, que participa da
Comissão de Avaliação de Projetos da CI, tem sido demandada para apoiar a
capacitação de multiplicadores indígenas na integração de técnicas criação de
caprinos e segurança alimentar.

Em reunião realizada no mês de março, para
planejar as atividades a serem desenvolvidas pela Embrapa Caprinos e Ovinos com
a CI, foi agendado um seminário para nivelamento das informações entre as
instituições parceiras e para construção, de forma participativa, da proposta
operacional e orçamento.

Participam do seminário representantes da CI, do
Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, do Projeto Dom Helder, do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce),
da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura do Estado do
Ceará (Fetraece) e da Embrapa Caprinos e Ovinos.

 

Brasil já perdeu uma Venezuela em Cerrado


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Brasil já perdeu uma Venezuela em Cerrado 
Área desmatada apenas em Goiás equivale a território do Paraná, indica monitoramento inédito por satélite, financiado pelo PNUD

Conheça o projeto
Saiba mais sobre o projetoMonitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite, do PNUD, no qual estão inseridas as ações ligadas ao levantamento de dados sobre o Cerrado.
Leia também
Satélite deve ajudar a criar mais reservas

Satélite monitorará todos biomas do Brasil

MARIANA DESIDÉRIO
da PrimaPagina

O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, mantém pouco mais da metade (51,2%) de sua extensão original. Os outros 995.220 km² — área superior à da Venezuela — foram transformados em pasto, soja, algodão, cana e carvão vegetal, especialmente a partir dos anos 1970, inclusive com incentivos governamentais e internacionais. Diferentemente da Amazônia, a degradação do Cerrado era pouco conhecida até a última semana, quando o Ministério do Meio Ambiente divulgou dados sobre o desmatamento naquele bioma, de 2002 a 2008.

O levantamento faz parte de um projeto de monitoramento dos biomas brasileiros via satélite, uma parceria entre o PNUD, o Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). No primeiro ano — até 31 de dezembro de 2009 —, será financiado integralmente pelo PNUD, que também será responsável pelos editais para contratação de pessoal e compra de equipamentos. No total, serão disponibilizados US$ 663.997, mas governo e PNUD estudam ampliar esse valor até 2010.

Os primeiros resultados, referentes ao Cerrado, mostram que Maranhão, Mato Grosso e Minas Gerais são os Estados que mais desmataram o bioma desde 2002. Ainda assim, o Maranhão ainda guarda boa parte da área original de Cerrado (77%). Já em Estados muito afetados pelo desmatamento antes de 2002 (como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Distrito Federal e Goiás) restou pouco. São Paulo, o que mais desmatou proporcionalmente, já havia acabado com 81,6% de seu Cerrado antes de 2002, chegando a 2008 com 83,2% do bioma degradado. Mato Grosso do Sul, segundo da lista, havia desmatado 75,4% de sua parcela do bioma até 2008.

O total de Cerrado já retirado de São Paulo, 67,5 mil km², equivale à três vezes a área de Sergipe. Já no Mato Grosso do Sul foram 162,8 mil km², área pouco menor que a do Uruguai. Em números absolutos, o Estado que mais desmatou Cerrado na história foi Goiás, que acabou com 212,6 mil km², mais do que um Paraná. Desmatamento pouco menor, 204,6 mil km², foi registrado por Minas Gerais.

"São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foram a primeira fronteira agrícola, principalmente nos anos 1970”, observa o diretor de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias. Ele conta que, com avanços das pesquisas nas décadas de 60 e 70, foi possível corrigir o solo do Cerrado, antes impróprio para agricultura. Seguiram-se então grandes programas de ocupação do bioma. Com o tempo, houve um deslocamento da fronteira para oeste da Bahia, sul do Piauí, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. “É a nova fronteira agrícola, incentivada pela saturação da região, o aumento da demanda e a busca por terras mais baratas”, explica. Apesar de a fronteira ter se deslocado, de acordo com Dias, as culturas continuam praticamente as mesmas: soja, algodão, cana-de-açúcar, carvão vegetal e pecuária.

Todos perdem

Nos últimos seis anos, enquanto a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 50%, o desmate do Cerrado continuou no mesmo ritmo, com uma média de 21 mil km² ao ano. A área degradada neste bioma passou de 41,9% do original em 2002 para 48,2% em 2008. Os 127,6 mil km² derrubados no período equivalem a quase três vezes o estado do Rio de Janeiro.

Degradar o Cerrado traz consequências negativas para os próprios agricultores. “Não é do interesse deles aumentar o desmatamento”, afirma o diretor do ministério. O aumento, afirma, põe em risco a água. Quando as chuvas diminuem, a vegetação nativa reduz a perda de água, o que não acontece com as culturas agrícolas. “Todas as culturas atuais perdem pelo menos o dobro de água que a vegetação nativa. Isso altera o balanço hídrico, o lençol freático tende a reduzir e corremos risco de perda da perenidade dos rios”, afirma Dias.

As consequências disso extrapolam os limites do bioma. “O Cerrado é a grande caixa-d’água do Brasil”, afirma. Além das nascentes de boa parte das bacias hidrográficas do país estarem ali, o bioma é constituído por planaltos, o que o torna essencial na produção de energia nas hidrelétricas. “A hidrelétrica precisa de água e precisa de queda d’água, e 50% de todo o potencial de geração de energia está no Cerrado”, diz.

Além do risco de prejudicar as bacias hidrográficas e as hidrelétricas, o diretor tem outro argumento para desencorajar o desmatamento por parte dois agricultores. “O Cerrado emite hoje tanto CO2 quanto a Amazônia. Daqui para frente vamos ter dificuldades para exportar os produtos cultivados ali por uma exigência dos compradores que não querem produtos causadores de emissões. Podemos ter uma proibição da compra da soja brasileira, por exemplo.”

Providências

O objetivo, após a compilação dos dados do desmatamento no Cerrado, é dar início a um plano de combate à prática. O Ministério do Meio Ambiente pretende criar mais áreas protegidas por unidades de conservação no bioma, aumentar a fiscalização na região e incentivar a redução do desmate pelos próprios produtores.

O monitoramento do bioma também deve continuar. A ideia, segundo Bráulio Dias, é desenvolver um sistema que possa identificar o desmatamento num período mais curto do que o atual, que permite ver a degradação apenas de ano em ano. “Com este sistema, só temos dados quando tudo já foi desmatado”, argumenta Dias. A ideia é desenvolver um sistema semelhante ao DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que detecta o desmatamento na Amazônia de mês em mês. Apesar de menos precisas do que os dados anuais, as informações deste sistema permitiriam um combate mais efetivo à degradação do bioma.